Parte 8 Isabela — O que achou dela, amore? – Enzo me perguntou. Estamos na biblioteca. Enzo veio atender a uma chamada e me puxou pela mão junto. Ele sentou na cadeira alta e eu sentei na mesa ao lado dele, esperando. — Assim de início eu gostei dela. É muito bonita, é tranquila... Acho que estava com vergonha no começo, mas depois se soltou e acho que gostou do jantar. Sua mãe arrasou, como sempre. — Eu também achei que ela parece ser uma boa pessoa – ele levantou — E vai ser um milagre que ela aguente Alessandro por muito tempo. — Não seja crítico assim – eu sorri e o puxei para mim, abrindo as pernas e passei os braços por seu pescoço — Seu irmão é só um pouco diferente de vocês, ele é mais novo. — Sei... E isso justifica? — Não, mas explica – eu ri baixinho — Você fechou a porta de chave? — É claro – ele ri, segura minha nuca e me beija. — Já comecei a organizar nossa viagem – eu enfie
Parte 1 Lívia Eu nunca viajei de avião e sendo essa minha primeira vez, estou muito animada e mais ainda com nosso destino. Só agora, no meio do voo, que Victor me revelou para onde nós estamos indo. Paris! A cidade luz. Isso é incrível pra mim. Eu nunca pensei que um dia estaria em um local como esse, que eu só via nos filmes. Acho incrível mesmo que eu tenha essa oportunidade. Estou muito empolgada e mais ainda, porque eu sei que essa viagem é para nós, para que a gente possa ter nossa primeira vez de verdade. O avião aterrissou suavemente no aeroporto Charles de Gaulle e após um momento necessário, a porta foi aberta. Victor me deu a mão para nós descermos. Quando cheguei à porta aberta, vi o céu lindo, tingido de dourado. Abri um sorriso enorme e ele me ajudou a descer a escadinha até pisar no solo francês pela primeira vez na minha vida. — Seja bem-vinda, querida! – ele beija minha mão. Já de cara eu
Parte 2 Victor Estamos a três dias em Paris e cada minuto está sendo maravilhoso ao lado dela. Lívia me faz muito bem, me acalma e me dá muita atenção. Eu gosto do modo como ela está feliz e deslumbrada com a viagem. Foi por isso mesmo que eu escolhi Paris para nossa primeira vez. É como se fosse nossa lua de mel, ainda que casamento não foi um assunto que surgiu entre nós. Estamos tendo momentos encantadores, dentro e fora da cama. Lícia é bem curiosa com relação aos pontos turísticos mais famosos e por isso eu escolhi leva-la até a Catedral de Notre-Dame. Tenho certeza de que ela irá amar o lugar. — Sério? – ela me pergunta ao sair do banheiro, animada, segurando a escova de dentes — Vamos visitar Notre-Dame? – ela dá uns pulinhos e eu começo a rir — Vamos, vamos... Eu vou adorar, tenho certeza. — Eu já sabia disso – respondi rindo e caí em cima da cama quando ela se jogou sobre mim, cheia de animação — Será nosso último passe
Parte 3Enzo— Puta merda! – eu fecho os olhos e esfrego o rosto, pensando na merda que está acontecendo agora com meu irmão mais velho. Logo ele que é todo certinho — A gente tem que ir até lá, mama.— Eu também pensei nisso, Enzo – minha mãe está sentada ao lado de Isabela, ambas com a expressão pesada de tristeza — Seu irmão não vai admitir, mas ele deve estar muito ferido emocionalmente com isso.— Porra! – Alessandro abre os braços — Essa merda tinha que acontecer justo agora?— Infelizmente foi uma fatalidade – Bartolo balança a cabeça, olhando para baixo — Eu gostaria de ir até lá, Enzo, se você me permitir.— Claro, claro – eu agitei a mão, pensando — Vá sim, Bartolo. Leve um dos homens com você. Eu também vou ver o que faço – cocei o queixo.Bartolo assentiu e se retirou. Fiquei conversando com a família e decidimos ir todos para dar apoio ao Victor nesse momento.— Vamos fazer assim – minha mãe se levanta — Alessandro, você fica aqui para coordenar os negócios, enquanto eu v
Parte 4Victor— Eu não estou me deixando levar, mama – abri as mãos sobre o colo — Na verdade, antes mesmo de eu inventar ir nesse passeio, eu já estava com a ideia de na volta para casa, pedir que ela se casasse comigo.— Bem, se é assim... – Enzo sentou ao meu lado — Eu falei com Lívia. Ela está um pouco fora do ar ainda – ele riu de leve — Mas senti que está bem, não corre perigo e na verdade, está mais é preocupada com você, irmão.— Preocupada comigo? – fiz uma careta boba — Eu que estou me descabelando por vê-la nesse hospital. Não foi nada disso que eu planejei quando quis fazer uma surpresa para ela – abaixei a cabeça.— Claro que não – Isabela se abaixou em minha frente — Mas tirando a parte que ela ainda está lenta por conta dos medicamentos fortes, ela está bem sim. Entre e vá falar com ela, Victor.— Eu vou agora – sorri para Isabela — E vocês podem começar a fofocar sobre o próximo casamento. Só se ela me der um fora depois disso tudo e me mandar à merda, é que não vai a
Parte 5Isabela— O que acha, amore? – Enzo me pergunta. Estamos no banheiro. Ele esperou que eu voltasse de minha caminhada com Yelena, pelas ruas iluminadas de Paris, mas não fomos longe — Eu só tenho receio de que ele esteja fazendo isso por causa da culpa que sente.— Eu não acho – começo a tirar a roupa. Enzo já está apenas com a cueca — Seu irmão é muito centrado, Enzo. Se ele disse que já tinha essa ideia antes, acho que devemos acreditar – fico nua e ergo as mãos para soltar o cabelo preso em um coque — E essa coisa de culpa logo vai passar. Foi nervosismo.— Eu espero que sim – ele sorri e estica a mão — Tomara que ele seja bem feliz no casamento – me puxa pela cintura — Assim como eu sou.— É? – eu me esfrego nele — Você é feliz no seu
Parte 6EnzoLívia só recebeu alta do hospital dois dias depois. O médico indicou que ela andasse um pouco para ajudar a melhorar o fluxo sanguíneo e prevenir a formação de coágulos.— Não se preocupe, Victor, nós vamos descer com ela – minha mãe disse, segurando a mão de Lívia, sentada em uma cadeira de rodas que o hotel ofereceu, para que ela ficasse mais confortável — O hotel tem uma área muito bonita e um jardim enorme.— Eu vou fazer isso, mama – Victor respondeu.— Não, depois você a leva para um passeio mais longo. Isabela vai comigo.— É claro que vou – ela me dá um beijo — Você fica e conversa com meu marido. Vamos, Lívia?— Sim, eu não aguento mais ficar na cama – ela diz sorrindo.— Ah, mas
Parte 7 Alessandro — Como assim o cara desistiu? – quase gritei ao celular. — Foi o que ele disse – Stênio respondeu — Deu para trás no acordo. Disse que o valor estava alto. — Ah, ele disse? – eu ri alto — Eu chego já aí. Era só o que me faltava. O cara querer desfazer um acordo que já tinha sido feito há mais de dois meses. Comigo não. Eu fiquei cuidando de tudo na ausência do Enzo. Ele vai voltar a qualquer momento e eu não vou dizer a ele que não fechei todas as pendências. Mas não vou mesmo. Estou tão puto da vida que eu mesmo decidi vir dirigindo o caminhão. Ouvi o som dos pneus rangendo, ecoando no beco escuro enquanto estaciono o caminhão entre as sombras. Ajustei a aba de meu chapéu, ocultando meus olhos determinados sob a escuridão. A entrega de mercadorias era crucial para nossa família, e eu não vou permitir que nada a comprometa. Desci e Stênio veio falar comigo. Começamos a descarregar as ca