Ao chegar em casa e se encontrar sozinha, ela chorou muito, a visita àquele homem não lhe fez bem. Agora que estava em sua casa, uma que na verdade já não lhe pertencia, pois era apenas questão de algumas semanas para o banco tomar posse da casa, ela começou a chorar. Talvez se um emprego digno lhe desse a remuneração necessária, então ela não estaria nessa situação, mas infelizmente não tinha opção, porque o que recebia como funcionária em um lugar comum era insuficiente.
"Oi, gatinho", cumprimentou o gato que se aproximou dela imediatamente, um peludo branco e preto muito carinhoso. "Eu não me sinto mais sozinha, sua recepção me faz sentir melhor." Ela o acariciou por um tempo antes de tomar um banho. Ela precisava pensar bem nas coisas, não era uma decisão irrelevante. Dois dias era pouco tempo. Ela foi para a cama com o assunto na cabeça e no dia seguinte nem sequer comeu antes de ir para o hospital. Sua visita matinal fez bem para sua mãe, que ficou feliz em vê-la. O câncer a estava deixando mal, aprisionada em suas garras, mas toda vez que via sua filha, voltava a sorrir e se sentia mais viva do que nunca."Mamãe...", era uma mulher morena de olhos enormes, agora com sulcos escuros abaixo deles, e embora o brilho em seu olhar se apagasse a cada dia que passava, ela continuava a dar um brilho sincero em um sorriso."Querida, você já comeu?" ela mentiu, não queria preocupá-la, era melhor que sua mãe ficasse tranquila. "Como você está se sentindo?""Feliz em te ver. Você sabe que não há nada mais importante do que te ver, meu amor. Você conseguiu encontrar um emprego?""A verdade é que...""Está bem, sim, você encontrou", apressou-se em dizer, e ela não ousava contradizer porque viu seu belo sorriso e não queria apagá-lo."Sim, mamãe. E vamos ficar bem. Você vai ver, nossa situação vai mudar", continuou acariciando seu cabelo."Dê-me um abraço, venha", ela a envolveu carinhosamente, aquele carinho materno incondicional a ajudou a tomar a decisão "correta". "Você sabe que quero te ver feliz, que esteja bem, eu não quero partir e te deixar...""Não, mamãe, você não vai morrer, por favor, pare", expressou entre lágrimas."Devemos estar preparadas para o que for", lembrou-a enquanto segurava o choro."Eu não perco a esperança, além disso você não pode me deixar sozinha.""Se dependesse de mim, eu ficaria uma vida inteira com você.""Eu sei.""Olhe para mim", ela segurou seu queixo e fez com que a olhasse. "Não se preocupe.""Mamãe, eu tenho o dinheiro para o seu tratamento, por isso tenho certeza de que você não vai me deixar, você não vai", informou deixando sua mãe estupefata.Dentro dos planos de Victoria não estava contar isso para sua mãe, mas ela já tinha soltado, porque estava decidida a aceitar a proposta do árabe. Sabia que de qualquer forma poderia pagar por tudo, mas algo lhe dizia que aquele homem desistiria se ela negasse um filho."Como conseguiu? Não me diga que foi ao banco por um empréstimo...""Não, nada disso, mamãe. Quer dizer... Foi de outro jeito, mas não é importante agora.""Sim, é importante, querida. Conte-me", ela segurou a mão dela."Tudo bem", suspirou, mas já estava pensando em uma mentira. "Eu encontrei uma senhora muito especial, contei minha situação e ela se ofereceu para pagar tudo em troca de eu trabalhar com ela por um tempo. É só isso, mamãe.""O quê? Isso é um milagre, Victoria. Eu acredito em você, às vezes não encontramos pessoas em nosso caminho, mas anjos nos ajudando."Mas na verdade o único que apareceu em sua vida foi Rashid, o próprio diabo. Ela se conteve antes de contar a verdade. Não podia dizer à sua mãe do que estava disposta a fazer. Mesmo assim teria que contar depois, sua mãe não era boba e muito menos cega para não perceber uma gravidez. Ela cuidaria disso mais tarde, mas não agora que nada era certo."Tudo bem, vou deixar você descansar, mamãe. Você precisa. Não demore para voltar", ela deu um beijo no dorso da mão da mãe."Quero que você fique mais um pouco comigo, querida. Mas sei que tem razão, preciso descansar. Não demore para voltar", ela deu um beijo na testa da filha."Está bem, eu te amo.""E eu a você."Enquanto ela atravessava o corredor, seu telefone começou a tocar. Era um remetente desconhecido, por isso demorou mais para responder."Diga.""Victoria, aqui é Rashid. Só queria saber o que está pensando sobre o que conversamos.""Já pensei, sim, pensei muito e acho que aceitarei.""Você acha ou tem certeza absoluta? Me diga.""Tudo bem, estou completamente de acordo, aceito", ela explicou enquanto se sentava na sala de espera."Bom, foi a decisão certa", ele assegurou antes de desligar.Enquanto ela ficava olhando para a tela do celular com um nó na garganta, Rashid sorria enquanto se aproximava do minibar e servia um copo de uísque.Ele deu um gole."Você está em minhas mãos, Victoria. Eu sempre ganho, sempre", ele emitiu uma risada vitoriosa sozinho em seu escritório, satisfeito com a ligação que fez.Não se tratava apenas de um bebê, dinheiro, um herdeiro, porque aquela jovem virgem significava mais, o árabe sabia.Mais uma vez, as coisas estavam se encaixando em seu lugar.E o dia chegou.Quando anoiteceu e se olhou no espelho de corpo inteiro com aquela roupa tão exibicionista, sentiu-se esmagada pelo sentimento de culpa que já se fazia presente em seu sistema. A lingerie feita sob medida a deixou enjoada. O que estava acontecendo com ela? A pressão era grande, mesmo assim ela se forçou a seguir em frente. Não tinha outra opção a não ser fazê-lo. Vestiu um casaco sobre a roupa e ficou esperando Rashid, que passaria para buscá-la por volta das dez, e de lá partiriam para um hotel.As mãos tremiam, assim como todo o seu corpo, não era ela, mas outra pessoa ocupava aquele lugar. Repetia para si mesma, várias vezes, talvez para amenizar a culpa, que só estava fazendo aquilo por sua mãe.Saiu de casa quando ouviu a buzina incessante, era o árabe. Estava prestes a acontecer, prestes a ser desvirginada por aquele espécime de homem. Quando entrou no carro, o perfume do homem em questão a invadiu, era tão forte, cheirava a tudo isso, a um desejo fortuito, a aquela noite descon
Quando estava no elevador, recebeu a ligação, era aquele milionário com quem tinha passado uma noite diferente, marcando um antes e um depois em sua vida. Não queria atender, pensou muito antes de deslizar o dedo na tela do celular e atender."O que está acontecendo?""Bom dia, Victoria. Primeiro cumprimente, seja educada."Bufou."Já estou a caminho de casa.""Eu disse que passaria para te buscar. O que você não entendeu?""Você? Em todo caso, disse ontem à noite que enviaria um carro para mim.""Sim, estou aqui embaixo e posso garantir que você não saiu. Então pare de mentir para mim e se apresse.""Isso não está no contrato, em nenhum lugar do que assinei diz que você vai me controlar e, muito menos, me dizer o que devo fazer.""Deixe-me lembrar, Victoria, que provavelmente você está grávida e isso já é uma razão de peso que me dá o direito de opinar sobre o que você faz ou deixa de fazer.""O que está acontecendo com você? Posso facilmente ir para casa sem precisar que você me lev
"Tentou ligar novamente, mas foi direto para a caixa postal. Amaldiçoou baixinho, óbvio que ele não atenderia novamente. Então ela terminou de se vestir e, depois de se certificar de alimentar o gato, saiu correndo em direção ao hospital.Dois meses depois...Victoria não estava se sentindo muito bem naquele dia. Na verdade, acordou com o pé esquerdo, tonturas, náuseas e uma terrível dor de cabeça que não passava de jeito nenhum. Só queria ficar deitada na cama e não receber as perturbações de ninguém.-'Não se preocupe, é um problema grave?'-'Não, tranquila. Nada importante, te amo.'-'E eu te amo minha menina. Te amo muito, vamos manter contato.'Victoria sentiu novamente uma tontura poderosa, tão estranha que a sacudiu dos pés à cabeça. Era terrível se sentir dessa forma, como se estivesse doente, mas no fundo sabia que a causa de todos esses sintomas estava relacionada ao inevitável: uma gravidez, exatamente o objetivo do árabe realizado.De qualquer forma, ela estava nervosa e s
Ela voltou para dentro da casa e fechou a porta. Havia câmeras e ela não tinha percebido? Não, pior ainda, alguém estava rastreando suas mensagens? Ele estava?Ela pegou o telefone e verificou a mensagem. Então levou a mão à boca ao descobrir que havia enviado a mensagem para Rashid, o Árabe, e não para sua mãe. Então foi por isso que ele enviou os chocolates e provavelmente já sabia sobre seus desejos e sua gravidez.- Ok, só faltava essa.Ela ligou para ele.- Victoria, não me diga que você não gosta de chocolates suíços, eles são uma delícia.- Você sabe que eu errei, você não deveria ter comprado esses chocolates tão caros. Quero dizer, a mensagem era para minha mãe, não para você.- Você acha que eu não sei? Mas agora oficialmente você é a mãe do meu filho e devo cuidar de você. Se você tem um desejo, então eu vou satisfazê-lo.- Como você sabe?- Me mantêm informado, te viram entrando na farmácia e saindo com uma pequena sacola. Além disso, o atendente informou o que você compro
"Você está radiante, diferente, tem comido muitas calorias nos últimos dias?""Por que você diz isso, mãe?"Embora sua mãe não fosse uma daquelas pessoas que sempre estavam atentas ao que colocavam na boca ou ao que poderia engordar como certos alimentos, sempre educou sua filha para se alimentar corretamente e permanecer sempre saudável. Victoria não era uma daquelas pessoas que comia sem parar, mas repetia um segundo prato e Julia evidenciava a grande mudança que sua filha tinha naquele momento, ela tinha ganhado peso e isso não só se notava em suas bochechas."Você está mais rechonchuda e me parece até mais bonita do que já é, mas sabe que não deve comer muito. Apenas o necessário"."Você acha que não estou ciente disso, mãe? Só estou comendo o de sempre, bem, um ou outro doce também pode ser por isso que ganhei mais peso. Mas não estou gorda mãe", acrescentou com os olhos arregalados para o que sua mãe sorriu e acariciou sua bochecha."Não. Você não está gorda, é a jovem mais boni
Rashid conduzia para a sua empresa. Odiava o terrível trânsito que sempre enfrentava quando ia para o trabalho, especialmente de manhã. Era normal na cidade, algo com o qual ele não se acostumava.Devido a isso, já se sentia mal-humorado e furioso, pois sempre chegava pontualmente à empresa, mas agora chegaria tarde para uma reunião importante com alguns parceiros.Após o incômodo trânsito, finalmente chegou ao estacionamento subterrâneo da empresa. Logo em seu caminho apareceu a assistente, uma mulher de olhos expressivos, que sempre parecia assustada. Não era para menos, considerando o tipo de chefe que ela tinha.-"Senhor, aqui está tudo o que me pediu e também seu itinerário. Se precisar de algo mais..."-"Candace, neste momento eu quero um café bem forte, por favor, e diga a Mariola que não poderei me encontrar com ela como havíamos combinado. Sinto muito, mas tenho muito trabalho."-"Sério? Quer dizer... Mariola é tão..." - fingiu arrepios em todo o corpo porque, para a assisten
O homem, que ainda estava vestido de terno, sem dizer uma palavra diante de sua saudação surpresa, pegou sua mão para levá-la a um assento. Victoria sentiu uma espécie de eletricidade percorrendo seus dedos enquanto ele segurava sua mão na dele. Mas ela ignorou o efeito por parecer ridículo e inaceitável."Por que você está aqui? Você deveria me deixar em paz, não sou uma criança pequena e sei perfeitamente o que devo fazer.""Parece que você esqueceu cada palavra que eu disse, entenda Victoria que você tem o meu filho dentro de você e devo zelar pela sua segurança.""É exatamente isso que detesto, você me trata como se eu fosse uma garotinha e não vai acontecer nada comigo por pegar um táxi, aliás, olhe para mim aqui, estou são e salva.""Não estou te tratando como uma criança. No entanto, você está se comportando como tal. Só quero que você esteja bem e se eu disser que alguém irá buscá-la, você deve entrar no carro sem reclamar. Você assinou um contrato e não deve violá-lo ou verá
—En geral, as mesmas regras de uma dieta saudável podem ser aplicadas à gravidez como em qualquer outro momento da sua vida. Exceto pelo ferro, é possível obter as recomendações diárias necessárias seguindo uma dieta equilibrada. Concordam? —ela olhou para eles e ambos concordaram com a cabeça totalmente de acordo com o que ela dizia.A especialista pegou um folheto e entregou para a moça e depois pegou outro e entregou também para Rashid.Os dois olharam para o papel, um pouco curiosos.—Está tudo sobre alimentação adequada aqui? —disse o magnata, interessado.Victoria teve a terrível sensação de que o árabe se tornaria uma tremenda dor de cabeça com tudo relacionado à comida. Possessivo, e que certamente exageraria além da conta, se preocupando desnecessariamente com algo que ela poderia fazer sem sua ajuda. A jovem sabia o que devia comer e o que não devia, e agora que tinha em mãos um folheto que explicava tudo sobre o assunto em profundidade, não precisava que ele ficasse vigiand