Rashid suspirou, não tinha tido um dia "perfeito", na verdade tinha sido bom, mas dentro do que sempre esperava, não poderia considerar assim, apenas irregular. Aquela jovem à sua frente parecia um pouco tímida. Era estranho para ele que alguém assim pudesse se atrever a estar com alguém em troca de dinheiro. Também não lhe interessava. Ele só queria cumprir seus objetivos, por isso precisava conquistá-la de qualquer maneira.
Ele piscou para ela, curioso até o âmago. Não seria apenas uma noite e pronto, ela era a escolhida para levar seu primogênito. Era bonita e isso era suficiente para lhe dar o privilégio de trazer seu herdeiro ao mundo.O que mais importava?"Victoria, tenho uma proposta para você."O quê? Quero dizer, sei que estou ciente de tudo e você também, sobre o que está falando?"Me chame de 'tu', por favor. E não, você não sabe de tudo, tenho uma proposta para você, sei que não irá deixá-la escapar, acredite em mim, é uma oportunidade para você, para mim." ele soltou deixando-a atônita."Do que se trata tudo isso, senhor... Rashid?" ela corrigiu, precisava saber.Ele a encarou e esboçou um leve sorriso. Ela engoliu saliva com dificuldade e segurou o ar dentro, sem inalar mais, depois precisou. Seus olhos voaram para a pasta aberta que Rashid estava olhando. Claro, tinha que ser algum documento que validasse o pagamento, o que ela estava dando. Naquele exato momento ela sentiu que não valia nada. Como poderia valer se estava vendendo seu corpo por dinheiro? Ela não era qualquer pessoa, mas se sentia como uma e sabia que aquele ressentimento ficaria com ela por muito tempo."Você está bem?"S-sim... Apenas um pouco nervosa" depois de fazer a admissão ela se arrependeu."É normal, mas você não deveria estar, não sou um lunático, e serei bom, prometo. O que quero conversar é um assunto que deve ficar entre nós. Você entende?""Não, ainda não me dizes para onde vais", confessou perturbada, aquela forma como ele a olhava causava-lhe certo medo. E ele sabia disso. Aproveitava-se do impacto que tinha sobre a moça, colocava a seu favor e a convencia de que poderia persuadi-la a aceitar."Eu sei, escuta, Victoria", começou, juntando as palmas das mãos sobre a mesa, posição que deixava claro quem mandava ali, ela o ouviu atenta. "Não quero apenas tirar sua virgindade, busco algo mais, e acredito que você é a pessoa certa para isso.""Por favor, vá direto ao ponto de uma vez, eu lhe suplico.""Incrível a pressa que você tem, tudo bem, então serei direto. Quero que seja a mãe do meu filho, vou te pagar mais, você nem imagina quanto."Agora que cortou o suspense, ela ficou como uma pedra. Seus olhos se abriram completamente e por um segundo ela pensou que aquele homem estava brincando com ela. Não era uma piada, confirmou ao ver sua seriedade, uma que foi pior do que ela esperava."Não, não, não, eu não farei tal coisa. Sou muito jovem ainda, por que está me pedindo isso?", brusca, levantou-se e cobriu o rosto, parecia preocupada, uma inquietação violenta que se movia por todo o seu ser e a aprisionava.Não era para menos. Aquele árabe lhe pedia algo impossível."Porque desde que te vi em uma fotografia, te escolhi, sei que você é a adequada para me dar um filho. Não precisa tomar uma decisão agora, mas quero uma resposta o mais rápido possível. Porque assim só precisaríamos ficar juntos uma vez."Sua mente se amurou, um emaranhado de pensamentos a ocuparam. Ficaria grávida em sua primeira vez? Ela não podia aceitar isso."Receio que vou recusar sua oferta, é algo que não estou disposta a fazer", insistiu perturbada com a situação. Não conseguia sequer sustentá-la em sua cabeça."É uma proposta interessante, vou te recompensar por isso, pense nisso, em nove ou talvez oito meses você me dará um filho, receberá seu pagamento e tudo terá acabado. O que você diz?""Você fala como se fosse algo fácil, sou eu quem teria que assumir estar grávida, ter um bebê e enfrentar uma fase que ainda não quero viver. Eu simplesmente não posso aceitar, eu só vim...""Eu sei por que você veio, Victoria", lembrou ele, levantando uma sobrancelha."Então não me peça para fazer isso, não é o que eu quero", expressou, era óbvio que estava assustada."É o que eu quero, mas vou te dar dois dias para pensar, certo?""Não, minha resposta é não", repetiu, com coragem quase extinta."Te dei dois dias, Victoria. Sei da sua situação, pesquisei sobre você, então estou ciente de como você precisa do dinheiro. O banco vai tomar sua casa, onde você vai morar com sua mãe? Diga-me, acha que será suficiente o que vou te dar em troca de estar com você?""Sim."Dói pensar na realidade."Ok, agora pense em multiplicar essa quantia. Serei mais direto, vou te dar dez milhões de dólares se aceitar."Não fazia sentido para a moça. A verdade é que havia agências de barriga de aluguel para isso. E embora ela não soubesse muito sobre o assunto, não acreditava que teria que pagar dez milhões de dólares lá."É muito dinheiro, não entendo nada.""O que você não entende? Sou um homem rico, isso não é nada para mim, mas sei que é tudo para você. Só quero te ajudar e também ganho", expressou sinceramente.Ainda parecia uma loucura para ela.Certamente ela precisava do dinheiro, assim muitas dívidas seriam pagas e ela poderia alcançar suas metas. Até mesmo objetivos que nunca imaginou realizar. Ao perceber que já estava considerando a possibilidade, balançou a cabeça."Tudo bem, vou pensar, é algo que ainda estou processando. Te darei uma resposta em dois dias.""Perfeito, pense bem, é algo bom e você é sortuda", disse ele."Não sei se me sinto assim, pode pedir isso a outra pessoa, até mesmo recorrer a uma agência de...""Não diga isso", ele a interrompeu, fixando seus olhos verdes acinzentados nela com profundidade, fazendo-a sentir-se intimidada. "Quero que seja o mais discreto possível, posso confiar em você, não é?""Claro. Então você me pede porque quer que tudo fique em segredo, porque eu suponho que a imprensa sempre queira entrar em sua vida e saber tudo sobre você, certo?""Você está certa, por isso estou fazendo dessa maneira e você é uma candidata ideal.""Quem são as outras?" ela perguntou interessada."Não vale a pena falar sobre as outras, agora você tem a chance de ganhar dez milhões de dólares. Eu quero você, Victoria. Quando tenho certeza de algo, nunca erro. Só preciso da sua resposta", acrescentou com um sorriso de lado."Vou pensar sobre isso.""Nesse caso, espero te ver aqui em dois dias. Boa sorte na sua volta para casa", disse ele, embora algo lhe dissesse o contrário."Certo. Está bem, estarei aqui.""Então vou te avisar o endereço para onde deve ir, um dos meus hotéis", acrescentou piscando para ela.Ela engoliu em seco.Nada de bom estava por vir. Mesmo do lado de fora da propriedade, ela ainda se sentia presa naquele lugar. E por alguma razão, já se via acorrentada a aquele homem. Ao se afastar da propriedade, uma mansão enorme de três andares, um homem atravessou seu caminho."Senhorita, por ordem do senhor Ansarifard, devo levá-la para casa", disse ele."Não, não é necessário, vou pegar um táxi.""É uma ordem, por favor, me siga.""Já disse que não vou a lugar nenhum, vou embora como cheguei, certo?"Mas não adiantou, ela acabou na parte de trás de um carro preto, relutantemente imaginando o pior a caminho de casa. Mas nada do que ela pensou aconteceu.Ao chegar em casa e se encontrar sozinha, ela chorou muito, a visita àquele homem não lhe fez bem. Agora que estava em sua casa, uma que na verdade já não lhe pertencia, pois era apenas questão de algumas semanas para o banco tomar posse da casa, ela começou a chorar. Talvez se um emprego digno lhe desse a remuneração necessária, então ela não estaria nessa situação, mas infelizmente não tinha opção, porque o que recebia como funcionária em um lugar comum era insuficiente."Oi, gatinho", cumprimentou o gato que se aproximou dela imediatamente, um peludo branco e preto muito carinhoso. "Eu não me sinto mais sozinha, sua recepção me faz sentir melhor." Ela o acariciou por um tempo antes de tomar um banho. Ela precisava pensar bem nas coisas, não era uma decisão irrelevante. Dois dias era pouco tempo. Ela foi para a cama com o assunto na cabeça e no dia seguinte nem sequer comeu antes de ir para o hospital. Sua visita matinal fez bem para sua mãe, que ficou feliz em vê-la. O câncer a est
Quando anoiteceu e se olhou no espelho de corpo inteiro com aquela roupa tão exibicionista, sentiu-se esmagada pelo sentimento de culpa que já se fazia presente em seu sistema. A lingerie feita sob medida a deixou enjoada. O que estava acontecendo com ela? A pressão era grande, mesmo assim ela se forçou a seguir em frente. Não tinha outra opção a não ser fazê-lo. Vestiu um casaco sobre a roupa e ficou esperando Rashid, que passaria para buscá-la por volta das dez, e de lá partiriam para um hotel.As mãos tremiam, assim como todo o seu corpo, não era ela, mas outra pessoa ocupava aquele lugar. Repetia para si mesma, várias vezes, talvez para amenizar a culpa, que só estava fazendo aquilo por sua mãe.Saiu de casa quando ouviu a buzina incessante, era o árabe. Estava prestes a acontecer, prestes a ser desvirginada por aquele espécime de homem. Quando entrou no carro, o perfume do homem em questão a invadiu, era tão forte, cheirava a tudo isso, a um desejo fortuito, a aquela noite descon
Quando estava no elevador, recebeu a ligação, era aquele milionário com quem tinha passado uma noite diferente, marcando um antes e um depois em sua vida. Não queria atender, pensou muito antes de deslizar o dedo na tela do celular e atender."O que está acontecendo?""Bom dia, Victoria. Primeiro cumprimente, seja educada."Bufou."Já estou a caminho de casa.""Eu disse que passaria para te buscar. O que você não entendeu?""Você? Em todo caso, disse ontem à noite que enviaria um carro para mim.""Sim, estou aqui embaixo e posso garantir que você não saiu. Então pare de mentir para mim e se apresse.""Isso não está no contrato, em nenhum lugar do que assinei diz que você vai me controlar e, muito menos, me dizer o que devo fazer.""Deixe-me lembrar, Victoria, que provavelmente você está grávida e isso já é uma razão de peso que me dá o direito de opinar sobre o que você faz ou deixa de fazer.""O que está acontecendo com você? Posso facilmente ir para casa sem precisar que você me lev
"Tentou ligar novamente, mas foi direto para a caixa postal. Amaldiçoou baixinho, óbvio que ele não atenderia novamente. Então ela terminou de se vestir e, depois de se certificar de alimentar o gato, saiu correndo em direção ao hospital.Dois meses depois...Victoria não estava se sentindo muito bem naquele dia. Na verdade, acordou com o pé esquerdo, tonturas, náuseas e uma terrível dor de cabeça que não passava de jeito nenhum. Só queria ficar deitada na cama e não receber as perturbações de ninguém.-'Não se preocupe, é um problema grave?'-'Não, tranquila. Nada importante, te amo.'-'E eu te amo minha menina. Te amo muito, vamos manter contato.'Victoria sentiu novamente uma tontura poderosa, tão estranha que a sacudiu dos pés à cabeça. Era terrível se sentir dessa forma, como se estivesse doente, mas no fundo sabia que a causa de todos esses sintomas estava relacionada ao inevitável: uma gravidez, exatamente o objetivo do árabe realizado.De qualquer forma, ela estava nervosa e s
Ela voltou para dentro da casa e fechou a porta. Havia câmeras e ela não tinha percebido? Não, pior ainda, alguém estava rastreando suas mensagens? Ele estava?Ela pegou o telefone e verificou a mensagem. Então levou a mão à boca ao descobrir que havia enviado a mensagem para Rashid, o Árabe, e não para sua mãe. Então foi por isso que ele enviou os chocolates e provavelmente já sabia sobre seus desejos e sua gravidez.- Ok, só faltava essa.Ela ligou para ele.- Victoria, não me diga que você não gosta de chocolates suíços, eles são uma delícia.- Você sabe que eu errei, você não deveria ter comprado esses chocolates tão caros. Quero dizer, a mensagem era para minha mãe, não para você.- Você acha que eu não sei? Mas agora oficialmente você é a mãe do meu filho e devo cuidar de você. Se você tem um desejo, então eu vou satisfazê-lo.- Como você sabe?- Me mantêm informado, te viram entrando na farmácia e saindo com uma pequena sacola. Além disso, o atendente informou o que você compro
"Você está radiante, diferente, tem comido muitas calorias nos últimos dias?""Por que você diz isso, mãe?"Embora sua mãe não fosse uma daquelas pessoas que sempre estavam atentas ao que colocavam na boca ou ao que poderia engordar como certos alimentos, sempre educou sua filha para se alimentar corretamente e permanecer sempre saudável. Victoria não era uma daquelas pessoas que comia sem parar, mas repetia um segundo prato e Julia evidenciava a grande mudança que sua filha tinha naquele momento, ela tinha ganhado peso e isso não só se notava em suas bochechas."Você está mais rechonchuda e me parece até mais bonita do que já é, mas sabe que não deve comer muito. Apenas o necessário"."Você acha que não estou ciente disso, mãe? Só estou comendo o de sempre, bem, um ou outro doce também pode ser por isso que ganhei mais peso. Mas não estou gorda mãe", acrescentou com os olhos arregalados para o que sua mãe sorriu e acariciou sua bochecha."Não. Você não está gorda, é a jovem mais boni
Rashid conduzia para a sua empresa. Odiava o terrível trânsito que sempre enfrentava quando ia para o trabalho, especialmente de manhã. Era normal na cidade, algo com o qual ele não se acostumava.Devido a isso, já se sentia mal-humorado e furioso, pois sempre chegava pontualmente à empresa, mas agora chegaria tarde para uma reunião importante com alguns parceiros.Após o incômodo trânsito, finalmente chegou ao estacionamento subterrâneo da empresa. Logo em seu caminho apareceu a assistente, uma mulher de olhos expressivos, que sempre parecia assustada. Não era para menos, considerando o tipo de chefe que ela tinha.-"Senhor, aqui está tudo o que me pediu e também seu itinerário. Se precisar de algo mais..."-"Candace, neste momento eu quero um café bem forte, por favor, e diga a Mariola que não poderei me encontrar com ela como havíamos combinado. Sinto muito, mas tenho muito trabalho."-"Sério? Quer dizer... Mariola é tão..." - fingiu arrepios em todo o corpo porque, para a assisten
O homem, que ainda estava vestido de terno, sem dizer uma palavra diante de sua saudação surpresa, pegou sua mão para levá-la a um assento. Victoria sentiu uma espécie de eletricidade percorrendo seus dedos enquanto ele segurava sua mão na dele. Mas ela ignorou o efeito por parecer ridículo e inaceitável."Por que você está aqui? Você deveria me deixar em paz, não sou uma criança pequena e sei perfeitamente o que devo fazer.""Parece que você esqueceu cada palavra que eu disse, entenda Victoria que você tem o meu filho dentro de você e devo zelar pela sua segurança.""É exatamente isso que detesto, você me trata como se eu fosse uma garotinha e não vai acontecer nada comigo por pegar um táxi, aliás, olhe para mim aqui, estou são e salva.""Não estou te tratando como uma criança. No entanto, você está se comportando como tal. Só quero que você esteja bem e se eu disser que alguém irá buscá-la, você deve entrar no carro sem reclamar. Você assinou um contrato e não deve violá-lo ou verá