As palavras de Pedro definitivamente não eram para ela.Já estavam casados há tantos anos, e Pedro nunca a tinha abraçado assim enquanto dormiam.Quanto ao beijo... Isso era ainda mais impossível.Isabela estava certa de que Pedro a havia confundido com Sofia.Ela mordeu os lábios e, lentamente, seus olhos se encheram de lágrimas.Pedro não acordou.Isabela o observou por um momento, reprimindo a dor que se formava em seu peito. Depois de uma respiração profunda, ela foi gradualmente se afastando dele, se retirando de seus braços.Eles estavam tão próximos que, por mais leve que fosse seu movimento, não haveria como não acordá-lo.Assim que ela afastou a mão dele da sua cintura, se sentou de lado e estava prestes a retirar suas pernas quando Pedro despertou.Os olhares de ambos se cruzaram.Pedro, ao acordar, pareceu entender a situação e, percebendo que havia abraçado a pessoa errada, hesitou por um momento antes de soltar a perna.Isabela recolheu suas pernas, se virou sem olhar para
— Avó. — Isabela interrompeu as palavras de Teresa, com o semblante sereno. — Não se preocupe, já que o Pedro tem algo para resolver, eu e a Ana podemos voltar sozinhas.Isabela disse isso sem querer pressionar ninguém, sem realmente se importar mais com a situação.Porém, Teresa interpretou suas palavras como se fosse uma maneira de evitar que Pedro fosse colocado em uma situação difícil. Vendo como Isabela ainda se preocupava e era submissa ao Pedro, Teresa sentiu um aperto no coração, ao mesmo tempo em que não sabia o que fazer.E assim, a decisão foi tomada.Depois de tomar o café da manhã e conversar um pouco com Teresa, Isabela se preparou para partir com Ana.Teresa havia preparado uma grande quantidade de presentes para Aurora, pedindo que Isabela os entregasse à sua amiga.Isabela tentou recusar, mas não conseguiu, então acabou aceitando levar os presentes.Pedro ainda não havia saído e, acompanhado de Teresa, foi até a porta se despedir de Isabela e Ana.Ana correu até ele,
No mês seguinte, seria o aniversário de setenta anos de Aurora. Isabela e Lúcio estavam discutindo como poderiam celebrar o aniversário de maneira que Aurora gostasse. Aurora, ao ouvir isso, não parecia muito entusiasmada e disse: — Não precisamos de cerimônias complicadas, um simples jantar em família já está ótimo. A tia de Isabela, Maia, comentou: — É o seu aniversário de setenta anos, acho que uma pequena festa seria o mínimo... Isabela e Lúcio também pensavam da mesma forma. Como era um gesto dos filhos, Aurora não insistiu em recusar mais. No dia seguinte, Ana teria aula, então, depois do jantar, Isabela dirigiu e foi embora com Ana. Ao chegarem na mansão, Ana desceu do carro e correu alegremente para dentro da casa. Isabela permaneceu no carro, sem se mover, e falou com Ana: — Quando terminar de tomar banho, vai descansar cedo, tá? Eu tenho algumas coisas para resolver, então não vou subir agora. Ana ficou um pouco surpresa, parando no meio do caminho.
Ou seja, nos finais de semana, Isabela cuidava de Ana.Não importava o motivo, nestes dois últimos anos, Pedro realmente havia sido quem mais cuidava de Ana. Naquela época, fosse porque ele tinha algum compromisso pessoal e não podia levar Ana junto, ou porque tinha algum evento social, caso ele estivesse ocupado, Isabela tinha a responsabilidade de acompanhá-la.Isabela voltou para a mansão.Durante o jantar, ela perguntou a Ana onde gostaria de ir no final de semana.Ana pensou por um momento, então balançou a cabeça, dizendo:— Não tem um lugar específico que eu queira ir.Isabela, ao ver o semblante de Ana, sabia que ela não estava dizendo que não tinha nenhum lugar em mente, mas sim que, no fundo, queria estar com Pedro e Sofia no fim de semana. Com eles ausentes, nada parecia atraí-la.Isabela não a desmascarou, apenas perguntou:— Que tal ir andar a cavalo?Ana, que fazia tempo que não montava, se animou com a sugestão e logo assentiu, dizendo:— Sim, quero!No dia seguinte, Isa
Ao deixar o centro hípico, Isabela ficou momentaneamente sem saber para onde deveria ir. Dolores e Luís tinham seus próprios compromissos. Ela até pensou em voltar para a casa da família Gomes, mas, como Ana não estava lá, voltar sozinha apenas faria Aurora se preocupar ainda mais com ela... Enquanto pensava nisso, passou por um parque e avistou vários casais acampando com filhos, ou jovens acompanhando seus pais para um dia de descanso. Vendo aquela cena de amor conjugal e felicidade familiar, um sentimento de inveja e um amargo aperto no peito se manifestaram em Isabela. Após dirigir por um tempo, Isabela de repente parou o carro na beira da estrada. Pegou o celular e, depois de hesitar por um bom tempo, acabou fazendo uma ligação. Quando a ligação foi atendida, ela perguntou: — Diretor, olá. Poderia me informar como está a situação de minha mãe? Uma hora e meia depois, na Casa de repouso Yara. Isabela estava no jardim, observando de longe Heloísa Gomes, sentada e
Depois de conseguir soltar a pipa, Isabela e Kelly riram felizes.Ao ver o sorriso de Isabela, Filipe a olhou com mais intensidade.Isabela percebeu o olhar de Filipe e, com uma expressão curiosa, perguntou:— O que foi?— Nada.Isabela não fez mais perguntas. Ela então se afastou um pouco com Kelly, enquanto Filipe, a uma distância, observava, sem realmente participar.Cansadas de soltar a pipa, Isabela e Kelly se sentaram à beira do lago para pescar ou observar os peixes que nadavam nas pequenas piscinas dos vendedores ambulantes, tentando pegá-los com uma rede.Logo, o meio-dia chegou.Filipe, que inicialmente só queria levar Kelly para dar um passeio, não havia levado comida como os outros. Quando viu que Kelly estava com fome, sugeriu que eles fossem a um restaurante próximo.Isabela, que já havia relaxado um pouco durante as últimas horas e se sentia muito melhor, aceitou a sugestão de Filipe sem hesitar.Durante a refeição, Isabela passou a maior parte do tempo conversando com K
Filipe olhou para Pedro, hesitou um pouco antes de pegar o copo de vinho.— Obrigado.Os dois brindaram, bebendo e conversando enquanto isso.Algum tempo depois, Pedro olhou para ele de forma mais atenta.Filipe ergueu o olhar e perguntou:— O que foi?Diogo entrou na conversa:— Você está estranho hoje.Pedro deu um sorriso.Ele estava concordando com o que Diogo havia dito.Filipe manteve a expressão tranquila e, com calma, disse:— Sério?Diogo arqueou a sobrancelha.— Não está?Filipe deu um leve gole no vinho e não respondeu.Naquele momento, outras pessoas se aproximaram para cumprimentá-los.Quando se afastaram, Filipe olhou para o relógio, preocupado que Kelly estivesse com fome. Estava prestes a ir até ela quando Kelly e Ana voltaram.Kelly perguntou:— Tio, posso ir lá comer aqueles bolinhos pequenos?O organismo de Kelly era mais sensível, com tendência a alergias, então havia muitas coisas que não podia comer. Filipe respondeu:— Fique aqui sentada, eu vou pegar para você.
Filipe não disse nada, e Diogo, imaginando que o momento ainda não fosse o ideal para falar, pensou que ele preferiria se manter em silêncio.Diogo sabia que perguntar a ele não adiantaria, então sorriu e se agachou para falar com Kelly:— Kelly, a tia com quem você almoçou hoje, quantas vezes você a viu? Você sabe o nome dela?Filipe apertou com força a mão que segurava o copo.— Diogo!Kelly, não compreendendo os pensamentos dos adultos, e embora não fosse íntima de Diogo, pensou um pouco e, sem hesitar, respondeu:— Três vezes!— E como ela se chama...?Quando Filipe e Isabela se encontraram mais cedo, ele não mencionou o nome de Isabela, e Kelly realmente não se lembrava de como ela se chamava.Ela olhou para Filipe, buscando ajuda.— Tio, qual o nome daquela tia?Filipe abaixou os olhos e respondeu com calma:— Na próxima vez que a encontrar, Kelly, você pode perguntar a ela.Kelly sorriu feliz e assentiu.— Tá bom.Diogo, insatisfeito, resmungou:— Que avarento.Filipe ignorou el