— Você quer comprar doces? Isabela se virou. Ao ver os doces de cores vibrantes e aparência deliciosa, se sentiu tentada. Já fazia muito tempo que não comia doces. Ao pensar nisso, olhou na direção de Ana. Como esperado, viu que Ana segurava alguns doces e os saboreava com alegria. Além disso, em algum momento, Sofia havia ganhado um buquê de rosas vermelhas. Ela se aconchegava ao lado de Pedro, conversando com ele, enquanto Ana lhe oferecia um doce já mordido. Sofia sorriu e aceitou, mordendo o doce apoiada na mão de Ana. Depois, Ana deu mais uma mordida e passou o doce para Pedro. Pedro, no entanto, balançou a cabeça e recusou, dizendo algo que Isabela não conseguiu ouvir. Ela desviou o olhar e disse ao vendedor de doces: — Quero alguns de morango. Assim que terminou de falar e estava prestes a perguntar ao Óscar se ele queria um também, ele se adiantou e disse: — Eu pago. Sem esperar resposta, pagou pelos doces e os entregou a ela. Custavam apenas vinte r
O celular de Óscar começou a tocar. Pouco depois, ele desligou e disse: — Tenho um compromisso, já vou indo. Quer ir junto? Osvaldo voltou a si, seu olhar se aprofundou e respondeu: — Não, ainda estou esperando alguém. Pode ir, marcamos outro dia. — Certo. Óscar se afastou. Assim que sua silhueta desapareceu, Osvaldo caminhou em direção à cafeteria. Assim que empurrou a porta, deu de cara com Sofia, que estava prestes a levar Ana ao banheiro. Os dois pararam no mesmo instante. Ao vê-lo, Sofia disse: — Sr. Osvaldo? Que coincidência! — Hm. Osvaldo fechou a porta atrás de si e lançou um olhar pela cafeteria. Logo, seus olhos pousaram em Pedro, que estava fazendo o pedido ao garçom. Desviando o olhar, ele então focou em Ana. Bastou um instante. Aquela única olhada foi suficiente para que ele praticamente confirmasse: Ana era filha de Pedro. Os traços dela lembravam os dele. Mesmo assim, ele ainda perguntou: — Essa menina é... Sofia baixou o olhar e res
Pouco tempo depois, Sofia saiu do banheiro, e Osvaldo também já tinha saído, aguardando-as. Ana estava naquela idade em que a curiosidade era insaciável. Pelo caminho, tudo lhe despertava interesse. Ela olhava para cá, olhava para lá e falava sem parar com Sofia. Sofia respondia sempre com um sorriso. Osvaldo, ao ver aquilo, achou que ela realmente se dedicava a cuidar da filha de Pedro e percebeu, ainda mais, como não era fácil tomar conta de uma criança. Quando voltaram para a cafeteria, a primeira coisa que Osvaldo fez foi olhar na direção de Pedro. Ele o encontrou sentado tranquilamente, bebendo café enquanto folheava uma revista, como se nada no mundo fosse da sua conta. Osvaldo hesitou por um instante. No caminho para o banheiro, ele havia comentado que também tinha marcado um encontro com um amigo na cafeteria. Assim que entraram, Sofia perguntou: — Seu amigo já chegou? Osvaldo balançou a cabeça. — Ainda não. — Então, por que não vem se sentar um pouco com
Ana olhou novamente ao redor para se certificar de que não via Isabela. Quando teve certeza, saiu junto com Sofia. Osvaldo observou as duas se afastando e estava prestes a ir embora também, mas, de repente, notou Isabela parada não muito longe, ao lado. Seus passos hesitaram por um instante. Ao recuperar a compostura, decidiu ignorá-la e continuar seu caminho. No entanto, percebeu que o olhar de Isabela estava fixo em Sofia e Ana. Naquele momento, a expressão de Isabela era fria e indiferente. Mais que isso, Osvaldo teve a sensação de que o olhar dela para Sofia era o mesmo que alguém lançaria a um inimigo. A frieza no olhar de Isabela fez com que ele pensasse que ela talvez tivesse intenções ruins em relação a Sofia. Vendo aquilo, Osvaldo concluiu que ela ainda guardava rancor. Decidiu, então, se aproximar. Isabela carregava várias coisas nas mãos. Trazia consigo dois vasos de plantas e alguns enfeites para casa. Os objetos decorativos foram uma compra impulsiva.
Assim que Pedro e Ana voltaram para a mansão, o celular de Pedro começou a tocar. Ele atendeu a ligação. Depois de alguns instantes, guardou o telefone, vestiu novamente o casaco que havia acabado de tirar e, enquanto subia as escadas ao lado de Ana, disse: — Sua bisavó caiu sem querer e se machucou. Ela foi levada para o hospital. Vou até lá agora, você deve descansar cedo. Ana ficou preocupada: — Eu também quero ir ver a bisa. — Amanhã você tem aula. Depois da escola, você pode ir. — Tá bom... Pedro então se virou e saiu pela porta. Nesse momento, o celular de Ana emitiu um som de notificação. Ela rapidamente pegou o aparelho e olhou a tela. Ao perceber que era apenas uma mensagem de spam, fez um biquinho de desapontada. No caminho de volta para casa, ela havia ligado para a mãe, querendo saber se a pessoa que viu no shopping mais cedo era realmente ela. Mas sua mãe não atendeu a ligação. Quando recebeu a notificação, por um instante, achou que fosse uma m
Naquela noite, Pedro não foi embora. Na manhã seguinte, sua mãe, Júlia, Amanda e os demais voltaram um após o outro. Ao saberem que Pedro havia passado a noite no hospital, insistiram para que ele fosse descansar um pouco. Pedro disse a Teresa: — Volto para ver a senhora à noite. Teresa o ignorou. Pedro saiu do hospital e fez uma ligação. Pouco mais de uma hora depois, as famílias Mendes e Gonçalves receberam a notícia de que haviam sido excluídas do projeto. Eles imediatamente entraram em contato com Sofia. Sofia disse: — Foi decisão da Teresa. Ontem à noite, ela sofreu uma queda... As famílias Gonçalves e Mendes não esperavam que algo assim acontecesse. Tobias comentou: — Então a Teresa também deve ter aproveitado a oportunidade para exigir que o Pedro terminasse com você e que não se divorciasse da Isabela, certo? Sofia apertou os lábios. Depois de conversarem por mais algum tempo, ela encerrou a ligação. Nesse momento, alguém bateu à porta e entrou:
Isabela não ficou surpresa ao vê-la. Estendeu a mão, afagou seus cabelos e perguntou: — Você veio depois da escola? — Uhum! — Ana, ao vê-la, ficou muito animada. Enquanto falava, chamou novamente por Aurora. — Bisavó. Aurora mal tinha respondido quando Pedro saiu do quarto. Ao vê-las, ele acenou levemente com a cabeça. Aurora manteve uma expressão fria, sem dizer nada. Isabela também lançou-lhe apenas um olhar antes de desviar a atenção. Percebendo que Ana parecia querer lhe dizer algo, Isabela falou: — Vamos primeiro ver sua bisavó. — Ahm... Diante disso, Ana teve que conter, por ora, sua vontade de conversar. Então, estendeu a mão para segurar a de Isabela e entrou no quarto ao seu lado. Pedro pegou as flores e frutas que elas haviam trazido e as acompanhou de volta ao quarto. Teresa ficou surpresa ao ver Isabela e Aurora chegarem e sorriu com alegria. — O que trouxe vocês aqui? Ao perceber que Teresa, mesmo com dificuldades para se mover, tentava se senta
Ela olhou para Pedro, que estava sentado ao lado, observando-as, e disse: — Papai, eu quero comer aqui. Podemos pedir para embrulharem a comida e trazê-la para cá? Pedro respondeu: — Claro. Ana ficou radiante e abraçou ainda mais Isabela, sem intenção de soltá-la. Aurora e Teresa continuaram conversando animadamente, sempre encontrando novos assuntos para discutir. Já Isabela, sentada ao lado, apenas intervinha ocasionalmente com algumas palavras. Após um tempo, Ana começou a se sentir cansada e, se voltando para Isabela, perguntou: — Mamãe, quando você vai terminar seu trabalho? Isabela não queria que Aurora ouvisse a conversa, então pegou Ana no colo e se sentou no sofá ao lado do quarto. Só então respondeu: — Não tenho certeza, mas, se nada inesperado acontecer, devo ficar cada vez mais ocupada. — O quê? Ana não esperava essa resposta e ficou extremamente desapontada. — Mas então, mamãe, quando você vai ter tempo para me levar para esquiar? Ela ainda não ti