Naquela noite, Pedro não foi embora. Na manhã seguinte, sua mãe, Júlia, Amanda e os demais voltaram um após o outro. Ao saberem que Pedro havia passado a noite no hospital, insistiram para que ele fosse descansar um pouco. Pedro disse a Teresa: — Volto para ver a senhora à noite. Teresa o ignorou. Pedro saiu do hospital e fez uma ligação. Pouco mais de uma hora depois, as famílias Mendes e Gonçalves receberam a notícia de que haviam sido excluídas do projeto. Eles imediatamente entraram em contato com Sofia. Sofia disse: — Foi decisão da Teresa. Ontem à noite, ela sofreu uma queda... As famílias Gonçalves e Mendes não esperavam que algo assim acontecesse. Tobias comentou: — Então a Teresa também deve ter aproveitado a oportunidade para exigir que o Pedro terminasse com você e que não se divorciasse da Isabela, certo? Sofia apertou os lábios. Depois de conversarem por mais algum tempo, ela encerrou a ligação. Nesse momento, alguém bateu à porta e entrou:
Isabela não ficou surpresa ao vê-la. Estendeu a mão, afagou seus cabelos e perguntou: — Você veio depois da escola? — Uhum! — Ana, ao vê-la, ficou muito animada. Enquanto falava, chamou novamente por Aurora. — Bisavó. Aurora mal tinha respondido quando Pedro saiu do quarto. Ao vê-las, ele acenou levemente com a cabeça. Aurora manteve uma expressão fria, sem dizer nada. Isabela também lançou-lhe apenas um olhar antes de desviar a atenção. Percebendo que Ana parecia querer lhe dizer algo, Isabela falou: — Vamos primeiro ver sua bisavó. — Ahm... Diante disso, Ana teve que conter, por ora, sua vontade de conversar. Então, estendeu a mão para segurar a de Isabela e entrou no quarto ao seu lado. Pedro pegou as flores e frutas que elas haviam trazido e as acompanhou de volta ao quarto. Teresa ficou surpresa ao ver Isabela e Aurora chegarem e sorriu com alegria. — O que trouxe vocês aqui? Ao perceber que Teresa, mesmo com dificuldades para se mover, tentava se senta
Ela olhou para Pedro, que estava sentado ao lado, observando-as, e disse: — Papai, eu quero comer aqui. Podemos pedir para embrulharem a comida e trazê-la para cá? Pedro respondeu: — Claro. Ana ficou radiante e abraçou ainda mais Isabela, sem intenção de soltá-la. Aurora e Teresa continuaram conversando animadamente, sempre encontrando novos assuntos para discutir. Já Isabela, sentada ao lado, apenas intervinha ocasionalmente com algumas palavras. Após um tempo, Ana começou a se sentir cansada e, se voltando para Isabela, perguntou: — Mamãe, quando você vai terminar seu trabalho? Isabela não queria que Aurora ouvisse a conversa, então pegou Ana no colo e se sentou no sofá ao lado do quarto. Só então respondeu: — Não tenho certeza, mas, se nada inesperado acontecer, devo ficar cada vez mais ocupada. — O quê? Ana não esperava essa resposta e ficou extremamente desapontada. — Mas então, mamãe, quando você vai ter tempo para me levar para esquiar? Ela ainda não ti
Isabela estava muito tranquila. A razão era simples. Com a memória de Pedro, se lembrar daquelas coisas era algo perfeitamente normal. O fato de Pedro ter preparado tudo aquilo provavelmente era apenas uma forma de agradecer a visita delas a Teresa. Não significava nada além disso. Depois do jantar, Isabela e Aurora ainda ficaram por mais de uma hora antes de se prepararem para ir embora. Vendo que já estava tarde, Teresa não insistiu para que ficassem e disse ao Pedro: — Você e a Ana também podem voltar mais cedo para casa. — Certo. — Pedro respondeu. — Amanhã de manhã eu venho te ver. Isabela, Pedro e as outras duas saíram juntos do quarto do hospital. Assim que entraram no elevador, Pedro perguntou: — Você veio dirigindo? — Sim. — Isabela respondeu. Pedro não disse mais nada, mas Ana, se lembrando de algo, perguntou apressada: — Mamãe, então você também não vai para casa hoje à noite? Isabela respondeu: — Não, eu vou levar sua bisavó para casa e prete
Ana também foi junto e, ao ver Pedro, disse: — É o papai! Mamãe, deixa o papai entrar logo. Isabela baixou o olhar e respondeu: — Hum. Os outros membros da família Gomes ouviram a conversa entre Isabela e Ana. Ao saberem que Pedro estava vindo, ficaram um pouco surpresos. No entanto, como Ana estava presente, ninguém perguntou a Isabela o por quê de ele ter vindo. Pouco depois, Pedro chegou. Isabela saiu para encontrá-lo e perguntou: — Você veio buscar minha avó para levá-la ao hospital? Pedro respondeu: — Sim. Isabela assentiu e disse: — Espere um pouco. Ao ouvir isso, Pedro apenas respondeu: — Certo. Ele não desceu do carro. Mais de dez minutos depois, Aurora saiu de casa. Vendo isso, Pedro desceu do carro e abriu a porta para ela. Ana também estava pronta para ir à escola e se despediu de Pedro: — Papai, tchau. — Tchau. Ele acenou com a cabeça para Isabela e os outros membros da família Gomes, se despediu e entrou no carro, indo embora. Is
Ao ver Pedro estender a mão, Isabela não teve escolha senão entregar-lhe as flores que segurava. Ela nem sequer olhou para Diogo e Filipe. Caminhando até a cama, perguntou a Teresa: — Como a senhora está se sentindo agora? — Ainda dói um pouco, mas estou bem. — Teresa, que havia passado por uma cirurgia recentemente, já se sentia um pouco exausta. Estendeu a mão e apertou a de Isabela, dizendo. — Você trabalhou o dia todo, não foi cansativo? Já comeu? Daqui a pouco vá jantar com o Pedro e os meninos. Isabela respondeu: — Não precisa, vovó. Comi na empresa antes de vir. Ao perceber que Isabela continuava mantendo distância de Pedro, Teresa hesitou por um instante, mas não insistiu mais. Isabela conversou com Teresa por mais algum tempo. Quando Teresa começou a se sentir cansada e precisou descansar, Isabela se preparou para sair. Aurora pediu que Pedro a acompanhasse até a saída. Como ele e os outros já estavam indo jantar, ela desceu com eles. Dentro do elevador,
Ana correu animada e exclamou: — Tem tanta coisa gostosa! E bebidas também! — Hm. — Pedro respondeu. — Eu sabia que vocês viriam, então mandei prepararem algumas coisas. Enquanto falava, ele olhou para Isabela. Ao perceber que ela não lhe dava atenção, seu olhar recaiu sobre Yago e Otília. Ele acenou levemente para eles antes de se levantar e dizer: — Se sentem. A presença de Pedro era imponente. Depois de cumprimentarem Teresa, Otília e Yago, meio que instintivamente, seguiram suas palavras, se sentando ao lado de Ana. Logo, começaram a comer os petiscos que Ana e Pedro lhes passavam. Assim que as crianças começaram a comer, Pedro pegou uma garrafa de bebida e a entregou a Isabela. — Quer experimentar? Vendo que Teresa observava a cena, Isabela pegou a garrafa e respondeu: — Obrigada. Depois de dizer isso, tomou um gole e percebeu que era exatamente do sabor que ela gostava: morango. Ao saber que eles iam esquiar, Teresa disse ao Pedro: — Pedro, vá com a Isabel
Isabela disse a Pedro: — Meu tio disse que alguém do Grupo Santos o procurou querendo fechar um projeto em parceria com ele. Pedro estava prestes a falar, mas Isabela continuou: — Eu sei que você não quer ficar em dívida comigo e com a minha avó, e que essa é a sua forma de agradecer. Mas eu e a minha avó fomos ao hospital visitar sua avó, não por sua causa. Então, não precisa nos retribuir com um projeto. Se eles fechassem negócio com o Grupo Santos, a família Mendes e a família Gonçalves com certeza ficariam descontentes e fariam de tudo para atrapalhar. Mesmo que agora Pedro realmente quisesse agradecer a ela e à avó dela ao oferecer esse projeto para seu tio, ajudando ele dessa forma, o coração dele pertencia a Sofia. Se um dia ele resolvesse dar ouvidos a Sofia, então essa ajuda que oferecia hoje poderia se tornar uma armadilha. E quando chegasse o momento das consequências, seria a família Gomes quem teria de arcar com elas. Por isso, ela não ousava aceitar esse p