Eles olharam para Pedro, depois para Isabela, e por fim pousaram o olhar em Sofia, franzindo lentamente a testa. No silêncio que se instalou, Pedro de repente falou: — Faz tempo que você não joga xadrez? Isabela estava desmontando a estratégia dele. Ao ouvir a pergunta, respondeu sem nem sequer levantar a cabeça. Desde que se casou com ele, praticamente nunca mais jogou. Pedro comentou: — Dá para perceber que você está um pouco enferrujada. Isabela não respondeu, se concentrando na partida. A situação não estava favorável para ela. Parecia haver um caminho promissor perto do lado de Pedro, mas, na realidade, era uma armadilha cuidadosamente preparada por ele. Se ela caísse no engodo, ele a capturaria com facilidade. Após ponderar por um momento, Isabela evitou a armadilha e fez um lance em outro ponto do tabuleiro. A partida finalmente voltou a se equilibrar. Agora era Pedro quem se encontrava em uma posição desfavorável. Ele arqueou uma sobrancelha e sorriu.
Isso não era um bom sinal. Eles queriam conversar com ela. David disse: — Isabela... Antes que Isabela pudesse responder, Luís sorriu e disse: — Presidente David, você veio aqui para contar a todos sobre seu relacionamento com a Isabela? O sorriso de David congelou por um instante, mas logo ele disfarçou com um riso sem graça: — Presidente Luís, tenho algo para dizer à Isabela. Poderia, por favor... Luís nem precisou esperar Isabela falar. Ele o interrompeu: — Se o Presidente David quiser que todos saibam sobre seu relacionamento com a Isabela, fique à vontade para dizer o que quiser. David não queria entrar em conflito com Luís. Diante disso, só lhe restou partir junto com Viviane. No entanto, antes de sair, ele se virou para Isabela e disse: — Mais tarde eu te ligo. Atenda o telefone. Isabela permaneceu em silêncio. Ela não tinha a menor intenção de lhe dar atenção. Quanto ao telefonema, era ainda mais impossível que fosse atender. Luís resmungou, ir
Ana sempre amou o Natal. Antes, Isabela passava todos os anos ao lado dela, decorando juntas a árvore de Natal em casa. Também costumavam sair no dia da festa para passear pelas ruas, mergulhando na atmosfera natalina vibrante ao redor. Mas, desde que Ana foi embora com Pedro para o exterior, elas nunca mais passaram o Natal juntas. Não, na verdade, Ana simplesmente deixou de comemorar o Natal. Por mais que Isabela dissesse a si mesma que já estava superando aquilo, no fim das contas, Ana ainda era a filha que ela gerou e criou por tantos anos. Agora, enquanto caminhava pelas ruas movimentadas, observando tudo ao seu redor, as lembranças do passado afloraram em sua mente, perturbando sua paz. — Srta. Isabela? Isabela se virou. Era Óscar. Ela acenou com a cabeça educadamente e respondeu: — Sr. Óscar. — O que faz aqui sozinha? Isabela reprimiu as emoções que lhe transbordavam no olhar e sorriu levemente. — Saí para comprar algumas plantas para casa. Óscar tinh
Ao pensar nisso, ela sorriu e disse: — Está bem. Eles seguiram junto com a multidão. Assim que chegaram perto da cerca, fogos de artifício deslumbrantes explodiram na outra margem do rio, arrancando exclamações e risadas do público ao redor. No entanto, esses sons logo foram engolidos pelo estrondo dos fogos. Muitas pessoas no local tiravam fotos e faziam desejos. Vendo que Isabela apenas observava em silêncio, sem qualquer outra reação, ele perguntou: — Quer que eu grave um vídeo para você? Isabela balançou a cabeça e respondeu: — Não precisa, só quero assistir. Óscar não insistiu. Nesse momento, Sofia olhou em sua direção. Eles estavam a alguns metros de distância, mas Óscar se destacava com sua altura imponente e aparência marcante, então ela o notou imediatamente. Ela já havia encontrado Óscar algumas vezes antes, e os dois podiam ser considerados conhecidos. Enquanto pensava se deveria avisar Pedro que segurava Ana nos braços e ir cumprimentá-lo, seus olh
— Você quer comprar doces? Isabela se virou. Ao ver os doces de cores vibrantes e aparência deliciosa, se sentiu tentada. Já fazia muito tempo que não comia doces. Ao pensar nisso, olhou na direção de Ana. Como esperado, viu que Ana segurava alguns doces e os saboreava com alegria. Além disso, em algum momento, Sofia havia ganhado um buquê de rosas vermelhas. Ela se aconchegava ao lado de Pedro, conversando com ele, enquanto Ana lhe oferecia um doce já mordido. Sofia sorriu e aceitou, mordendo o doce apoiada na mão de Ana. Depois, Ana deu mais uma mordida e passou o doce para Pedro. Pedro, no entanto, balançou a cabeça e recusou, dizendo algo que Isabela não conseguiu ouvir. Ela desviou o olhar e disse ao vendedor de doces: — Quero alguns de morango. Assim que terminou de falar e estava prestes a perguntar ao Óscar se ele queria um também, ele se adiantou e disse: — Eu pago. Sem esperar resposta, pagou pelos doces e os entregou a ela. Custavam apenas vinte r
O celular de Óscar começou a tocar. Pouco depois, ele desligou e disse: — Tenho um compromisso, já vou indo. Quer ir junto? Osvaldo voltou a si, seu olhar se aprofundou e respondeu: — Não, ainda estou esperando alguém. Pode ir, marcamos outro dia. — Certo. Óscar se afastou. Assim que sua silhueta desapareceu, Osvaldo caminhou em direção à cafeteria. Assim que empurrou a porta, deu de cara com Sofia, que estava prestes a levar Ana ao banheiro. Os dois pararam no mesmo instante. Ao vê-lo, Sofia disse: — Sr. Osvaldo? Que coincidência! — Hm. Osvaldo fechou a porta atrás de si e lançou um olhar pela cafeteria. Logo, seus olhos pousaram em Pedro, que estava fazendo o pedido ao garçom. Desviando o olhar, ele então focou em Ana. Bastou um instante. Aquela única olhada foi suficiente para que ele praticamente confirmasse: Ana era filha de Pedro. Os traços dela lembravam os dele. Mesmo assim, ele ainda perguntou: — Essa menina é... Sofia baixou o olhar e res
Pouco tempo depois, Sofia saiu do banheiro, e Osvaldo também já tinha saído, aguardando-as. Ana estava naquela idade em que a curiosidade era insaciável. Pelo caminho, tudo lhe despertava interesse. Ela olhava para cá, olhava para lá e falava sem parar com Sofia. Sofia respondia sempre com um sorriso. Osvaldo, ao ver aquilo, achou que ela realmente se dedicava a cuidar da filha de Pedro e percebeu, ainda mais, como não era fácil tomar conta de uma criança. Quando voltaram para a cafeteria, a primeira coisa que Osvaldo fez foi olhar na direção de Pedro. Ele o encontrou sentado tranquilamente, bebendo café enquanto folheava uma revista, como se nada no mundo fosse da sua conta. Osvaldo hesitou por um instante. No caminho para o banheiro, ele havia comentado que também tinha marcado um encontro com um amigo na cafeteria. Assim que entraram, Sofia perguntou: — Seu amigo já chegou? Osvaldo balançou a cabeça. — Ainda não. — Então, por que não vem se sentar um pouco com
Ana olhou novamente ao redor para se certificar de que não via Isabela. Quando teve certeza, saiu junto com Sofia. Osvaldo observou as duas se afastando e estava prestes a ir embora também, mas, de repente, notou Isabela parada não muito longe, ao lado. Seus passos hesitaram por um instante. Ao recuperar a compostura, decidiu ignorá-la e continuar seu caminho. No entanto, percebeu que o olhar de Isabela estava fixo em Sofia e Ana. Naquele momento, a expressão de Isabela era fria e indiferente. Mais que isso, Osvaldo teve a sensação de que o olhar dela para Sofia era o mesmo que alguém lançaria a um inimigo. A frieza no olhar de Isabela fez com que ele pensasse que ela talvez tivesse intenções ruins em relação a Sofia. Vendo aquilo, Osvaldo concluiu que ela ainda guardava rancor. Decidiu, então, se aproximar. Isabela carregava várias coisas nas mãos. Trazia consigo dois vasos de plantas e alguns enfeites para casa. Os objetos decorativos foram uma compra impulsiva.