Quando Kimbe apareceu com o café da manhã, Bara ainda não havia despertado.
– Princesa? Princesa Bara? Passou a noite em claro outra vez? – chamava Kimbe.
– Já é de manhã? – se erguia Bara com dificuldades em despertar bem.
– O que aprontou dessa vez durante a noite?
– Te dou minha palavra, Kimbe. Eu não fiz nada demais dessa vez. Apenas me encontrei um pouquinho com Nemuru e fui dormir. Não entendo o porquê de eu ainda estar sonolenta.
– Seja qual for o motivo, está na hora da refeição. E há algo de estranho acontecendo neste lugar.
– Estranho? Como assim? – Bara tomava sua bebida.
– O mestre ordenou aos espectros que velassem cada entrada importante do abrigo, e não deu qualquer explicação do porque e... Acho que é hoje que os zumbis remanescentes retornam.
– Err... O quão mesmo que um espectro pode ser poderoso?
– Comparando apenas sua força física, um espectro se assemelha a 50 homens comuns, mas se so
A visão do que acontecia com aquele espectro era horrível. Seu grito parecia ser a combinação de dezenas, senão centenas, de vozes.Aos poucos, sombras (ou algo parecido) pareciam deixar a criatura, como se Candra as expulsasse de dentro do corpo do espectro. Nisso, o corpo dele se desmanchava devagar, como se ele estivesse derretendo e se esfarelando ao mesmo tempo.Liberada a última sombra, e silenciado o que já foi uma das mais terríveis criaturas que se podia encontrar no mundo, o que sobrou do corpo daquele ser dispersou-se como uma pequena névoa de poeira.– Melhor nos escondermos depressa! Mas o que raios foi tudo isso?! – falava um dos soldados preocupado.– Temos bastante tempo para nos afastarmos. – explicava Kimbe espalhando com o pé qualquer vestígio que possa ter ficado para trás – Como o grito foi dado aqui dentro, será qu
– Ainda estamos muito longe, Zunol? Já estou ficando cansada de encarar esses “peixes pequenos”.– Não majestade. – respondia Zunol – Sei que a senhora queria um pouco mais de desafio, mas todos concordamos em manter a discrição pelo maior tempo possível.– Discrição... Continuo tentando entender que alvoroço foi aquele que, aparentemente, não pareceu incomodar todos esses monstros. – incomodava-se Jõo.O grupo de Jõo era formado por seus discípulos e alguns guardas de Megaroc. O alvo deles? O mesmo lugar em que Bara estava agora.– Me explica de novo Zula, quais serão as consequências para o inimigo se tomarmos o controle dessa sala?– Será como tomarmos deles metade de suas armas. – Zula respondeu apenas.O grupo de Jõo continuou avançando. P
Dark Yami estava cada vez mais mal-humorado. Nenhum dos zumbis enviados para a montanha haviam retornado! (Os exércitos haviam se dividido para exterminar os que ainda perambulavam na neve). Continuava irritado por não conseguir encontrar o espectro desaparecido, e tinha a leve impressão de estar encontrando menos lacaios pelos corredores.– Isso não estais certo. – indignava-se ele – Vou verificar o que aconteces.O mago foi para o seu gabinete, onde lá havia uma grande placa de obsidiana que lhe servia de espelho que, diante do encantamento correto, lhe mostrava cada servo que ele tinha dentro do vulcão.Quanta raiva ele sentiu ao confirmar suas suspeitas... Era bem pouco, mas de fato havia menos seres ao seu serviço.– Impossível! Como que meu exército estais a ser eliminado abaixo de minhas vistas!? Serás... Não, não podes ser... O pirralho cons
Kimbe estava certo. O grupo não conseguia avançar nem 20m sem acabar encontrando um novo espectro. A única sorte deles é que espectros são orgulhosos demais para lutarem em conjunto! Nemuru podia enfrentar apenas um de cada vez (se bem que ele mal tinha dois segundos de descanso até o próximo adversário, quando havia mais de um).Bara queria muito ajudar seu amado, mas... Além de Askherone a impedir de se aproximar da luta, ela não tinha nada que pudesse usar ou fazer para prestar auxílio. Tudo o que Bara conseguia fazer naqueles momentos era observar, rezar e confiar na espada que entregara a Nemuru.Kimbe fazia o que podia para retirar o casal em segurança daquelas passagens, mas a Candra parecia atrair os espectros até eles. E ele já estava ficando com dor de cabeça por causa dos escândalos causados por eles quando derrotados.&ndash
– Chega Kimbe. Estou cansada de perambular por este labirinto vulcânico. Pra que lado que a saída está afinal? – Bara perdia a paciência.– Concordo com ela Kimbe. Além de eu estar exausto por enfrentar todos esses espectros, você parece ter esquecido qual é o caminho para fora daqui. – completava Nemuru a reclamação.– Perdão altezas. Mil vezes lhes suplico o perdão. Eu não compreendo! Em todos esses anos vivendo nessas galerias, nunca fiquei desorientado antes. – tentava defender-se Kimbe sem perceber a verdadeira razão por não conseguirem chegar na saída.Askherone pouco se importava sobre para onde iam, apenas desejava conservar Bara sã e salva do exército negro. Incinerando qualquer um que tentasse se aproximar dela para capturá-la se a Candra não lhes encostasse antes.– Ach
A situação de Nemuru era complicada. Dark Yami se mostrava um adversário tão implacável quanto a sua mãe! E ainda tinha o extra que ele suportara com os espectros antes de encarar aquela batalha.– Pirralho desprezível, inconveniente, tolo e inútil! Fareis com que te arrependas de colocastes os pés nestas passagens! – ameaçava o mago enquanto o atacava.– Acredite peste, se não tivesse colocado as patas em Bara, nem em pesadelo que eu me aproximava daqui! – declarou Nemuru se defendendo e atacando como podia.– Ínfimo! Lhe dareis a lição de tua vida! Vou acorrentardes e o torturares pelo resto de tua miserável vida! E tudo bem diante dos olhos de tua querida princesinha...– Não permitirei isso nem mesmo sob o meu cadáver. – declarou o príncipe ganhando um novo estimulo com a ameaça.
Assim que Nemuru percebeu que a razão de Askherone ter criado barreiras de chamas em todas as saídas era para impedir que Dark Yami fugisse, saltou do lugar em que estava, com Candra na mão.“De jeito nenhum que esse demônio escapará outra vez!” – pensava ele enquanto se recordava da maneira que o mago costumava abandonar o seu mundo de sonhos, sempre que aparecia.Enquanto aqueles que não estavam responsáveis pelo vórtice se desnorteavam com as chamas de Askherone, Nemuru correu em direção ao mago que citava alguma coisa que o príncipe sabia que ele não podia terminar em hipótese alguma.Seja o que fosse que Dark Yami fazia, de olhos fechados, uma espécie de névoa negra se formava ao seu redor. E essa névoa que o cercava, era facilmente repelida pela Candra.Nemuru, usando cada gota de força que conseguira recup
Passou-se alguns dias. Kimbe ajudou a limpar as cavernas vulcânicas de todos os seres sombrios e também a esvazia-los de tudo. Gemas, mantimentos, equipamentos, tudo foi divido por igual entre os quatro Reis.Esvaziada e limpas as montanhas de Korionenshõ, Mahotsukai convidou Kimbe a viver em Heiwa como um de seus servos, pois, apesar dele ter servido ao seu pior inimigo, reconheceu nele uma preciosa fonte de conhecimento de defesa contra as artes das trevas.De início, Kimbe se sentiu receoso em aceitar tão maravilhosa oferta (pois já se imaginava voltando a mendigar pelos becos sombrios), mas Bara e Nemuru o convenceu a aceitar. Até Askherone se mostrou mais amigável com ele!Sobre Askherone, muitos foram os que se assustaram com o dragão ao vê-lo de imediato. Acnarepse quase desmaiou ao ver o lagarto gigante caminhando lado-a-lado de sua menina! Mas aos poucos, não só Askherone