Sarah soltou uma risada gélida, incapaz de se conter, e falou:

- Foi ele quem embateu em mim, eu nem sequer o toquei. As câmeras de segurança são úteis, façam o favor de usar um pouco de bom senso e verifiquem antes de me acusarem.

O rosto de Isabelly endureceu severamente, e seu choro cessou abruptamente.

Parecia que ela havia esquecido que existiam câmeras de segurança, e suas acusações poderiam ser facilmente refutadas a qualquer momento.

Estava prestes a dizer algo para tentar reverter a situação, quando viu Sarah pegar sua bolsa e se virar para ir embora.

Rafael franzia a testa, apressadamente entregou a criança a Isabelly:

- Espere aqui por mim.

Correu atrás dela.

Não estava claro qual era o sentimento, mas a recente alteração no comportamento de Sarah e a mudança inconsciente em seu próprio coração também o deixaram perturbado.

Quando ele a alcançou, Sarah estava do lado de fora à espera de um carro.

Rafael, com uma expressão complexa, parou ali, com um tom de voz frio:

- O que você veio fazer no hospital, está doente?

Sarah o olhou de maneira estranha.

Momentos antes, ele estava dizendo que ela estava o seguindo, e agora se preocupava se ela estava doente?

Qual era realmente a intenção de Rafael?

Ela, claro, não deixaria Rafael saber sobre sua gravidez, então disse casualmente:

- Só vim visitar um amigo.

Afinal, Rafael não sabia quem eram seus amigos.

Rafael, com a expressão tensa, perguntou:

- Onde você tem ficado esses dias, por que não voltou para casa?

Sarah o olhou de forma indiferente, com uma voz extremamente fria:

- O que isso tem a ver com você? Se eu me mudar, você não poderá levar a pessoa que gosta e o filho ilegítimo para morar lá?

Rafael estremeceu, visivelmente irritado.

Sarah soltou uma risada descuidada:

- Eu esqueci, o Presidente Rafael tem tantas propriedades, por que faria alguém morar numa casa já ocupada por outros, não é mesmo? Como se fosse alguém indesejável.

Rafael conteve sua ira, com uma voz fria e controlada:

- Eu sempre pensei que você fosse uma pessoa de bom caráter, jamais imaginei que você não pudesse aceitar uma criança.

Sarah sentiu um aperto no coração, apertando os dedos com força.

Aceitar a ele e ao filho de outra pessoa?

Falar era fácil, mas se não aceitasse, a culpa era dela por ser mesquinha?

Ela sorriu lentamente, um sorriso que carregava uma certa frieza:

- Rafael, não quero falar mais nada. Você viu o acordo de divórcio, fora isso, por favor, não me incomode mais.

O carro chegou e parou ao lado.

Ela verificou a placa, entrou diretamente no carro e fechou a porta.

Nem sequer lançou a ele um olhar.

Era ridículo, ele realmente pensava que ela deveria naturalmente cuidar de sua amante e filho ilegítimo?

Ela se rebaixaria a esse ponto?

Rafael observou sua atitude fria e distante, seu rosto permanecendo impassível, muito calmo, mas seu coração tremia levemente.

Ele ainda não tinha conversado com ela sobre o incidente com a mídia ser uma ação independente do departamento de relações-públicas, que não era algo que ele havia instruído.

Mas mesmo que dissesse, provavelmente ela não acreditaria.

Sentiu como se algo muito importante estivesse se afastando dele silenciosamente, com uma sensação de impotência que não conseguia conter.

Isabelly, segurando o filho choroso, se aproximou dele e perguntou cautelosamente:

- Caio está chorando novamente, ele ainda está com febre?

Rafael puxou seus pensamentos de volta, ainda com um olhar frio, se virou para suavizar a frieza e olhou gentilmente para o filho:

- Não se preocupe, o médico saberá o que fazer.

Isabelly sorriu, pálida, o olhando com muita atenção:

- Eu vi o acordo de divórcio de vocês. Rafael, você vai se divorciar?

O sorriso de Rafael congelou, seus olhos instantaneamente se escurecendo friamente, olhando para ela com uma frieza distante:

- Não, ela sempre será a Sra. Cruz.

Isabelly sentiu um arrepio, forçando um sorriso tenso e falso:

- Que bom, caso contrário, eu me sentiria muito mal e culpada.

Rafael não disse nada, apenas continuou caminhando com Caio nos braços para dentro.

Sem querer, Isabelly abaixou o olhar, um lampejo de frieza e ressentimento passando por seus olhos delicados.

Ele não queria se divorciar, então a iniciativa teria que partir de Sarah.

Após voltar, Sarah recebeu várias mensagens de texto desconhecidas, basicamente fotos íntimas de Isabelly e Rafael, junto com insultos sobre sua incapacidade de conceber.

Ela sabia, sem necessidade de pensar muito, que Isabelly estava por trás disso.

Guardou tudo, poderia servir como prova gratuita para o divórcio.

Enquanto isso, Sarah estava desfrutando de comidas e entretenimentos com a Clara, relaxando completamente, seu estado geral estava muito melhor do que antes.