Ele foi empurrado para fora da porta, e esta se fechou com estrondo atrás dele.Ela não acreditava nas palavras dele, Rafael, antes da amnésia, se mostrava extremamente indiferente, seria possível esperar alguma mudança nele após a amnésia?A natureza de uma pessoa é muito difícil de mudar, e ela já não alimentava mais esperanças em relação a ele.Ouvindo os sons de choro contidos e abafados do interior, ele permanecia parado lá fora, sentindo o coração também tremular levemente, com uma dor densa no peito, como se pudesse sufocar a qualquer momento.Ele ficou parado lá fora por muito, muito tempo, até que finalmente se virou e voltou para a sala de estar.Fora do quarto principal, era o território de Riqueza, repleto de brinquedos de marca e roupas de luxo, onde o cão vivia quase melhor do que uma dama da alta sociedade.O pescoço de Rafael começava a coçar. Ele também não conseguia dormir porque as alergias haviam começado a causar erupções cutâneas. Ele procurou por todo o quarto, m
Sarah quase não o reconheceu. Ela recuou dois passos em choque, olhando para o cachorro à sua frente, e sua expressão mudou instantaneamente: — Riqueza, onde está o seu pelo? O cachorro diante dela, pelado e rechonchudo, mal podia ser chamado de cachorro. Completamente nu, sem um único pelo em sua cabeça canina. Seu orgulho, o pelo dourado brilhante e oleoso, havia sido completamente raspado. Seus olhos tristes ainda exibiam duas lágrimas pendentes. Seu pequeno corpo rechonchudo tremia ocasionalmente, ele chorava sem parar aos pés dela, Riqueza agora estava longe de ser adorável, parecendo mais lamentável. Sarah ainda não tinha reagido. Rafael já havia entrado, carregando uma sacola de coisas. Ele era alto e elegante, com uma presença imponente, mas seu rosto agora mostrava uma expressão mais amigável e... Cuidadosa. — Você já acordou? Gostou da comida? — Rafael falou com ela em um tom raramente suave. Sarah o encarou por alguns segundos, sua expressão não melhorou:
Sarah olhou para ele com um olhar limpo e suave, dizendo consideradamente:— Não tem problema, pode atender. Eu não vou fazer barulho, vai que é algo urgente? — Observando o semblante de Rafael subitamente se tornar sério, Sarah se levantou. — Quer que eu saia por um momento?Ela estava em sua própria casa e ainda tinha que se esquivar. Ela já tinha amaldiçoado esse homem desavergonhado milhares de vezes em sua mente, quem deveria estar saindo era ele.No entanto, ela ainda mostrava consideração e tolerância na superfície, com uma gentileza que misturava um ar de vulnerabilidade e um toque teatral. Rafael, observando ela, sentia um gosto amargo no coração, sem saber se era de irritação ou culpa.Ele respirou fundo, querendo perguntar se ela realmente não se importava ou não ficava irritada.Mas eles tinham acabado de se reconciliar, e ele não ousava dizer nada que pudesse estragar o momento.Ele gentilmente acariciou os cabelos longos dela, com um olhar sombrio:— Não precisa, não há
Joyce também não se atreveu a retornar a ligação. Sarah tinha acabado de terminar a sua tigela de canja. Riqueza, no seu colo, olhava para Rafael com um olhar triste e irritado. Lágrimas caíam de vez em quando. Rafael olhou para ela e sorriu levemente: — Você não está brava? Sarah hesitou, encontrando seu olhar, um tanto perdida: — Brava? Ela disse que eu estava louca? Você não mostrou a ela sua insatisfação? Fez bem, agora não estou mais brava. Ela explicou de forma seca, na verdade, ela pensava por que ficar brava? “Seria estranho ouvir Joyce dizendo algo bom sobre ela!” O que surpreendeu Sarah foi que Rafael também não demonstrava entusiasmo nem frieza em relação a Joyce, parecia que não tinha sentimentos envolvidos, o que facilitava ainda mais as coisas. "Fez bem? Ela só percebeu que foi insultada?" Rafael comprimiu os lábios, um sorriso tênue surgiu em seus olhos, a melancolia desapareceu completamente, ele olhou para Sarah com uma expressão resignada, sua vo
Sarah hesitou por um momento, diante dela estava a linha da mandíbula dele, clara e definida, inexplicavelmente atraente em sua austeridade.Ela prontamente se adaptou, com um olhar confuso, porém contido, afinal, Rafael sofria de disfunção sexual, então alguns beijos não teriam grande importância.As respirações deles se entrelaçavam, um beijo suave e terno, longo e macio, cada segundo parecia infinitamente prolongado, uma manhã tão romântica e tranquila.Mas Riqueza, no colo de Sarah, insatisfeito, saltou para baixo e começou a latir alto para eles, num tom triste e lamentável.Ele interrompeu toda aquela atmosfera encantadora.Sarah pensou consigo mesma que Riqueza realmente era um bom cão e decidiu que deveria dar a ela uma refeição extra!Rafael não conseguiu continuar beijando, franzindo a testa enquanto olhava para Riqueza no chão, pensando em se zangar, mas sentiu que era um desperdício de emoções se irritar com um cão, especialmente na frente de Sarah.Ele se inclinou e pegou
Sarah observava fixamente Riqueza terminando a refeição, soluçando enquanto se deitava aos seus pés, repleto de tristeza e mágoa contida.Ela acariciou a cabeça lisa do animal com compaixão:— Riqueza, eu prometo que vou vingar você, aguente firme. Quando tiver a chance, vou raspar a cabeça dele, para ele sentir o mesmo que você!Riqueza soltou um arroto de satisfação, como se concordasse.Sarah segurava Riqueza com uma mão e um arquivo com a outra.A bolsa estava pendurada no pescoço de Riqueza, que caminhava orgulhosamente de cabeça erguida e peito estufado.Ela havia trocado por uma bolsa menor naquele dia, do tamanho de uma mão, que Riqueza adorava.Primeiro, ela foi à empresa para entregar os documentos assinados por Rafael, já que era melhor resolver as coisas do projeto logo, considerando os atrasos e a possibilidade de imprevistos.Clara chegou ao Grupo Dias logo após Sarah, conversando do lado de fora com alguns homens atraentes, deixando eles completamente encantados.Quando
Sarah prosseguiu:— Além disso, desde que Maia descobriu que sou filha de Ian, você acha que ela defenderia alguém?Clara balançou a cabeça, suspirando:— A posição de Joyce como noiva certamente não é estável?Sarah sorriu sutilmente, com uma frieza evidente.Não apenas instável, ela queria que Joyce vivesse com medo todos os dias, que ela perdesse as coisas mais importantes para ela e, então, que tivesse um fim miserável.Se afastando de seus pensamentos, ela se recordou de algo que Raquel tinha mencionado casualmente.— Você vai ficar noiva de Guilherme? — A expressão de Clara endureceu, e ela permaneceu em silêncio. — É verdade? Por quê?Sarah intuía que, dado o caráter de Clara, ela certamente não aceitaria de bom grado.Clara abaixou os olhos, sem muita reação, apenas sorriu ironicamente:— Você ainda não conhece nosso círculo? Quando os interesses se alinham, as pessoas se unem, quando se dissipam, se separam. — Clara fez uma pausa antes de continuar. — Minha mãe e a família Nas
Kelly se assustou por um momento e depois se recolheu atrás de Guilherme, como se temesse sua reação. Clara percebeu seu discreto gesto, conteve um sorriso e trocou um olhar com Sarah. Ambas compartilhavam o mesmo pensamento, Kelly realmente era uma mulher que se fazia de frágil e era extremamente afetada! Guilherme tossiu e se aproximou para cumprimentar: — Que coincidência, você e a Srta. Sarah estão tomando café aqui? Clara riu levemente: — Sim, afinal, meu noivo está acompanhando outra mulher, então só me resta estar com minha boa amiga. A expressão de Guilherme escureceu, mas ele explicou pacientemente: — Kelly veio realizar o procedimento de adoção de uma criança, eu estou apenas ajudando. Ele estava ciente da importância do casamento entre as duas famílias, sabia também que sua reputação não era das melhores. Se a mulher com quem ele se casasse tivesse um status social inferior ao de sua família, talvez ele se sentisse justificado. Porém, as famílias Ramos e