Chegando em casa após a tumultuada viagem de aplicativo, desabafei com a motorista sobre os eventos que se desenrolaram no trajeto. A gentileza dela em ouvir e me deixar em casa foi reconfortante; ao descer do carro, expressando meus sinceros agradecimentos, desejei que tudo ficasse bem para ela também.Enquanto observava a motorista partir, me deparei com um pequeno cachorro encolhido no portão vizinho, tentando se proteger da chuva debaixo do abrigo improvisado. Uma expressão de dor se revelava em seu andar claudicante, indicando que uma de suas patas estava ferida. Esse animalzinho que eu costumava avistar sempre ali dentro da garagem, agora despertava em mim uma preocupação imediata.— Oh, bebezinho lindo, está com frio aí fora, não é? — Observando a casa fechada da dona do cachorrinho, percebi que não havia ninguém por perto. Lembrando dos dias anteriores em que brinquei com ele através da grade, noto sua doçura e gentileza, ele não me mordeu, pelo contrário, parece ser bastante
LucasDurante a tarde, fui bombardeado por uma série de notificações e, de repente, recebi informações sobre uma briga envolvendo a Nicole no trânsito. Estava em uma reunião quando fui contatado por alguém interessado no meu parecer sobre um vídeo no qual a Nicole aparecia dando um tapa no rosto de um motorista de Uber. Imediatamente, pedi a Humberto para verificar o que havia acontecido, pois não tinha informações precisas naquele momento.Ao ver o vídeo, fiquei chocado, especialmente porque a pessoa que gravou afirmava que o motorista saiu do carro de repente e abriu a porta para que a moça saísse, como se já houvesse ocorrido um desentendimento dentro do veículo. No vídeo, o rapaz mencionava que a moça saiu nervosa e, quando o motorista fechou a porta do carro, Nicole simplesmente partiu para a agressão.Após assistir ao vídeo várias vezes, pedi ao Humberto que tentasse entrar em contato com o motorista, porém, ele não conseguiu contato. Eu também não conseguia falar com Nicole, po
LaraClaramente, a coisa mais intrigante para mim é a mudança brusca de humor do Lucas quando o assunto é Nicole. Essa situação tem sido assustadora, especialmente considerando que nunca passamos por algo assim antes. Parece que, mesmo odiando-a, ele ainda quer protegê-la. Quanto a isso, prefiro acreditar que seja devido à responsabilidade que ele assumiu ao se tornar responsável por ela. Não quero, de forma alguma, acreditar que ele nutra algum sentimento por ela além de pena. Sim, pena, talvez ele sinta compaixão por ela não ter ninguém ao seu lado como família, Lucas sempre foi muito bonzinho quanto a isso. Eu até compartilho dessa compaixão, mas minha empatia tem um limite, não me deixo dominar por esse sentimento. Muitas pessoas usam a compaixão dos outros para se beneficiar na vida, e quem me garante que Nicole não age dessa forma?Após a saída de Lucas, acabei indo falar com ela. Sinto que tenho que fazer a minha parte, não é mesmo?— Isso é um saco! — subi as escadas e bati na
NicoleQue legal ter conhecido o Léo, irmão da Lara! Parece ser uma pessoa tranquila e legal. Foi engraçado perceber que a Lara praticamente estava dando uma força para que nos conhecêssemos melhor, elogiando bastante a meu respeito. Ainda não combinamos nada, mas parece que ele tem os mesmos gostos que eu. Quando a Lara se afastou, ele comentou sobre um baile funk em Paraisópolis que acontecerá em breve. Eu já havia sido convidada pela Cássia, e nós adoramos esses eventos, que costumam acontecer a apenas duas ruas abaixo da casa dela. Então, combinamos de irmos juntos e lá encontraremos a Cássia. Será bem divertido!Está se aproximando o encontro marcado com o Lucas. Mas você já sentiu quando os seus pensamentos pessoais começam a se sobrepor à sua razão? Tenho percebido que estou entrando em um estado de negação por causa disso, o que está afetando o meu estado emocional. Acho que é melhor ir dormir, caso contrário, acabarei perdendo o sono por conta desses conflitos internos.***A
NicoleO choque daquele momento passava em minha mente, me lembro de cada detalhe como se fosse um filme em câmera lenta reproduzindo na minha mente. O olhar repreensivo de Lucas ao me ouvir falar do Léo era evidente e a sensação de choque percorrendo o meu corpo ao sentir aquela mão forte me puxando ficaram gravados. Ainda encarando meu braço, percebi a marca vermelha que permaneceu ali.Enquanto esperava pela chegada de Cássia, uma pergunta martelava na minha cabeça: por que Lucas agiu daquela forma? Ele parece incomodado quando tenho contato com alguém, assim como aconteceu com Brian, sempre tentava afastá-lo de mim quando notava nossa proximidade. E agora, o mesmo comportamento com Léo? Será que ele pensa que sou sua irmã mais nova e pode mandar em mim e em todos que se aproximam? Se for esse o caso, que esqueça isso, pois eu decido minhas amizades e relacionamentos. Não dou a mínima para o que ele pensa. Ele não pede minha opinião sobre as conquistas dele, então não tem o direito
LucasNão sei o que me deu na cabeça para agir daquela forma. Nunca fui tão impulsivo como acabei de ser com a Nicole. Ela é capaz de me tirar do sério, de despertar reações que nunca experimentei antes. Rudeza e grosseria não fazem parte do meu perfil, mas lá estava eu, agindo assim com ela. É evidente que vou precisar de mais sessões com a minha psicóloga para lidar com a Nicole. Agora me pergunto, se em apenas dois meses ela já me faz reagir assim, como será daqui a 4 anos? Droga, estou caminhando para um hospício desse jeito!Após sair da residência de Lara, segui diretamente para a empresa, onde Humberto já me aguardava com o motorista envolvido na discussão com Nicole. Eu tinha em mente a ideia de sugerir a possibilidade de produzir um vídeo com ele desculpando Nicole mesmo que não venha dela o pedido, isso foi uma ideia do Humberto, buscando cessar os julgamentos e críticas direcionados a ela. Quero conversar com o homem e falar sobre a situação dela. Compreendia que, sendo jov
Dia seguinteAcordei com o celular tocando e vibrando no meu bolso, a cabeça latejando forte. Em vez de atender, decidi desligá-lo para silenciá-lo. Mal conseguia suportar nem mesmo o som da minha própria voz. Passei a noite toda bebendo com Humberto e aproveitei bastante. A minha boca está inchada de tantos beijos trocados com uma morena que grudou em mim, mas não quis gastar muitas energias com ela. Guardei as minhas energias para esta noite, embora neste exato momento mal consiga sair dessa cama.Voltei a cochilar após jogar o celular para longe. Estava até sonhando com a mulher anônima quando senti uma mão deslizar sobre as minhas costas, o meu corpo respondeu ao estímulo até ouvir a voz dela.— Bebeu demais, não é mesmo? — Acordei imediatamente, não esperava ouvir a voz da Lara tão cedo.— Oi, Lara! O que aconteceu? O que faz aqui? — Perguntei surpreso.— A mulher anônima te enviou uma mensagem. Você não viu? Como não me atendeu e o Humberto me contou sobre a noite, vim checar se
Lucas ha espera no quarto...1 hora depoisUma hora se passou desde o horário combinado com a mulher misteriosa, porém, até o momento, ela não deu qualquer sinal de estar no hotel. A minha impaciência cresce a cada minuto; a ansiedade inicial se transformou em nervos à flor da pele. Odiava esperar, nunca foi algo fácil para mim lidar com isso. A incerteza sobre a sua chegada só aumenta a minha inquietação.— "Será que caí em algum golpe?" murmurava, expressando a minha crescente insatisfação e ansiedade, chegando ao ponto de falar sozinho. As minhas mãos não paravam de suar, o meu coração batia descontroladamente e o copo em minha mão permanecia constantemente vazio. Era como se estivesse preso em um ciclo infinito de pensamentos negativos, alimentando a inquietação e a impaciência que persistiam.Sentia-me sufocado pela rotina monótona, oprimido por uma vida que parecia aprisionar a minha mente. Em busca desesperada de uma fuga, entrei no jogo proposto pela misteriosa mulher, agora d