— Talvez você esteja certa, meu amor! Ainda não falamos com ele. Meu pai nem a conhece direito e também não sabe que teremos um bebê, ele ainda não sabe que será avô. — Você acredita que isso o fará mudar de ideia, Anthony? — Talvez sim, minha mãe! Acredito que vale a pena tentar. — Acredito também! — concordei com Anthony. Enquanto eles discutiam se seria mesmo uma boa ideia, fiquei pensando que talvez desse certo e concordei que valia a pena tentar. Percebi também, pela atitude de Felícia, que nada do que falássemos a ela mudaria sua ideia e que ela iria até o fim naquela última tentativa de impedir a guerra para unir nossas famílias. — Mas minha filha, você está grávida. Não estás pensando nesse bebê que carrega em seu ventre e de como isso tudo pode afetá-lo? — Estou pensando nele, sim, minha mãe, somente nele. Como será o seu futuro, sabendo que seu avô quis se vingar de nós, devido a acontecimentos do passado e acabou causando uma guerra? O
MALENA Quando foi possível avistar, no horizonte, as montanhas que separavam os dois reinos, outro dia já estava partindo. O sol escondia-se por trás daqueles morros imponentes de terra e verde. Havia uma clareira à nossa frente, pela qual teríamos que passar para chegar a Neveri. Foi surpreendente o que vimos dali de onde nos encontrávamos. Era possível visualizar os dois acampamentos, entre as divisas. Ambos estavam preparados. De um lado, estavam prestes a atacar e do outro se preparavam para a defesa. Um arrepio percorreu todo meu corpo. Fantasmas do passado pareciam ganhar vida novamente, trazendo recordações de um momento triste e perturbador. Senti um vento estranho e uma voz sussurrando em meu ouvido direito. “Vá, a vitória está contigo.” Reconheci no mesmo instante de quem era aquela voz, mas mesmo sem acreditar, virei para Henry e perguntei: — O que dissestes? — Como assim? Não disse nada! Você está bem, Malena? — Sim, estou! — foi a única coisa que c
— Mas… e Estevam, minha mãe? O que faremos por ele? Não honraremos mais sua memória? — Existem outras formas de honrar a memória de alguém, Theodore. Equivoquei-me pensando que a única forma fosse a vingança. A culpa foi minha. Plantei e cultivei todo esse ódio em seu coração. A culpa de tudo o que está acontecendo agora é toda minha. Assumo a responsabilidade por tudo e lhe peço, por favor, que esqueça essa vingança. Aborte o ataque, dê ordem a esses soldados para que se retirem e levantem acampamento. Se não fizer isso por mim, faça pelo seu neto que estará entre nós daqui a alguns meses e merece muito amor. Ele é o anjo mensageiro de Deus para seguirmos em harmonia e sermos, enfim, uma só família, um só reino. De onde eu estava, conseguia ouvir tudo o que falavam, mas não via a reação de Theodore. Ele, então, virou em minha direção e mesmo surpreso em me ver chamou-me. — Rainha Malena! Também veio até aqui. Devo então conversar com Vossa Majestade, em primeiro lugar.
EPÍLOGO A Vitória viria mesmo alguns meses depois, na forma de um lindo bebê, ou melhor, uma linda bebê, muito parecida com sua mãe, no entanto também com os traços de seu pai. Antony e Felícia decidiram batizá-la com aquele nome glorioso. Seria ela a primeira Rainha Vitória da União Dinástica entre Minsk e Neveri. A benção em forma de criança com lindos olhinhos azuis e bochechas rosadas. A responsável pela unificação de dois grandes reinos. Após o nascimento de Vitória Malena Forense Trineth, uma linda homenagem que fizeram a mim, Serafim e Amélie logo descobriram que também esperavam um bebê, mas desde o princípio da gestação abdicaram da herança do trono para seu filho, pois acreditavam que o reinado seria, por direito, do herdeiro da unificação dos reinos e assim foi feito. Logo nasceu o filho dos dois e o batizaram de Aron. Ele estava de volta, eternizado agora no coração de seu neto que carregaria a honra de ter o mesmo nome que seu avô, um dos homens mais valen
PRESENTE AOS LEITORES - EXTRA:CONTO "UMA NOITE DE NATAL EM REGNATURI" Aquela noite seria diferente. Na época de encerramento do ano, viajávamos até o castelo para as comemorações, no entanto, decidimos naquele ano, abrir a nossa propriedade para uma grande festa, a nossa primeira noite de Natal. Foi com imensa alegria que após conversar com Henry sobre o assunto e concordarmos em sermos os anfitriões, comecei a organizar tudo. Tinha muita coisa pela frente para resolver e me senti maravilhosamente bem com todos os planejamentos. Desde o nosso casamento, não tive o prazer de pensar em uma festa, e mesmo assim as que fiz no castelo estava rodeada de muitos empregados, que não me deixavam fazer muita coisa. Tudo o que pensava e comentava logo, estava pronto. Não posso dizer que não gostava de ser mimada, porém, poder fazer algo eu mesma, ainda mais em se tratando da minha própria festa em nossa propriedade, seria um prazer imenso. Decoramos todos os ambientes,
Abdus veio com sua amada Constance e sua filha Serena, que agora moravam com ele no castelo também. Eles se apaixonaram e tiveram um romance escondido devido a muitos problemas que os envolviam, fatos esses que ficarão para outra história, o que devo contar agora é que além de viverem juntos no castelo e mesmo com a idade um pouco avançada tiveram Serena, que nasceu um pouco antes de Vitória. Os mais amados estavam ali e quando percebi a sala estava cheia, todos conversavam e bebiam, a alegria daquela reunião era contagiante. — Minha querida, madrinha. Quanta saudade sinto com sua ausência no castelo, contudo, é maravilhoso vê-la aqui em seu lar, junto de Henry que a faz tão feliz. Sua alegria em nos receber, é grandiosa e nos faz muito bem! — Serafim aproximou-se para conversarmos e não pude deixar de sorrir com satisfação. Que grande homem ele havia se transformado. Seu pai estaria orgulhoso se pudesse vê-lo agora, constituindo sua família com tanto amor e dedicaç
Após tantas horas de boas conversas, saímos ao terraço: Agnes, Bethany e eu. Sentamos nas poltronas e ficamos observando as crianças brincarem em frente a propriedade. Havia uma magia ali que não saberia explicar. Felícia nos viu e veio sentar conosco. — Vê-las juntas me traz boas recordações... — nos abordou carinhosamente.— Não me diga, minha filha, boas e saudosas lembranças. — Bethany parecia emocionada.— Lembro do dia em que nos encontramos no jardim do castelo e dançamos de mãos dadas formando o círculo da amizade e do amor. Essa imagem ficou e ficará para sempre em minha memória — Felícia sorriu fechando seus olhos.— Que lembrança linda! Foi mesmo um momento incrível e não erramos quando dissemos que você seria uma bela e forte mulher, mesmo parecendo tão doce e frágil. Que sua felicidade viria até você porque era merecedora de muitas coisas boas. — contemplei novamente o passado.— Vocês sempre foram meus maiores exemplos. Agora vendo minha filha crescer e sabendo do seu d
Meus pensamentos voaram longe, junto deles, em como aquela cena e aquela sensação representava muito bem tudo o que estava sentindo naquela noite especial, reunindo minha família, pela primeira vez em nosso lar. Pedi licença as minhas amigas que continuaram conversando animadas, voltei para o interior da sala principal e presenciei a mais bela e doce visão. Henry estava animado, tocando uma canção ao piano, todos cantavam juntos e aos poucos, quem ainda não estava ao redor, se aproximou para ajudar com a música. As mulheres entraram animadas para cantar e tocar também. Ele, quando me viu, gentilmente, passou sua posição à Felícia, que emendou outra canção e assim a música não parou, para alegria de todos. Chegando perto de mim, meu amado esposo segurou em minhas mãos e levou-me até a entrada principal de nossa querida propriedade, beijou-me as mãos e disse carinhosamente:— Colocamos o visgo aqui, para que todos ao chegar, pudessem compartilhar um beijo na nossa noite especial e abr