Que humilhação. Em meio ao banquete, diante de tantas pessoas, inclusive da odiosa Dandara ela havia vomitado.E logo nos pés de Xander!Ah, ela estava se odiando naquele momento.— Ayla? — ela ouvia a voz de Xander e sentia as mãos dele em seus ombros, mas não tinha coragem de levantar o olhar.Ficou encarando a sujeira em seus sapatos.Se sentia humilhada.— Olhe para mim, consegue me ouvir? — ele insistiu.Ela reuniu forças e se levantou, sem olhar nos olhos de ninguém se desculpou e se encaminhou rapidamente para a saída.Com passos rápidos, ela saiu do salão sentindo o rosto queimar.Ela ouviu os passos apressados de Xander atrás de si.Ainda assim, quando ele a levantou por trás a segurando como um bebê, foi uma surpresa.— O que está fazendo?Sem olhar para ela, o macho respondeu:— Carregando você.— Eu posso andar, me coloque no chão. — exigiu —Não.Ela tentou se debater, mas era inútil.Se sentia tão malditamente fraca, sua cabeça estava girando em vária
O vento batia ruidosamente contra a janela de seus aposentos. Gracie estava enrolada em uma manta marrom, era muito cedo. A loba se levantou e fechou a janela, mas antes de fazer isso, ela teve parcialmente uma visão do pátio e os portões da fortaleza. Havia alguns guardas conversando, mas o que chamou sua atenção foi a enorme carruagem se aproximando pela estrada. Gracie engoliu em seco, e procurou desesperadamente algum indício de que aquela carruagem pertencia a alguém ligado ao clã Callum ou até mesmo seu pai. Ela respirou fundo, e ficou observando a carruagem se aproximar dos enormes portões de ferro da fortaleza. "Não abram, por favor, não abram" Ela apertou os lábios ao ver a carruagem entrar na fortaleza. Rapidamente Gracie fechou a janela e jogou a manta na cama. Gracie se vestiu apropriadamente e calçou botas. Em seguida, a loba saiu pelo corredor, disposta a descobrir quem eram as pessoas na carruagem. ... Henry estava esperando o clã Relish em sua sala, na torre
Gracie sorriu falsamente para a fêmea a sua frente. Margareth Relish a olhava com um sorriso radiante em seu rosto, como se conhecê-la fosse um enorme prazer. Contudo, Gracie podia ver claramente o brilho assassino em seus olhos brilhantes. Ela via como a loba olhava possessiva para Henry, e isso a incomodou mais do que ela gostaria de admitir. “Ele não é meu" ela se forçou a se lembrar. Henry engoliu em seco ao seu lado, e sem alternativas, concordou. — Está bem, querida. Margareth sorriu ainda mais, e disse: — Gracie, porque não deixamos os machos tratarem de seus assuntos e vamos caminhar pelo pátio? Gracie apertou os lábios. Não fazia nem quinze minutos que conhecia Margareth, mas já sabia que não seriam boas amigas. Ela via a máscara sorridente que a outra usava, e de maneira alguma queria ficar passeando com ela. Mas seria muito indelicado recusar, portanto, ela respondeu: — Claro. As duas fêmeas saíram da sala de braços dados, sobre o olhar intenso de Henry, quando a
Dorian sentiu que havia algo de estranho quando viu Ayla e Xander saírem do banquete.No minuto que ele viu a loba passar mal, ele apurou sua audição.Não conseguiu distinguir no meio de tantos corações se ela estava carregando um bebê.Mas sua suspeita o perseguiu por toda a noite, e foi isso que o levou a ir atrás.Quando ele chegou nos aposentos da princesa, viu Xander de joelhos na cama, suas mãos na cabeça trêmulas.Ele fechou a porta e correu em direção ao macho.Havia lágrimas em seus olhos assustados.— Xander? O que aconteceu? Onde está Ayla?Xander parecia estar em choque.Dorian o sacudiu até que ele reagiu, focando seu olhar em Shade.— Dorian... Eu tentei matar o bebê. O meu bebê... no ventre da minha fêmea...— Não foi você, foi ele! Ele fez isso.Xander se sentou, seu olhar horrorizado.— Preciso enviá-la de volta para a capital, e me matar depois disso.— Não! Eu não deixarei que faça isso! Precisa contar a verdade a ela!— Eu não deveria ter nascido, você sabe. Sou u
— Ser sua fêmea? Você não pode estar realmente falando sério. — disse Gracie. Ela sentia sua garganta seca, enquanto seu coração a traía de forma vergonhosa. "Pare seu tolo de bater tão rápido assim, ele pode ouvir você" Ela começou a se repreender internamente. O olhar verde brilhante do macho agora estava totalmente fixo nela, seus olhos semicerrados pareciam observá-la de sua poltrona. Embora ela mesma tivesse se colocado de modo dominante e questionador a sua frente, mesmo aquele macho apenas sentado, aparentemente tranquilo com sua bebida em mãos, parecia dominar todo o ambiente. Como ele fazia, ela não entendia bem. "Ele sempre foi assim? Sempre emanou essa energia dominadora, espaçosa?" Gracie se perguntou silenciosamente. Talvez fosse por ele ter se tornado Alfa de sua alcateia. Mas não era apenas isso, Henry sempre teve algo único ao seu redor. — Eu a deixei nervosa, querida? — a voz dele era profunda. — Não tem como isso ser sério. — ela repetiu, e se manteve firme
Dias depois.Quando ele chegou no Forte, seu coração batia feito um tambor sua mente estava muito clara. Todo o seu corpo estava coberto por ferimentos e ele sentia o sangue correndo mais rápido dentro de seu corpo. Xander havia percorrido vários km procurando pelos dois fugitivos, sem sucesso, e até travado algumas lutas para invadir casas.Ao passar pelos portões, ele logo gritou ordens para que toda a alcateia fosse reunida.Ele se encaminhou direto para a sala de reuniões, enquanto abria um grande mapa na enorme mesa e começava a mapear os possíveis caminhos que Darion e Ayla teriam tomado. Darion... maldito seja ele.Como ele teve coragem de sequestrar sua fêmea? Ele o mataria, sim, Xander faria isso.Ele sentia o ódio o sufocando a cada minuto que ficava longe dela, e mais ainda quando pensava no que fizera com ela.Xander afastou esses pensamentos que nada ajudariam a encontrar Ayla, se inclinando sobre a mesa, ele mapeou tudo, enquanto tentava manter sua mente calma
— Não precisa responder, consigo ver pela sua hesitação. Vou deixá-lo sozinho, Sr. Taylor.Ele não a parou, e apenas a viu partir, deixando-o sozinho na sala....Os passos de Gracie eram silenciosos pelos corredores da fortaleza, e até mesmo seu coração havia parado de bater de modo descompassado.Agora, ele seguia em um ritmo lento.Gracie poderia se sentar em seu quarto e condená-lo por não ter visto em Henry nenhum arrependimento por tê-la abandonado, contudo, ela realmente poderia culpá-lo e odiá-lo por não a amar?Não foi exatamente esse mesmo peso que ela colocou em Callum todos aqueles anos?A diferença era que Callum não a amava, mas odiava que ela não o amasse.Gracie suspirou, e entrou em seu quarto.Ela olhou para sua cama, e se deitou.Seu olhar permaneceu por horas no teto, até que as lembranças do passado invadiram sua mente, e ela foi levada por elas, sem ao menos perceber.— O alfa solicita sua presença em seus aposentos, minha senhora.Gracie ouviu as palav
Ela sentia o cheiro da chuva caindo ao seu redor torrencialmente. A loba podia sentir as gotas entrando pela caverna e respingando em seus tornozelos, e o frio a consumindo. Quando partiram, ela e Darion, não havia tido tanto tempo e por isso não havia levado muitas coisas. Darion havia conseguido alguns cobertores para ela em vilas próximas. Ela puxou mais a coberta contra si, enquanto seus dentes batiam. De repente, Darion surgiu na entrada da caverna, seus cabelos molhados, mesmo vestindo a capa de chuva improvisada. O macho não falava com ela mais do que o necessário, desde que partiram em fuga do Forte. Ela poderia culpá-lo? Não, não poderia. Ayla havia destruído sua vida ao chantageá-lo e obrigá-lo a levá-la embora. Mas nunca conseguiria partir do Forte sem isso, ninguém daquele lugar teria coragem de ajudá-la a fugir, desafiando seu Alfa. E Darion só havia feito isso porque caso não fugisse, morreria. Mesmo com todos os seus motivos para fugir, seu coração ainda doía.