Após a visita de Alfa Marcos e Luna Ester, a semana passou voando, e com ela algumas doreszinhas começaram a aparecer, mas nada de diferente, o que tem gerado pequenos infartos em meus companheiros ansiosos, que acham que uma pequena dor nas costas é sinal de trabalho de parto, rio deles por ligarem tanto pro Doutor Reis, sei que estão ansiosos e preocupados, mas essa fase final faz parte sentir algumas dores, afinal são quatro crianças não tá sendo fácil. A ultima ultra ainda mostrou alguns sinais de estresse na nossa filhote menorzinha, nos deixando apreensivos, mas o Doutor Reis disse que vamos monitorar de perto caso aconteça algo estaremos preparados, até eu as vezes me pego ouvindo os batimentos cardíacos dos bebês, pra saber se está tudo certo. O inverno está chegando e com ele uma frente fria se aproxima nas próximas semanas, eu e meus companheiros já fizemos estoques de fralda e kits de higiene e enchemos a dispensa pra não precisar sair de casa pelas próximas semanas só num
Miguel Quando entramos no quarto, vêmos nossa companheira cheia de fios, o que me deixa apreensivo, Doutor Reis acabou de dizer que ela estava bem, isso não parece bem pra mim. "_Pra quê todos esses fios Doutor? o Senhor acabou de dizer que eles estavam bem?" Vejo Igor passando a mão no cabelo enquanto segue para ficar ao lado de nossa companheira, tentando não transparecer sua preocupação pra ela. "_Eles estão bem Miguel acredite, esse fios colocados na barriga de Júlia são para monitorar a frequência cardíaca dos bebês e pra saber se ela ainda está tendo contrações" "_Ah, ok" respiro aliviado. "_Vamos passar a noite monitorando todos eles, se pela manhã tudo estiver normal Júlia terá alta, Júlia tomou alguns medicamentos e pode ficar meio sonolenta é normal, tudo bem? Alguma dúvida?" Doutor Reis fala "_Não doutor, Obrigada pela rapidez" Doutor reis acena com a cabeça e sai do quarto nos dando privacidade. Me aproximo de Júlia e ela sorri meia grogue pelos efeitos dos remédios, te
A manhã seguinte, ainda estou bem dolorida, apenas me levanto para as refeições e ir ao banheiro, meus companheiros tem estado no meu pé, e com razão, até eu fiquei assustada com esse alarme falso, eles me monitoram de perto o tempo todo, os bebês ganharam bastante peso nas últimas semanas e apesar da preocupação do estresse da menorzinha, ainda está tudo sendo monitorado para caso ocorra qualquer coisa o doutor Reis consiga interferir a tempo. Me alongo ando um pouco em volta da piscina, o frio já chegou então, nada de nadar agora, mesmo a piscina tendo aquecimento, prefiro não arriscar, só passeio um pouco pelo quintal para esticar as pernas, mesmo com dores no quadril e nas costas estando constantes, todos os dias doutor Reis vem aqui me examinar e saber como tudo está. Me sento no sofá com meus companheiros enquanto eles assistem as notícias, e a previsão do tempo não está nada boa, tem pancadas de chuva forte vindo por ai, e vendo como o céu está escuro lá fora, não vai demorar
Miguel se levanta e corre para o banheiro depois de ver o liquido com sangue no chão, "_ Tudo bem? o que tá acontecendo?" Miguel pergunta ofegante, Igor lhe dá um olhar duro de se controle pra ele e fala calmamente "_ Ei cara, chegou a hora" Miguel arregala os olhos quando ouve as palavras de Igor e me olha preocupado, respiro fundo tentando me manter calma com o momento, mas meu corpo todo treme de nervoso "_Tudo bem, vamos ter calma os três tá? minha bolsa estourou, a gente precisa ligar pro doutor pra saber o que fazer, os bebês não vão nascer agora e está a maior tempestade lá fora, não tem como sairmos de casa agora, mas nós temos tempo ainda, vamos primeiro ligar pro doutor e em seguida vemos o que precisa ser feito tudo bem?" Miguel e Igor acenam com a cabeça em concordância comigo, Igor tenta me limpar enquanto Miguel saiu para limpar o chão lá fora. Minhas pernas não param de tremer e minhas mãos, respiro fundo várias vezes, tentando me acalmar, fecho os olhos e falo pra mim m
A chuva continua forte lá fora, e aqui dentro as contrações também tem piorado, após outra contração forte, respiro devagar tentando diminuir meus batimentos e acalmar meu corpo, logo lembro da banheira de hidromassagem, me levanto mesmo com meus quadris parecendo que vão seder ao chão a qualquer momento e vou até ela, tiro a camisola e entro na banheira apoiando minhas mãos na beirada, faço um coque alto no cabelo e apoio minhas mãos na beirada da banheira enquanto ponho minha cabeça sobre os meus braços ficando de quatro para aliviar o peso da costas e quadris, Miguel e Igor me olham atentamente, fecho meus olhos por um momento tentando relaxar o máximo que posso, mas logo outra contração começa, um uivo demorado sai da minha boca enquanto minha barriga se contorce e minhas costas parecem que estão sendo rasgadas ao meio, Miguel se apoia na banheira fazendo circulos em minhas costas enquanto Igor segura minhas mãos fora da banheira me dando forças pra passar por mais essa contração,
A manhã já foi embora, e estamos na metade da tarde, estou tão exausta, mas as dores contínuas e as contrações mais fortes não me deixam tirar nem um cochilo, depois de mais uma contração que parecia mais estar rasgando minha alma, me apoio na cama e seguro a cabeceira me sentando, Miguel me olha confuso na beirada da cama, "_Chegou a hora amor, eu tô sentindo vontade de empurrar, Miguel passa mão pelo cabelo e na barba pra fazer, entrando em desespero, mas ele para quando me olha com lágrimas nos olhos e se concentra, "_Tudo bem amor, nós estamos aqui, só me diz o que fazer" Eu aceno com a cabeça respiro fundo e faço força, sinto minhas pernas amolocerem, enquanto algo se encaixa ainda mais em meu quadril, pego fôlego, "_ Segura minhas pernas" Igor segura de um lado enquanto Miguel segura do outro. Faço força mais uma vez, concentrando toda a minha energia em meus quadris, tomo fôlego e espero a próxima contração chegar, quando sinto vontade de empurrar mais uma vez reuno todas as min
Em mais um empurrão, sinto o bebê coroar e novamente meus companheiros olham por entre as minhas pernas sem piscar para não perder o momento. Em um grito suprimido para não assustar o bebê sinto o segundo filhote sair, respiro de alivio ao senti-lo sair, entre choros e sorrisos, Igor pega uma toalha a põe o segundo filhote em cima de mim para limpá-lo, ouvimos seus primeiro choro, o limpo o melhor que posso, Miguel me passa a linha para amarrar seu cordão e eles novamente cortam o cordão juntos, "_ É outro menino!" digo em um sussurro e vejo seus rostos se iluminarem, envolvo o bebê em outra toalha e entrego a Igor que o leva para o outro berço. Respiro fundo enquanto espero pela próxima contração, vejo meus companheiros verificando os dois bebês nos berços admirando suas crias enquanto eu os admiro, o sono logo me envolve e sinto as mãos de Miguel em meu rosto quando tento abrir os olhos, vejo sua preocupação, mas sei que ainda falta pra poder descansar, "_Acorde amor, vamos lá, eu s
Meu coração dispara quando não ouço o coração da minha pequena filhote que tem estado estressada todo esse tempo, começo a chorar com o turbilhão de emoções que está sendo essas últimas horas, e meus companheiros notam meu desespero, "_Não a ouço!" Falo entre soluços "_Não ouço o coração da nossa menininha!", Igor me abraça e tenta ouvir algo, mas nada, ele me abraça e olha para Miguel que está congelado no lugar ainda segurando a nossa filhote, Minha loba me repreende 'Agora não é hora de se desesperar, você só vai precisar fazer tudo sozinha, faça força, e ajude nossa bebê quando ela estiver fora' ela me orienta, me estimulando com a contração que se aproxima, reuno tudo o que tenho e empurro, e de novo, de novo e de novo, mas não sinto ela encaixar, Igor apoia minhas pernas sentando de frente para mim na cama, "_Vamos amor, você consegue!" ele diz me estimulando, espero a próxima contração que não demora e empurro de novo, e mais uma vez, até sentir seu pequeno corpinho se encaixar.