Primeiro Encontro

************ Capítulo 3 *************

*************** Salita **************

Ao despertar senti meu corpo ardendo, em chamas. Era insuportável viver assim.

Meus olhos demoraram a ficar abertos, embora esteja totalmente despertada. Parecia que a pele havia acordado antes do meu cérebro constatar esse fato.

— Princesa...

A voz da minha acompanhante veio de um canto do quarto, ao olha-la reparei o extraterrestre do meu sonho; parado ali, fazendo uma expressão assassina no rosto incomum aos demais seres do meu planeta.

— Salita... — Murmurou ela, em prantos.

— Venha comigo.

O timbre não deixava dúvidas, ele ia mata-la caso não fosse com ele.

Precisei me beliscar para saber se aquilo era mesmo real.

— Levante, vou te levar para Marte, e não tente nada, ou sua amiga vai morrer.

Sentei devagar pondo as mãos na frente do meu corpo.

— Escute... — Ele reagiu ameaçando-a com a lança afiada em sua frágil garganta.

Mantendo a moça em seu corpão exageradamente esculpido como montanhas verdejantes da primavera.

— Sote-a e eu irei contigo. — Disse-lhe suavemente. Tentando aliviar o clima tenso.

Abaixei e virei um dos braços, como se fosse coçar a coluna.

Aproveitei para arrastar o presente do papai, pegando cuidadosamente pelo travesseiro, pondo disfarçadamente detrás. Na fita presa a minha cintura. Camuflada pela abertura da vestimenta de dormir.

— Sei que virá. — Sorriu vitoriosamente. — Venha agora, assim posso te conceder um instante de ser tornar uma heroína.

— Não irei me sentir assim, não me conhece cidadão de outra galáxia.

Levantei decidida a cooperar, e na primeira oportunidade darei cabo da sua vida. Não serei dominada por um marciano soberbo.

— Em breve conhecerás princesa.

Sussurrou-me sensualmente, trazendo reboliço nas entranhas. Ocasionando a renovação das labaredas que, insistem consumir minha alma.

Era algo que não conseguia controlar, mas nunca deixaria um deles me dominar... com vida.

— Tudo bem. Estou indo pra você.

Dizia-lhe para mantê-lo confiante. O olhar preso a mim.

— Isso...

Ao chegar neles, a dispensou de qualquer maneira. A coitada até caiu no chão. E em segundos fiquei acoplada naquele imenso homem, sentindo seu calor diferenciando ao por seus braços largos, e excitantemente músculos, em volta da minha pequenina circunferência de fêmea. Tão intenso, ao ponto de sentir a vagina pulsar, esquentando internamente, deixando febril, doente... e o pior de tudo, sentir ela gotejar de puro êxtase sexual.

— Desse jeito... — O queixo raspou em meu ombro.

Tentei me afastar mas só pude gemer por sentir um macho viril tão de perto.

Sempre fui afastada de qualquer imagem masculina, tirando meus pais e irmãos, não tinha mais contato com nenhuma outra raça de macho.

— Feche os olhos princesa.

Elevou meu peso para cima, tirando meus pés do chão.

— Por que?

O sequestrador não teve tempo de me responder, pois estava ocupado correndo na direção da janela.

Fechei os olhos esperando o impacto, que veio gelatinosamente.

Tive asco ao sentir a viscosidade do líquido, então minha cara se repuxou numa careta.

— Linda, mesmo tentando fazer cara feia.

Chegamos no gramado, na parte de fora dos muros daquela prisão necessaria. Descemos feito duas plumas.

Ali, ele me soltou despejando algo em mim, que me deixou horrorizada.

— Qual é o seu problema marciano?!? Além de me raptar quer me fazer pegar uma gripe de humano? Sabe que sou hibrida?

— Desculpe, achei que ia gostar, já que o gel de Marte te deixou enojada! — Disse-me usando severidade no tom das suas cordas vocais.

Bruto pegou meu pulso para acompanhá-lo.

— Venha, não tenho tempo para frescura de fêmea.

— Ódio! Isso não é uma gripe de mulher! Deixa! Não adianta explicar nada a seres cabeçudos.

Deu uma curta gargalhada grossa ao me arrastar com ele. Todo ogro, sem um pingo de delicadeza. Todavia, o aperto não era tão forte assim.

Deixei a raiva ser o meu módulo de escape, um tipo de amparo, já que eu, infelizmente me sentia atraída por ele.

— Podia ser menos agressivo comigo? Afinal, vim por vontade própria.

— Não temos tempo, sua maldição pode emergir a qualquer momento. — Ditou raivosamente. Como se tivesse culpa do meu infortúnio.

— Poderia me soltar para me secar? Estou ensopada.

— Já lhe disse que não temos tempo, senhorita teimosinha. Quer ser minha nesse bosque feita uma gazela no cio?! Creio que não, está muito abaixo da sua elegância real. Princesa.

"Debochado"

Olhou-me de relance, como se tivesse ouvido meu pensamento mais intenso. Fiquei com medo e me recusei a testar a teoria da conexão. Em seguida desviando o olhar confuso, pois a palavra em questão era desconhecida ao bravo guerreiro, balançou a cabeça, voltando-se a concentrar na sua fuga.

— Obrigada pelo banho matinal, visitante de outro planeta.

— De nada. — Disse e continuou a expedição na floresta.

— Não conhece sarcasmo?

— Provavelmente coisa de gente da terra.

Desistindo de ser ouvida olhei o estrondo vindo do céu, o tempo mudava drasticamente e mal havia começando o dia.

— É... Vai chover. E espero que atrase, pois será uma longa tempestade.

Mirei o raptor esverdeado de soslaio.

— Para onde estamos indo?

— Marte, já lhe disse? A princesa tem problema em memorizar novas informações?!

"Estúpido!"

— Droga... — Disse baixinho.

— Quer parar de fazer isso?

Parou, se virando inteiro, quase encostando aquele peitoral nu novamente. Cheguei a suspirar dando um pulinho para trás.

— Não sei do que se refere. E tenho uma memória excelente!

— Sei... — Deu de ombros.

Voltou sua peregrinação com mais entusiasmo.

— Estou perguntando onde ficaremos abrigados, a chuva vai chegar daqui uns... Minutos. Não posso ficar exposta, tenho fragilidade terráquea.

— Mas também possue a vitalidade de um saturniano rei. Então pode aguentar uma chuvinha. Estamos perto.

Os líquidos vieram caindo das nuvens mais escuras formadas sobre nós. E como previsto ficamos molhados pela intensidade do temporal.

Corremos mais rápido.

— Nem precisa dizer "não te disse?"

— Não ia comentar o óbvio!

O trovão me assustou e me joguei nele com tudo. O desbravador entendeu como se fosse um convite para me pegar no colo, e sem esperar pelo gesto meio áspero, me pôs, ao continuar correndo. Sem exitar.

Feito um soldado de guerra se prontificou a seguir seu caminho.

Olhei-o enquanto me segurava em seu pescoço grosso, parecendo uma tora de árvore, pensando se seria eu tão preciosa assim para se arriscar tanto.

O marciano declarou a extinção do seu mundo por minha causa. Meus soberanos, e todos os soldados, vão acabar com sua terra natal. Precisava impedi-lo, e nesse instante de reflexão, escorreguei a mão, pegando a minha ferramenta de defesa.

Sem pensar duas vezes apliquei a ponta afiada em seu ombro, mas ao contrário do que pensava, nada sentiu. Apenas bufou. Deixando-me estupefata.

Soltei a arma ali, deixando-a pendurada por um fio, quase não penetrou, e não ousei penetrar mais, para saber até onde aguentaria.

— Salita tenho a energia de cem homens em meu corpo, ninguém pode me deter.

Fitou-me inexpressivamente.

— Estou carregando nos braços minha única possível destruição. — Confessou solenemente, mas não compreendia essa informação.

Trocamos um rápido olhar, ouvindo o som das mulheres saturnianas ao derredor. Ele se encontrava cercado, elas não permitiriam que me levasse sem luta.

Antes dele continuar fugido por causa das Amazonas na floresta acertando-o com flechas em suas costas, que mais se assemelhava a tábuas de aço, de tão duras, retornou ao seu foco principal; me levar daqui, para longe do meu lar, da minha terra, do meu planeta. Distante de tudo que conheci. E pelo visto nada podia fazer, então fechei os olhos buscando alguém antes de deixar a minha casa. Não podia abandonar Saturno sem falar com o meu irmão.

Essa era a ocasião ideal para a nossa ligação retornar!

"Senil! Senil! Irmão! Me ajuda!"

"Salita..."

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo