Parte 139...MarcoQuando parei o carro em frente da casa de Túlio, desci batendo a porta. Meus seguranças correram para abrir o portão, tocando várias vezes a campainha. Olhei em volta. Ainda estava calma a rua, poucas pessoas passando e quando um casal nos olhou com curiosidade, logo viraram a cara ao perceberem que meus seguranças tinham armas em sua cintura.Túlio surgiu na porta, andando devagar com a ajuda de muletas. Antes que chegasse ao portão, ele jogou a chave e um de meus seguranças a pegou no ar. Entramos e ele se jogou no sofá, apoiando a perna em um banquinho improvisado.Deixou as muletas de lado e seus olhos encontraram os meus. Ele entendeu que estava em apuros. Me aproximei e o agarrei pela camisa, o levantando e sua cara foi de dor ao mexer a perna. Eu gostei disso.— Marco... - ele segurou minha mão — Eu não posso ficar...— Você achou mesmo que eu não iria descobrir, Túlio? - minha voz saiu quase como um rosnado — Eu estive aqui, você teve a chance de se abrir e
Parte 140...Marco— E porque achou que podia decidir por mim? - dei um passo adiante — Não sabe que temos hierarquia? O que Marcello prometeu a você para que achasse que essa merda daria certo?— Não... - ergueu a mão — Eu procurei Marcello porque sabia que não poderia fazer isso sozinho... Ele só disse que eu...— Poderia abandonar a famígila depois? - sorri de forma cínica, erguendo a sobrancelha. Ele fez que sim e eu dei risada — Você não tinha que ter se metido onde não devia, Túlio - abri os braços — Só tinha que fazer seu papel, suas obrigações... Mas não... Você achou que seria o herói para se exibir para sua namoradinha.— Não... Eu queria mesmo ajudar Isabela.Me abaixei em frente a ele, mirando seus olhos com frieza, como uma águia.— Certo, vou fingir que foi apenas isso e não que você pensou que podia se safar das consequências e depois, apenas dar o fora - inclinei a cabeça de lado — O que mais, Túlio? Também repassou informações nossas? Desviou fundos?— Não! Pelo amor
Parte 141...MarcoEle cambaleou ao se bater com a cadeira. Eu sei que sempre fez um bom trabalho, mas isso não justifica o que fez agora.— Você mandou atacarem Isabela?— Não... Não de jeito nenhum - arregalou os olhos — Eu não cheguei nem a pensar nisso - ergueu a mão na frente do corpo — Eu soube do acontecido depois, estava ocupado com meu filho, você sabe disso, Marco... Por favor... Não me culpe por isso...Eu puxei o ar fundo. Não posso esquecer que antes de terminar com ele e com Túlio, preciso descobrir onde está Isabela e as amigas.— Então, devo presumir que o ataque foi ordenado por Carolina? - a expressão dele mudou. Acertei — Foi ela, não foi?— S-sim... Foi ela - assumiu — Mas eu lhe dou minha palavra que não participei disso.Por um momento foi como se eu levasse um tapa na cara da realidade. Sempre tive Carolina como uma fútil, uma boneca da sociedade que gostava de abusar de sua posição na máfia.Agora vejo que ela tem outras personalidades que eu não prestei atençã
Parte 142...MarcoMarcello estava machucado, mas eu me sinto muito mais machucado, depois da traição dele. Se aliar a Carolina tinha sido uma burrice, ainda que ele queira me fazer acreditar que foi apenas para que eu continuasse o acordo do casamento.— Você ficou velho,Marcello? - me abaixei e peguei o taco de novo e ele recuou — Essa ideia de Carolina nunca iria dar certo. Don Alfredo mima a filha, faz todos os seus gostos, mas ele não vai aceitar que ela queira se livrar dele.— A ideia dela... - ele falou com dificuldade — Era de fazer com que o velho desaparecesse por suas mãos - eu balancei a cabeça — Ela quer mandar em Barcelona.— Agora eu entendo bem essa agonia dela para que eu me casasse - dei uma risada — Eu até sei que sou bom de cama, mas ainda assim, sabia que ela não estava pensando só nessa parte - ri mais alto e apertei os olhos com os dedos — Ah, Marcello... Que estúpido de sua parte... Eu poderia esperar tudo, menos isso.— Eu pensei em nossa famíglia... No quant
Parte 143... Marco— Ela vai pirar com isso.— Pouco me importa - passei a mão pela barba — Quero ter Isabela de volta, isso sim.— Mas... Você então mudou de ideia mesmo? Vai ficar com Isabela ainda que isso lhe traga uma guerra interna com Carolina?— Eu vou resolver com ela. O pai está mais ao meu lado do que dela e o que fala alto é o dinheiro e todo o campo que o pai dela vai ter, quando estivermos trabalhando lado a lado - dei de ombro — Além disso, daqui a dois dias já teremos o primeiro carregamento entrando na cidade e depois eles vão fazer o mesmo.— Ok... - puxou o ar fundo e arregalou os olhos — Só tem uma coisa aí... Será que Isabela vai querer ficar com você, irmão?— E o que você indica que eu faça? Acha que eu deva mesmo matar Isabela?— O quê? - me olhou surpresa — Você ficou doido, Marco?— É... De repente seria melhor que eu a deixasse ir de vez, assim ela não corre mais nenhum risco e eu não fico maluco perdendo minha paz.— Tudo bem, não perca a paz - ela abriu a
Parte 144...IsabelaUma senhorinha muito gentil, mas com um sotaque muito forte e que falava muito rápido, nos recebeu com um sorriso e depois nos levou aos quartos onde ficaríamos por um tempo, até que Túlio nos dissesse o que iríamos fazer em seguida e como estavam as coisas em Roma.Eu aproveitei a cama enorme e tirei um cochilo mas do que merecido após esses dias conturbados e tudo o que eu passei. O mais difícil foi evitar pensar em Marco.** ** **— Isa... Isa... - abri os olhos para ver a cara de Angelique em cima de mim — Será que pode acordar pra gente ir lá fora?— Agora eu acordei... Você me acordou, quero dizer - me estiquei um pouco — Ir lá fora onde? Fazer o quê?— Encontrar a Mari e o Timothy. Eles estão conversando no gramado lá fora, falando sobre ele e o castelo. Eu pedi que ela xeretasse o máximo que desse sobre ele.Eu franzi a testa e esfreguei os olhos.— E por que você mandou isso?— E por que mais seria? - ela girou os olhos e riu — É claro que eu o achei um g
Parte 145...IsabelaAs paredes de pedra e os móveis antigos até que criam um ambiente bonito, mas é frio e solitário. Especialmente para mim.Já troquei de posição nessa cama diversas vezes, bocejei tantas vezes mais e ainda assim, não consigo pegar no sono mesmo. Meus olhos ardem, mas de nada adianta os fechar, eu não consigo dormir.Já contei todas as madeiras que compõem o teto decorado e só me fez me sentir mais solidão, apesar de ter as meninas comigo. Ainda não enviei nada para meus pais, mas estou no tempo. Por enquanto eles não vão suspeitar de que possa ter acontecido algo.O incômodo da cirurgia ainda está presente, mas a ausência de Marco é pior para mim. Queria saber o que ele está fazendo agora.Me perturba pensar nele. Meu coração até bate mais forte. Não consigo afastar as lembranças de nossos momentos juntos e logo em seguida, quando sinto que estou com saudade, já me vem a imagem de meu ataque e de todo o pavor que eu senti, quando pensei que iria morrer.Olhando pel
Parte 146...Isabela— Isso é amor pra você, Marco? Mentir, me deixar despreparada... Ser atacada e quase morta? É isso que você diz ser amor?Minha fala tinha medo, mas tinha um pouco de desprezo também, por ele ter me deixado andar cega no meio de tudo isso. Se ao menos eu soubesse dessa noiva, do que poderia acontecer comigo, talvez eu não quisesse ficar com ele ou então me cuidaria mais.Eu deveria ter tido a opção de escolha e não ter ficado de cara pra cima, sem saber de verdade o que eu poderia enfrentar.— Eu não pensei que isso pudesse acontecer... E sim, eu já sei quem é a culpada... Você tem razão... Eu vou consertar isso por nós dois.— Não por mim... Eu não vou voltar pra você - engoli pesado, segurando o choro.— Então porque me ligou, bela?Eu pensei o mesmo agora. Eu não deveria ter ligado. Ouvir a voz dele me deixou fraca.— Porque eu queria te dizer... - funguei e olhei para Angel — Que eu pensei muito em você... Mas você me usou, mentiu pra mim... Usou até minhas am