Ao perceber que o olhar de Lorenzo estava fixo em Renatta, uma pontada de desapontamento passou pelos olhos de Cleusa. Pelo visto, Lorenzo ainda nutria sentimentos por Renatta...Cleusa forçou um sorriso para esconder a decepção e disse:— Sr. Lorenzo, na verdade eu estou planejando ir cavalgar neste sábado. Que tal vir comigo?Lorenzo franziu as sobrancelhas, prestes a recusar, mas notou que Renatta, que subia as escadas, hesitou por um momento e lançou um olhar curioso em sua direção, como se estivesse esperando por sua resposta. Ele abaixou o olhar, e então, inesperadamente, sorriu:— Claro, por que não?Ao ouvir Lorenzo aceitar o convite, Renatta apertou os lábios, tentando esconder sua frustração. Mesmo dizendo a si mesma que agora eles eram apenas amigos, um sentimento de incômodo se apossou dela. Ela não queria admitir, mas qualquer coisa relacionada a Lorenzo ainda despertava seu interesse, quase como se fosse uma velha rotina.De volta ao seu quarto, Renatta só desceu para o j
— Renatta, se você ainda gosta do Lorenzo, não continue afastando ele. Hoje à noite, quando ele foi embora, a mamãe pediu para ele levar a Cleusa em casa, e ele não recusou. — Disse Filipe. — O Lorenzo, mais cedo ou mais tarde, provavelmente vai assumir os negócios da família Amorim. Além da Cleusa, há muitas outras mulheres na Cidade C interessadas nele. Mulheres bonitas e talentosas vão aparecer na vida dele, e o seu maior trunfo agora é que ele gosta de você. Se você não valorizar isso, e um dia ele realmente se apaixonar por outra pessoa, você acha que vai conseguir lidar com isso?Renatta ficou em silêncio por um instante, baixou o olhar e respondeu:— Entendi, mano. Obrigada.Depois que Filipe saiu, Renatta olhou para o prato de macarrão à sua frente e, de repente, perdeu o apetite. Colocando o prato de lado, não conseguiu evitar se perguntar por que Lorenzo aceitou levar Cleusa em casa. Será que ele estava interessado nela? Só de pensar nisso, seus lábios se apertaram e um desco
— Claro, pode entrar. — Disse Lorenzo.Ele deu um passo para o lado, abrindo espaço para Renatta passar. Ela abaixou a cabeça e entrou na mansão, indo direto para o segundo andar.Lígia continuava como antes, com a mentalidade de uma criança de sete ou oito anos, conversando animadamente com a boneca que segurava nos braços, enquanto a babá a observava atentamente.Ao ver Renatta, a babá se levantou apressada:— Srta. Renata, que bom que veio.— Vim ver como está a Lígia.— Que ótimo, eu estava justamente indo preparar o remédio dela. A senhora pode ficar um pouco com ela?— Claro.Assim que a babá saiu do quarto, Renatta se sentou ao lado de Lígia:— Lígia, olha o que eu trouxe para você.Lígia virou o rosto na direção dela, seus olhos se iluminaram ao ver a boneca que Renatta estendia:— É pra mim?— Sim, é sua.— Que linda!Lígia pegou a boneca com um sorriso radiante, o rosto cheio de entusiasmo. Ver aquela alegria inocente deixou Renatta com o coração apertado, seus olhos começand
Larissa estava com a expressão séria enquanto dizia:— Dr. Levi, por favor, mesmo que tenha poucas chances, tente alguma coisa. Afinal, a situação dela não pode piorar mais do que já está.Levi assentiu levemente:— Certo, Srta. Larissa. Já que lhe devo um favor, farei o possível para ajudar.— Muito obrigada, Dr. Levi!Os olhos de Larissa brilharam com gratidão, mas Levi rapidamente respondeu:— Não precisa agradecer, é meu dever.Lorenzo, por sua vez, fez um leve aceno de cabeça:— Agradeço muito, Dr. Levi. Se conseguir curar minha irmã, eu certamente o recompensarei generosamente!Dr. Levi abanou a mão, recusando qualquer recompensa:— Não se preocupe com isso, Sr. Lorenzo. A Srta. Larissa salvou minha vida no passado. Considero isso como uma forma de retribuir o favor.Lorenzo ficou surpreso ao descobrir que Larissa havia utilizado uma dívida de vida para trazer o médico. Ele olhou para ela com olhos cheios de gratidão:— Srta. Larissa, eu realmente lhe devo uma grande dívida.Lari
Ao ouvir aquilo, Renatta apertou os lábios antes de perguntar:— Qual hospital? Você foi sozinha de carro? Posso ir te buscar.— Não precisa, uma amiga vai me deixar em casa daqui a pouco. — Respondeu Carolina.— Tudo bem, então se cuida.Foi só por volta das três da tarde que Carolina finalmente voltou. Ao ouvir o som de um carro se aproximando, Renatta, que estava lendo no sofá da sala, virou a cabeça e, pela janela, viu um Porsche Cayenne preto parando na entrada da mansão. Ela arqueou uma sobrancelha, intrigada. Se sua memória não a traía, Wade costumava dirigir um Cayenne, não é?No segundo seguinte, sua suspeita foi confirmada. A porta do motorista se abriu, e Wade desceu do carro. O livro nas mãos de Renatta caiu direto no tapete. Era realmente Wade. Pelo que ela lembrava, Carolina tinha se refugiado em sua casa justamente para se afastar dele, certo?Renatta ficou ainda mais surpresa quando viu Wade abrir a porta do passageiro e ajudar Carolina a sair do carro com todo o cuida
Carolina tentou conter a raiva que sentia ao lembrar que ele havia acabado de salvá-la.— Sr. Wade, obrigada por agora. Vou tomar mais cuidado da próxima vez. Hoje você teve um trabalhão. Cuide-se no caminho de volta, até logo.Dito isso, Carolina soltou sua mão abruptamente e caminhou rapidamente em direção a Renatta.Wade ficou olhando para as costas dela com um olhar enigmático, pensando que talvez fosse melhor arranjar alguém para proteger Carolina. Do jeito que essa mulher atrapalhada se metia em encrenca, não daria conta sozinha.Carolina chegou à porta e se deparou com o olhar cheio de malícia de Renatta. Baixou a voz e disse:— Depois eu te explico.Renatta riu discretamente, acenou para Wade e esperou ele se afastar antes de se virar para Carolina:— Conta aí, desde quando você e o Wade ficaram tão próximos?Carolina suspirou profundamente e começou a relatar o que aconteceu hoje, desde o inesperado encontro com Wade até a ida para o pré-natal.Quando terminou, Renatta estava
Do outro lado da linha, houve um breve silêncio antes que a voz fria de Wade soasse:— Entendi. Vou tomar mais cuidado daqui pra frente.— Sr. Wade, posso perguntar por que você está sendo tão gentil com a Carolina? — Disse Renatta.— Isso é um assunto pessoal, Srta. Renatta. Só saiba que eu jamais a machucaria.E, sem esperar uma resposta, Wade desligou o telefone abruptamente.Renatta abaixou o celular, perdida em pensamentos. Será que Wade estava interessado em Carolina? Fora essa hipótese, ela não conseguia encontrar outra explicação para o comportamento dele. Levantou-se e voltou para a sala, onde viu Carolina esparramada no sofá, assistindo a uma novela romântica. Renatta balançou a cabeça, meio rindo:— Ué, você não vivia reclamando que as protagonistas dessas novelas eram burras demais? Agora tá aí, vidrada...Carolina nem desviou o olhar da tela, completamente entretida.— Reclamar é uma coisa, gostar é outra. — Respondeu Carolina, dando de ombros.Renatta sentou-se ao lado de
Perdida em seus pensamentos, Fabíola franziu a testa e apertou os punhos sobre a mesa. Como ela podia justificar as ações dele?Errado era errado, e ponto final. Além disso… Francisco e Renatta já haviam estado noivos. Mesmo que ela ainda tivesse sentimentos por ele, sabia que nunca poderiam ficar juntos.Na tarde seguinte, Renatta chegou à mansão da família Valentino, como combinado. Ao entrar e perceber que só Fabíola estava ali, arqueou levemente as sobrancelhas, surpresa.— E o Mestre? — Perguntou Renatta.— Ele chegou em casa, mal largou as malas e recebeu uma ligação do Mestre Ramos. Precisou ir ao encontro dele. Disse para não esperarmos por ele, que não voltaria para o jantar hoje. — Respondeu Fabíola, com um tom calmo.Renatta assentiu e sentou-se à frente de Fabíola. Observando-a mais de perto, notou que a jovem estava visivelmente mais magra, além de pálida. Franziu a testa, preocupada.— Francisco te maltratou? — Perguntou Renatta, direta.Fabíola, que já era naturalmente m