Ao ouvir aquilo, Renatta apertou os lábios antes de perguntar:— Qual hospital? Você foi sozinha de carro? Posso ir te buscar.— Não precisa, uma amiga vai me deixar em casa daqui a pouco. — Respondeu Carolina.— Tudo bem, então se cuida.Foi só por volta das três da tarde que Carolina finalmente voltou. Ao ouvir o som de um carro se aproximando, Renatta, que estava lendo no sofá da sala, virou a cabeça e, pela janela, viu um Porsche Cayenne preto parando na entrada da mansão. Ela arqueou uma sobrancelha, intrigada. Se sua memória não a traía, Wade costumava dirigir um Cayenne, não é?No segundo seguinte, sua suspeita foi confirmada. A porta do motorista se abriu, e Wade desceu do carro. O livro nas mãos de Renatta caiu direto no tapete. Era realmente Wade. Pelo que ela lembrava, Carolina tinha se refugiado em sua casa justamente para se afastar dele, certo?Renatta ficou ainda mais surpresa quando viu Wade abrir a porta do passageiro e ajudar Carolina a sair do carro com todo o cuida
Carolina tentou conter a raiva que sentia ao lembrar que ele havia acabado de salvá-la.— Sr. Wade, obrigada por agora. Vou tomar mais cuidado da próxima vez. Hoje você teve um trabalhão. Cuide-se no caminho de volta, até logo.Dito isso, Carolina soltou sua mão abruptamente e caminhou rapidamente em direção a Renatta.Wade ficou olhando para as costas dela com um olhar enigmático, pensando que talvez fosse melhor arranjar alguém para proteger Carolina. Do jeito que essa mulher atrapalhada se metia em encrenca, não daria conta sozinha.Carolina chegou à porta e se deparou com o olhar cheio de malícia de Renatta. Baixou a voz e disse:— Depois eu te explico.Renatta riu discretamente, acenou para Wade e esperou ele se afastar antes de se virar para Carolina:— Conta aí, desde quando você e o Wade ficaram tão próximos?Carolina suspirou profundamente e começou a relatar o que aconteceu hoje, desde o inesperado encontro com Wade até a ida para o pré-natal.Quando terminou, Renatta estava
Do outro lado da linha, houve um breve silêncio antes que a voz fria de Wade soasse:— Entendi. Vou tomar mais cuidado daqui pra frente.— Sr. Wade, posso perguntar por que você está sendo tão gentil com a Carolina? — Disse Renatta.— Isso é um assunto pessoal, Srta. Renatta. Só saiba que eu jamais a machucaria.E, sem esperar uma resposta, Wade desligou o telefone abruptamente.Renatta abaixou o celular, perdida em pensamentos. Será que Wade estava interessado em Carolina? Fora essa hipótese, ela não conseguia encontrar outra explicação para o comportamento dele. Levantou-se e voltou para a sala, onde viu Carolina esparramada no sofá, assistindo a uma novela romântica. Renatta balançou a cabeça, meio rindo:— Ué, você não vivia reclamando que as protagonistas dessas novelas eram burras demais? Agora tá aí, vidrada...Carolina nem desviou o olhar da tela, completamente entretida.— Reclamar é uma coisa, gostar é outra. — Respondeu Carolina, dando de ombros.Renatta sentou-se ao lado de
Perdida em seus pensamentos, Fabíola franziu a testa e apertou os punhos sobre a mesa. Como ela podia justificar as ações dele?Errado era errado, e ponto final. Além disso… Francisco e Renatta já haviam estado noivos. Mesmo que ela ainda tivesse sentimentos por ele, sabia que nunca poderiam ficar juntos.Na tarde seguinte, Renatta chegou à mansão da família Valentino, como combinado. Ao entrar e perceber que só Fabíola estava ali, arqueou levemente as sobrancelhas, surpresa.— E o Mestre? — Perguntou Renatta.— Ele chegou em casa, mal largou as malas e recebeu uma ligação do Mestre Ramos. Precisou ir ao encontro dele. Disse para não esperarmos por ele, que não voltaria para o jantar hoje. — Respondeu Fabíola, com um tom calmo.Renatta assentiu e sentou-se à frente de Fabíola. Observando-a mais de perto, notou que a jovem estava visivelmente mais magra, além de pálida. Franziu a testa, preocupada.— Francisco te maltratou? — Perguntou Renatta, direta.Fabíola, que já era naturalmente m
Depois do jantar, Renatta se despediu da família Valentino. No caminho de volta para casa, recebeu uma ligação de Carolina, que mencionou estar com vontade de comer bolo. Decidiu passar em uma confeitaria antes de ir para casa. Enquanto escolhia o bolo, ouviu uma voz familiar atrás de si, carregada de surpresa:— Srta. Renatta! Que coincidência! Você também veio comprar doces?Renatta se virou e viu Larissa e Lorenzo a poucos passos de distância. Por um momento, hesitou.Ambos eram atraentes, mas Lorenzo, em particular, destacava-se na multidão. Ao lado dele, Larissa segurava um bolo de morango, com um sorriso doce e delicado. Hoje, eles usavam roupas de cores similares, parecendo um casal perfeito à distância.Renatta desviou o olhar, mantendo a voz neutra:— Boa noite, Srta. Larissa.Larissa se aproximou com seu típico sorriso gentil:— O tratamento de Lígia deu resultados maravilhosos. Eu ia visitá-la hoje e, no caminho, encontrei o Sr. Lorenzo. Decidimos comprar algo doce para ela.
— Você veio ver a Lígia? — Perguntou Lorenzo, com o tom seco e direto de sempre.Renatta assentiu levemente:— Sim. Ontem ouvi que ela está um pouco melhor, então resolvi passar aqui para vê-la.— Tenho um compromisso agora. Entre e peça para a empregada te levar até ela. — Respondeu Lorenzo, sem muita cerimônia.Percebendo o tom frio dele, Renatta não demonstrou nenhuma reação. Apenas sorriu educadamente e respondeu:— Obrigada por permitir.Lorenzo não disse mais nada. Caminhou rapidamente até a porta, entrou no carro e saiu sem olhar para trás.Renatta entrou na casa, sendo recebida logo pela empregada, que abriu um sorriso caloroso:— Srta. Renatta! Que bom que veio. Vou levá-la até a Srta. Lígia.Enquanto subiam as escadas, Renatta não conseguiu conter a curiosidade e perguntou:— Ouvi dizer que a Lígia teve uma boa melhora no tratamento. É verdade?A empregada assentiu, animada:— Sim, ontem houve momentos em que ela parecia bem diferente de antes, quase como se tivesse voltado a
Renatta desceu do carro e confirmou que, de fato, era sua casa. Ainda assim, as flores não faziam sentido. Aproximou-se do portão, intrigada, quando, de repente, um entregador vestido com uma camiseta amarela saiu de trás de uma pilha de flores, quase saltando em sua direção. O susto foi tanto que Renatta quase o derrubou com um golpe de reflexo.— A senhorita é a Srta. Renatta? Por favor, assine aqui para receber as flores. — Disse o rapaz, estendendo uma prancheta e uma caneta.Renatta cruzou os braços, ignorando os itens entregues.— Quem enviou essas flores? — Perguntou Renatta, com o tom frio.O entregador balançou a cabeça, sem graça:— Não sei. Sou apenas o responsável pela entrega.— Se você não sabe, então não vou aceitar. Pode levar tudo de volta. — Respondeu Renatta, virando-se para entrar em casa.O entregador, vendo que não conseguiria convencê-la facilmente, tentou argumentar:— Senhorita, eu não tenho acesso às informações dos clientes. Só faço as entregas…— Bem, se as
Antes que Malom pudesse responder, o som de linha ocupada ecoou no telefone. Ele ficou paralisado por um instante, até que seus olhos se estreitaram, assumindo um brilho frio e ameaçador. Ela teve a ousadia de desligar na cara dele? Muito bem.Foi interrompido por uma batida na porta. A secretária entrou com passos hesitantes, percebendo a expressão sombria de seu chefe e baixando o tom da voz:— Sr. Malom, o Sr. Lorenzo pediu que o senhor vá até o escritório dele.Malom franziu o cenho e respondeu com um tom cortante:— O que ele quer comigo?Nos últimos dias, desde que Lorenzo tinha assumido temporariamente o controle do Grupo Amorim, não fazia outra coisa senão apontar erros nos projetos de Malom, humilhando-o em reuniões e desafiando suas decisões. O simples nome de Lorenzo já fazia o sangue de Malom ferver.— Eu… não sei, senhor.— Inútil! — Disparou Malom, elevando a voz de repente. A secretária deu um pequeno salto, claramente assustada, e abaixou a cabeça em silêncio.Respirand