Se Renatta não tivesse percebido que Cristina estava tentando juntá-la com Lorenzo, ela seria uma tola.— Sr. Lorenzo, sente-se. Vou lavar umas frutas. — Disse Renatta.— Não precisa, não vou comer. — Respondeu Lorenzo.— Vou lavar só um pouco.Renatta pegou uma bacia, despejou as frutas na cesta e se dirigiu à cozinha. Assim que ligou a água, uma mão longa e firme estendeu-se por trás dela, pegando a cesta de suas mãos.— Deixa que eu faço. — Disse Lorenzo.— Não precisa, eu faço. Que absurdo seria deixar o convidado trabalhar.— A água está fria.Diante do olhar firme e irrefutável de Lorenzo, Renatta hesitou e, aos poucos, suas mãos se fecharam, sem insistir mais.Lorenzo tirou o paletó e o entregou para ela:— Segura pra mim.Renatta pegou o paletó, ainda com o calor do corpo dele e o leve perfume de pinho que ele sempre exalava. Suas mãos, quase sem perceber, se apertaram um pouco mais ao redor da peça.Lorenzo, sem olhar para ela, virou-se e começou a arregaçar as mangas da camis
Renatta mal teve tempo de reagir quando sentiu que seu queixo foi segurado por uma mão forte. Ela foi forçada a levantar o rosto, e, no instante seguinte, uma sombra caiu sobre ela. No momento em que sentiu o calor nos lábios, seus olhos se arregalaram de surpresa.Ela estava prestes a empurrá-lo, quando a porta do quarto foi aberta de repente. Cristina entrou:— Renatta, eu estava...Cristina parou de falar ao ver os dois se beijando na cozinha. Ela ficou paralisada por um momento, e logo em seguida disse, apressada:— Eu não vi nada, podem continuar!Renatta empurrou Lorenzo rapidamente, o rosto corado de vergonha:— Mãe, não entenda errado, eu...Antes que pudesse terminar, Cristina já havia saído e, de forma bem prestativa, fechou a porta.Renatta estava mortificada. Ela tinha certeza de que Cristina havia entendido tudo errado. Quando olhou para Lorenzo, que permanecia completamente calmo, não conseguiu evitar lançar-lhe um olhar furioso:— Lorenzo, não exagere! Se fizer isso de n
Na visão de Filipe, Renatta só precisava de mais tempo para entender seus próprios sentimentos, e ele tinha certeza de que, no final, ela tomaria a decisão certa.Cristina lançou-lhe um olhar impaciente:— Eu só quero a felicidade dela, tá bom? Mas tudo bem, não falo mais nada. Se ela não quiser ficar com Lorenzo, eu arranjo outra pessoa para ele.— Não vai atrapalhar ainda mais, não? — Respondeu Filipe.— Hum! Você entende o quê? Quero ver quando ela ver o Lorenzo com outra mulher, se ela vai continuar tranquila.Filipe ficou sem palavras, mas, por dentro, pensou: “Mulheres são tão complicadas. Ainda bem que eu só namoro e nunca me caso.”Depois de sair do hospital, Renatta estava a caminho de casa quando recebeu uma ligação de Sara.— Renata, o Francisco já trouxe a Susana de volta. Quando você vai me dar o dinheiro? — Perguntou Sara.Ao ouvir o tom exigente de Sara, Renatta franziu a testa.— Por que eu te daria dinheiro? Você não tem mãos e pernas? Precisa de dinheiro, vá trabalhar
Quando Edgar avisou que Sara tinha trazido Susana até ali, Lorenzo franziu a testa:— Não vou recebê-la.— Sr. Lorenzo, ela disse que, se o senhor não atendê-la, vai abandonar Susana. — Relatou Edgar.Ao ouvir isso, um traço de desprezo passou pelos olhos de Lorenzo. Em tom frio, respondeu:— Traga-a para a sala de estar.Cinco minutos depois, Sara entrou na mansão com Susana. Seus olhos brilhavam de cobiça. Ela sabia que aquela casa valia milhões de reais. Não queria muito. Dez milhões já seria o suficiente.Lorenzo estava sentado no sofá, olhando para ela com um rosto gelado. Quando seus olhos pousaram em Susana, ele notou imediatamente as marcas de tapa no rosto da menina e não conseguiu esconder o desgosto. Além disso, Susana não era mais a criança alegre de antes. Estava encolhida, com medo, sem o menor traço de inocência que uma criança de sua idade deveria ter.— O que você quer? — Perguntou Lorenzo, a voz carregada de frieza.Sara finalmente olhou para ele e, ao ver a frieza em
Lorenzo a encarou com um olhar sarcástico:— Comparado aos boatos que ela pode ouvir, o que você faz com ela é muito pior.Enquanto os dois discutiam, Edgar já havia chamado a polícia. Quando Sara percebeu que Lorenzo estava realmente disposto a mandá-la para a prisão, o pânico tomou conta de seu rosto. Ela se virou e tentou correr, mas, ao chegar à porta, dois seguranças vestidos de preto surgiram e a bloquearam.— Saiam da minha frente! Me deixem sair! — Gritou Sara, desesperada.Os dois permaneceram impassíveis, sem dizer uma palavra, encarando-a com indiferença.Sara virou-se para Lorenzo, com os olhos suplicantes:— Lorenzo, por favor, me perdoa! Eu sei que errei, mas prometo que nunca mais vou bater nela. Eu vou cuidar bem da Susana! Me dá mais uma chance, só essa vez!— Você não vai ter outra chance. — Respondeu Lorenzo.— Por favor, eu realmente sei que errei. Eu não quero ir para a cadeia! O que você quer que eu faça? Que eu me ajoelhe? Você realmente não tem um pingo de compa
Lorenzo não olhou para trás. Levantou-se e saiu sem dar mais atenção à criança.Permitir que Susana fosse criada sob o nome da família Marques até a maioridade já era a maior concessão que ele faria.Afinal, se não fosse por Sara e Lutano, ele e Renata não teriam perdido tantos anos de suas vidas. Embora Susana fosse inocente, Lorenzo não podia ignorar as cicatrizes que sua presença traria. Criá-la perto de si era algo que ele simplesmente não conseguia fazer.Com Sara presa e Susana enviada de volta para Cidade A, os recentes problemas finalmente chegaram ao fim.Lorenzo chamou Edgar ao escritório para discutir os assuntos recentes da empresa, quando de repente recebeu uma ligação da família Amorim.Lertino havia sofrido um acidente!Lorenzo correu para o hospital, mas, ao chegar lá, Lertino ainda estava na sala de emergência.Malom, Ademir e outros parentes da família Amorim, que Lorenzo nem conhecia, estavam reunidos na porta da sala de emergência. Todos falavam ao mesmo tempo, tran
Ao ser atingido no ponto fraco, Malom ficou com o rosto vermelho de raiva, encarando Lorenzo como se quisesse matá-lo:— O que você entende de negócios?! Se não sabe, é melhor ficar calado! Aquelas empresas já estavam fadadas à falência! Mesmo que eu não tivesse assumido, elas teriam quebrado de qualquer jeito!Lorenzo sorriu com desdém:— Com o apoio da família Amorim, você ainda deixou as empresas afundarem? Se isso não é ser um fracassado, então eu não sei o que é.— Seu...!Malom o encarava com ódio. Sentiu ainda mais raiva ao perceber os olhares desconfiados dos outros parentes da família Amorim. Eles claramente começavam a duvidar de sua competência. Malom se arrependeu de ter permitido que a família soubesse da condição crítica de Lertino. Deveria ter esperado até que ele morresse para contar a Lorenzo!Enquanto o silêncio se instalava no corredor, um homem de terno surgiu apressado vindo do fundo do corredor. Ele usava óculos de aro dourado e carregava uma maleta. Seu semblante
Com esse pensamento, Malom saiu apressado. Encontrando um canto isolado, ele fez uma ligação:— Lertino não pode morrer agora. Vocês precisam dar um jeito de salvá-lo.Do outro lado da linha, houve um breve silêncio, seguido por uma voz fria:— Sr. Malom, isso não foi o que combinamos. Além disso, ele já está com um pé na cova. Como espera que eu o salve?— Esse é o seu problema. Se ele morrer, eu juro que você vai se arrepender!Malom desligou o telefone abruptamente. Do outro lado, a pessoa ficou furiosa, jogando o celular contra a parede. Respirando fundo, chamou uma enfermeira:— Vá até a sala de cirurgia e diga que precisam salvar o paciente a qualquer custo.A enfermeira hesitou por um momento, mas não fez perguntas e saiu rapidamente.Duas horas depois, a porta da sala de cirurgia se abriu, e Lertino foi trazido para fora. As pessoas correram para ver como ele estava. Ele permanecia inconsciente, o rosto pálido como cera. Todos franziram a testa e começaram a questionar o médico