— Não sei, mas posso tentar.Ao ouvir isso, Carolina não discutiu mais. Apenas sorriu e disse:— Então tenta.Mas, conhecendo Renatta como conhecia, Carolina tinha a sensação de que, no final, ela e Francisco acabariam se separando.Depois do café da manhã, Renatta se preparava para ir ao escritório trabalhar, mas Carolina a puxou para sair:— É fim de semana, Renata! Relaxa um pouco. Trabalhar tanto assim vai te transformar numa máquina! E você falou que vai jantar com o Francisco amanhã, não falou? Se quer mesmo tentar cultivar um sentimento, tem que se arrumar direito!Renatta franziu o cenho:— Não acho que seja necessário. Minhas roupas estão boas.Carolina a olhou com desdém:— Boas? Só porque não estão rasgadas e ainda servem? Mesmo que não fosse para o jantar com Francisco, seu guarda-roupa já está pedindo uma renovação faz tempo.Para Renatta, o importante era estar confortável com o que vestia. Mas, no fim, ela cedeu e foi com Carolina ao shopping.Assim que entraram no shopp
— Se não tem a ver comigo, por que eu deveria me importar? Estou morrendo de fome, vamos pedir logo. — Disse Rentta.Renatta pegou o cardápio e começou a folheá-lo, mas logo percebeu que os nomes dos pratos eram confusos. Coisas como “Coração Apaixonado”, “Bolhas Rosadas” e “Coração Valente” não faziam o menor sentido para ela. E o pior: não havia nenhuma foto dos pratos, então era impossível saber o que estava pedindo. Ela tocou a campainha para chamar o garçom e só depois de perguntar um por um é que começou a fazer o pedido.Do outro lado do restaurante, a conversa entre Lorenzo e Larissa fluía de forma harmoniosa.— Srta. Larissa, obrigado por ter ajudado a encontrar um hipnoterapeuta para minha irmã, mas não precisa mais, eu mesmo vou cuidar disso. — Disse Lorenzo.Percebendo que ele queria evitar ficar em dívida com ela, Larissa arqueou uma sobrancelha:— Sr. Lorenzo, a família Cabral tem muitos contatos no exterior. Deixe isso comigo. Vai ser muito mais rápido. E eu não pretendo
— Não é a mesma coisa. Nascer com tudo e conquistar por esforço próprio são coisas bem diferentes. — Disse Carolina.Embora Carolina trabalhasse duro, ela às vezes não conseguia evitar sentir uma pontinha de inveja daqueles que nunca precisaram se preocupar com dinheiro.Renatta assentiu:— Verdade.Carolina não quis prolongar o assunto. Observando Renatta, comentou:— Pelo visto, você superou o Lorenzo de verdade. Se não, não estaria tão tranquila ao vê-lo com outra mulher.— Já passou.Renatta disse isso com uma serenidade aparente, mas seus dedos, apertando o garfo e a faca, ficaram brancos por um breve momento.Depois de terminarem a refeição e descansarem um pouco, Carolina, cheia de energia, arrastou Renatta para mais compras. Só no fim do dia voltaram para a casa, e Renatta, exausta, jogou-se no sofá. Fazer compras era mais cansativo do que um dia inteiro de trabalho.Vendo a amiga naquele estado deplorável, Carolina riu:— O que aconteceu com você? Eu me lembro que você adorava
Ao ouvir o sinal de desligado repetidas vezes no celular, Filipe franziu o cenho e se levantou para procurar Renatta. No entanto, no meio do caminho, foi interceptado:— Sr. Filipe, o Sr. Francisco gostaria que o senhor fosse até a casa da família Pereira.Filipe olhou para os carros que bloqueavam seu caminho e riu com desprezo:— Perfeito. Eu já estava indo falar com ele. Podem me guiar.Enquanto falava, Filipe discretamente levou a mão ao bolso, tentando discar para o número de sua secretária. Mas antes que pudesse fazer a ligação, uma mão firme agarrou seu pulso e o puxou com força, fazendo seu celular cair no chão.O homem de terno preto o encarou com frieza:— Para quem o senhor pretendia ligar, Sr. Filipe?O semblante de Filipe se fechou, e ele riu com sarcasmo:— Pelo visto, vocês já vieram preparados.Era óbvio que Francisco já sabia que ele havia descoberto sobre o sequestro de Fabíola. Do contrário, não o teriam interceptado no meio do caminho.O homem não respondeu a provoc
— Se eu eliminar todos vocês, nada mais ficará no caminho. Ela será minha. — Disse Francisco.Filipe o encarou com frieza, mas agora, em seus olhos, havia um traço de pena:— Ouvi dizer que você está apaixonado por ela há muitos anos.Francisco o olhou com uma leve confusão, sem entender por que ele mencionava aquilo agora:— Sim, e daí?— E em todos esses anos, ela nunca te amou. Isso prova que você simplesmente não é o tipo de homem que ela gosta. E forçar uma relação nunca trará felicidade. Se você libertar Fabíola e Sara, talvez ainda tenha uma chance de ser perdoado. Mas se ela descobrir a verdade, vai te odiar. Sim, você pode nos eliminar, mas quanto tempo acha que conseguirá esconder isso? A família Borges vai investigar minha morte, e você nunca conseguirá ficar com Renatta.Filipe manteve um tom calmo e calculado, tentando fazer Francisco voltar à razão.Infelizmente, Francisco não estava mais disposto a ouvir. Ele o encarou e, com a voz firme, respondeu:— Passei a vida sem c
O rosto de Francisco estava mais sombrio do que nunca. Se ele não estava enganado, aquele telefonema só podia ter sido feito por Sara para Renatta. Jamais imaginou que ela ainda conseguiria encontrar uma brecha! Agora, com Renatta sabendo da verdade, não haveria mais chances para ele. Ele sabia que, desta vez, talvez a perdesse para sempre.— Continuem procurando Sara. Precisamos encontrá-la antes que ela se encontre com Renata! —Disse Francisco.— Vou providenciar isso imediatamente.Depois que seu capanga saiu, Francisco desabou no sofá, tomado por um sentimento de desespero.Enquanto isso, do outro lado, Renatta, ao desembarcar do avião, enviou uma mensagem para o número que havia ligado antes, avisando que já tinha chegado. Ela não tinha intenção de esperar no aeroporto; Francisco logo descobriria que ela estava em Cidade L, então, pegou um táxi direto para o centro da cidade. Uma vez lá, ele teria mais dificuldade para encontrá-la.Meia hora depois, ela recebeu uma mensagem de Sar
Renatta ficou surpresa, mas logo seus olhos se encheram de frieza:— Como você sabe que Lutano veio atrás de mim?Sara soltou uma risada amarga:— Porque ele ficou gravemente ferido no país Y, e fui eu quem o cuidou. Também sei que foi Abelo quem o enviou para te matar. Na verdade, ele fingiu a própria morte para escapar, mas quando fui resgatá-lo, os homens de Francisco apareceram, o mataram e me capturaram.Renatta franziu o cenho:— E a sua filha?Ao ouvir isso, os olhos de Sara vacilaram e ela desviou o olhar:— Minha filha está nas mãos de Francisco, mas eu não vou me importar com ela. Ela é inútil. Só me atrapalharia.Ela disse isso com uma expressão fria, sem demonstrar qualquer emoção.— Essa é a sua filha! Se você for embora agora, o que será dela? — Disse Renatta.Sara suspirou com desdém:— O que isso tem a ver comigo? Mal consigo cuidar de mim mesma, você acha que tenho tempo para cuidar dela? Se está tão preocupada, por que não a adota?Sara só havia decidido ter Susana pa
— Está bem, entendi.Francisco desligou o telefone e permaneceu em silêncio. Ao lado, a secretária hesitou por um momento, mas, com certo receio, finalmente se atreveu a perguntar:— Sr. Francisco... O que faremos agora?— Vamos esperar aqui no aeroporto.Pouco depois das seis da manhã, Renatta e Sara desembarcaram do avião. Assim que saíram do saguão, avistaram Francisco não muito distante, com o olhar fixo em Renatta. Ao vê-lo, Sara sentiu um arrepio de medo e, instintivamente, se escondeu atrás de Renatta.— Voltaram, hein? — Disse Francisco com um tom calmo e gentil, como se nada tivesse acontecido, como se ele estivesse ali apenas para buscá-las.Renatta o encarou com frieza:— Onde você trancou a Fabíola?Francisco deu um leve sorriso:— Tenho certeza de que você tem muitas perguntas, mas podemos conversar melhor depois.— Francisco, eu não tenho tempo pra perder com suas desculpas. Se você não soltar a Fabíola agora, eu vou chamar a polícia.— Polícia? — A máscara de serenidade