— Certo... Vou ficar atento. Desculpe por incomodar. — Disse Wade.Depois de desligar, Renatta largou o celular, com uma expressão pensativa. Por que Wade estava tão preocupado com Carolina de repente? Além disso, Carolina comentou que ele sempre encarava sua barriga... Será que ele queria ser o pai do filho dela? A ideia foi tão absurda que Renatta riu sozinha, achando graça de si mesma por cogitar uma hipótese tão ridícula.Provavelmente havia outra explicação. Se Wade continuasse com esse comportamento estranho por mais tempo, ela conversaria seriamente com ele....Na mansão da família Amorim.Lertino encarava Lorenzo, que estava com uma expressão fria do outro lado da mesa, sentindo uma forte dor de cabeça:— Por que você é tão teimoso? Ficar com a Larissa só traria benefícios para você. A família Cabral tem apenas ela como herdeira. Se você se casar com ela, você ganha o controle da família inteira. Assim, mesmo o Grupo Marques não seria um obstáculo. Eu realmente não entendo o q
Ademir abaixou a cabeça e disse com a voz suave:— Mestre, o senhor só quer o bem do Mestre Lorenzo.Lertino soltou um riso amargo:— Mas aos olhos dele, parece que estou tentando destruí-lo. Se eu deixasse ele ficar com a Renatta, talvez ele tivesse menos rancor de mim, não acha?— Um dia o Mestre Lorenzo vai entender sua intenção, senhor.— Ah...Lertino suspirou, o cansaço estampado em seu rosto. Nos últimos tempos, tantas coisas aconteceram que ele se sentia esgotado e finalmente precisava admitir que estava envelhecendo.— Senhor, o remédio da cozinha já está pronto. Vou trazê-lo para o senhor. — Disse Ademir.Logo depois, Ademir trouxe uma tigela de um líquido escuro e amargo, colocando-a na frente de Lertino. Lertino franziu o nariz, incomodado:— Já tomei essa poção por dias e minha dor de cabeça só piora. Talvez seja melhor parar.— Não pode fazer isso! Na última crise de dor de cabeça, foi esse remédio que o ajudou. Pode ser apenas uma fase mais intensa da dor. Por favor, tom
— Ah.— Venha tomar café, preciso sair daqui a pouco. — Disse Renatta.— Tão cedo assim?— Sim, vou indo. Se precisar de algo, me liga.Antes que Carolina pudesse responder, Renatta já havia pegado os documentos e saído. Dirigiu até a casa de Lorenzo, chegando pouco depois das oito. Respirou fundo, pegou a pasta do banco do passageiro e apertou a campainha.A porta se abriu rapidamente. Ao vê-la, Lorenzo franziu o cenho:— Veio tão cedo para ver a Lígia?Renatta ergueu o olhar para ele:— Não, vim falar com você.Eles se sentaram na sala, e Renatta entregou os papéis que trouxera:— Aqui estão alguns contatos de clientes com quem falei ontem à noite. Eles têm interesse em trabalhar com você. Para retomar o Grupo Marques das mãos do Abelo, vai demorar, e esses clientes, eu selecionei justamente por terem desavenças com a família Timelo. Pode confiar.Lorenzo pegou os documentos, mas não os abriu de imediato. Em vez disso, fixou o olhar em Renatta, os olhos brilhando com uma expressão di
Renatta olhou para ele com um olhar frio e distante:— Já falei que essa é uma questão minha, você não tem o direito de se meter. E além do mais, eu não fiz nada para te desrespeitar. Se não consegue lidar com isso, podemos cancelar nosso noivado!Francisco a encarou, seus olhos tomados pela fúria:— Já estava esperando o momento para dizer isso, não é? Finalmente teve a chance, e agora está se sentindo aliviada?— Você está fora de si agora. Não quero brigar com você. Vamos conversar depois que você se acalmar.— Eu estou bem calmo! Nunca quis realmente ficar comigo, só ficou noiva por pena. Até quando eu estava tratando minha perna, você achava que aquele acidente foi coisa minha! Duvidou até do sumiço da Fabíola. Para você, qualquer coisinha já é motivo para não acreditar em mim, sempre buscando uma forma de se livrar de mim, não é?Renatta deu um passo para trás e respondeu em tom sério:— Peço desculpas pela falta de confiança. Sobre o resto, conversamos quando você estiver mais c
— Estamos investigando, mas o outro lado já está desconfiado. Acho que será difícil encontrar mais pistas daqui pra frente. — Disse Filipe.— Entendi.Ao desligar o telefone, um brilho de preocupação passou pelos olhos de Renatta. Quanto mais o tempo se arrastava, mais perigosa a situação se tornava para Fabíola. O que os sequestradores queriam ao raptar Fabíola? Por que a mantinham presa, sem fazer contato com Mestre Valentino ou qualquer outra pessoa? Não parecia que Fabíola tivesse ofendido alguém...Depois de pensar muito, Renatta só conseguia imaginar que Francisco teria essa chance... mas não conseguia entender o motivo.Sacudindo a cabeça, Renatta afastou as suspeitas sobre Francisco e tentou não pensar mais nisso. Levantou-se e desceu as escadas. Assim que chegou no andar de baixo, viu Carolina colocando os talheres na mesa. Ao perceber a presença de Renatta, Carolina sorriu:— Eu ia subir pra te chamar.Sobre a mesa, havia sete ou oito pratos, todos os favoritos de Renatta.—
De manhã, assim que Renatta desceu as escadas, Carolina a informou:— Francisco passou a noite toda esperando lá fora.Renatta franziu a testa e olhou pela janela. De fato, o carro de Francisco estava estacionado na entrada.Notando o incômodo nos olhos de Renatta, Carolina se apressou em dizer:— Se você não quiser vê-lo, eu posso pedir para ele ir embora.— Não precisa, eu mesma falo com ele.Enquanto Renatta se aproximava do carro de Francisco, ele saiu e foi ao seu encontro. Quando estavam a poucos passos de distância, Renatta parou:— Você não precisa ficar aqui. Pode ir.Os olhos de Francisco estavam cheios de arrependimento e culpa:— Renata, me desculpa pelo que aconteceu ontem... Eu fiquei muito nervoso. Estou morrendo de medo de te perder. Mesmo depois de termos ficado noivos, sinto que você pode me deixar a qualquer momento... Por isso eu perdi o controle e disse coisas que não devia.Francisco parecia desesperado para se justificar, mas o rosto de Renatta permaneceu inexpre
— O que você quer de verdade? Um parceiro ou um fantoche que te obedeça sem questionar? —Perguntou Renatta.Francisco deu um passo para trás, chocado, olhando para Renatta como se não acreditasse no que acabara de ouvir.— O meu amor por você, aos seus olhos, é controle?— E não é? Acho que você deveria voltar para casa e pensar direito. Se você continuar achando que pode controlar meus relacionamentos com outras pessoas, vamos romper o noivado. Eu sou muito grata por você ter me salvado no acidente, mas não vou trocar minha liberdade pelo resto da vida por isso. Posso te compensar de outra forma.Ao ver a expressão fria e resoluta de Renatta, a fachada de calma de Francisco finalmente se desfez, revelando uma frieza cortante:— Compensar? Como? Com dinheiro? Casas? Ou outra coisa? Você acha que eu preciso disso?— Eu sei que não precisa, mas é só o que eu posso te oferecer.Francisco a olhou fixamente por um tempo, até que finalmente cedeu:— Certo. Não vou mais interferir na sua rela
— Não sei, mas posso tentar.Ao ouvir isso, Carolina não discutiu mais. Apenas sorriu e disse:— Então tenta.Mas, conhecendo Renatta como conhecia, Carolina tinha a sensação de que, no final, ela e Francisco acabariam se separando.Depois do café da manhã, Renatta se preparava para ir ao escritório trabalhar, mas Carolina a puxou para sair:— É fim de semana, Renata! Relaxa um pouco. Trabalhar tanto assim vai te transformar numa máquina! E você falou que vai jantar com o Francisco amanhã, não falou? Se quer mesmo tentar cultivar um sentimento, tem que se arrumar direito!Renatta franziu o cenho:— Não acho que seja necessário. Minhas roupas estão boas.Carolina a olhou com desdém:— Boas? Só porque não estão rasgadas e ainda servem? Mesmo que não fosse para o jantar com Francisco, seu guarda-roupa já está pedindo uma renovação faz tempo.Para Renatta, o importante era estar confortável com o que vestia. Mas, no fim, ela cedeu e foi com Carolina ao shopping.Assim que entraram no shopp