A voz de Francisco transbordava de animação e entusiasmo. Renatta respondeu:— Hum, isso é ótimo.Percebendo que o tom de Renatta parecia um pouco desanimado, ele ficou em silêncio por um momento antes de perguntar:— Renata, eu vi o que aconteceu com o Grupo Borges. Você está se sentindo mal por causa disso? Talvez eu não devesse ter falado sobre mim nesse momento...— Não, sua recuperação me deixa muito feliz.— Hum, e sobre o Grupo Borges, não se preocupe demais, vocês vão encontrar uma solução.— Certo, eu tenho algumas coisas para resolver, então vou desligar.— Tudo bem.Após desligar, Renatta pegou os documentos novamente, forçando-se a continuar a leitura. De repente, o celular apitou. Ao ver que era uma mensagem de Lígia, seu semblante mudou imediatamente. Ela abriu a mensagem rapidamente.[Renatta, me desculpe, mas acho que não poderei ajudar você e meu irmão.]Os olhos de Renatta se estreitaram, e ela imediatamente ligou para Lígia. O telefone chamou, mas ninguém atendeu. Te
Cristina estava com os olhos um pouco vermelhos:— Na vida, nada é fácil assim.Renatta, que estava ao lado, olhava para eles com uma expressão de admiração. Ela também queria ter um relacionamento como o de Cristina e Alberto, mas temia que nunca teria essa chance em sua vida.A porta do quarto foi batida, e logo Shakiro entrou segurando uma pasta, com uma expressão séria:— Sr. Alberto, aqui está o que você me pediu para investigar.Alberto pegou a pasta, abriu-a e, depois de ler, suspirou profundamente:— Eu já sabia que ele tinha problemas comigo, só não esperava que ele fosse capaz de fazer isso.— O que faremos agora? — Perguntou Shakiro.— Não faremos nada, por enquanto. Esperarei voltar à empresa para decidir.Se seus pressentimentos estivessem certos, Abelo faria algum movimento em breve. Com um dossiê tão comprometedor nas mãos, certamente ele não perderia tempo em trazer essa questão a público.— Entendido.Após a saída de Shakiro, Alberto olhou para Renatta e Filipe:— Rena
Ao ver aqueles comentários, a expressão de Renatta foi ficando cada vez mais sombria.O fato de os resultados dos testes no Condomínio Mami, realizados pela equipe contratada pelo Grupo Borges, terem ultrapassado os limites permitidos, era algo que apenas o pessoal interno da empresa sabia. Se não foram os responsáveis pelos testes que divulgaram, então só poderia ter sido alguém de dentro do Grupo Borges que vazou a informação!Só de pensar nisso, uma onda de raiva tomou conta dela.A voz de Helga surgiu novamente do outro lado da linha:— Renatta, você está bem?Renatta respirou fundo, tentando se acalmar:— Estou bem. Mas preciso ir imediatamente para a empresa. Falo com você depois.Ao chegar na frente da sede do Grupo Borges, Renatta viu de longe a confusão. A entrada principal estava cercada por repórteres, e vários proprietários do Condomínio Mami seguravam faixas, protestando. O caos reinava, e os seguranças do Grupo Borges já não conseguiam controlar a situação.Renatta chamou
Cristina lançou um olhar em direção a cada um dos presentes, mas sempre que seus olhos encontravam alguém, a pessoa rapidamente desviava o olhar, evitando encará-la. Após alguns minutos desse impasse, ela franziu a testa e perguntou com impaciência: — Vocês são tantos aqui e nenhum tem uma solução para apresentar?Assim que terminou de falar, alguém murmurou baixinho:— Agora não há mais o que fazer, temos que aceitar o que aconteceu... mas aquela indenização... nem se vendermos o Grupo Borges conseguimos pagar tudo... E além disso, se o Sr. Alberto tivesse feito uma supervisão melhor, nada disso teria acontecido...Cristina, com um olhar frio, voltou-se diretamente para a pessoa que havia falado, e respondeu lentamente, com cada palavra carregada de tensão:— Então, segundo você, o plano é abandonar o Grupo Borges à própria sorte?Sentindo o peso do olhar de Cristina sobre si, o acionista mordeu os lábios e, de uma vez por todas, decidiu falar o que estava pensando:— Sra. Cristina,
O homem deu um sorriso misterioso:— Eu, ter alguma informação interna? Não... Só acho que está na hora de o Grupo Borges ter uma mudança de liderança. Daqui pra frente, basta tratar o Batista com um pouco mais de respeito.Ao ouvir isso, os outros ficaram ainda mais curiosos:— Trabalhamos juntos há tanto tempo... Se você souber de algo e não contar, aí é sacanagem com a gente!— Eu já disse, não tem nada. E mesmo que tivesse, agora não poderia contar. Tenho trabalho pra fazer, então vou indo!Dito isso, ele se levantou rapidamente e saiu, deixando os outros acionistas imersos em seus próprios pensamentos e especulações.No entanto, ele não foi para o seu escritório. Em vez disso, dirigiu-se diretamente para a sala de Batista:— Batista, fiz tudo como você pediu. Quando você se tornar presidente do Grupo Borges, não se esqueça de mim! Batista exibia um sorriso vitorioso no rosto, completamente diferente da expressão irritada que havia mostrado na reunião com Cristina momentos antes:
Ao voltar para casa naquela noite, Alberto sabia que teria que lidar com Cristina de novo. Claro, ele entendia que ela só queria o seu bem, então pedir desculpas era o mínimo que ele poderia fazer.Renatta alcançou Cristina quando ela estava prestes a sair de carro da sede do Grupo Borges. Ela abriu a porta do passageiro e entrou, encontrando a mãe com o rosto fechado. Não pôde evitar soltar uma risadinha:— Mãe, o papai só está preocupado com a empresa. Não fica chateada com ele, senão ele vai ter que lidar com o trabalho e ainda te agradar. Não vai dar conta de tudo.Cristina soltou um resmungo de desdém:— Quem disse que estou chateada com ele? Eu só não quero falar com ele. Se ele não se importa com a própria saúde, por mim, tanto faz.Renatta sabia que aquilo era só da boca pra fora, mas percebeu o cuidado nas palavras da mãe.— Tá bom, mãe. Se você não se importa, eu me importo. O médico falou que seria bom fazer uma canja pro papai. Que tal você me deixar no mercado no caminho e
Enquanto todos discutiam, Batista soltou uma risada sarcástica, e foi direto ao escritório de Alberto:— Sr. Alberto, todos estão falando sobre os materiais tóxicos usados pelo Grupo Borges. As ações continuam despencando. Você não vai fazer nada a respeito?Alberto, sem levantar os olhos dos documentos, respondeu friamente:— Sr. Batista, antes de entrar no meu escritório, faça o favor de bater na porta.Batista franziu o cenho, respondendo com um tom ríspido:— Numa hora dessas, você deveria estar mais preocupado com a imagem da empresa e com o escândalo dos materiais tóxicos, e não com esses detalhes insignificantes!— Saia.Alberto manteve o olhar fixo nos papéis, mas sua voz carregava uma frieza que enchia o ambiente de tensão.A aura intimidadora de Alberto fez Batista hesitar. Ele queria continuar discutindo, mas ao se deparar com o olhar glacial de Alberto, as palavras simplesmente sumiram de sua boca.Sem opção, Batista se virou e saiu furioso do escritório.Ao chegar à porta,
Na sala de estar da família Timelo, Abelo e Lorenzo estavam sentados frente a frente. O ambiente estava carregado, denso. Uma aura fria parecia envolver Lorenzo, e o olhar que ele lançava a Abelo era gélido.— Sr. Abelo, eu trouxe as ações do Grupo Marques. Onde está minha irmã? — Perguntou Lorenzo.Na noite anterior, Abelo havia feito uma proposta a Lorenzo: escolher entre as ações da empresa ou a vida de Lígia. Lorenzo, é claro, não hesitou em escolher salvar a irmã.Abelo deu um sorriso leve:— Sr. Lorenzo, não precisa ter tanta pressa. Deixe-me primeiro dar uma olhada no contrato de transferência, para evitar qualquer erro que possa lhe dar trabalho depois.Lorenzo permaneceu em silêncio, observando-o com frieza.Abelo, como se não percebesse a tensão no ar, pegou os documentos sobre a mesa e começou a examiná-los. Não demorou muito para que um sorriso satisfeito surgisse em seu rosto:— Sr. Lorenzo, você realmente é um homem de palavra. Aceito o Grupo Marques de bom grado. Espero