Lorenzo lançou-lhe um olhar gélido:— A família Amorim te pagou?— Não...— Então, por que está falando em nome deles? Vá fazer o que eu te mandei.— Sim, senhor.Na Família Amorim.Lertino estava sentado no sofá da sala de estar e virou-se para o mordomo ao lado:— E então? Ele vai voltar?Era a última chance que ele daria a Lorenzo. Se o filho continuasse com aquela teimosia, ele não hesitaria em tomar medidas drásticas.O mordomo fez uma pausa, hesitante:— O Mestre Lorenzo parece estar muito ocupado... então...Lertino deu uma risada fria, o rosto tomado pela raiva:— Não precisa defendê-lo. Mesmo sem muito contato com ele, eu sei bem que tipo de pessoa ele é.Se Lorenzo realmente o considerasse como pai, teria encontrado tempo para voltar, por mais atarefado que estivesse. Agora estava claro que ainda guardava rancor pelo que aconteceu da última vez. Mas Lertino tinha um plano para fazer Lorenzo ceder.— Certo, ligue para Abelo e diga que eu aceito a proposta de parceria! — Disse
Lágrimas escorriam incessantemente pelos cantos dos olhos de Renatta, que chorava de maneira silenciosa, porém profundamente dolorida. Dimitri, ao seu lado, tentava consolá-la em voz baixa, também com os olhos vermelhos. Não se sabe quanto tempo passou até que Renatta, aos poucos, conseguisse controlar suas emoções.Ela enxugou as lágrimas com o dorso da mão e murmurou:— Vamos voltar.— Sim.No caminho de volta, Dimitri quebrou o silêncio:— Renata, talvez eu esteja sendo intrometido, mas tenho observado como você e o Francisco se tratam nos últimos dias. Pelo que vejo, você não parece gostar dele. Ele parece ser bom para você, mas tem algo que me soa estranho. Acho que seria melhor observá-lo por mais algum tempo antes de decidir se casar com ele.Renatta parou por um momento e soltou um sorriso amargo. Até mesmo Dimitri havia percebido que havia algo errado entre ela e Francisco.— Pode ficar tranquilo, essa é uma decisão importante para a minha vida, e eu vou pensar bem antes de to
Ao ver o rosto frio de Renatta, Francisco apenas assentiu com a cabeça:— Tudo bem, mas tome cuidado. Se houver algo que você não consiga resolver, procure meu secretário.— Certo.Renatta chegou de volta a Cidade C já era tarde da noite. Em vez de ir para a casa da família Borges, ela pegou um táxi direto para o hospital onde Alberto estava internado. Assim que chegou à porta do quarto, deu de cara com Filipe, que estava saindo.— Renatta, quando você voltou? — Perguntou Filipe.— E importa quando eu voltei? O que eu quero saber é por que ninguém me avisou sobre a doença do papai?Filipe franziu a testa:— Eu tentei te avisar, mas seu telefone estava fora de área. Depois, a mamãe disse que sua volta só traria mais uma pessoa preocupada, então desistimos de tentar te contatar.Renatta se lembrou, então, de que seu celular havia quebrado recentemente. Depois de substituir o aparelho, ficou tão ocupada procurando Fabíola que nem chegou a entrar em nenhuma rede social.— E como pai está a
Renatta caminhou até a porta e a abriu, surpreendendo-se ao ver Lorenzo do lado de fora.— Oi, vim ver o Sr. Alberto. — Disse Lorenzo.Renatta não disse nada, apenas deu passagem para que ele entrasse no quarto.Cristina sorriu, levantando-se:— Sr. Lorenzo, por favor, sente-se.Enquanto falava, ela lançou um olhar para Renatta:— Renatta, não vai ajudar o Sr. Lorenzo com as coisas dele?Renatta pegou as flores das mãos de Lorenzo e, sem dizer nada, as colocou de lado. Baixando os olhos, falou:— Mãe, Sr. Lorenzo, vocês conversem. Eu ainda não jantei, vou sair para comer alguma coisa.E com isso, ela virou-se e saiu do quarto sem hesitar.Cristina olhou para as costas da filha com certa resignação e disse com um sorriso:— Filipe, vá levar sua irmã para comer. Ela não conhece bem a área.— Claro.Depois que Filipe saiu, Cristina voltou-se para Lorenzo:— Sr. Lorenzo, desde que o Grupo Borges enfrentou problemas, muitos têm evitado a família Borges. Vir ver meu marido agora não é algo q
Cristina mal terminou de falar, e Filipe ao lado já gritou de forma exagerada:— Eu não quero! Eu sozinho vou morrer de cansaço! Que tal a gente dividir o Grupo Marques? Você cuida da sua metade, eu da minha?Renatta ficou sem palavras.Vendo sua expressão de cansaço, Filipe tomou a decisão imediatamente:— Pronto, para de resistir à toa. Amanhã de manhã eu passo para te pegar e vamos juntos para a empresa.— Tá bom. — Respondeu Renatta.Eles já haviam decidido tudo por ela, o que mais Renatta poderia dizer?— Vamos, eu te levo para casa! — Disse Filipe.No caminho de volta, Filipe, de ótimo humor, começou a cantarolar, o que fez Renatta, ao seu lado, lançar olhares curiosos de tempos em tempos.— Irmão, você está tão animado. Tá apaixonado?Filipe olhou para ela e respondeu:— Não, por que pergunta?— Nada, é que você parece estar de ótimo humor.Filipe deu uma risada, exibindo seus dentes brancos:— Porque agora eu tenho alguém para dividir a gestão da empresa comigo. Você sabe como
Ao ver que era Lígia, Renatta ficou surpresa por um instante.[Renata, no dia em que meu pai morreu, eu estava muito nervosa. Me desculpe. Amanhã você tem tempo? Gostaria de me encontrar com você para me desculpar pessoalmente.]Renatta apertou os lábios. Depois do que aconteceu com Fabíola, ela já havia entendido o comportamento de Lígia. Quando uma pessoa está em estado de pânico e desespero, é normal que, por reflexo, ela acabe culpando os outros por certas coisas. Ela abaixou o olhar e rapidamente digitou uma resposta no celular:[Tudo bem.]Depois de Lígia enviar a localização, Renatta respondeu com um OK e desejou boa noite antes de dormir. Do outro lado, Lígia colocou o celular de lado e olhou para Lorenzo, que estava sentado ao seu lado:— Irmão, tá bom assim? E você nem precisava ficar me pressionando. Eu já sabia que estava errada e ia pedir desculpas para Renatta de qualquer jeito.Lorenzo assentiu:— Tá bom, vai dormir cedo.— A propósito, como você soube que Renatta volt
Quando Lígia começou a se ajoelhar, Renatta segurou sua mão:— Pronto, estou brincando.— Eu sabia.— Certo, não tomei café da manhã hoje e estou morrendo de fome. Vamos pedir algo? Tenho que voltar para o Grupo Borges depois.Lígia a olhou surpresa:— O que você vai fazer no Grupo Borges?— Minha mãe quer que eu aprenda a gerenciar a empresa para ajudar meu irmão no futuro.— O Sr. Alberto vai passar a empresa para você e seu irmão?— Eles têm essa ideia, mas eu não tenho interesse em administrar. Vou ajudar meu irmão com algumas tarefas simples no começo, mas, assim que ele se acostumar, vou deixar o Grupo Borges.Lígia ficou em silêncio por alguns segundos, mordeu os lábios e então disse:— Renata, na verdade, marquei esse encontro por outro motivo também.— O que foi?— Meu pai foi morto por causa do Abelo. Eu vou me vingar dele.Ao ver o ódio nos olhos de Lígia, Renatta abaixou o olhar e falou em tom baixo:— Lígia, o Abelo e a família Timelo não são tão simples quanto parecem. Se
Ao ouvir aquilo, o rosto de Batista ficou tomado por uma expressão de raiva, e ele bateu com força na mesa.— Cristina, não me venha com essas acusações sem fundamento! Se não tiver provas, posso te processar por difamação!Cristina arqueou as sobrancelhas com um leve sorriso:— Estamos só conversando, Batista. Por que está tão irritado? Será que tem algo a esconder?— Você!Batista levantou o dedo, apontando para Cristina, prestes a falar, mas uma voz fria interrompeu o momento:— Batista, abaixe sua mão.Batista olhou para Renatta com desdém e murmurou:— Pensei que fosse algum cão latindo... Ah, é só a filha adotiva da família Borges. Lembre-se, Renatta, que apesar de o Grupo Borges carregar o nome Borges, nós, acionistas, não somos meros figurantes. Não cabe a você nos mandar calar a boca.Mal terminou de falar e um tapa estralou em seu rosto.Antes que os outros pudessem reagir, já havia uma marca vermelha de mão no rosto de Batista.Ele ficou imóvel por um momento, como se não ac