Quando Lígia começou a se ajoelhar, Renatta segurou sua mão:— Pronto, estou brincando.— Eu sabia.— Certo, não tomei café da manhã hoje e estou morrendo de fome. Vamos pedir algo? Tenho que voltar para o Grupo Borges depois.Lígia a olhou surpresa:— O que você vai fazer no Grupo Borges?— Minha mãe quer que eu aprenda a gerenciar a empresa para ajudar meu irmão no futuro.— O Sr. Alberto vai passar a empresa para você e seu irmão?— Eles têm essa ideia, mas eu não tenho interesse em administrar. Vou ajudar meu irmão com algumas tarefas simples no começo, mas, assim que ele se acostumar, vou deixar o Grupo Borges.Lígia ficou em silêncio por alguns segundos, mordeu os lábios e então disse:— Renata, na verdade, marquei esse encontro por outro motivo também.— O que foi?— Meu pai foi morto por causa do Abelo. Eu vou me vingar dele.Ao ver o ódio nos olhos de Lígia, Renatta abaixou o olhar e falou em tom baixo:— Lígia, o Abelo e a família Timelo não são tão simples quanto parecem. Se
Ao ouvir aquilo, o rosto de Batista ficou tomado por uma expressão de raiva, e ele bateu com força na mesa.— Cristina, não me venha com essas acusações sem fundamento! Se não tiver provas, posso te processar por difamação!Cristina arqueou as sobrancelhas com um leve sorriso:— Estamos só conversando, Batista. Por que está tão irritado? Será que tem algo a esconder?— Você!Batista levantou o dedo, apontando para Cristina, prestes a falar, mas uma voz fria interrompeu o momento:— Batista, abaixe sua mão.Batista olhou para Renatta com desdém e murmurou:— Pensei que fosse algum cão latindo... Ah, é só a filha adotiva da família Borges. Lembre-se, Renatta, que apesar de o Grupo Borges carregar o nome Borges, nós, acionistas, não somos meros figurantes. Não cabe a você nos mandar calar a boca.Mal terminou de falar e um tapa estralou em seu rosto.Antes que os outros pudessem reagir, já havia uma marca vermelha de mão no rosto de Batista.Ele ficou imóvel por um momento, como se não ac
— Claro que estou certa. Agora, vamos continuar a reunião. Pretendo convocar uma coletiva de imprensa... — Disse Cristina.Ao final da reunião, Batista lançou um olhar sombrio para Renatta e murmurou:— Vamos ver quem ganha essa!Se ela teve coragem de bater nele em público, então teria que estar pronta para as consequências!Renatta, como se não tivesse ouvido nada, virou-se e saiu sem sequer olhar para ele.Batista sentiu como se seu rosto tivesse sido pisoteado por Renatta, e isso quase o levou à loucura. Seus olhos, fixos nas costas dela, transbordavam de rancor.De volta à sala da presidência, Cristina sorriu:— Renatta, você foi muito bem lá atrás.Nas reuniões anteriores, Batista sempre encontrava uma maneira de causar problemas, e Cristina já estava farta dele.— Mãe, você acha mesmo que isso vai fazer o Batista procurar aquela pessoa por trás dele? — Disse Renatta.— Não tenho certeza, mas quando ele perceber que, sozinho, não pode te causar dano algum, provavelmente vai recor
— Sim.De volta ao seu lugar, Renatta abriu o WhatsApp e ficou olhando para a foto de perfil de Lorenzo, hesitando em mandar uma mensagem. Depois de alguns segundos, desistiu.Na sala de estar da família Amorim, Lertino estava sentado relaxadamente no sofá. Ele tomou um gole de café antes de falar:— O que veio fazer aqui na família Amorim? Antes, quando te chamei para um jantar, você nem quis aparecer.Lorenzo, parado a alguns metros dele, mantinha o olhar frio e distante:— Por que tramou contra mim?Lertino deu um sorriso leve:— Você mesmo vendeu os 10% das ações do Grupo Marques. Como pode culpar os outros por isso? No mundo dos negócios, tudo é uma guerra. Se tivesse sido mais cauteloso, talvez não tivesse caído tão feio desta vez.Lorenzo ignorou a provocação:— Qual é o seu verdadeiro objetivo?— Não tenho um objetivo específico. Só achei que você precisava de mais experiência.— Acha que Abelo não vai atacar a família Amorim? Ele está apenas esperando eliminar as outras famíli
Renatta franziu o cenho:— Lorenzo está precisando de dinheiro? Por que ele venderia as ações do Grupo Marques?Ao ouvir isso, Lígia hesitou por alguns segundos antes de responder lentamente:— Eu suspeito que... ele vendeu esses 10% para ajudar o Grupo Borges... Porque o tempo da venda coincidiu com os dias logo após o problema no Grupo Borges.Renatta ficou perplexa, seus olhos refletindo incredulidade, e respondeu instintivamente:— Como assim? Mesmo que Lorenzo tenha negócios com o Grupo Borges, não há necessidade de ir tão longe por eles.Além disso, ela nunca tinha ouvido falar de Lorenzo injetando capital no Grupo Borges.Lígia suspirou:— Ele fez isso por você... Se não fosse para ajudar o Grupo Borges, ele não teria motivo para vender as ações.Renatta apertou os lábios:— Ainda acho que você está errada. Talvez ele tenha algum outro motivo.— Isso agora não importa. O mais importante é que os acionistas não estão apenas tirando meu irmão da presidência. Eles querem expulsá-lo
Logo, eles obtiveram a confirmação de Shakiro sobre o investimento do Grupo Barum.Cristina ficou em silêncio por alguns segundos antes de falar com uma voz grave:— Eu suspeito que aqueles bilhões eram do Lorenzo, mas ele sabia que seu pai não aceitaria, então fez a oferta passar por outra pessoa. No final, seu pai rejeitou o intermediário, Wallace.Ao ouvir isso, Renatta apertou inconscientemente as mãos sobre os joelhos. Será que Lorenzo realmente vendeu aqueles 10% por causa dela? Mas como isso seria possível? Se ele realmente a amasse, não teria ficado noivo de Gina enquanto ela estava em coma. Porém, se ele não a amasse, por que venderia suas próprias ações para ajudar o Grupo Borges?Naquele momento, Renatta se deu conta de que já não entendia mais Lorenzo.Cristina, percebendo que a expressão de Renatta não havia mudado muito, segurou sua mão e disse:— Renatta, não importa o que aconteceu entre você e Lorenzo, isso já é passado. Não precisa carregar esse fardo.Renatta assenti
Márcio olhava para o Lorenzo, que já tinha bebido várias garrafas de uísque, e arrancou o copo de sua mão:— Lorenzo, chega de beber... O mais importante agora é pensar numa maneira de recuperar a presidência.Lorenzo abaixou os olhos, sua voz estava calma e lúcida:— Não ser mais presidente não é tão ruim assim. Estou cansado, quero descansar um pouco.Dessa vez, o que Lertino fez o fez enxergar mais claramente. Os laços de sangue, às vezes, não eram uma vantagem, mas uma corda no pescoço. Quanto mais ele lutava, mais apertada ficava.— Você não pode desmoronar agora. Se você cair, o que vai ser de mim?Márcio havia vindo para Cidade C justamente para se associar a Lorenzo e fazer a família Lemes crescer. Se o Grupo Marques trocasse de presidente, ele ficaria sozinho nessa batalha.— Fica tranquilo. Abelo não vai mexer com o Grupo Lemes. Você só precisa continuar seguindo o seu plano de desenvolvimento.Ao ouvir isso, Márcio ficou visivelmente incomodado:— O que você quer dizer com i
— Eu já pensei bem. O perigo sempre anda junto com a oportunidade. Mesmo que no fim eu perca, não vou me arrepender. — Disse Lorenzo.Vendo que não conseguia convencer o amigo, Márcio pegou o copo para beber, mas Lorenzo o impediu:— Você ainda vai dirigir hoje à noite, não beba.Márcio largou o copo, visivelmente contrariado:— Tá bom, faça como quiser. Mas acho que você devia deixar uma saída para você.— Eu sei.Lorenzo se levantou:— Obrigado por me fazer companhia esta noite. Eu vou indo.— Já vai? O Breno nem chegou ainda!Lorenzo olhou para ele.— Ele não vai vir hoje. — Disse Lorenzo.— Não pode ser! Ele disse que vinha, tenho certeza que vai aparecer!Nesse momento, o celular de Márcio vibrou. Ao abrir o WhatsApp, viu uma mensagem de Breno no grupo que eles tinham.[Márcio, tive que viajar de última hora a trabalho. Vamos remarcar quando eu voltar.]Márcio revirou os olhos e rapidamente digitou no celular.[O que tá acontecendo? Você não consegue nem tirar umas horinhas pra is