Fernanda rapidamente pegou o celular e discou o número de Lígia:— Lígia... dessa vez você precisa me ajudar... Eu não quero voltar para o País M, só você pode convencer seu irmão...Depois de entender toda a situação, Lígia também perdeu a paciência:— Eu já te disse antes, Renata nunca mataria Lutano! Mas você fez questão de ir até o meu irmão com essa história, e agora não posso te ajudar. Você e meu pai podem muito bem se aposentar no exterior. Se meu irmão não quiser dar dinheiro, eu posso arcar com as despesas!— Como assim? Com o salário que você ganha, mal dá pra se sustentar! E ainda quer cuidar da gente? Vai acabar morrendo de fome!Lígia respondeu, irritada:— Isso é culpa sua! Em vez de ficar me ligando, é melhor voltar pra casa e arrumar suas coisas!E desligou o telefone na cara de Fernanda. Quanto à mãe, Lígia já não sabia mais o que fazer. Antes, até que se dava bem com ela, mas desde que descobriu que Lorenzo não era seu filho biológico, Fernanda começou a perder o con
Fernanda lançou um olhar de desprezo para ele:— Eu nunca esperei nada de você, nem tenho por que esperar.Alex franziu a testa:— Você finalmente entendeu? Até o Grupo Marques você vai deixar de lado?Ao ouvir o nome do Grupo Marques, Fernanda parou por um instante de dobrar as roupas. Mas logo depois, com uma expressão fria, respondeu:— Mesmo que eu quisesse, você acha que o Lorenzo me daria?— É bom que você saiba que ele não vai. Não faça mais besteiras!Fernanda abaixou a cabeça, murmurando com frieza:— Pode ficar tranquilo, não vou.Apesar de sentir que algo não estava certo, Alex reprimiu a sensação desconfortável. Talvez, desta vez, Fernanda realmente tivesse se conformado.— Se você simplesmente ficar quieta daqui pra frente, sem enfrentar Lorenzo, quem sabe, depois de um tempo, ele se acalme e tenhamos uma chance de voltar. — Disse Alex.— Entendi. Vai arrumar suas coisas.Depois que Alex saiu, Fernanda virou-se e abriu seu pequeno cofre de joias. Tirou todas as peças de de
— O que devo fazer? — Perguntou Fernanda.Abelo abaixou os olhos e pensou por alguns segundos antes de responder:— Apenas arranje um jeito de trazer Renata para frente de Fernanda. O resto não é problema nosso.— Entendido, vou cuidar disso.Na manhã seguinte, Fernanda havia acabado de acordar quando recebeu uma ligação de Naro.— Sra. Fernanda, o mestre Abelo concordou com o acordo, mas nós só vamos trazer a pessoa até você. Depois disso, não temos nada a ver com o que acontecer. — Disse Naro.— Tudo bem, entendi.Fernanda desligou o telefone com um sorriso enigmático nos lábios e saiu do quarto.Alex estava na cozinha tomando café da manhã. Ao vê-la, falou:— Venha comer. Já terminou de arrumar suas coisas?— Não, preciso sair daqui a pouco. — Respondeu Fernanda.Alex franziu o cenho:— Para onde você vai?— Tenho um assunto para resolver.— E que horas você volta?Fernanda, impaciente com as perguntas, respondeu:— Não sei, volto quando acabar.Enquanto falava, já estava na porta,
Renatta ignorou o discurso furioso de Fernanda e respondeu com frieza:— E o Abelo? Vim para falar com ele.Fernanda soltou uma risada amarga:— Ele não vai te ver.Sem perder tempo com palavras, Renatta se virou e saiu caminhando.Logo ouviu passos apressados atrás dela. Ao olhar para trás, viu Fernanda correndo em sua direção, com um olhar insano. No instante em que Fernanda tentou tocá-la, Renatta desviou para o lado.Fernanda caiu no chão com um estrondo, o rosto contorcido de dor.Renatta olhou para ela de cima, com frieza e sem qualquer traço de compaixão nos olhos:— Sra. Fernanda, eu não quero machucá-la, então sugiro que não ultrapasse os limites.Fernanda rangeu os dentes, olhou para o parapeito próximo e seus olhos brilharam com uma intenção sombria. De repente, ela se lançou novamente em direção a Renatta, mas esta foi mais rápida, desviando das mãos dela.Com o movimento brusco e o uso de toda a sua força, Fernanda acabou se jogando diretamente contra o parapeito. Seus olh
Renatta se aproximou de Lígia, prestes a confortá-la, mas Lígia virou-se abruptamente para ela:— Renata, você estava lá quando tudo aconteceu. Com sua habilidade, poderia ter salvado meu pai. Você o deixou morrer por causa da sua rixa com a minha mãe?Diante do olhar acusador de Lígia, Renatta ficou incrédula. Antes que ela pudesse responder, Lorenzo interveio, com uma voz fria:— Lígia, o que você está dizendo?— Não estou dizendo nada de errado! Só quero saber a verdade sobre a morte do nosso pai, nada mais!Renatta encarou Lígia, sentindo uma decepção crescente:— É assim que você me vê?Lígia a encarou de volta, com firmeza:— Eu não queria pensar assim de você, mas conheço suas habilidades. Se você quisesse, poderia ter salvado qualquer pessoa.Renatta balançou a cabeça:— Lígia, eu não sou Deus. E, na situação em que estávamos, eu estava longe do parapeito. Quando tentei salvar seu pai, já era tarde demais. E nunca deixaria alguém morrer por causa de uma briga pessoal.Renatta p
O policial franziu a testa, a voz ficou mais severa: — Sra. Fernanda, tenha mais cuidado com o que diz!Fernanda soltou uma risada irônica e estava prestes a continuar a falar quando a porta da sala de interrogatório se abriu. Um policial entrou com um advogado.— Olá, sou o advogado da Sra. Fernanda. A partir de agora, estarei presente durante todo o depoimento dela. — Disse um homem.Na recepção da delegacia, Lígia estava sentada em uma cadeira no corredor, lágrimas caindo continuamente de seus olhos. Ao pensar que Alex se fora sem deixar uma última palavra, a tristeza a invadia. Quando era pequena, Fernanda sempre fora muito severa com ela, não a deixava brincar fora ou comer na rua. Alex, embora estivesse sempre ocupado com o trabalho, sempre que podia, levava ela e Lorenzo para passear. Essas lembranças de um passado feliz passavam pela sua mente, uma a uma, como punhaladas em seu coração.De repente, uma sombra alta se sentou ao seu lado. Lígia virou-se para Lorenzo e disse:—
Ao entrar na sala de interrogatório, Lígia viu Fernanda com os olhos vermelhos, completamente abatida. Ela sentiu as lágrimas subirem aos olhos mais uma vez:— Mãe...— O que você está fazendo aqui? — Perguntou Fernanda.Lígia sentou-se em frente a ela, a voz embargada:— Amanhã é o enterro do papai. Por favor, conte a verdade para a polícia. Caso contrário, você pode nem sequer conseguir participar...Lígia sabia, no fundo, que, por mais que Renata detestasse Fernanda, ela nunca teria empurrado Alex do topo do prédio. O que Fernanda estava dizendo era apenas para incriminar Renata.Fernanda hesitou por um instante, depois soltou uma risada sarcástica:— Foi o Lorenzo que te mandou, não foi? Ele acha que, usando o funeral do seu pai para me ameaçar, eu vou deixar Renata em paz?— Não tem nada a ver com ele, eu vim aqui porque quis falar com você. A polícia já investigou tudo, com base nas evidências do local, é impossível que Renata tenha empurrado papai. Continuar a acusá-la não vai a
Fernanda soltou uma risada amarga:— Antes dele morrer, não vi vocês visitarem ele muitas vezes. Agora que ele já se foi, não precisam fazer esse teatrinho de falsa bondade!Enquanto falava, tentou avançar novamente em direção a Lorenzo. De repente, sentiu uma bofetada estalar em seu rosto. Com a mão no rosto, Fernanda olhou para Lígia, incrédula, com os olhos cheios de raiva:— Você teve a audácia de me bater!Lígia manteve a expressão fria:— Se não fosse por você, meu pai não teria morrido. Com que direito você nos culpa, a mim e ao meu irmão? Depois de tudo que fez, depois de causar a morte dele, ainda tem a ousadia de se justificar? Espero que um dia você acorde para a realidade!— A morte do seu pai não tem nada a ver comigo! Foi Renata que o matou! — Gritou Fernanda.Se Renatta não tivesse desviado, ela não teria quase caído do prédio, e Alex não teria perdido a vida para salvá-la. Tudo isso, pensava Fernanda, era culpa de Renata.Ao ver o olhar cheio de rancor de Fernanda, Lígi