O sonho ruim

Adrien

Não consegui dormir à noite inteira pensando na minha gatinha, minha doce Agnes!

Pedi para um hacker pesquisar tudo da vida dela, sobre sua mãe adotiva que era uma medica e descobri suas excelentes notas na escola que garantiram uma vaga na melhor faculdade de medicina do estado. Agnes realmente é uma ótima aluna no curso de medicina apesar de ser o seu segundo ano no curso vi por meio das pesquisas enviadas à mim que suas notas eram as melhores da turma.

Senti que precisava vê-la novamente, sai de casa e entrei na minha Lamborghini veneno e fui a procura dela, não aguentava mais esperar, estou louco por ela. Dei uma boa distância da casa dela, precisava ser cauteloso para vê-la, sem despertar suspeitas. Logo vejo a porta sendo aberta por um homem alto e loiro.

– Quem será esse cara?

Vi minha gatinha saindo atrás dele, ela sorria contente para o desgraçado, vi quando ele colocou o braço em cima do seu ombro como se fossem um casal de namorados, ela entrou dentro do carro dele e comecei a segui-los disfarçadamente.

– Será que tem outro homem na sua vida, Agnes?

Perguntei para mim mesmo enquanto dirigia, vi que o carro parou em frente à uma lanchonete perto do departamento de polícia, precisava entrar lá para observar, descobrir o que eles realmente são um pro outro. Deixei meu carro estacionado em um lugar distante não podia dar bobeira perto de uma delegacia, entrei na lanchonete e fiquei em uma mesa ao fundo que dava visão para o movimento inteiro do estabelecimento.

Agnes sorria para o homem que saiu da sua casa, parecia que eram bem íntimos podiam até ser namorados, eles estavam sentados no balcão da lanchonete e vi quando um cara entregou um prato cheio de rosquinhas para ela, Agnes comia com vontade até parecia um homem comendo, comecei a rir dela, e do seu jeito simples de ser.

– Já foi atendido, senhor? 

Uma garçonete peituda perguntou com cara de safada, estava nitidamente dando em cima de mim.

– Ainda não, gostaria de uma informação! 

Coloquei uma nota de 100 dólares em cima da mesa.

– Se eu souber!

A safada pegou a nota de 100 e colocou no bolso.

– Sabe quem é o cara com a menina que está comendo rosquinhas?

– É o policial Stuart, filho do delegado do departamento de polícia que fica na próxima esquina.

Merda, minha gatinha anda com um policial. 

– Mas uma informação, saberia me dizer se o policial é namorado dessa garota?

– Olha, não sei! O que o pessoal fala é que ele sempre dorme na casa dela, então imagino que deva rolar algo entre os dois.

Droga, minha gatinha é putinha de um policial que inferno, cheguei tarde demais até ela.

– Agradeço a informação! Poderia trazer uma xícara de café?

Vi como os dois tinham um entrosamento diferente, com certeza ela tinha sido dele e gostava disso, notei quando se levantaram e foram em direção da saída, já tinha tomado meu café enquanto observava os dois, se não estivéssemos em público e o infeliz não fosse policial daria um tiro no meio da testa dele por tocar no que é meu. 

Sai logo depois deixando o dinheiro do café em cima da mesa, ela estava lá na frente da delegacia e vi quando ele beijou sua testa docemente, com certeza existia algo mais na relação deles. O policial entrou dentro do departamento e Agnes continuou seu caminho à pé, entrei no meu carro e comecei a segui-la, ela estava com o fone de ouvido e parecia alheia à minha presença.

Vi quando entrou em uma loja de livros e saiu com uma pequena pilha em suas mãos, precisava me aproximar dela de alguma forma e já tinha a ideia perfeita. Sai em sua direção do lado oposto assim poderia esbarrar nela e ajudá-la, depois me fazer de simpático e levá-la em sua casa, conquistar a confiança dela e assim tomá-la para mim.

– Desculpe! Foi sem querer.

Ela se agachou para pegar os livros no chão e fui ajudá-la com os mesmos, Agnes olhou em meus olhos e não reagiu como se me conhecesse, não é possível que ela não se lembre de nada.

– Tudo bem, acidentes acontecem, se me der licença preciso ir!

– Se quiser te levo em casa, estou com meu carro logo ali na esquina! Esbarrei em você e acho justo levá-la para casa.

Ela olhou desconfiada para mim. 

– Agradeço o convite mas gosto de andar!

Agnes saiu depressa e nem olhou para trás, tinha algo de errado nela, apesar de ter 11 anos que aconteceu tudo aquilo, não mudei muita a fisionomia, apenas envelhece com a idade, porque ela não se lembra?

Voltei para o meu carro resolvi seguir Agnes até a sua casa, ela ainda não tinha voltado e fiquei preocupado com seu sumiço, com certeza deve ter desviado o caminho. Acabei cochilando em cima do volante somente acordando com o barulho do celular tocando. 

Adrien: Alô 

Katherine: Estou tentando falar com você faz horas e não atendi o celular. O que esta acontecendo,filho? 

Adrien: Estou resolvendo alguns assuntos pessoais, o que houve?

Katherine: O jantar com os membros da organização é hoje, espero de verdade que não tenha esquecido.

(Droga, havia esquecido dessa merda de jantar)

Adrien: Não esqueci, mãe! Apenas estou resolvendo um assunto importante mas fique despreocupada, estarei no horário marcado em casa. 

Katherine: Espero de verdade que não leve nenhuma daquelas vadias que andam penduradas em você, nesse jantar terá os principais membros da Triskelion e não quero que tenham mal impressão!

Adrien: Não levarei ninguém, vou sozinho, mãe. Te amo e até mais tarde!

Katherine: Bom saber disso, quem sabe se encanta com alguma das filhas de um dos membros do conselho seria excelente para fortalecer nossa família na liderança!

Adrien: Ok, mãe. Agora preciso ir!

Desliguei no mesmo instante, minha mãe conseguia ser estressante em níveis extremos, ela pensa que devo arrumar uma mulher o mais rápido possível, nunca tive essa necessidade de estar casado mas sei a importância que estar dentro de um matrimônio tem, sempre gostei de variar o cardápio todas as noites, tendo uma esposa seria mais complicado fazer isso.

Vi quando Agnes chegou acompanhada de Brenda, as duas conversavam e riram muito, fiquei lá observando como minha gatinha era bonita. Precisava me aproximar dela o mais rápido possível e tê-la em baixo do meu teto, me causou um descontentamento muito grande saber que ela transava com o policial mas isso não era um problema para mim, eu a quero do mesmo jeito. Aprendi com meu pai que quando queremos algo nada e nem ninguém deve impedir um Quinn.

  Agnes

– Brenda vou entrar, o trabalho já está quase pronto só ficou faltando sua parte mesmo! 

Minha amiga é muito boa com desenhos então deixei a parte de construção das estruturas ósseas com ela.

– Pode deixar, segunda estará tudo pronto! Meu primo George pediu seu telefone.

Que estranho, por qual motivo ele iria querer meu telefone?

– Você não passou, não é mesmo?

– Claro que não! George é meu primo, gente boa e tudo mas não vale nada. Queria que tivesse passado?

Não quero namorados, todos pensam que transo com Bryan e é ótimo pois ninguém dá em cima de mim mas que essa história é estranha demais.

– Claro que não, sabe como Bryan é super protetor! 

Isso era verdade, Bryan gostava de saber sobre todos os meus amigos e se preocupava comigo.

– Ah sim, o policial delicia que você pega, quando vão assumir esse rolo de vocês? O cara parece ser louco por você!

Rir do comentário dela, Brenda nem faz noção de que não tenho nada com ele além da amizade.

– Estamos bem, não precisamos de rótulos, simples assim! 

– Você quem sabe! Amanhã eu e Olivia vamos no shopping quer ir com a gente? Sem pressão dessa vez! Sei que adora as lojas de livro de lá, Olivia também gosta de ir nessas lojas é bom pois vocês podem fazer cia uma pra outra. 

Olivia era a melhor amiga de Brenda, criei uma grande simpatia por ela, é uma garota que amava ler como eu, fazia literatura na faculdade e sempre trocávamos figurinhas sobre os últimos lançamentos do mundo da literatura além de conversarmos sobre os clássicos que ambas gostavam.

– Tudo bem, como adiantei muito o trabalho, estou tranquila e posso ir!

– Maravilha! Amanhã passou de carro aqui ao meio dia, podemos almoçar lá!

Assenti com a cabeça concordando, dei um beijo nela me despedindo e entrei em casa. Hoje era o dia do plantão da minha mãe, como havia comido muitas rosquinhas estava cheia e sem fome,  tomei um banho e fui repassar as matérias da semana gostava de deixar tudo organizado.

Já estava com um pouco de sono, a casa já estava toda trancada, então já me sentia segura até a volta da minha mãe. Deitei na minha cama e fechei os olhos lentamente. 

 Não estava mais em casa vi um prédio velho em um lugar distante e entrei no local, notei que havia um homem sendo torturado, não queria olhar aquilo, ele estava muito machucado e deu para percebe que estava prestes à morrer, olhei em todos os cantos e vi um garoto de mais ou menos 14 anos com outro homem que não consegui ver o rosto, eles estavam satisfeitos com aquele show de horrores. 

 Tinha uma menininha encostada na parede chorando e tremendo muito, queria ajudá-la mas não conseguia. 

– Vai se despedir do seu pai, criança.

Escutei o homem chamar a menininha que foi correndo em direção do homem que estava sendo torturado. Ele falou algo em seu ouvido com dificuldade mais escutei tudo com atenção. 

– Querida, escute com atenção o que tenho a lhe dizer, se aquele garoto fizer algum mal para você, fuja ou se mate mais não deixe que ele destrua sua vida. Adrien Quinn é perigoso e cruel igual o pai maldito dele. Aguarde o número 777 é uma graveta no Banco Milos. Caso consiga fugir, lá terá tudo que precisa e as armas para lutar contra a Triskelion. Não esqueça 777, Banco Milos. Eu te amo, minha menininha!

A menina chorava muito enquanto um garoto pegava no seu braço e puxava com força, estava sentindo muito ódio daquele garoto pela forma maldosa que ele olhava pra garotinha. Foi quando vi o homem levar um tiro e morrer na hora, a menina chorava mais ainda ao ver seu pai morto. Aquela cena foi horrível! Queria ajudar ela de alguma forma mas não conseguia então comecei a chorar e gritar histericamente. 

– Querida, acorde é só um pesadelo! 

Abracei minha mãe com desespero.

– Estava gritando e chorando, vim correndo ver o que estava acontecendo. Que pesadelo foi esse, minha filha?

– Mãe, foi horrível! Eles iam machucar a menininha, não consegui ajudá-la. A garotinha precisava de mim mas não pude fazer nada para salvar ela!

– Meu bem, fique calma! Foi só um sonho ruim, deite aqui com a mamãe ficarei com você até o sono voltar. 

Deitei com a minha mãe e respirando fundo, enquanto pensava no nome que o homem falou para menininha, Adrien Quinn.

Será que ela conseguiu fugir dele? E se ele tiver feito algo de ruim com menina? Preciso acha-la, a garota deve ter minha idade hoje, ainda estou com as palavras do pai da menina na mente. 

Minha cabeça fervia com tudo aquilo mas enquanto minha mãe fazia cafuné nos meus cabelos comecei a ficar mais tranquila e acabei adormecendo com a certeza de que nada vinha de bom de Adrien Quinn.   

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