CAPÍTULO 5

NICOLLE ANTAKE

Nada mais triste que acordar e saber que sua família está a quilômetros de distância. Eu não sei quando voltarei aos ver. Melhor eu levantar da cama que sentimentalismo não combina comigo. Estou com saudades, eu admito, mas ninguém precisa saber. Tomo. Banho breve, pego uma calça jeans clara e a camisa preta justa e me visto, arrumo meu cabelo e desço as escadas.

— Bom dia — Digo entrando na cozinha, onde meu primo se encontrava.

— Bom dia prima vai sair assim?

— Sim algum problema. 

— Não é que você vestiu muito simples, eu pensei que você iria toda glamorosa.

— Pensou errado vai se acostumando eu visto simples mesmo.

— Crianças vamos comer. — Grita minha tia.

— Mãe eu já disse para parar de me chamar de criança. 

— Então encontre sua companheira — Rebate a minha tia.

— Ela não vai cair do céu para eu dizer minha. — ironiza o homem de olhos azuis ao meu lado.

— Então se acostume até que ela descida cair. — Rebate no mesmo tom. — Agora vamos comer.

O resto do café da manhã foi silencioso até que minha tia saiu me deixando à mercê do meu primo. Que sugeriu  assistirmos enquanto fazemos digestão. E só depois de duas horas a gente saiu com uma sensação de lazer e familiaridade, como se a anos eu estivesse esperando por esse momento. Estranho. Isso é pior que déjà vu. Não posso negar que também foi divertido, já que os meus olhos se maravilharam pela  vastidão da vegetação, riqueza do solo, claridade do céu, aqui o ambiente é muito mais puro em relação de onde eu vivia.

Depois da andança ele disse que iríamos comer numa cantina afinal já eram 16h.  Chegamos e vi um grupo reunido lá ele disse que eram seus amigos. 

VICTOR BLADE

A cada passo que Jack dá com sua prima, o lobo dentro de mim se remexe. E por mais que eu queira eu não consigo parar de a encarar. Não achei que isso fosse acontecer tão cedo, mas também não há do que reclamar. Ela é linda com todas as palavras.

— Minha. — Disse chamando a atenção dos rapazes enquanto a garota desviou o olhar de mim. Sei o que está sentindo e é inevitável.

— Pelo visto achou sua companheira — diz Penélope, minha irmã.

— Já estava na hora. —  Diego se manifesta concordando com sua gêmea.

— Jack, onde fica o banheiro?

— Você está pálida, o que está acontecendo?

— Calor, muito calor! — A garota diz e sai correndo.

— E isso é, porquê?

Passo as mãos pelo cabelo me levantando.

— Ela nunca se transformou. Sua loba está lutando para despertar e por estar eu tão próximo dela a vontade de se libertar é muito maior. 

— Então eu acho melhor você ficar aqui. — Jack barra meu caminho me fazendo arquear os olhos. — Se é a sua presença que está causando essa ardência deixa ela respirar. — Fecho a cara. — Você sabe que tenho razão.

A contragosto eu me sentei. Eu não queria mas Jack tem razão, o corpo dela ainda não está pronto para receber essa nova carga. E depois de dez minutos ele voltou com o rosto úmido e algumas mechas do cabelo molhadas.

— Jack será que dá para dizer ao seu amigo para parar de me encarar. É que ao menos de onde venho secar as pessoas é feio! — Ela diz já sentada na mesa, depois que Jack apresentou cada um de nós.

— Eu não estou secando você. Estou admirado pelo presente que me foi dado! 

— Que presente?

— Você! — ela riu com a mão na cabeça depois mostrou seu sorriso ameaçador.

— Acho melhor você controlar seus instintos de pegar. Porque eu não sou conhecida pela minha simpatia.

— E nem eu por ter medo de ameaças.

— Desculpe mais eu não tenho hábito de ameaçar. — Ela se levantou empurrando a cadeira e bateu na mesa com o corpo curvado na minha direção. — Então se não quiser acabar num hospital melhor não me provocar. 

— Que companheira confusa. — Comenta Diego.

— Gostaria de ver você tentar fazer o que diz. — Provocou aproximando meu rosto enquanto minha mão vai até seu rosto. Ela não demora a repelir se afastando como se estivesse pegando fogo. Tenho que resolver isso

— Não se ache! — Ela volta a sentar-se na cadeira. Mas seus batimentos cardíacos estão tão acelerados que consigo ouvir daqui.

O clima fica meio pesado até que a garçonete se aproxima para fazer os pedidos, propositalmente digo para a garçonete perguntar para ela o que ela vai querer.

— Vou querer você carbonizado acompanhado com o meu primo inteirado. Mais...eu acho que esse prato terei de preparar sozinha, vocês não dariam conta. Moça você pode me dar um hambúrguer completo, batatas e um refrigerante.

— Maninho eu tenho medo dela.

— Medo só por dizer, desculpe a expressão mais cara você tá ferrado.

— Meu amigo meu pêsames você arranjou uma ferra como companheira. — Kouta limpa falsas lágrimas como se estivesse nós num velório.

— Ela é pior que a mamã e isso me parte o coração.

— Nick não ligue para esse bastardos viu.

— Alfa o senhor pagará pelos gastos. — diz a garçonete fazendo a Nick engasgar.

— Sim

— A sério moça você também está nessa brincadeira. Toda gente daqui é demente?

— Você faz parte desses dementes também. — Jack fala entre uma batata e outra.

— Meu filho escuta aqui eu posso ser louca e encrenqueira mas não sou doida igual a vocês. Sei muito bem o que é real e o que é ilusão. 

— E isso que veremos.

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