Erick fez o possível para explicar o que aconteceu com ele no fim de semana ao amigo. A voz no museu, o encontro com Massin Al’Amus, como a magia era algo relacionado com alma, que ele ainda não entendia tudo direito. Mas quanto mais pessoas chegavam na sala, mas Erick tomava cuidado para não ser ouvido:
– Você viu que ele voava? – Disse uma voz feminina no quanto da sala.
– Isso não é nada! Ele tirou uma espada do nada! – Respondeu, outra moça da turma.
– E ele lutou contra dois ladrões de uma vez! Parece que ele tem nossa idade! – Um colega entrou na conversa.
No entanto, Erick percebeu que não estava só recebendo elogios. Gabriel e Matheus chegaram também e sentaram perto dele. Gabriel tinha uma expressão mais séria e Matheus, como sempre, mais sorridente e amistoso:
– Isso é trabalho da polícia!
Sorte de Erick estar dormindo. Enquanto ele descansava dos procedimentos médicos que sua mãe realizou nele, Ricardo e Luana, conversavam com Alexandre e Ana, pais de Lucas.Eles derem discursos de preocupação, reprimindo o filho por ter seguido Erick, e ainda brigaram com o casal de amigos, pelo fato de terem omitido sobre a magia para eles. Os pais de Erick pediram perdão e agradeceram que Lucas ajudou o filho deles.Luana deu o completo diagnóstico dos hematomas de Erick. Ombro deslocado, pulso torcido, fibras musculares desgastadas e um leve trauma na cabeça. Lucas ficou em silêncio a maioria do tempo. O que era difícil, já que ele era sempre bem agitado.Erick estava de volta no deserto estrelado de sua alma. Sentado na areia com roupas leves, observando as estrelas. Atrás dele, apareceu Massin Al’Amus, olhando também para o céu.O menino voltou seus olhos
Erick acordou e se sentiu diferente naquela manhã de segunda. Havia se passado uma semana desde o incidente com o Troll. As feridas sumiam pelo corpo, e sentia que ainda havia mais perigo vindo em seu caminho.Comparado com há um mês, ele apenas se preocupava com notas escolares. A rotina parecia à mesma, mas tinha mudado. Seus pais, por exemplo, ao invés de dizer “tenha um bom dia”, diziam “nada de usar magia na escola”.Era diferente, e mesmo vivendo com Massin Al’Amus por mais de duas semanas, não tinha se acostumado com tudo aquilo ainda.Durante a aula de história, pela qual Erick realmente gostava, Massin decidiu quebrar o silêncio da manhã e finalmente puxar uma conversa necessária:– (Ainda não encontramos nenhum ponto onde a magia se concentrasse. Por enquanto, percebi que a magia nessa cidade é mais forte em três lugares: o
No dia 1º de Maio, Dia do Trabalhador, era uma terça-feira naquele ano, emendaram o feriado com a segunda-feira, e no dia 3 de maio era aniversário da cidade de Piracema. Então seria uma semana de descanso. Mas ainda faltando uma semana para as comemorações, a cidade já movimentava os preparativos para a festa.Erick assistia as notícias em seu celular, e o Prefeito dizendo a repórter: “A festa vai acontecer sim, e as pessoas não tem que se preocupar com os incidentes recentes, que estamos preparando segurança para que seja um dia de pura celebração”.Ele se referia aos acontecimentos mágicos. O troll e os unicórnios fizeram estragos na cidade e as pessoas ficaram preocupadas, mesmo com o ‘Herói Mágico’ agindo para amenizar as coisas.Erick desligou o celular e foi até o quarto de seus pais. Ricardo e Luana ficaram d
O feriado de Dia do Trabalhador passou e chegou o único dia de aula da semana. Aquela quarta-feira estava comum, menos para Erick. Ele foi andando até sua sala e viu João. Arregalou os olhos ao ver a energia escura de magia ao redor dele. João apenas o encarou furiosamente em retorno.Não sabia como, mas João tinha uma magia estranha. Erick sentiu o gosto de bife de fígado na boca e sentiu seus músculos contraírem.Mas, impressionantemente, a aula foi tranquila. João ficou calado por maioria do tempo. Só conversou com seus amigos de sempre e fez os comentários idiotas, que eles achavam engraçados, como o fato de Erick nunca ter beijado uma garota, ou que Lucas parecia um homem das cavernas. Incomodou, mas eles optaram por ignorar.Depois da última aula, o grupo caminhava até a saída e combinavam de se encontrar na festa pública de amanhã:
Erick e João foram para a delegacia de Piracema, algemados e com tropas policiais cobrindo seus rostos. O centro estava um caos. As pessoas estavam curiosas e preocupadas. A polícia impedia que se aproximassem da escola. Jornalistas tentaram pegar depoimentos.Jogaram os dois rapazes em uma apertada cela com grades de metal e dois guardas armados com fuzis em vigia. Erick e João estavam cansados demais para resistir e tentar qualquer coisa. Ninguém falou nada até que o Prefeito, Emerson Visconde, chegasse à delegacia e visitasse os dois na cela:– Crianças?! – Gritou ele indignado. – Que ótimo! Agora eu sou o prefeito que prende adolescentes na festa de aniversário da cidade!– Nós conseguimos captura-los! Eles são perigosos e causaram confusão na praça central. Considere isso uma vitória! – Respondeu firme, o delegado. – Identifi
Era uma segunda-feira ensolarada, mas nada boa. A cidade estava em luto pelos policiais feridos e mortos na luta contra Zahar.O Prefeito foi acusado como cúmplice de Zahar, que desde seu ataque à prefeitura, não tinha sido visto. Erick e João foram liberados, com todas as acusações sendo voltadas contra Zahar.Mas nenhum dos dois estava feliz com a liberação. A escola estava fechada pela destruição que eles causaram e praticamente todos da cidade estavam com medo de sair de casa, ou até de ficar na cidade.Erick e João retornaram a suas casas. Erick foi bem recebido pelos pais, que já sabiam de toda a situação, enquanto os pais de João o castigaram.Preocupados e desapontados, João ficou proibido de usar magia, sendo apenas liberado para treinar futebol. O olheiro estava quase desistindo de investir nele, após as últimas no
Sarah se esforçava em tudo. Melhor aluna da sala, melhores resultados em projetos, tentava agradar a todos com quem falava. E o único momento que ela tinha para ser ela mesma, era com aquele violino, até que seus pais viram que aquilo poderia ser aperfeiçoado... Sarah suava frio ao pensar em errar novamente, e fez uma apresentação impecável para sua professora.Enquanto tudo isso se passava pela mente de Sarah, Erick se recuperava do choque da magia da bruxa, se levantando, já avançando contra a mulher. Usando Capa como impulso, Erick voou pela sala de estar de Sarah e arremessou a mulher pela janela até o jardim.– ARGH! – Gritou a mulher. Sorte que a janela estava bem aberta. Ela caiu rolando na grama da entrada.– Erick... – Sarah sentiu suas pernas falharem, ela tremia pelo corpo todo. – O quê... O que está acontecendo?!– Eu... &ndas
A noite era fria, e as ruas estavam quietas. O céu estava com algumas nuvens e o vento fazia as árvores balançarem. A Praça do Centro estava vazia, e as avenidas do estádio e da ponte tinham pouco movimento.Erick pediu para os pais ficarem com Sarah. Mandou mensagem para Lucas e certificou que ele ficasse em casa também. O amigo confirmou que os pais estavam com ele, e ninguém sairia na rua. Sarah e Lucas repassaram a mensagem de Erick para seus amigos.O único que não obedeceu foi João. O loiro estava de castigo em seu quarto, olhando os pôsteres de campeonatos anteriores, do seu time (São Paulo), e as fotos e troféus de torneios que ele havia vencido.Era até difícil não sentir a magia no ar. Se tinha algo que Erick não gostava de sentir era aquele calafrio de energia mágica externa. Um arrepio, um choque e um estalo. Tudo se unia na me