Emília Antonelli
Nossa cidade deveria ser chamada de vila dos segredos. Pois todos aqui guardamos segredos uns dos outros. Sempre fico sabendo de alguns, meu trabalho ajuda muito nisso, por ser balconista, chegam pessoas extrovertidas que acabam falando mais do que deveriam para mim, muitas das vezes, coisas que eu preferiria não saber.
Durante meus dezessete anos, me encontro em uma vida monótona, casa, trabalho, missa e as vezes saio com amigos. Após terminar meus estudos, comecei a trabalhar no café da cidade com dezesseis anos de idade, para pagar minha faculdade já que de acordo com minha família a faculdade tem que ser paga por nós mesmos, o que não entendo já que somos uma família rica, enfim. Lá conheci muitas pessoas, quase a cidade inteira passa por lá, é o melhor café da região.
Inclusive lá também conheci alguns amigos, totalmente distintos de mim, eles são jovens rebeldes que saem para festas, bebem e fazem sexo antes do casamento. Um deles, Roman Polanski, tem uma 'queda' por mim, sempre que pode ele está fazendo piadas de como sou bonita e como eu ficaria melhor nua em sua cama, suas piadas são sempre sem graça e regadas a sacanagem.
Tem também a Malvina Sanchez, ela é descendente de mexicanos e vive na Inglaterra desde os três anos de idade, ela é louca por sexo e está sempre me dizendo como é bom e como seus parceiros são variáveis entre bons e ruins, está sempre cheia de namorados, mas no fundo é uma garota linda com o coração gigante.
Existem também os irmãos gêmeos, Jéssica e Rocco Pitanga, cujo os pais são muito próximos dos meus. A irmã é a mais distante de mim, mesmo assim nos consideramos como amigas, talvez colegas, pois sempre que pode Jéssica está implicando comigo ou jogando charadas por conta de Roman, a quem ela é intensamente apaixonada mas não assume nem que o mundo acabe, seu orgulho é tão forte que as vezes eu fico pensando se é possível alguém assim ser feliz um dia.
Rocco é incrível, ao contrário da irmã, ele é extremamente agradável e feliz com a vida, sempre está sorrindo e me tratando com simpatia, já me levou para comer várias vezes e uma vez até nos beijamos, mas prometemos que iríamos guardar esse segredo a sete chaves pois o mesmo namora com a filha do pastor da cidade, Susana.
Meus pais são carinhosos comigo e com meus irmãos, no total somos seis; Emília, Sophie, Melinda, Teodoro, Enrico e Thomas. Sendo eu a mais velha, hoje com dezoito anos de idade. Ultimamente tenho notado um comportamento estranho dos meus pais, quase não estão em casa e quando estão eu os ouço brigar, minha irmãzinha pequena chega a perguntar mas eu como irmã mais velha disfarço e a deixo distraída com outra coisa.
O único namorado que tive, foi Marcel Gérard, ficamos juntos por três meses, mas terminamos assim que ele se mudou para outra cidade afim de seguir carreira de música, sofri durante um total de dois dias, estava um pouco apaixonada, depois percebi que era o melhor a se fazer. Entre nós dois nunca aconteceu nada mais que alguns amassos, por segurança minha é claro, se dependesse de Marcel nós já tínhamos feito sexo, mas dentro de mim havia um vontade imensurável de esperar até o dia em que eu me casasse, e eu sou totalmente devota a isso.
A cidade em que vivo é a mais tranquila da nossa região, são poucas pessoas que aqui residem e a maioria se conhecem, no entanto ela é um pouco sombria, dentre todos os segredos que a rondam, existe algo que me intriga muito, a misteriosa mansão do fim da vila, é uma casa muito grande e escura em sua aparência, mas longe de ser algo feio, a casa é incrível em todos seus detalhes que certamente foram projetados para amedrontar quem ousasse invadir ou algo do tipo.
Há um boato sobre um homem, dizem que se chama Joseph mas ninguém sabe ao certo pois ninguém nunca o viu ou o ouviu, tudo que sabemos é que ele mora lá e também que ele é um suposto assassino, de acordo com histórias que o povo conta, logo o que vem a minha mente quando cochichamos sobre ele, é que seja um Freddy Krueger da vida, com o rosto queimado ou alguma máscara macabra. Tudo que sei, é que são apenas boatos e também que quero passar bem longe daquela casa.
Observo meus irmãos brincarem no quintal de casa enquanto prendo pela terceira vez na coleira, nosso cãozinho, um vira lata pequeno, seu nome é Crowley. Hoje o meu pai recebeu duas visitas, eram dois homens e Crowley tem certa aversão por pessoas do sexo masculino que não sejam meus irmãos ou meu pai, e por carros de cor escura, pelo fato de ter ficado muito agitado ele acabou quebrando a corrente duas vezes, meu medo é que ele vá para a rua e acabe sendo atropelado.É sexta-feira e meu chefe, Sr Stark deu-me esse dia de folga, o que foi um milagre pois ele sempre costuma me dar folga apenas na quarta-feira, o que para mim não é nada proveitoso pois tenho que fazer muita coisa em casa, como por exemplo dar atenção aos meus irmãos, que não são poucos. As vezes Melinda precisa de conselhos amorosos, com seus quinze anos ela já está sofrendo por um garoto
JosephEra apenas mais uma tarde, na qual eu, em toda minha glória procurava como quem não queria nada, minha próxima vítima. Emílio Antonelli logo estaria em minhas mãos, fazia algumas horas desde que eu havia matado o último homem e me sentia um pouco satisfeito, minha fúria em pegá-lo, o Antonelli, só aumentou quando eu descobri que o dito cujo reside em minha cidade, pela qual prezo pela total segurança e faço questão de afastar todos os mal caráter que passarem abaixo do meu nariz, eu posso sentir de longe o cheiro de um homem mau, conheço-os muito bem, adicionando meus anos de experiência que ajuda muito nisso.Eu estava de mau humor quando parei nas aproximadas de sua casa para observar a movimentação, eu já havia pesquisado tudo sobre ele e descobri que ele é um dos maiores filhos da puta que j&aacu
EmíliaTá legal, essa brincadeira conseguiu sim distrair-me, com a barriga doendo de tanto dar risadas das coisas que aqui foram reveladas, eu me levanto para beber um pouco de água. Quando volto todos estão olhando para mim, olho para o centro da roda e a garrafa está virada com a ponta para o lugar em que eu estava sentada, e quem está na outra ponta e irá me perguntar ou me desafiar é a Jéssica. Já posso sentir os calafrios da maldade que essa moça é capaz de fazer comigo, já que não vai muito com a minha cara."Senta aí Mili." Ela diz sorrindo sarcasticamente, engulo em seco e me sento."É, parece que chegou minha vez não é?" Tento distrair mas todos estão curiosos demais sobre mim, aparentemente."Então, verdade ou consequência?" Ela pergunta e eu óbvio escolherei verdade, j
EmíliaCerto, um jardim com flores mortas, portões cheios de poeira, luzes totalmente apagadas, isso indica que ninguém cuida de nada aqui, sendo assim, existe a possibilidade de não ter ninguém morando aqui. Continuo andando e orando em pensamento, por favor Deus, me proteja. Olho em volta e tudo parece estar calmo e silencioso, olho para cima e me deparo com a enorme casa escura e velha, mas que tem sua beleza, é bem bonita e eu gostei dela. Com o medo habitando em cada celular do meu corpo, eu me agacho perto de um arbusto e espero até que dê a hora.Nesse momento eu preciso pensar no que farei quando voltar, certamente nunca mais irei querer olhar para Jéssica, em seguida irei confrontar os meus pais e mandá-los para a cadeia, é isso que pessoas que vendem crianças inocentes merecem. Ainda não sei como farei isso, mas farei. Está ficando cada v
EmíliaPisco várias vezes sentindo todos os meus neurônios bagunçados, eu não entendo o que ele quer dizer, não posso querer entender uma coisa que com certeza irá contra todos os meus princípios."Desculpe, mas..." Falo quando me perco nas palavras."Eu quero você." Ele assevera sem pestanejar."Eu não entendo..." Falo com os olhos arregalados, ele não pode querer o que eu estou pensando."Você não aparenta ser tão lerda assim para entender as coisas Srta Antonelli." Ele fala e eu não consigo olhar em seus olhos agora."Certo, você disse que me quer. Mas em que sentido? Está falando sobre... Sexo?" Murmuro quase inaudível a última palavra distinta em meu vocabulário diário."Sim, querida. Do que mais eu poderia estar falando?" Ele responde e eu observo-o me estudar po
EmíliaQuando volto do mundo da lua, no qual Joe levou-me com o intenso prazer que me fez conhecer e sentir hoje, meu celular está vibrando encima de um móvel de madeira escura, olho para o homem a minha frente e com as bochechas quentes eu arrumo a minha roupa."Atenda." Ele fala."Alô." Atendo e ouço a voz de Rocco do outro lado."Você está bem? Ainda bem que você atendeu, eu já estava preocupado e o Roman não para de querer invadir essa casa." Ele fala baixinho como se não quisesse que ninguém ouvisse."Ainda faltam vinte minutos, eu vou cumprir até o final, diz ao Roman que fique tranquilo, eu estou bem." Falo mordendo o lábio tentando conter meu nervosismo."Então já pode sair, está quase no tempo." Ouço alguns barulhos estranhos "Emília, sai logo daí, se a Jéssica fala
EmíliaDesnorteada, perdida, confusa e... Sem palavras para descrever o que aconteceu lá dentro daquela casa, precisei encontrar forças do além para conseguir firmar minhas pernas no chão e sair de lá com meu restinho de dignidade intacta.Que inferno de homem é aquele? Droga, o pior de tudo é que eu não consegui resistir, dizer não. Mas provavelmente nada adiantaria já que fizemos um acordo, terei que ser dele e deixar que ele faça o que quiser comigo, em suas palavras: dar-lhe prazer. E como eu mesma já disse, que seja bom pelo menos, não quero lembrar da minha primeira vez como algo que foi sem meu consentimento.Por meus irmãos eu faço qualquer coisa. Eu prometi isso para Sophie e estou disposta a cumprir."Olha, lá vem ela!" Malvina grita e eu vejo os três correrem até mim."Oi gente. Est
JoeEmílio Antonelli juntamente com sua esposa Fiorella Delphinne saíram da cidade. Como são mentirosos profissionais fiz questão de seguí-los para certificar-me de que não estão aprontando alguma. Tenho meus olhos em todos os lados que irão me informar de tudo também. Prometi a Srta Antonelli que seus irmãos ficariam seguros e sempre cumpro com minhas promessas.Acabei tendo alguns problemas com uma das minhas vítimas e fiquei mais tempo fora do que o planejado para resolver isso. Um maldito que assassinou os pais para ficar com a herança conseguiu comunicar a alguém sobre seu paradeiro, já que gosto de uma leve tortura antes de matar. Mas problema resolvido. A adrenalina estava correndo fortemente em minhas veias, a urgência em ver Emília não me é nada familiar. Até ficar estressado por conta disso eu havia fica