A fera e o príncipe

#Madalena

Senti meu corpo arrepiar com seu toque. Seus lábios exigentes se apoderaram dos meus e eles pareciam se encaixarem naturalmente.  Suas mãos firmes me suspenderam facilmente, sem se importar com o meu peso e minhas pernas grossas se enrolaram em sua cintura. 

Sinto sua ereção potente de encontro com minha boceta dolorida e dentro de mim a necessidade de tê-lo completamente. 

_ Tão gostosa, meu anjo!  _ ele disse com a voz rouca ao mordiscar meu pescoço fazendo minha pele se arrepiar.  _ tão minha!

Geme ao rebolar em seu colo. Tão quente e excitante.

_ Vou me enterrar tão fundo em você, anjo. Preciso de você. _ ele disse ao me preencher completamente. 

_ Droga! _ falo quando o despertador tocou me tirando do sonho mais quente que já tive.

Um sonho com o conde.

Minha respiração está acelerada e não preciso conferir para saber que estou molhada.

Mil vezes droga!

Acabei me atrasando e quando cheguei a cozinha todos já estavam lá. Estranhamente, eu me sentia pertencente a esse lugar. Sentia-me feliz com o carinho dos Robinson e da dona Catarina, como uma família que um dia tive.

_ Tenho uma notícia para dar a vocês.  _ a senhora Robinson falou chamando a atenção de todos. _ o conde mudou de ideia e autorizou uma pequena celebração natalina entre nós. 

Um sorriso instantâneo surgiu em meus lábios. 

Vejo entre todos a surpresa pela atitude do conde.

_ O que será que o fez mudar de ideia? _ perguntou dona Catarina sorridente. 

_ Talvez, não seja o que mais sim quem, Catarina. _ o senhor André falou e pude senti seu olhar em mim.

_ Bom, não importa. Agora temos que separar as tarefas já que faltam apenas dois dias para o natal. _ a senhora Marta disse sorridente. 

O resto do café da manhã passou com a organização da nossa confraternização.  Cada um ficou com uma tarefa, eu fiquei com a decoração da árvore, dona Marta com os presentes, dona Catarina e Juliene com a ceia e seu André com as músicas, já que ele revelou seu dom com o piano.

Eu estava radiante. Ele mudou de ideia! Isso é surpreendente.  Talvez, ele não seja cruel ou algo assim...

Pensar nele me fez lembrar do sonho e senti minhas bochechas esquentarem. 

Sacudo a cabeça negando tais pensamentos e volto a minha tarefa do dia: limpar a biblioteca. 

Bom, existe essa outra coisa sobre mim: eu amo livros.

Assim sendo, esse lugar se tornou o meu preferido em toda a mansão.  A biblioteca é linda. Uma sala espaçosa, com estantes que vão do chão a perto do teto repleta de livros. Passo minhas mãos entre os títulos, tem para todos os gostos. 

Paro na sessão de romance, porque estão organizados por sessão, e vejo títulos clássicos,  entre eles um dos meus preferidos O morro dos ventos uivantes. 

Pego esse em especial e folheio as páginas. Nunca tinha lido, mas me apaixonei pelo filme e está na minha lista ler o livro.

Admiro um amor como o descrito aqui, tão intenso que nem a morte foi capaz de acabar.

Coloco o livro no lugar e volto ao meu trabalho.  Amores como esses não fazem parte da realidade de pessoas como eu.

Ou era isso que eu acreditava.

****

A noite chegou e depois que todos foram dormi, eu me dirigi a cozinha na esperança de encontrar o conde.

Disse para mim mesma que eu só queria agradecer por ele ter mudado de ideia sobre o natal.

Nada além disso.

Mas ele não apareceu. Esperei por mais de uma hora na escuridão e ele não apareceu e isso me deixou frustrada.

Droga!

Voltei para meu quarto decidida a esquecer qualquer assunto relacionado ao conde, mas mudei de ideia quando vê o que tinha cima da minha cama.

Bem no meio da minha cama estava o exemplar do Morro dos Ventos Uivantes. Senti meu coração acelerar e procurei pelo meu pequeno quarto algum indício do conde.

Nada.

Me aproximo da cama e vejo que junto ao livro encontra- se um pequeno bilhete. A caligrafia delicada exibia uma citação do livro:

"Não tenho medo, nem esperança de morrer. Contudo não posso continuar assim! Tenho que me lembrar de respirar, de manter o meu coração a bater! A luta tem sido longa e desejo tanto que acabe em breve!".

O que isso significava? Senti lágrimas banharem meus olhos, estava ali a prova da humanidade do misterioso conde.

O desejo de viver novamente.

De respirar.

Estaria eu disposta a ajudá-lo nessa empreitada?!

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