POV: AIRYS
— Como você… — murmurei, mordendo o interior da bochecha para conter o nervosismo que me consumia.
— Você ainda não aprendeu a controlar o seu cheiro. — Seus olhos estavam cravados nos meus, escuros, semicerrados, intensos. Sua respiração estava pesada, o corpo quente demais, a testa úmida, não parecia bem.
— Mas o colar… — toquei o pingente no meu pescoço com a mão livre, ainda tentando entender. — Ele deveria camuflar meu cheiro…
— Mas não o cheiro das suas emoções. — Ele sorriu de canto, predador e certo da vitória.
Seu rosto se aproximou mais uma vez. Os lábios a centímetros dos meus, e eu sentia o calor da respiração dele se misturar à minha. Meu corpo inteiro implorava por fuga ou
POV: AIRYS— Ah, Airys… — ele riu, e o som foi cruel, provocador. — Foi você quem criou essa dúvida. Não confiava no homem ao seu lado, então deduziu que era ele quem te caçava naquela noite.Senti meu corpo estremecer. Um tremor involuntário me percorreu.— Poxa, Alfa… — o lobo continuou fingindo pesar. — Você não deu motivos para ela confiar em você?— Eu vou arrancar sua língua, seu maldito. — rosnou Daimon, avançando meio passo antes de vacilar de novo. Sua testa se franziu, confusa, o olhar perdido por um instante. — Não sinto… Fenrir.Meu estômago afundou.— Ah, sim… — o lobo ergueu o queixo, orgulhoso de sua perversidade. — Sou culpado, confesso. O veneno na sua bebida… foi f
POV: AIRYSCom esforço, conseguimos nos afastar do salão, indo em direção à floresta. Vi, de relance, Stephan se levantar, ferido, porém firme, agarrando dois lobos que vinham atrás de nós e nos dando tempo para escapar. O caos se espalhava por toda parte, convidados em pânico, gritos, rugidos, corpos se transformando em pleno ar, correndo, lutando. O céu desabou de vez.Relâmpagos romperam o céu escuro, e a chuva intensa caiu com força, misturada à neve fina que começou a se formar. O frio queimava a pele, mas eu mal sentia, a adrenalina tomava conta.Nos escondemos atrás de uma árvore larga, entre rochas cobertas de musgo. Daimon se encostou no tronco, arfando, tentando manter-se em pé. Ajeitei seu corpo ali, firme, e me abaixei ao lado dele.— Fica quieto. — sussurrei, a respir
POV: AIRYSFiquei paralisada por um segundo.— Você vai me culpar quando souber do que eu te privei. — soltei, sentindo meus lábios tremerem antes mesmo de terminar a frase. A panela apitou no fundo, e aquilo foi a desculpa perfeita para me afastar. Me levantei de súbito. — Descanse. Voltarei em breve com um chá que encontrei nos armários.Mas antes que eu alcançasse a porta, a voz dele me atingiu pelas costas. Rouca. Grave. Rasgando algo dentro de mim.— Eu senti.Fiquei imóvel, o corpo congelado. A cabeça baixa. O coração disparou.— O quê? — perguntei em um sussurro, virando apenas o olhar, hesitante.— Na cachoeira. Eu senti medo. — Ele gemeu baixo, e pelo som do esforço, soube que estava se levantando. — Ang&uacut
POV: AIRYSDaimon apertou meu quadril com força, seus dedos marcando minha pele por cima do tecido fino. Ele deu um passo à frente, me prensando mais uma vez contra a madeira, encostando a testa na minha, a respiração entrecortada, quente, carregada com os músculos tensionados.— Senti sua falta, pequena. — Sua voz saiu baixa e grave, quase um sussurro rouco, tão intenso e sincero.Fechei os olhos por reflexo, o corpo reagindo antes mesmo que eu pudesse raciocinar. Um arrepio violento riscou minha espinha, me arrancando um tremor involuntário. Porque eu também senti. Senti cada maldito segundo longe dele queimando na pele, latejando por dentro. Mordi o lábio inferior com tanta força que o gosto metálico do sangue se misturou ao salgado da lágrima que escorreu pelo canto do meu olho. Suspirei, arfando, quando ele tocou meu queixo com firmeza
POV: AIRYSUm riso baixo, rouco e carregado de perigo escapou de sua garganta, vibrando como um trovão abafado entre nós. Abaixei a cabeça, os olhos fixos no seu rosto marcado, respiração pesada, quase descompassada. Seus dedos estavam pressionados contra a ferida que voltava a sangrar.— Sente-se, preciso ver isso. — murmurei firme, tentando manter o controle, mesmo com o coração disparado e os olhos ainda marejados. Respirei fundo, limpando o rosto com um gesto raivoso. Me aproximei com a intenção de ajudá-lo... só que ele não me deu chance.Em um segundo, fui puxada com brutalidade e envolta por seus braços fortes, presos como correntes em volta de mim. Meu corpo foi arrastado para o dele com uma facilidade animalesca. Senti o ar sair dos pulmões no impacto. Ele afundou o rosto nos meus cabelos, respirando fundo, como se qu
POV: AIRYSMinha resposta foi um gemido alto, desesperado, enquanto minhas coxas tremiam ao redor das dele. Ele tombou a cabeça de lado, com aquele olhar predatório e sorrindo faceiro de canto:— Venha. — Ele grunhiu, a voz baixa e rouca vibrando pelo ar. Saiu do batente com passos pesados, meio cambaleando, mas ainda assim emanando aquela aura brutal que fazia meu corpo inteiro reagir. Fiquei ao seu lado, acompanhando, até ele parar diante da lareira. Seus olhos me lançaram um relance rápido, antes de puxar um pano que cobria um quadro.O ar sumiu dos meus pulmões.— Estes são… — Apontei, sem conseguir desgrudar os olhos da imagem. — Não eram gêmeos…— Não. — Ele rosnou, os dentes rangendo. — Éramos trigêmeos. Raiker, o mais velho. Eu sou o segundo. K
POV: AIRYSAntes que eu dissesse qualquer coisa, ele já estava ajoelhado diante de mim, puxando o resto do vestido pelas minhas pernas, me livrando do tecido molhado com pressa. Jogou no chão sem nem olhar. Seus olhos estavam cravados entre minhas pernas como se me devorasse só com o olhar.— Precisamos conversar, Daimon... — suspirei, fraca, tentando manter algum controle. Mas minha voz já saía entrecortada de desejo, e ele sabia disso.— Conversar? — Ele subiu pela minha perna, mordendo minha panturrilha, os dedos apertando minha carne com força, deixando marcas. — Agora? — continuou subindo mais, até morder a parte interna da coxa, sugando, lambendo.Me arqueei, as mãos agarrando o tecido da poltrona. Arfei alto.— Droga… — gemi. — Você está me distraindo!
POV: AIRYSFui leiloada.Como Luna de alta classe, a companheira do Alfa da minha alcateia, eu deveria ser respeitada, protegida, reverenciada. Mas não.Fui traída. Abandonada. Vendida como mercadoria barata.E o mais humilhante? A pessoa que me entregou foi o homem que jurei amar e servir por toda a vida.Minha cabeça latejava, um zumbido insistente martelava meus ouvidos. Gemi, tentando abrir os olhos, apenas para ser recebida por uma luz ofuscante que queimava minhas retinas. Algo áspero roçava contra minha pele, cortando meus pulsos já feridos. Minhas articulações gritavam em protesto.Respirar era um desafio. A coleira fria em meu pescoço apertava cada tentativa de puxar ar, até mesmo engolir saliva era difícil. Cada movimento era uma punição, minhas costelas doíam, prova da surra brutal que havia recebido antes de ser jogada aqui.Tudo por uma farsa. Uma armação cruel.E a responsável?A mulher que mais confiei na vida.Minha própria irmã.A mesma que peguei na cama do meu marid