O dia se arrastou enquanto eu tentava lidar com o turbilhão de emoções que me corroía. A sensação de luto por não conseguir ajudar minha avó fez com que tudo ao meu redor se tornasse um borrão confuso e sem vida. Trevor passou o dia ao meu lado, o que me trouxe uma sensação de conforto, mesmo que ele tivesse ficado a maior parte do tempo calado.
Na verdade, eram os pequenos gestos que se destacavam. Não me importava mais com os comentários que as pessoas faziam pelas minhas costas ou com o jeito como me olhavam, porque Trevor sorria para mim, sem se impor ou ser rude. Era como se ele percebesse que eu precisava dele ali, só que sem me invadir ou pressionar.
Apesar da presen&ccedi
MaeveTrevor lutou para me alcançar, mas seu corpo foi içado no ar, pressionado contra uma árvore na margem oposta. Ele urrou de dor, seus olhos ardendo em chamas azuis enquanto tentava se transformar, o poder de Leona o impedindo. A cena foi como um deja vú do dia que o conheci, o desespero ameaçando me dominar.Não foi coragem ou raiva que me compeliram na direção de Leona. Foi o mais puro terror que o fez, o medo de perder Trevor me obrigando a agir. Apurei a audição captando sinais da presença da bruxa perto da margem, não muito longe de mim. Trincando os dentes, corri até a sua posição, mas a força da água só aumentou conforme eu me aproximei, me puxando para baixo feito areia movediça.
MaeveA dor veio antes da consciência, pequenas pontadas se espalhando pelo meu corpo como agulhas fincadas na minha pele. Gemi, abrindo os olhos devagar, acostumando-os à claridade do quarto. Ao meu lado, a cama se moveu e a voz que ouvi fez meu coração respirar aliviado.-Você foi completamente imprudente. -Trevor apareceu em meu campo de visão, sentado na cama ao meu lado.Arfei tentando me sentar na cama, meu corpo pesando uma tonelada. De cara amarrada, ele me ajudou, apoiando minhas costas na cabeceira da cama. Ainda zonza, estudei seus olhos azuis que me fuzilavam, minhas mãos imediatamente indo para o machucado que Leona tinha deixado em seu pescoço.-Maeve, eu estou fala
MaeveNatalie parou no meio da clareira, inspirando fundo. Eu a observei circular pelo lugar, procurando por algo como ela tinha feito em outras três clareiras antes, seus olhos vasculhando tudo nos mínimos detalhes. Trevor a encarava sério, parecendo cético a respeito de sua capacidade de me ajudar, mas eu não me atrevi a questioná-la, animada demais com a possibilidade de despertar meus instintos.-Esse é o lugar perfeito! -ela declarou, esfregando as mãos uma na outra, tão animada quanto eu.-O que mesmo que você estava procurando? -Trevor se aproximou de mim, seu calor acalmando minha ansiedade.-Tudo. -declarou ela nos fitando. -Se queremos saber com certeza se
MaeveMeu queixo caíu e eu fiquei sem palavras. Por um momento esperei que Trevor me desse um de seus sorrisos debochados e começasse a rir por eu ter acreditado nele, mas a ferocidade em seu olhar me disse que ele estava falando sério. Ele deu um passo em minha direção e eu recuei, a cabeça viajando a mil por hora.-Você está levando esse negócio de me proteger longe demais. -sussurrei, a voz saindo trêmula.Ele parou, os olhos faiscando.-Já falei que não tem a ver com isso. -por um instante achei ter visto a vulnerabilidade por trás de toda aquela raiva.- Se você conseguisse entender o que é sentir o traço que uma pessoa d
MaeveA mansão nunca esteve tão caótica quanto naquela manhã. Caixas eram carregadas para cima e para baixo, enchendo carros com equipamentos e instalando as últimas medidas de proteção. Por mais que nosso bando não fosse se envolver diretamente no primeiro ataque, estávamos tão envolvidos quanto todos os outros, já que éramos responsáveis pela retaguarda dos demais.Aqueles que não estavam carregando caixas foram para o jardim treinar formações e estratégias de defesa. James estava cuidando dessa parte, orientando os mais novos e ajudando-os a otimizar o seu tempo de transformação. Eu tinha pedido uma folga do hospital na expectativa de conseguir mais informações para Robert antes do a
MaeveTrevor encarou o bilhete sem expressar emoção. A cada segundo que ele passava em silêncio, meu coração se apertava mais, a necessidade de saber o que ele estava pensando me corroendo por dentro.-Trevor, eu posso tentar…Ele fez que não, a frustração escapando pelos seus olhos.-Como você pretende fazer isso? -seu tom não era rude, mas as suas palavras foram como adagas em meu coração. -Correr para Robert e pedir que ele pare o ataque?-Eu… eu não sei. Podemos mandar uma mensagem, alertar seu pai antes que o ataque aconteça.Seus olhos se fixaram em mim, a dor maculando-os.-Se o avisarmos, Robert vai saber que a informação partiu de dentro. E aí não vai demorar muito para adivinhar que foi você.Andei de um lado para o outro, incapaz de permanecer parada.-Pelo menos ganharíamos tempo para fazer algo.Trevor apertou a ponte do nariz, fechando os olhos.-Eu nem sei se quero ajudar ele. -sua voz não foi mais do que um sussurro.Parei, olhando-o de cima a baixo procurando algo par
MaeveInfundi minha energia com a dele, servindo como âncora para mantê-la em seu corpo. A sensação era de tentar segurar um sabonete - quanto mais eu puxava, mais a energia escorregava. Suor frio deslizou pelas minhas costas enquanto eu lutava para fazer Trevor respirar, a gosma negra tomando todo seu pulmão.Trinquei os dentes, me concentrando em dar mais energia a ele, mas quanto mais eu liberava, menos ele respondia, como se eu não conseguisse alcançá-lo. Mantendo o fluxo constante, tentei direcionar minha atenção para o veneno, na esperança de conseguir extraí-lo. O que antes era uma mancha preta, agora vibrava com intensidade, como um parasita sugando a energia de Trevor.E então eu soube
MaeveAo chegarmos, a mansão estava tão silenciosa que pensei que estivesse vazia. Entretanto, quando entramos vimos que ela nunca esteve tão cheia. A maioria dos membros ocupava seus postos, espalhados pela sala, cozinha e pátio. Alguns se aglomeravam no andar de cima, em frente à sala de Lucien. Apesar da quantidade de pessoas, ninguém falava nada, a tensão antes do ataque mantendo todos em alerta.A sala de Lucien parecia estranhamente vazia em comparação com a multidão de pessoas no restante da casa. Natalie ocupava seu posto à frente de um dos computadores, com Ethan ao seu lado, ambos focados nas imagens das câmeras de segurança que passavam nas telas. James estava de pé no meio da sala, seu olhar vagando de uma tela para outra,