TicianoO barulho irritante de um celular tocando insistentemente estava acabando com sua cabeça. Uma ressaca de domingo não era o que ele tinha planejado, mas acompanhar Camila na bebida era impossível.Agarrou o corpo esguio, trazendo para mais perto de si. O cheiro dela era tão bom, uma mistura sofisticada de flores nobres. Seu cabelo loiro estava esparramado nos travesseiros, e ele não resistiu em acariciá-los.- É o seu telefone... – ela resmungou sonolenta.- Deixa tocar.Virou a mulher em seus braços, encontrando os lábios rosados dela. O beijo começou leve e gentil, mas em segundos se aprofundou em uma luxúria abrasadora. Camila abraçou o pescoço dele, o toque delicado de suas mãos atiçaram ainda mais o desejo de Ticiano.- Eu te quero agora. – sussurrou contra a boca dela.- Seu telefone ainda não parou de tocar. – ela disse baixinho.Ticiano fechou os olhos quando Camila iniciou uma trilha de beijos atrevida em seu corpo, cada vez mais para baixo. Afundou a mão em seus cabe
FernandoAs imagens na tela foram divididas em seis ambientes. Todas elas acompanharam cada movimento de Astrid naquele hotel. E aquela vadia estava realmente tramando algo grande. Ela conseguiu se infiltrar na festa restrita da holding de Ícaro Darius. Ficou observando o ex -marido praticamente comer a nova namorada no jardim. Como uma louca, Astrid destruiu tudo no quarto de hotel assim que chegou da festa.Uma idiota despeitada e sentimentalista. Na verdade, se divertiu vendo a explosão dela. Queria que ela começasse a sofrer desde já, afinal foi ela quem o arrastou para essa cidade imunda. Observou sua bela mulher distribuir várias fotos de Amélia Bastos, todas elas da festa da noite anterior. Ela tinha um cúmplice na empresa, certamente era o mesmo homem com quem ela tinha transado várias vezes depois que chegou ao hotel.Astrid colocou os três aparelhos celulares que estava usando. Seus homens ainda estavam rastreando a finalidade de cada um. Mas de uma coisa tinha certeza, um
ÍcaroHoje se completavam três dias.Três dias que ela foi sequestrada. Ninguém sabia de seu paradeiro, a polícia não tinha nenhuma pista plausível. Era como se Amélia tivesse evaporado como fumaça. Toda a equipe que foi contratada para encontrá-la não fez nenhum progresso.Tudo apontava para Fernando Vidal, que ainda estava na cidade. Porém ele foi cauteloso, e não havia nada que o ligasse ao desaparecimento dela, somente a perseguição na noite da premiação da Acrópole.Ícaro sabia que isso não era o bastante para acusar um procurador. Ele trabalhou incansavelmente para descobrir onde ela estava sendo mantida. Mas não havia nada.Ticiano usou suas conexões com os funcionários do gabinete do desgraçado no Rio. Descobriram que Fernando estava em São Paulo sob o pretexto de uma operação licitatória fraudada de seu estado, por uma empresa paulista. Uma mega operação de corrupção.Mas por baixo dos panos, a verdade é que a empresa pertencia a um dos sócios dele naquele clube de cavalheir
AlbertoO carro parou próximo ao beco imundo. A garota mal se aguentava de pé. Alberto baixou o vidro traseiro, olhando para ela com uma expressão fria. A menina sorriu, com um olhar desafiador.- Está pior do que imaginei, Pérola. – ele comentou, acenando para seus homens no banco da frente. - Mas valeu a pena. – ela respondeu, se forçando a ficar ereta. - Leve ela para o hotel Pinheiros. – ordenou a um de seus subordinados. – E você. – chamou a menina. – Tome um banho de água sanitária e me encontre amanhã cedo com as gravações. - É claro, patrão. – ela sorri descarada. – Tenho uma informação importante. - Diga logo e vai embora, você está fedendo como um rato de esgoto.- Bem, ele não trata bem seus brinquedos. É um garoto mal. – Pérola soltou uma risada escandalosa. Alberto trincou o maxilar, irritado por tanto barulho.- Desembucha, Pérola.- Ele mandou o capanga sequestrar alguém hoje a noite. Uma tal de Amélia. – ela disse limpando a sujeira da sola dos sapatos.- Você tem
ÍcaroO escritório do tríplex se tornou a base de operações e o seu quarto. Havia uma infinidade de papeis espalhados sobre a mesa, três computadores a mais, um quadro de vidro repleto de fotos de Amélia, das câmeras de segurança, de quem saiu e quem entrou naquela noite.Registros dos funcionários do condomínio, turno dos seguranças, placas de carro dos moradores.Encarou tudo à sua volta, afundando na poltrona. Tudo isso foi inútil. A cada nova possibilidade, seu coração se enchia de esperanças só pra se arrebentar mais uma vez num beco sem saída.Ele perdeu a cabeça várias vezes ao longo dessa semana sem nenhuma notícia de sua mulher. Gritou, rugiu e socou a cara de seus irmãos. E quase matou aquele desgraçado com seus próprios punhos. Ícaro não se importou com as consequências que estava enfrentando. Foi acusado de agressão e tentativa de homicídio em um processo que corria em segredo de justiça.Seus advogados estavam resolvendo tudo isso com uma estratégia apresentada por Alb
Os dias se passaram e a espera por notícias estava acabando com o resto de sanidade de Ícaro. Ele estava trabalhando de casa, todas as reuniões e compromissos foram delegados para Alberto e Vitório. E os três estavam equilibrando os negócios e essa situação desesperadora.Ícaro soube que Fernando estava revirando São Paulo atrás de Astrid, e que também pretendia levar o garoto embora. Inicialmente pensou que o desgraçado sabia quem Amélia era, isso justificaria seu interesse bizarro em sua esposa.Mas através das informações levantadas, descobriu que ele não fazia ideia de que Amélia era Melissa.Portanto, isso não passava de uma mais uma obsessão doentia desse maldit0 psicopata.Ícaro subiu as escadas lentamente. Virou um hábito entrar no quarto e procurar por resquícios da presença de sua noiva. Tocava suas roupas no closet, aspirando seu doce perfume, olhava seu celular revendo as mensagens que trocavam. Ficava horas sentado no chão do closet miseravelmente como um homem sem futur
Amélia- Até quando vai levar essa história em frente? Você não é avestruz para enfiar a cabeça num buraco quando é ameaçada! – mais uma vez Guilherme pontuava sobre a atitude que tomou ao fugir de São Paulo.Ele a ajudou em tudo, como prometeu anos atrás. Mas agora que sabia como ela esteve vivendo, não concordava com a atitude dela. - Como estão as crianças? – perguntou ignorando completamente o que ele disse.Guilherme tinha acabado de chegar para mais uma de suas visitas de checagem. Era tão gentil e prestativo que além de trazê-la para esse lugar, ainda arranjou uma casa para ela ficar e um emprego em uma padaria. Todo fim de semana ele pegava o carro e dirigia por horas somente para ver como as coisas estavam. Amélia disse várias vezes que não precisava, mas ele insistia, porque sabia que tipo de monstro estava atrás dela.Serviu uma caneca de café para ele. Gui bufou irritado, e se sentou a mesa de madeira gasta com um pequeno arranjo de girassois frescos.- Eles estão bem, a
-Eu já sei de tudo, Mel. – Gui a chamou de volta ao presente.A voz dele a assustou tanto que ela quase deu um pulo da cadeira.- De tudo o que, Detetive Guilherme? – ela disfarçou, cortando um pedaço do bolo.- Carmem me contou que você passou mal, e que foi ao médico. - Ela não devia ter te contado isso. É particular. – ela respondeu irritada.- Não a leve a mal. Por mais que pareça invasivo, ela só está preocupada com você. Só tem um mês que você está aqui, e agora essa notícia. Até achei que era algum erro, que ela tinha entendido errado.- Também pensei assim. – ela sorriu docemente, levando as mãos ao ventre. – Mas os exames foram todos positivos.- Porra, Mel. – Guilher se levantou de uma vez, incomodado com a situação. O que era perfeitamente normal, afinal ele era pai. – Eu me lembro bem do médico dizer que era quase impossível que você ou Samanta engravidassem pelas vias naturais. Agora você está grávida de um homem na qual abandonou!- Eu nunca pensei que fosse possível.