Minha cabeça doía como se um carro tivesse passado por cima de mim. Mas aquilo não foi o que me acordou e sim o choro de um bebê.
Sento-me e olho em volta.
Não reconheço esse lugar.
Estava em um amplo quarto, completamente branco e mobilado. E a esquerda, perto da cômoda repleta de maquiagens e perfumes, tinha um redondo e grande espelho, que mostrava a imagem de uma mulher branca, com o cabelo longo e castanho, vestindo as roupas que eu estava vestindo. Eu sabia que aquela pessoa no espelho, era eu. Mas eu não sabia quem eu era.
Não conseguia me lembrar. Não sabia onde estava, de onde era e muito menos o meu nome.
O choro de bebê não parava, forçando-me levantar daquela cama e sair do quarto, deixando-me em um corredor extenso, com pelo menos cinco portas. A porta ao lado da que eu estava, era de onde estava vindo o choro do bebê.
O quarto
[Anthony]Há meses que eu vinha tentando arrumar uma forma de ter Maddie para mim. Desde a primeira vez que a vi, percebi que ela sim, era o amor da minha vida. Eu tinha que a ter para mim e ia tornar aquilo real de qualquer jeito.No começo, eu percebi que ela não gostava da minha presença. Sempre fazia de tudo para me evitar e evitar qualquer coisa que me envolvia. Então eu notei, que se quisesse ter sucesso nos meus planos, eu teria que me tornar seu amigo.Meu primeiro passo, foi indicar Jeremy. Meu amigo psicólogo que com um dinheiro a mais, me contava tudo de suas sessões. Quando ele me falou sobre algum segredo de Liam, vi que seria por ali, que tudo daria certo. Procurei meu melhor amigo, convidei-o para uma saideira, onde o embebedei. Depois do décimo copo, Liam me falou sobre todo seu passado. Sobre conhecer Maddie desde criança, sobre a morte da gêmea e principalmente, ela não
[Liam]Só passou uma semana desde que Maddie foi sequestrada e ninguém entrou em contato. A polícia diz que é normal, que eles querem causar medo para depois pedir o resgate, mas eu estou ficando maluco.Não sei o que é dormir ou comer. No trabalho, eu não apareço mais. Eu vivo meus dias tentando achar uma forma de encontrar Maddie e ter minha vida de volta.Sei que a culpa de tudo isso é inteira e completamente minha. Se eu não tivesse escondido tudo aquilo, nada disso teria acontecido. Ela teria entrado na limusine junto com Anthony e teria ido para a igreja. E então depois da lua de mel, eu poderia contar a ela.E agora estava sentado no sofá do apartamento, olhando para aqueles vários panfletos com o delicado rosto dela e todas as informações necessárias. Eu não tinha notícias e estava ficando sem saber o que fazer.Anth
DIAS DEPOISAnthony havia me ligado na noite anterior e disse que estava chegando. E eu tinha um pedido especial para fazer.Desde o dia em que conheci Finn, estávamos mais próximos. Sua mãe não queria que ele ficasse entrando na casa, pois achava que eu ou Anthony, poderíamos não gostar. Mas então conversei com Maura, disse que me sentia sozinha e que Finn era muto bem-vindo ali.O dia estava um pouco ensolarado, então eu estava à beira da piscina, observando Finn nadar de um lado para o outro.— Trouxe um lanchinho. — Maura diz, colocando uma bandeja na mesa. — Quer mais alguma coisa senhora?— Não, Maura. Obrigada. Sente-se aí.— Não posso, senhora. Preciso terminar o almoço, já que o senhor Moore está para chegar.Depois de um sorriso cordial, Maura volta para cozinha.April
— Onde vamos? — pergunto à Anthony, assim que deixamos a mansão, a pé.— Iremos caminhar pela cidade. Está tendo uma feira famosa, com um parque de diversões.— Amo parques de diversões.Anthony para e me encara.— Se lembrou de algo?Balanço minha cabeça negativamente.— Não sei o porquê, mas sinto que gosto de parques.Ele solta uma risada engraçada, antes de cruzar nossos braços e continuarmos nossa caminhada.Nossa casa era a maior da rua. A única mansão, na verdade. Ela ficava bem na ponta e atrás dela, tinha uma espécie de floresta. E dos dois lados da rua, tinham pequenas casinhas. Eram fofas e faziam com que a mansão não se encaixasse ali.Após uns cinco minutos de uma silenciosa caminhada, o barulho se fez presente. Era possível ouvir as cr
[Liam]Mais dias se passaram e eu continuava sem nenhuma notícia de Maddie.Eu já não tinha mais ideia do que fazer para encontrá-la. Os policiais cogitam a ideia de ela ter um amante e ter fugido com ele. Mas eu conheço a Maddie. Conheço-a como ninguém. Ela não tinha outro. E por maior que fosse nossos problemas, o amor sempre foi maior que tudo.Acabei aceitando os conselhos de Mirian e voltei para o trabalho. A Four Boys estava em sua melhor temporada e eu estava abarrotado de coisas para fazer.Há uns dias, estava no meio da leitura de um contrato sobre turnê no Brasil, quando Anthony apareceu.— Caiu da cama, Moore? — zombo, visto que mesmo com o trabalho que tem, Anthony sempre acorda depois do meio dia.— Só para te ver, meu amigo.Levanto e o abraço.— Como está,
[Liam]Desperto com o meu celular fazendo um barulho insuportável, lembrando-me que tenho uma reunião importante em duas horas.O pequeno movimento que fiz para me sentar na cama, fez com que minha cabeça latejasse. Ao mesmo tempo eu volto a deitar e aperto um outro travesseiro contra meu rosto.Ao sentir o aroma daquele perfume feminino, arqueio meu corpo rapidamente e olho em volta. O espaço da cama ao meu lado, estava bagunçado e quente. Minhas roupas estavam espalhadas pelo quarto, assim como um vestido vermelho e botões.Minha cabeça estava latejando e as lembranças da noite passada, estavam embaralhadas. Ainda atordoado, percebo que a porta do banheiro está aberta e uma enorme quantidade de fumaça sai dali.Estava pensando quando seria um bom momento para levantar da cama e tentar descobrir se alguma coisa faz sentido, quando escuto um barulho vir do banheiro e uma mulher s
SEMANAS DEPOIS[Liam]— Liam? — Sophia adentra minha sala, após bater na porta. — Eles chegaram.— Já estão na sala de reuniões? — ela assente. — Diga que já vou.Assim que ela sai meu celular toca. Era Anthony. Depois de semanas sumido, lá estava ele, dando o ar da graça.— Achei que tinha esquecido da minha existência. — murmuro, quando atendo.— Esperei você ligar, mas já que não o fez.— Você agiu como babaca. — e eu comi sua mulher. — Eu não ia ligar.Anthony ri.— Estamos parecendo duas adolescentes. Como está?— Com muito trabalho. E você?— Na mesma. Acabei de chegar de uma viagem de negócios e vou ficar por aqui umas semanas. Quer sair para beber hoje?Desde o ocorrido com Mirian,
[Maddie]— Só faz dois dias, amor. — Anthony murmura, do outro lado da tela do computador. — E não tenho previsão de volta.Faço biquinho, triste por ouvir aquilo.— Não gosto de ficar sozinha.— Você tem a Maura, Finn. E nossa filha. Não está sozinha.— Você entendeu. — reviro os olhos.Eu e Anthony estivemos muito próximos nesses últimos dias. Os beijos aconteciam regularmente. Ele era carinhoso e paciente comigo. Eu finalmente estava sentindo que tudo aquilo era real e minha vida.— Ei? — balanço minha cabeça e volto a olhar para a tela. — Está tudo bem?— Sim. Só estava pensando.— No que?Abro minha boca, pronta para despejar aquele misto de sentimentos, mas então uma ideia me ocorre e eu torno a fecha-la.— Conto qua