Parte 2: A persona e o coração: A música vibrante e as luzes brilhantes anunciavam o início de mais uma noite no reality, enquanto a plateia ao vivo aplaudia entusiasmada. As cinco candidatas estavam posicionadas no palco central, cada uma em sua própria bolha de carisma. Camille Bradford, Riley Johnson, Sophia Blackwood, Dahlia Monet e Isla Frost se enfrentariam naquela noite para decidir quem teria o privilégio de um encontro exclusivo com Andrew Annenberg. O apresentador, sempre com energia contagiante, explicou as regras: a disputa seria composta por três rodadas – uma pergunta sobre Andrew, um desafio de carisma ao vivo e, por fim, um voto do público em tempo real. A tensão era palpável, especialmente para Laura, que sabia que sua personagem, Isla Frost, deveria manter a pose de enigmática e confiante, mesmo com a pressão crescente. Primeira rodada: Conhecimento sobre Andrew— Vamos começar com uma pergunta sobre Andrew! — anunciou o apresentador. — Qual é a cidade onde ele
Nos dias seguintes, Laura tentou se focar em sua estratégia no programa. Ela sabia que precisava reforçar a persona de Isla Frost, uma mulher misteriosa e imperturbável, se quisesse continuar no jogo. Mas cada vez que Andrew estava por perto, a linha entre Laura e Isla parecia se desfazer um pouco mais.A próxima competição foi anunciada como uma atividade ao ar livre – uma trilha em uma floresta tropical seguida por uma prova de sobrevivência. Era a oportunidade perfeita para as candidatas mostrarem não apenas carisma, mas também resistência e habilidade. Para Laura, seria um teste duplo: manter sua personagem intacta enquanto controlava as emoções que começavam a emergir.Na manhã da atividade, as cinco mulheres se reuniram no ponto de partida, vestidas para a aventura. Andrew chegou logo depois, com um sorriso caloroso e um brilho nos olhos que parecia iluminar o ambiente. Ele parabenizou Dahlia por sua vitória na noite anterior, mas fez questão de cumprimentar as outras candidatas
Andrew acompanhava as candidatas enquanto cruzavam o rio, seu olhar alternando entre o grupo e o cenário ao redor. Apesar de sua postura descontraída, ele sentia o peso do papel que desempenhava no reality – ser o centro das atenções, o prêmio final. Mas, às vezes, quando olhava para elas, especialmente para Isla Frost, ele se perguntava quem realmente estava jogando e quem era genuíno.Isla sempre o intrigara. Enquanto outras candidatas demonstravam abertamente suas personalidades, ela parecia esconder algo sob uma camada de mistério cuidadosamente construída. Era uma jogadora habilidosa, disso ele tinha certeza. Mas havia momentos, breves como um raio cortando o céu, em que ele percebia algo mais – um brilho de vulnerabilidade em seus olhos, um traço de hesitação em suas palavras. Momentos que pareciam escapar antes que ele pudesse entender.Quando ela quase caiu ao atravessar o rio, Andrew agiu por instinto. Ele não pensou em câmeras, nem no impacto que aquele gesto poderia ter no
Laura entrou na redação da emissora sentindo-se como uma estranha em um lugar que deveria ser seu refúgio. Durante as semanas em que interpretara Isla Frost no reality, seus compromissos como assistente de produção acumularam-se como uma pilha crescente de urgências não resolvidas.As luzes fluorescentes da sala pareciam mais fortes do que nunca, refletindo nos monitores, enquanto o som constante de vozes e teclados preenchia o ambiente. Laura ajeitou os óculos sobre o nariz, tentando focar no que estava diante dela: uma lista interminável de e-mails não lidos, documentos pendentes e chamadas perdidas.Ela suspirou e passou a mão pelo rosto, exausta. O "atestado de saúde" que pedira para justificar sua ausência no trabalho parecia agora uma mentira ainda maior do que sua personagem no reality. Isla Frost era uma máscara, mas aqui, na redação, Laura sentia que nem mesmo sua identidade real estava intacta.Foi então que ouviu uma voz familiar atrás dela. — Isso é o que chamamos de des
Enquanto as candidatas se preparavam para a gravação de mais um comercial, o clima nos bastidores estava carregado de tensão. Laura, como sempre, fazia o possível para manter a postura de Isla Frost, mas havia algo em sua mente que a distraía. A cada dia, o papel se tornava mais difícil de sustentar, e a verdade de sua identidade parecia espreitar cada vez mais perto de ser descoberta.Dahlia, que sempre fora observadora, começou a notar algo peculiar. Durante o intervalo, enquanto as outras candidatas se preparavam para a gravação, ela avistou Isla sozinha, mexendo em seu telefone. O que chamou sua atenção, no entanto, não foi a simples ação de Laura, mas a maneira como ela digitava.Isla estava enviando uma mensagem, e para a surpresa de Dahlia, ela digitava fluentemente em português, sem cometer os erros que frequentemente fazia ao falar. As palavras fluíam de maneira natural e precisa, sem o sotaque forçado ou a hesitação que Isla sempre demonstrava quando se comunicava com os out
Andrew observava atentamente o palco enquanto o episódio do reality estava prestes a alcançar seu ápice. Ele sabia que, como apresentador, precisava manter a postura de neutralidade, mas não podia deixar de notar como a competição estava cada vez mais acirrada. As candidatas estavam visivelmente nervosas, tentando dar o melhor de si, mas uma parte dele, inexplicavelmente, estava mais focada em uma delas.Isla Frost.Ela era diferente das outras. Algo na maneira como ela se mantinha à distância, como se fosse imune à pressão do jogo, fazia com que Andrew a observasse com uma curiosidade crescente. Ao contrário das outras concorrentes, que se entregavam mais facilmente ao drama e à competitividade, Isla parecia ser uma enigma, alguém que ele não conseguia entender, mas que, ao mesmo tempo, o atraía cada vez mais. Ela tinha um poder silencioso sobre ele, como se sua presença fosse envolta em uma aura de mistério.O episódio chegava ao seu final, e o momento de revelar o vencedor se aproxi
O jantar aconteceu em um local reservado, longe dos olhos das câmeras e do tumulto do reality. O ambiente era elegante, com iluminação suave e uma vista deslumbrante da cidade. O espaço parecia um oásis de tranquilidade, uma pausa entre os flashes e as competições. Apenas Andrew e Isla estavam ali, em um cenário intencionalmente íntimo. O jantar estava perfeitamente orquestrado, mas Andrew sentia que havia algo diferente sobre aquele momento, algo que ele não conseguia identificar completamente.Isla entrou na sala com uma graça impressionante, o vestido fluindo ao redor de seu corpo como se tivesse sido feito sob medida para ela. Ela parecia à vontade, como sempre, mantendo aquele ar de mistério que o deixava fascinado. Havia uma calma em sua presença, mas também uma energia que ele não conseguia ignorar. Algo nele queria entendê-la melhor, mas as paredes em torno de Isla eram espessas, e ele sabia que, por mais que tentasse, talvez nunca fosse capaz de descobrir o que realmente se pa
Laura saiu do salão sentindo o peso do papel que desempenhava como Isla. O personagem que construíra era cheio de nuances, uma mistura de mistério e vulnerabilidade que ela sabia ser irresistível para alguém como Andrew. Cada palavra fora calculada, cada pausa meticulosamente planejada para manter o equilíbrio delicado entre proximidade e distância. No entanto, interpretar Isla não era fácil, especialmente porque, por mais que fosse ficção, a conexão que Andrew parecia sentir era perturbadoramente real.Enquanto se afastava, sentiu o toque firme de uma mão em seu braço. Surpresa, virou-se rapidamente e encontrou os olhos intensos de Andrew. Havia algo em sua expressão que a desarmava. Ele não estava apenas curioso ou interessado. Ele parecia genuinamente… comovido.— Isla… — ele começou, hesitando como se procurasse as palavras certas. — Eu sei que você quer ir, mas... quero te mostrar algo. Um lugar especial. Por favor, venha comigo.Laura, por um breve momento, considerou recusar. Er