Enquanto as candidatas se preparavam para a gravação de mais um comercial, o clima nos bastidores estava carregado de tensão. Laura, como sempre, fazia o possível para manter a postura de Isla Frost, mas havia algo em sua mente que a distraía. A cada dia, o papel se tornava mais difícil de sustentar, e a verdade de sua identidade parecia espreitar cada vez mais perto de ser descoberta.Dahlia, que sempre fora observadora, começou a notar algo peculiar. Durante o intervalo, enquanto as outras candidatas se preparavam para a gravação, ela avistou Isla sozinha, mexendo em seu telefone. O que chamou sua atenção, no entanto, não foi a simples ação de Laura, mas a maneira como ela digitava.Isla estava enviando uma mensagem, e para a surpresa de Dahlia, ela digitava fluentemente em português, sem cometer os erros que frequentemente fazia ao falar. As palavras fluíam de maneira natural e precisa, sem o sotaque forçado ou a hesitação que Isla sempre demonstrava quando se comunicava com os out
Andrew observava atentamente o palco enquanto o episódio do reality estava prestes a alcançar seu ápice. Ele sabia que, como apresentador, precisava manter a postura de neutralidade, mas não podia deixar de notar como a competição estava cada vez mais acirrada. As candidatas estavam visivelmente nervosas, tentando dar o melhor de si, mas uma parte dele, inexplicavelmente, estava mais focada em uma delas.Isla Frost.Ela era diferente das outras. Algo na maneira como ela se mantinha à distância, como se fosse imune à pressão do jogo, fazia com que Andrew a observasse com uma curiosidade crescente. Ao contrário das outras concorrentes, que se entregavam mais facilmente ao drama e à competitividade, Isla parecia ser uma enigma, alguém que ele não conseguia entender, mas que, ao mesmo tempo, o atraía cada vez mais. Ela tinha um poder silencioso sobre ele, como se sua presença fosse envolta em uma aura de mistério.O episódio chegava ao seu final, e o momento de revelar o vencedor se aproxi
O jantar aconteceu em um local reservado, longe dos olhos das câmeras e do tumulto do reality. O ambiente era elegante, com iluminação suave e uma vista deslumbrante da cidade. O espaço parecia um oásis de tranquilidade, uma pausa entre os flashes e as competições. Apenas Andrew e Isla estavam ali, em um cenário intencionalmente íntimo. O jantar estava perfeitamente orquestrado, mas Andrew sentia que havia algo diferente sobre aquele momento, algo que ele não conseguia identificar completamente.Isla entrou na sala com uma graça impressionante, o vestido fluindo ao redor de seu corpo como se tivesse sido feito sob medida para ela. Ela parecia à vontade, como sempre, mantendo aquele ar de mistério que o deixava fascinado. Havia uma calma em sua presença, mas também uma energia que ele não conseguia ignorar. Algo nele queria entendê-la melhor, mas as paredes em torno de Isla eram espessas, e ele sabia que, por mais que tentasse, talvez nunca fosse capaz de descobrir o que realmente se pa
Laura saiu do salão sentindo o peso do papel que desempenhava como Isla. O personagem que construíra era cheio de nuances, uma mistura de mistério e vulnerabilidade que ela sabia ser irresistível para alguém como Andrew. Cada palavra fora calculada, cada pausa meticulosamente planejada para manter o equilíbrio delicado entre proximidade e distância. No entanto, interpretar Isla não era fácil, especialmente porque, por mais que fosse ficção, a conexão que Andrew parecia sentir era perturbadoramente real.Enquanto se afastava, sentiu o toque firme de uma mão em seu braço. Surpresa, virou-se rapidamente e encontrou os olhos intensos de Andrew. Havia algo em sua expressão que a desarmava. Ele não estava apenas curioso ou interessado. Ele parecia genuinamente… comovido.— Isla… — ele começou, hesitando como se procurasse as palavras certas. — Eu sei que você quer ir, mas... quero te mostrar algo. Um lugar especial. Por favor, venha comigo.Laura, por um breve momento, considerou recusar. Er
Laura, sentou-se no banco ao lado de Andrew. O silêncio ao redor parecia amplificar os pensamentos que vinham à tona, memórias que ela costumava manter bem enterradas. O lago diante deles, com sua superfície ondulante, era tão sereno quanto perturbador, como se fosse capaz de revelar verdades que ela preferia esconder.Por um instante, Laura não conseguiu evitar. A imagem do rosto de seu pai veio à mente, seguido pelo riso suave de sua mãe enquanto eles passavam tardes juntos em um parque próximo de casa. Era um fragmento de um tempo mais simples, antes que a vida se tornasse complicada. Antes que as escolhas dela a levassem a criar uma persona como Isla.Andrew parecia perceber que algo mudara na expressão dela. Ele não disse nada, apenas esperou, sua presença calmamente encorajando.Laura, como Isla, finalmente quebrou o silêncio. Sua voz soava distante, quase como se estivesse falando consigo mesma. — Quando eu... era criança, meu pai... ele sempre fazia... pique-nique. Todo fim de
Parte 3: O Amor em RiscoO silêncio entre eles era quase palpável, mas não desconfortável. Era o tipo de silêncio que dizia mais do que palavras poderiam transmitir. Andrew, sentado ao lado de Isla, sentia algo diferente. Algo mais profundo. Ele não sabia explicar, mas a vulnerabilidade que ela acabara de compartilhar o tocava de uma maneira que nenhuma outra conversa no reality havia feito. Era como se, por um breve instante, ele tivesse conseguido atravessar a fachada misteriosa e enxergar quem ela realmente era.Ele a observava de soslaio, o perfil dela iluminado pela luz suave da lua. Havia uma delicadeza em seus traços que contrastava com a força que ela demonstrava. Isla olhava para o lago, mas Andrew sabia que sua mente estava em outro lugar. Talvez no parque de sua infância, ao lado de seus pais. Talvez em algum lugar onde as lembranças eram tão intensas que era difícil suportá-las.— Isla… — ele chamou suavemente, inclinando-se levemente para ela.<
Os dias que se seguiram ao beijo pareciam um borrão para Laura. Isla havia "partido para a Finlândia" temporariamente, como parte da pausa estratégica do reality. A justificativa fazia sentido para os telespectadores e até para os outros participantes, mas, para Laura, era um alívio momentâneo que rapidamente se transformou em tormento. Andrew não saía de seus pensamentos. Cada memória do jantar, do local especial que ele lhe mostrara e, principalmente, do beijo, era como uma âncora puxando-a para o fundo de um mar de culpa e desejo. Ela sabia que Isla não podia se apaixonar. Isla não era real. Mas Laura era. Em sua ausência, Andrew enviou mensagens cuidadosas pela produção, perguntas triviais, como parte de sua atenção característica. Laura não respondeu. Ela evitava tudo que pudesse estreitar o laço entre eles, mas as noites solitárias em seu pequeno apartamento não davam trégua. O silêncio fazia as emoções borbulharem, e foi assim que ela começou a beb
A pausa no reality show trouxe mais do que descanso para os participantes; trouxe problemas para a produção. As interações entre Andrew e as demais participantes começaram a parecer artificiais, quase forçadas. Apesar do charme natural de Andrew e da dedicação das outras competidoras, algo parecia faltar. A audiência começou a perceber.Os números das redes sociais mostravam claramente: Isla era a favorita do público. Suas aparições eram as mais comentadas, seus momentos com Andrew eram amplamente compartilhados e editados por fãs que criavam vídeos apaixonados sobre os dois. Sem ela, algo essencial parecia ter desaparecido do programa, e as reclamações não demoraram a surgir.— A química entre Andrew e Isla é o que sustenta o programa! — um fã comentava em um vídeo viral.— Por que ela não aparece mais? A produção precisa trazê-la de volta! — outro reclamava.Os comentários nas redes sociais começaram a se transformar em uma pressão para