Episódio 01

MARJORIE NARRANDO

2 anos atrás!

A minha vida nunca foi das melhores, mas a faculdade e o meu emprego e meio período sempre me ajudou bastante a sustentar a minha casa, desde que eu perdi os meus pais eu vivo assim, tentando fazer tudo para dar certo, a minha sorte é que essa humilde casa é nossa, foi a única lembrança que sobrou dos meus pais, para mim e meu irmão. É eu cuido do meu irmão ele só tem 16 anos, apesar que esses dias ele vem passando um pouco mal, eu até já falei pra ele ir no hospital para tentar ver o que é isso, mas ele falou que não gosta de hospitais, e claro eu não mando ele sozinho, a minha vizinha ela é muito gentil, ela sempre diz que qualquer coisa posso falar com ela para ela possa nós ajudar de alguma forma, e eu sou muito grata a senhora Maria, ela é uma excelente vizinha e uma boa pessoa, gosto muito dela. Por mais que eu goste de viver no meu cantinho como a minha mãe sempre ensinou, ela também deixou claro que mesmo na dificuldade, sempre mantemos a essência. A nossa dignidade é a coisa mais preciosa que temos, e é isso que minha mãe sempre ensinou para nós dois, embora ela tenha se entregado de vez a depressão, e a todo o tipo de doença que habitava o seu corpo, eu sinto falta dela, eu sinto uma saudade imensa e isso me deixa tão triste, que as vezes eu só queria que ela estivesse aqui junto comigo para me ajudar. Queria também o meu pai com a gente, isso é tão ruim sentir essa solidão imensa. 

Joshua: Maju. — meu irmão chama a minha atenção. 

Maju: Oi meu irmão. — digo olhando o mesmo. 

Joshua: Depois da aula posso assistir um pouco? — ele pergunta me olhando. 

Maju: Pode meu amor. — digo tocando o rosto dele. — Saiba que eu te amo muito viu? — digo esboçando um sorriso. 

Joshua: Eu também te amo muito minha irmã, você é como uma mãe para mim. — ele fala sorrindo. — Agora vamos se não vamos nós atrasar. — ele fala e dou risada. 

Maju: Vamos, tenho que te deixar na escola e depois eu sigo para o meu trabalho. — digo e ele sorrir. — Outra coisa, se você se sentir mal, me ligue para que eu possa sair mais cedo. — digo séria. 

Joshua: Tudo bem minha irmã. — ele fala e pega suas coisas, logo depois saímos de casa, assim que saímos acabamos esbarrando com a dona Maria que estava chegando na sua casa. 

Maria: Bom dia, meus amores. — ela fala gentilmente. 

Joshua: Bom dia, senhora Maria. — digo gentil.

Maju: Bom dia, senhora Maria, como está? — pergunto e ela sorrir. 

Maria: Estou bem, minha menina, e vocês tá tudo bem mesmo? — ela pergunta e sorrio. 

Maju: Está sim, senhora Maria. — digo e ela vai entrando. — Bom a gente já vai, preciso deixa-lo no colégio. — digo e ela sorrir. 

Maria: Tenham um ótimo dia. — diz sorrindo, e então seguimos caminhando pela calçada, rumo a escola do meu irmão. 

Maju: Meu amor, não está com frio? — pergunto e ele nega com a cabeça. — Tudo bem, a verdade é que sou um pouco mais frienta, e você sabe que esse tempo de chuvas é bem a minha cara de ficar resfriada. — digo sorrindo e ele rir. 

Joshua: Você é incrível, mas ainda sim eu estarei aqui para cuidar de você minha irmã. — ele fala e finalmente chegamos em frente ao colégio no qual ele estuda, o mesmo me dar um abraço e retribuo. 

Maju: Já sabe, qualquer coisa me ligue. — digo e ele vai entrando, eu me preocupo com ele, até porque ele é a única família que eu tenho, e sei que tudo é complicado, mas eu vou ter fé que tudo vai dar certo. 

Camila: Maju? — ela chama minha atenção enquanto estava ali parada, olhando meu irmão entrando no colégio. 

Maju: Oi, Camila. — digo olhando a mesma. 

Camila: Como tem passado? — ela pergunta se aproximando. — Você sumiu. — ela fala olhando pra mim.

Maju: Tenho me preocupado mais com os problemas de casa, e preciso apenas focar na minha faculdade, e também cuidar do meu irmão, e isso tem pegado bastante do meu tempo. — digo e ela revira os olhos. 

Camila: Seu irmão não é mais nenhuma criança, Marjorie, você precisa desapegar um pouco desse seu pedestal de irmã/mãe. — ela me repreende. 

Maju: Olha Camila, pelo tempo que a gente se conhece e tudo mais, eu peço que por gentileza não questiona o modo que eu vivo, porque é assim que sobrevivo acredite. — digo séria. — Agora preciso ir eu tenho que trabalhar. — digo séria e vou saindo dali. 

A Camila, é uma amiga antiga, mas o problema dela é que ela não pensa, a única coisa que ela pensa é em si própria e que os demais se ferrem, e para ela isso é comum, já que a vida dela é viver nas festas que o pessoal dar, é viver bebendo e curtindo a vida como ela bem entende. E na cabeça dela eu sou a estranha, sou a pessoa mais certinha que precisa de incentivos de como viver a minha vida, isso é tão patético, as pessoas não cansam de querer se meter na vida alheia isso é tão desnecessário. Fiquei com esses pensamentos enquanto eu caminhava rumo a cafeteria na qual eu trabalho, eu estava bem irritada com tudo aquilo, então quando atravessei a rua e finalmente cheguei na cafeteria, entrei na mesma e já fui para o vestiário colocar o meu avental e guardar minhas coisas no armário. Quando acabei sair dali e seguir para o meu posto, comecei a fazer os café, e depois fui servindo ao pessoal que estava chegando e saindo.

Carly: Majuzinha. — ela fala sorrindo. 

Maju: Oi minha linda. — digo a olhando. 

Carly: Está calada hoje. — diz olhando nos meus olhos. 

Maju: Não é nada demais, apenas estou um pouco distante dos meus pensamentos. — digo olhando para ela, e logo chega um moço querendo café, e então fui fazer, quando terminei entreguei e a Carly se aproximou.

Carly: Eu te conheço bem Maju, você está irada com alguma coisa. — diz me olhando, então acabo suspirando. — Sabia! — diz me encarando.

Maju: Apenas a Camila achando que a vida gira em torno dela, que só ela sabe se divertir na vida. — digo séria. 

Carly: Não dá atenção pra ela, você sabe que o que ela inveja é a sua capacidade de trabalhar e ser alguém na vida com a sua faculdade. — diz tocando meus ombros. — Estou aqui amiga para você. — diz e me dá um breve abraço, logo nos afastamos e assim foi o nosso dia.

Eu estava quase saindo do serviço quando o meu celular tocou e ao tocar, peguei o mesmo e vi no identificador que era o meu irmão, mas quando atende não era ele, era a diretora do colégio me avisando que estava indo para o hospital, que o meu irmão começou a passar mal, e isso me fez desesperar, então falei com o meu gerente o mais rápido que eu pude, e logo mais eu sair do serviço em agonia rumo ao hospital, eu estou nervosa, eu não sei o que ele tem, e eu sempre pedi para que ele fosse junto com a dona Maria no hospital ver o que ele tinha mais ele é tão teimoso quanto o nosso pai, e por isso agora ele tá indo querendo ou não. Apenas peguei um táxi e dei o endereço para que ele me levasse até o hospital que a dona Ellie me enviou, o que me fez começar a orar e pedir a Deus para que a saúde do meu irmão esteja bem, e que ele fique bem logo. Quando finalmente cheguei no hospital, desci do táxi, paguei o mesmo e sair correndo para a recepção, e ao chegar lá a senhora Ellie estava a minha espera.

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