Atualmente na Europa

-Chefe, a prisioneira não quer dizer uma palavra sequer.

-Essa Condessa está acabando com a minha paciência há muito tempo.

-Eu ainda estou desconfiado, pode ser que ela não seja a Condessa.

-Todas as informações levaram até ela.

-Mas ela não é a única filha daquele casal, como você sabe que não é a outra?

-A bailarina? Mãe de gêmeos? De onde vc acha que ela teria tempo e inteligência pra atrapalhar nossos negócios aqui na Europa lá da casinha dela no meio da floresta.

-O Brasil não é só uma floresta, Senhor.

-Que seja, esqueci que você ama aquele pais atrasado no tempo.

-O senhor fala isso porque nunca esteve lá, mas tem tudo o que uma pessoa precisa pra agir, aliás, só precisaria de um celular conectado à Internet para fazer boa parte das coisas que a Condessa fez.

-não importa, a Condessa estava bem aqui debaixo do nosso nariz, vivendo disfarçada de secretária. Deixe-a dormir essa noite, amanhã começamos com outra tática para ela falar.

- Sim, senhor.

Hanna tinha treinamento adequado para resistir a qualquer tipo de tática que eles utilizassem, além disso podia ver que eram amadores e ja tinha conseguido mandar um sinal via rádio para a agência então estava tranquila, sabia que muito em breve alguém viria resgatá-la e também não ia entregar Patrícia, afinal, o que essa gente queria com a verdadeira condessa? Qual era o problema deles com ela?

Desde que Patrícia havia assumido secretamente a fortuna dos Magli e o título da sua mãe Catarina ela tinha usado o dinheiro para reparar vários erros de Dom Luiz, ajudando aqueles a quem ele tinha deixado órfãos por conta de seus negócios, encerrando operações ilícitas e nesse caminho fez alguns inimigos, pois prejudicou bastante alguns criminosos, especialmente a máfia Italiana.

Hanna então teve a ideia de dar corda para eles, entrar no jogo, como se de fato fosse a Condessa só para compreender o que eles queriam e assim já adiantar as coisas para depois que fosse resgatada.

-Senhor? Por gentileza, teria um café nessa sua hospedagem?- Hanna pediu em português ao ver o homem mais jovem se aproximando, pelo tempo que ele passou tentando tirar alguma informação dela, já tinha dado para notar que ele era brasileiro também.

-Então a senhora Condessa decidiu falar.

-É que não fico sem café, então precisei falar, sorriu simpática.

-Eu compreendo, mas se eu fosse você, tiraria um tempo pra descansar, amanhã vai ser um longo dia se você não começar a cooperar.

-Troco respostas por um café

-Se eu soubesse, tinha oferecido antes.- Sorriu satisfeito o jovem.- Vou providenciar e então conversaremos.

-Tudo bem, um "petit gateau" também seria muito bem recompensado.

-Vou ver o que posso fazer.

Enquanto aguardava seu café, Hanna repensou sua tática, a forma que faria para extrair informações enquanto fazia acreditarem que era ela quem estava sendo interrogada. Lembrou que fazia muito isso para extrair informações das mais diversas pessoas, fingindo que estava se abrindo, dando exemplos de sua vida, fazia com que as pessoas confiassem e contassem o que ela precisava saber em suas missões.

Era o que pretendia fazer agora, o jovem lhe parecia mais acessível e tinha caído na isca do café, então Hanna pensou que seria até mesmo divertido e com a vantagem de ter cafeína, ja que ela era conhecida em casa como a “Rainha da Cafeína”, tinha até camiseta de mãe e filha escrito “Caffeine Queen” e “Caffeine Princess”, uma brincadeira interna da família.

Ao pensar na família, Hanna teve um aperto no coração, será que seu marido havia conseguido sair do país a tempo com sua filha Elissa? Joe era extremamente inteligente e muito atento, além de trabalhar para a inteligência francesa, inclusive foi em uma missão que eles se conheceram, pelo menos virtualmente, eles se comunicavam por meio de um site da inteligência e acabaram percebendo uma afinidade, então Joe providenciou para que se conhecessem pessoalmente, ele morava em outra cidade, mas foi até Paris para esbarrar propositalmente com Hanna em uma cafeteria. Ou seja, o café faz parte da família.

Hanna não imaginava, mas Joe já estava monitorando o local onde ela estava por conta do sinal de rádio que Hanna tinha enviado, também já havia comunicado Patricia até para que se preparasse pois tudo isso tinha a ver com ela na verdade, foi assim que Patrícia decidiu, dois anos depois da morte de Dom Luiz, assumir publicamente que era a Herdeira dele e do título de Condessa deixado por sua mãe biológica, pois a ligação entre Hanna e Patrícia era tao grande que mesmo depois de anos distantes, haviam poucas coisas no mundo que Patrícia não faria pra salvar sua irmã, mesmo sabendo que ela saberia se virar e teria ajuda, Patrícia entendeu que era a hora de sair do anonimato, das sombras e assumir sua nova identidade, por isso decidiu fazer uma grande festa na mansão de Dom Luiz para anunciar a todos a verdade e assim livrar Hanna do cativeiro.

A organização da festa foi em segredo, com a ajuda de Lane, Patrícia arquitetou cada detalhe, era uma festa cheia de requinte, lembrando aquelas de filmes que retratam a sociedade europeia de séculos atrás, mas além da aparência e comida impecáveis, a lista de convidados também havia sido totalmente planejada, cada pessoa era fundamental ali, os membros da imprensa que iriam anunciar ao mundo a identidade da Condessa, homens e mulheres de negócios que poderiam realizar parcerias comerciais com Patrícia e fornecer algum tipo de serviço necessário para a missão de resgate e um único homem que poderia proteger a Patrícia e seus filhos em meio à loucura que sua vida se tornaria após anunciar a verdade ao mundo: Kevin.

Ah sim, por falar nisso, você deve querer saber como Patrícia sabia que Kevin era mais do que um bilionário excêntrico. Um ano antes o pai de Patrícia, Roger que era líder de uma agência de inteligência muito importante no Brasil , havia decidido se aposentar e então deu à Patrícia a informação sobre Kevin, dizendo que se em algum momento ela precisasse de proteção, esse seria o único nome confiável, que não deveria procurar ninguém da agência pois ele desconfiava que haviam se infiltrado lá.

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