Giorgia se assustou. — O que é isso, menina? Pelo amor de Deus! Pare de ficar colocando minhocas na sua cabeça! Eu fiquei olhando Giorgia recolher os cacos do chão e agachei para ajudá-la. — Giorgia, desculpa! Eu sou uma boba mesmo, sabia? Não vamos mais falar nisso, está bem? Giorgia se sacudiu nervosa. — É bom mesmo, porque essa menina precisa muito desse emprego! Ela perdeu o pai e só o salário da mãe dela não dá de jeito nenhum! Elas estão quase passando fome, e você vê, como ela está sempre sorrindo? Ela vai fazer bem para essas crianças! — Ela vai ser babá dos meus filhos?— eu quis saber, desconfiada. Giorgia parou de andar com os cacos nas mãos e disse séria: — Ela veio para me ajudar, agora que você está trabalhando! Eu acho que ela fica bem como babá. Antônio adorou ela! Eu retruquei nervosa. — Ao menos compre outro uniforme para ela! Aquele era meu e desde aquele tempo, já era bem curto! Giorgia se sacudiu, saiu para os fundos da casa e eu voltei para
Antes do dia amanhecer, eu recebi outra visita. Era o Alex, cheirava à bebida, como da última vez. Eu me informei com o Théo. Ele tinha saído para beber e levou um dos seguranças novos. O rapaz contou para o Théo no dia seguinte que o patrão encheu a cara e não deu bola para mulher nenhuma. O rapaz ficou incrédulo. — Precisa ver o que tinha de mulher em cima dele! Cada uma mais linda que a outra! Pelo que o Théo averiguou, Adriana e Lívia estavam lá, mas ele saiu e as deixou sem se despedir. Acho que essa era uma dessas noitadas em que o Alex não viu o seu interesse despertar por nenhuma outra mulher. Ele entrou tombando, e estava mais bêbado do que da última vez. Caiu por cima de mim. — Meu Deus! Alex! Ele não se importou com as minhas queixas e continuou passando as mãos pelos pelo corpo. — Alex, não! O que está fazendo? Não adiantou falar, todo o meu corpo foi tocado, minhas roupas foram tiradas e ele parecia ter um desejo animalesco por mim. Ele falava muitas c
Alex saiu tranquilamente do meu quarto como se fosse ainda o meu marido, e legalmente, ainda era. Ele cruzou com Aline no corredor que vinha trazendo Antônio e Sophia pelas mãos. Ele a cumprimentou cordialmente com um inclinar de cabeça apenas, e a moça saiu suspirando. Cristal e Júnior desceram logo em seguida, Aline ajudou Giorgia a colocar a mesa, depois foi conversar com ela na cozinha. — Giorgia, como a dona Bella soltou um homem desse? Eu nunca vi um ser mais perfeito! Giorgia ficou surpresa. — Ô menina, ficou louca? A Bella morre de ciúmes desse marido, nem se meta a besta!. Outra coisa, ele é muito mais velho que você! Aline surpreendeu. — Eu hein Giorgia, coisa mais antiga! Esse negócio de diferença de idade não existe mais não! Nossos espíritos são todos iguais! Isso aqui é só uma pele que nos diferencia! Outra coisa, o Juiz casou com a dona Bella, você mesma falou que ele era vinte anos mais velho! Giorgia colocou as
Eu só esperei o casal desaparecer na escada, para eu subir correndo. Eu me arrumei, vesti um vestido preto justo no corpo, que descia até acima dos joelhos. Depois prendi o cabelo no alto da cabeça e coloquei brincos bem pequenos e discretos. A maquiagem estava bem suave, eu estava pronta. Peguei minha bolsa preta fina, mas básica e desci as escadas. Giorgia estava lá embaixo me esperando. Ela ficou emocionada ao me ver. Com as mãos juntas ao peito, ela me disse sorrindo. — Vai minha filha, vai lá e brilha! A Gi vai está aqui torcendo por você! Ela me abraçou tão forte que eu tive que fazer um esforço enorme para não chorar e ter que refazer a maquiagem. — Vai lá no jardim, que o Zinho está te esperando!— ela sussurrou me apontando a porta de entrada. Eu saí ansiosa atrás do meu sogro que estava me esperando próximo a uma árvore. — Vamos doutora! Hoje é o seu dia!— ele disse animado me estendendo a mão. Entramos no carro dele que
Eu fui colocada às pressas no carro de Andradas e o marido de Antonieta veio nos orientar a passar na frente deles para escapar do assédios na porta do fórum. Assim fizemos, mas não adiantou muito, um repórter reconheceu o nosso carro, sendo de Andradas. — Ei, eu vi ela entrando nesse carro! É a doutora!— ele gritou. Veio uma multidão assustadora em nossa direção e cercou o nosso carro. — E agora, senhor Andradas? Como vamos fazer para sair daqui?— eu estava apavorada. Andradas se manteve calmo no volante. — Esse é o preço do sucesso, Bella! Vai se acostumar logo com isso! Eu olhei para trás e vi vários homens de preto vindo na direção do nosso carro. — Acho que eles já sabiam que isso ia acontecer!— eu disse mais calma. — Ainda bem, caso contrário, não sei como faríamos para sair daqui!— Andradas comentou olhando pelo retrovisor. — Eu quase desci para dar a entrevista que eles tanto queriam! — eu disse virando-me novamente para frente. — Seria pior, eles i
Maximiliano me levou para sua casa, onde eu estaria em segurança. Ele me conduziu, abraçada para dentro da casa. Eu respirei aliviada. — Que loucura!— exclamei jogando a bolsa no sofá. Ele sorriu e veio abraçar a minha cintura. — Eu já passei por isso, há muitos anos! É o preço para o sucesso! Eu sorri, mas fiquei sem jeito com a sua proximidade. — Tudo tem um preço, Bella! Está disposta a pagar? Engoli em seco, a respiração ficou ofegante, por um momento, eu acho que preferi voltar e enfrentar a perseguição aqueles repórteres! Maximiliano me beijou e percebeu o quanto eu estava tensa. — Venha!— Ele disse me puxando pela mão. Eu estava muito nervosa, ele estava me levantando para o seu quarto. Esse era o preço que eu tinha a pagar? Deitar-se com ele por gratidão, por ele ter me passado o caso? Ele percebeu meu mal estar, como se pudesse saber o que se passava na minha mente, então disse apontando o leito. — Desc
Andradas ficou desesperado andando atrás do filho, que subia as escadas aos gritos. — Filho, pelo amor de Deus! Filho, pense nas crianças! Você vai assustá-las! Alex não ouvia o pai e pisava fundo nos degraus até que avistou Antônio surgindo no fundo do corredor, Aline vinha logo atrás. Ele ficou paralisado e tentou se conter para receber o filho que se jogou nos seus braços. — Papai! O que aconteceu? Onde está a minha mãe? Alex controlou a respiração, antes ofegante, e olhou sem jeito para Aline que chamou Antônio. — Venha, Antônio! O seu pai está cansado, depois você conversa com ele! Alex ficou sem jeito, diante da moça. — É, eu estou cansado! Vá Antônio! Aline vai cuidar de você! Aline saiu ajeitando o vestido curto, enquanto Alex entrou no seu quarto, seguindo pelo pai, que deu uma leve olhada para as pernas da moça. — Não acha essa moça muito jovem para cuidar dos seus filhos? — ele indagou confuso. Alex não deu importânc
Eu desci para jantar com os olhos ainda inchados de chorar. Alex estava na cabeceira da mesa, com o semblante fechado. Meus sogros estavam cabisbaixos. Giorgia chegou servindo a mesa, assim que eu me sentei. Ela estava com cara de choro também. Theo estava na cozinha, sentado esperando Giorgia chegar. — E aí?— ele quis saber ao ver a esposa retornar. Giorgia sentou-se, suspirando triste. — Acho que a minha menina não vai aguentar essa pressão toda não Théo! Théo concordou assentindo. — Se ela tivesse ido embora conosco, lá atrás, não estaria passando por isso! — Não adianta, Théo! Essa menina ama esse homem, do jeito que ele é, ela teria voltado atrás dele! Théo franziu a testa surpreso. — Você acha? Como se ela estivesse presa psicologicamente a ele? Giorgia afirmou convicta. — Exatamente! Eu lhe garanto que ela não vive mais sem esse homem, e ele sabe disso, no fundo, ele sabe! Théo ficou pensativo, an