No dia seguinte, depois da universidade, Tyler me diz para esperá-lo no parque porque ele vai se atrasar um pouco. Ele está com o namorado.
Ando pelo parque, apreciando a paisagem. Há uma grande fonte no meio, bancos ao redor e pássaros voando por toda parte. Decido ficar na cadeira de balanço um tempo, me balançando. Sentada nele, olho em volta. Há um casal andando de mãos dadas. Eu olho para a minha própria mão e me pergunto quando finalmente conseguirei um namorado para que possamos fazer essas coisas fofas juntos. Expiro pesadamente quando percebo que talvez nunca. Sempre que me pergunto se quero um namorado, minha mente me pergunta outra coisa. – Eu realmente quero um namorado? Quer dizer, vale a pena? Vou chorar por causa dele? Quando minha mente me faz todas essas perguntas, percebo que estou melhor sozinha. Há muitos sentimentos e emoções necessários em um relacionamento e não estou pronta para isso. Ainda. Minha mente volta ao incidente de ontem novamente. Nolan já é casado e agora tem um filho. O tempo passa muito rápido, eu acho. Ainda parece recente, quando Tyler e eu trabalhávamos como servidores em estúdios onde modelos faziam suas sessões de fotos. Era muito divertido, penso e sorrio. Tínhamos apenas dezoito anos e agora já temos vinte e um. Entre os modelos, Nolan Davis foi o mais popular. Ele era muito famoso e talvez ainda seja. Ele era apenas mais um cara rico e arrogante que sabia que tinha boa aparência e exibia isso todas as vezes. Lembro-me de Tyler babando nele quando ele estava filmando algumas coisas de fisiculturismo. Eu também fiquei muda, mas ninguém precisa saber disso. Ele era apenas um rosto bonito que sabia como entrar nas calças femininas. Lembro-me de uma vez que me disseram para dar bebidas a Nolan e alguns de seus amigos, em seu quarto no estúdio. Eu estava tão ansiosa. Tyler nem estava lá naquele dia. Lembro-me de colocar as bebidas na mesa quando um dos caras disse: – Que tal esta, Nolan? Fiquei chocada quando percebi que eles estavam falando de mim. Quando me virei para olhar para eles, Nolan estava olhando para mim de cima a baixo. Eu me senti muito desconfortável. Ele balançou a cabeça e murmurou algo para o amigo que estava ao lado dele e o tempo todo ele tinha um sorriso estúpido no rosto. – Sim, você está certo. – seu amigo disse. – Feia. É como se eu ainda pudesse ouvi-los rindo disso. Ao voltar para casa naquele dia, fiquei diante do espelho, analisando minha aparência. Lembro-me de chorar enquanto olhava para o espelho desejando ser linda. Atrás deles, eu era um pouco gordinha e odiava muito minhas bochechas. Tyler amaldiçoou Nolan quando me encontrou tão chateada naquele dia. Veja, eu sei que algumas pessoas podem pensar que é patético quando você não tem amor próprio, mas acredite em mim quando digo, é realmente difícil amar a si mesma quando você não se sente bonita. Saber que você não é bonita é uma droga, mas quando alguém aponta isso bem na sua cara, dói. Mas estou mais corajosa do que nunca agora. Eu sei como lidar com essas situações. Depois de dar-lhes as bebidas naquele dia, nunca mais fiz isso. Mas durante a sessão de fotos de Nolan, lembro-me de nossos olhos se chocando de vez em quando. Ele, muitas vezes, sorria como se estivesse gostando do fato de me deixar desconfortável. Aquela vadia! Então, de repente, um dia, todos diziam que ele tinha uma namorada séria. O nome dela era Annabelle Arden. Todos ficaram abalados porque Nolan era um playboy ou filho da puta naquela época e, de repente, ele estava apaixonado. Ele até a trazia ao estúdio às vezes. Ela era realmente linda, mas sua personalidade era uma merda. Certa vez, ela insultou Tyler na frente de todos porque ele colocou gelo em sua bebida por engano. Ela era a imagem perfeita de uma capa da Vogue. Nolan e ela costumavam modelar juntos. Ela tinha aquelas pernas longas, que definem a cintura fina e as maçãs do rosto salientes. Para resumir tudo, ela era sexy. Uma vez, eu estava no banheiro, quando ela entrou parecendo toda chateada. Ela tinha algo na mão e entrou no banheiro. Quando saiu, ela parecia em pânico. Algo em minha mente estava me dizendo que ela está grávida, mas ignorei. Isso não era da minha conta. Agora, pensando bem, já se passaram dois anos desde a última vez que a vi. E ontem Isaac parecia ter apenas quatro meses. Talvez ela não estivesse grávida. Depois de um tempo, parei de trabalhar lá porque tive que entrar na universidade. Este é o meu último ano e estou muito feliz. Finalmente, vou me formar. Eu estou tão orgulhosa de mim mesma. Ainda perdida em meus pensamentos, viro a cabeça e vejo um homem conversando com sua filha. Suspiro tristemente e desvio o olhar. Já se passaram três meses desde a última vez que vi meu pai, ele só me vê quando precisa de dinheiro. Às vezes, quando digo a ele que não tenho o suficiente, ele me dá um tapa. Minha mãe já está morta. Se ao menos eu não tivesse insistido para que ela fosse comigo à feira… Eu tinha apenas oito anos quando ela me deixou para sempre. No caminho para a feira, ela foi atropelada por um carro e morreu no local. Eu fecho meus olhos com força, merda. É como se eu pudesse ver seu corpo sem vida no chão. Está cheio de sangue. É tudo culpa minha e meu pai me faz perceber isso toda vez que me vê. Depois desse incidente, ele basicamente me deixou sozinha. Ele chegava em casa bêbado todos os dias, me dizendo que eu matei minha mãe. Eu o entendo, ele perdeu a esposa e o amor de sua vida. Foi tudo minha culpa. Logo depois, tivemos que vender nossa casa, porque aparentemente meu pai havia contraído uma dívida enorme e precisava pagá-la. Mas era tudo mentira. Ele só queria o dinheiro para jogar. Quando o comprador lhe deu o dinheiro, eu roubei metade dele porque de alguma forma eu sabia que precisaria dele no futuro e seu eu bêbado nem percebeu que a quantia não estava completa. Pegando o dinheiro, fugi e aluguei um apartamento. Eu tinha apenas dezesseis anos naquela época. Eu não queria que ele soubesse onde eu morava, mas de alguma forma ele soube disso. Ele aparecia e exigia que eu lhe desse dinheiro e quando eu recusava, ele chorava por minha mãe e dizia que sentia falta dela. Ele precisava de dinheiro para melhorar. Por ela. E meu eu idiota sempre acreditou nele. Não toquei no dinheiro roubado, mas ao invés disso, dei a ele o dinheiro que ganhei. Isso continua até agora. É bom que ele não esteja aqui. Eu nem sei se ele ainda está vivo ou não. Pelo que sei, ele pode estar morto. Eu nunca recebo notícias dele. Usei aquele dinheiro roubado para pagar minha universidade e estou feliz por ter feito isso. Não me arrependo nem um pouco de tê-lo roubado. Naquela época, eu estava lutando e agora ainda estou lutando. Suspiro e olho para o céu. – Você não pode fazer algo por mim, Deus? – murmuro em direção ao céu. — Desejo que você envie um anjo ou um milagre em minha direção.Suspiro e olho para a frente quando ouço um bebê chorar alto.Isaac!?Oh, meu Deus! Estou sonhando ou algo assim? Esfrego os olhos para ver se ele desaparece.Ele ainda está deitado de bruços e gorgolejando. Ele está até olhando para mim com seus lindos olhos azuis de bebê.Olho em volta rapidamente para ver se aquele monstro maligno está aqui. – Sou só eu, não se preocupe. – Cameron diz de repente, ao meu lado.Eu grito da minha cadeira. – Sinto muito. – ela ri novamente. – Não tive a intenção de assustar você. Isaac faz um som gorgolejante novamente, chamando minha atenção. – Esse garotinho está chamando por você há dez minutos. – Cameron diz sorrindo carinhosamente para Isaac. – Mas você parecia perdida em pensamentos.Isaac grita novamente e eu sorrio, me levantando para pegá-lo em meus braços. Mas paro no meio do caminho e me viro para Cameron.– Posso? – Claro. – ela incentiva com um sorriso. – Obrigada. – eu digo e acolho Isaac instantaneamente.Oh, meu Deus! Ele é tão m
Isaac grita ao ver seu pai.Oh, meu Deus! Por que ele chega sempre que falo merda sobre ele? Acabei de chamá-lo de idiota e ele está logo atrás de mim. – Nolan, você está atrasado. – diz Cameron, levantando-se. Eu me levanto também. – Passei no restaurante. – ele diz com uma voz gélida e olha para mim.Oh, meu Deus! O que devo fazer? Ele está olhando para mim. – Cameron. – eu finalmente digo. – Eu devo ir agora. Você deveria pegar Isaac. Não quero uma repetição de ontem. Aquele idiota arrancou Isaac dos meus braços. Ele ainda é um bebê. Ele nem percebeu que poderia ter machucado seus bracinhos macios.Que idiota!Eu desembrulho o braço direito de Isaac suavemente do meu pescoço e ele me olha. Olho para Cameron e ela sorri. – Vai ter um probleminha aqui. – ela diz pegando sua bolsa no banco. – É ótimo ver você, Em. Espero ver por aí. Tchau. – Espere! – entro em pânico. – Onde você está indo?ELA JÁ ESTÁ SE AFASTANDO! QUE DIABOS! – De volta à minha boutique, querida. Tchau, Nola
– Eu tenho uma oferta para você!Minhas sobrancelhas franzem. – Que tipo de oferta? – Preciso que você seja a babá do Isaac . – ele diz sério. Meu queixo cai e eu olho para ele procurando por qualquer sinal de mentira. Mas não há nenhum. – O quê? – eu suspiro. Olho para Isaac e depois para seu pai. – Você está falando sério? – exijo, incrédula. Parece que ele me odeia e então está me pedindo para ser babá de seu bebê. Que diabos! – Eu não te perguntaria se não estivesse falando sério. – ele diz calmamente pela primeira vez. – Mas por que eu? – pergunto e acrescento: – Quero dizer, você deveria contratar uma profissional. Não eu. Posso pensar em mil razões pelas quais não posso fazer isso. Mas o principal é que nunca cuidei de um bebê e ainda sou estudante. – Olha – ele afirma. – Não consigo encontrar outra pessoa em tão pouco tempo e o Isaac parece gostar de você. — Ele para, olha para mim e continua: – Além disso, você precisa de um emprego. – Como você sabe disso? – ex
– Não se trata disso... – 500 dólares.Meus olhos se arregalam. Ele está falando sério agora! – Senhor Evan, você não... – 600.Ele vai aumentar a quantidade toda vez que eu disser uma palavra? – Você tem contas para pagar Senhorita Clark! – ele diz com firmeza. – Você ainda não pagou o aluguel do seu apartamento nos últimos três meses. Você ainda tem que pagar as mensalidades estudantis.Bem, ele tem razão, mas... Espere, o quê?!!Meu queixo cai aberto. Agora sou eu quem pode dizer isso. – E você tem a audácia de dizer que não é um perseguidor?! Você até sabe meu sobrenome! Aposto que você sabe meu primeiro nome também! Seu nariz se alarga de raiva e ele fecha o punho em uma bola apertada. – Sim, eu sei. – Então, por que você disse: “Qual é o seu nome?” Eu não entendi! – eu zombo dele, imaginando o meme do Bob Esponja na minha cabeça.– Cale a boca! – ele retruca novamente. Reviro os olhos. – Em. – ouço a voz do Tyler me chamando por trás e me viro. – Você está atrasado.
– Vamos, então. – Nolan diz, já se virando em direção ao seu carro. Eu olho para ele e percebo que é um Bentley.É um carro lindo. Eu olho para ele e então saio do estado quando ouço Liam soltar um grito.– Espere! Onde? – exijo e corro para alcançá-lo. – Minha casa. – ele afirma simplesmente.O quê?!! – Não vou na sua casa de jeito nenhum! – digo e paro de segui-lo. Ele se vira, parecendo frustrado. Liam continua batendo e chutando em seus braços, claramente me querendo. Eu ouço Nolan murmurando algo baixinho e não consigo entender nada.Liam levanta suas mãozinhas no ar para mim e sem sequer olhar para seu pai, eu o pego nos braços feliz. Desta vez, Nolan nem sequer me impede. Na verdade, ele parece calmo. – Você agora é babá do meu filho. – ele diz severamente. – Então, você deve ficar em nossa casa para poder cuidar dele. – Não. – respondo instantaneamente. – Não posso, senhor Evans! Eu tenho meu próprio apartamento, além disso, nem te conheço, então o que faz você pensar q
– Bem, é mais como me forçar. – murmuro. – O quê?! – ele se vira para me olhar com raiva antes de olhar para a estrada novamente. – Se eu tivesse forçado você, você não teria entrado no meu carro prontamente. Que diabos! – Escute, você precisa me levar de volta para minha casa. – insisto. – Eu preciso dos meus pertences. – Não. Amanhã você pode pegar. – Ouça, senhor Evans – eu respondo. – Preciso das minhas roupas se vou começar meu trabalho hoje! Você não pode simplesmente me dizer não!De repente, ele para o carro abruptamente e eu saio voando e bato no painel. – Qual é o seu problema?! – eu respondo. Lançando-me outro olhar feio, ele liga o carro novamente. Estou muito chateada com ele para sequer olhar para onde ele está indo.Essa vadia! Quem ele pensa que é? Oh, meu Deus! Como vou tolerá-lo?! – Dê o fora. – ele diz depois de um tempo. – O quê? – pergunto confusa, mas ele apenas me encara fixamente. Virando meu olhar, percebo que estamos perto do meu bairro. – Como
MERDA! MERDA! MERDA!ESTOU ATRASADA DE NOVO!O gerente com certeza não me convidará para jantar se souber que estou atrasada novamente. Troco apressadamente meu uniforme de garçonete e enfio minha legging e suéter no armário dos funcionários.Veja bem, sou uma estudante universitária e tenho contas para pagar, por isso tenho que trabalhar meio período aqui neste restaurante. E estou super atrasada de novo, mas desta vez, é porque meu carro quebrou no caminho e eu não poderia deixar as coisas sem solução. Então, tive que esperar que Tyler, meu melhor amigo, viesse me ajudar.Amarrando meu avental na cintura, eu rapidamente começo a trabalhar. Começo a receber pedidos e a trabalhar rapidamente. Posso, literalmente, sentir os olhos do gerente sobre mim.Esse monstro!Já atendi cinco pessoas até agora e aquela cara de vadia ainda está me observando como um falcão. Qual é o problema dele!? Quer dizer, estou trabalhando bem.Faço como se não o tivesse visto se aproximando e me viro para ano
É um bebê.Ele está deitado de bruços e me dando um sorriso.Oh, meu coração! Eu derreto ali mesmo. Eu o pego e ele ri feliz. – Oh, meu Deus! O que você está fazendo aqui, amor? – pergunto e ele apenas sorri para mim. – Ah, não, você nem consegue me entender. – sorrio para ele. Ele tem os olhos azuis mais lindos que já vi. Lembro-me de outro par de olhos azuis, mas rapidamente descarto. Os olhos do bebê são mais bonitos. – Como você veio parar aqui? – eu digo olhando em volta. Onde estão os pais dele? Eles devem estar pirando.Volto meus olhos para o bebê quando ele coloca a palma da mão na minha bochecha. Ele está olhando para mim como se estivesse fascinado. – Awww, você é tão fofo. – eu digo e beijo sua bochecha gordinha. Ele ri novamente e enterra o rosto no meu pescoço. Esfregando suas costas macias, eu sorrio. – Aí está ele. – ouço uma voz de mulher atrás de mim. Eu me viro. Ela é a mesma que estava olhando embaixo da mesa junto com Brandon. – Quem é você? – pergunto instan