Capítulo 34Amanda despertou, ainda deitada no sofá. A luz atravessava as cortinas, banhando a sala com uma claridade suave. Ela espreguiçou-se lentamente, mas sua mente estava longe de relaxada. A noite anterior tinha sido perfeita demais para ser ignorada. O toque das mãos de Victor, o calor do beijo e, acima de tudo, o jeito como ele a fazia se sentir segura e especial, tudo isso ainda pairava no ar como uma névoa envolvente.Depois de alguns minutos encarando o teto, Amanda levantou-se e foi até a cozinha, preparando uma xícara de café para clarear as ideias. Enquanto esperava a água ferver, pegou o celular e abriu a conversa com Sarah.“Está acordada?” Amanda digitou, tomando coragem para continuar a conversa iniciada na noite anterior.A resposta veio quase instantaneamente.“Claro que sim! Quero todos os detalhes sobre a noite de ontem!” Sarah respondeu com seu habitual entusiasmo.Amanda sorriu, sabendo que Sarah esperaria nada menos que um relato completo. Mas antes que pu
Capítulo 35O trajeto até a mansão de Victor Castellani foi surpreendentemente tranquilo. A tensão que geralmente pairava entre eles parecia ter diminuído, substituída por uma conversa leve e descontraída. Amanda, sentada no banco do passageiro, mantinha os olhos no vidro, observando as luzes da cidade desaparecerem enquanto o carro deslizava pelas estradas tranquilas que levavam à imponente propriedade dos Castellani.Victor dirigia com uma mão no volante e a outra apoiada na janela aberta, deixando o vento bagunçar ligeiramente seu cabelo. Ele lançava olhares ocasionais para Amanda enquanto ela falava, ouvindo-a com atenção incomum.— Então, deixe-me ver se entendi — ele disse, um tom de diversão na voz. — Você caiu de uma árvore tentando salvar o gato da sua vizinha... e ainda foi culpada pela pata quebrada do animal?Amanda revirou os olhos, mas não conseguiu evitar o sorriso que crescia em seus lábios.— Não era "só um gato", era o gato da vizinha que me odiava. Claro que, quando
Capítulo 36A atmosfera na mansão Castellani estava carregada de tensão, como se o ar ao redor tivesse se tornado mais denso após a conversa com o segurança de Victor. Amanda ainda sentia o coração acelerado enquanto seguia ao lado dele para o interior da casa. O som de seus passos ecoava pelo chão de mármore impecável, e, por um instante, ela desejou estar em qualquer outro lugar.— Sofia está na sala de jogos — Victor informou, sem olhar para trás. Sua voz estava firme, mas a gentileza usual parecia abafada, talvez por conta das notícias que acabaram de receber.Amanda apenas assentiu, segurando a alça da bolsa com força. Eles cruzaram o longo corredor, onde os detalhes de luxo, os quadros renascentistas, o lustre de cristal e os vasos com flores frescas, pareciam deslocados em meio à preocupação que pesava sobre eles.Assim que chegaram à sala de estar, o som de risadas infantis cortou o silêncio, aliviando um pouco da tensão. Sofia estava sentada no chão, cercada por bonecas e urs
Capítulo 37Victor estava em sua sala em sua empresa, um espaço luxuoso e bem iluminado no topo de um arranha-céu que oferecia uma vista deslumbrante da cidade. Ele estava imerso em uma pilha de documentos, revisando contratos importantes que precisavam de sua aprovação. Apesar da intensidade do trabalho, ele parecia tranquilo, com a expressão serena de quem estava no controle absoluto de tudo ao seu redor.Ao lado dele, Albus estava recostado em uma das cadeiras de couro diante da mesa, observando a paisagem pela janela. Albus era conhecido por sua personalidade mais descontraída, o que muitas vezes contrastava com a postura séria e metódica de Victor.— Você sabe, Victor, às vezes eu me pergunto se você realmente é humano ou uma máquina feita para resolver problemas e acumular mais poder — brincou Albus, sorrindo.Victor ergueu os olhos dos papéis e lançou um olhar divertido para o amigo.— E às vezes eu me pergunto como você conseguiu chegar onde está, considerando o quanto você ad
Capítulo 38Victor e Albus deixaram o escritório de maneira discreta, mas com cada passo que davam, a tensão parecia aumentar. Do lado de fora, no estacionamento subterrâneo, um motorista já aguardava ao lado de um dos carros blindados da empresa, preparado para levá-los ao destino que Victor tinha em mente.— Para onde, senhor Castellani? — perguntou o motorista, mantendo a postura formal.Victor olhou para Albus antes de responder.— Primeiro para o galpão em Milão. Preciso confirmar algumas informações com nossos contatos.O motorista assentiu, e eles entraram no carro. O silêncio dentro do veículo era pesado, mas Albus não se conteve por muito tempo.— Victor, você sabe que estamos lidando com um homem desesperado e, pior ainda, com uma organização criminosa que não hesita em matar. — Ele se inclinou um pouco para frente, encarando o amigo. — Qual é o plano?Victor, que estava com os olhos fixos na janela, finalmente virou-se para encarar Albus.— O plano é simples: encontrar Gust
Capítulo 39O silêncio na sala reservada do clube La Serata era quase opressor. Victor havia decidido levar Gustavo para longe da multidão, onde pudessem conversar sem interrupções e, mais importante, sem testemunhas. Albus fechou a porta atrás deles e permaneceu próximo à entrada, braços cruzados e olhos atentos, pronto para intervir caso fosse necessário.Gustavo estava sentado em uma cadeira de couro que parecia engolir sua magreza. Ele suava, as mãos tremendo enquanto olhava para Victor, que se mantinha em pé, imponente, ao lado da mesa. A diferença de postura era evidente: enquanto Gustavo parecia encolhido, quase insignificante, Victor emanava autoridade e perigo.Victor respirou fundo, passando os dedos pelos cabelos enquanto estudava Gustavo com olhos frios. Ele não tinha pressa. Cada segundo de silêncio parecia aumentar a pressão sobre o ex-namorado de Amanda.— Comece a falar, Gustavo, — Victor finalmente disse, quebrando o silêncio. Sua voz era baixa, mas cortante. — Quero
Capítulo 40Victor retornou à sede de sua empresa acompanhado de Albus e os documentos recuperados do armazém. Ainda era madrugada, mas descansar era um luxo que ele não podia se permitir. Cada segundo era crucial, e Victor sabia que qualquer atraso poderia significar perder a vantagem que havia conquistado.Albus espalhou os documentos na mesa de reuniões, e Victor serviu dois copos de uísque. Ambos estavam cansados, mas a adrenalina os mantinha focados.— Vamos revisar tudo, peça por peça, — Victor disse, entregando um dos copos a Albus. — Precisamos garantir que nada escape.Albus pegou um dos mapas e começou a analisá-lo cuidadosamente.— Esses documentos confirmam o que Gustavo disse, — Albus começou, apontando para uma planta do armazém. — Este era apenas um dos locais usados pelos Marchesi para atividades clandestinas. Mas veja isso aqui.Ele deslizou um papel para Victor, destacando uma lista de endereços e nomes.— Parece que eles têm uma rede inteira de locais estratégicos,
Capítulo 41Victor estava de volta à sede dos Castellani, um prédio imponente em uma das áreas mais discretas da cidade, onde segurança e sigilo se encontravam. Ele estava em sua sala de reuniões particular, acompanhado por Albus e Franco. O trio discutia os últimos detalhes do plano para atacar o próximo esconderijo da máfia Marchesi. Victor sabia que o momento era decisivo. A guerra com a família rival havia escalado ao ponto de não haver mais volta.Desta vez, o objetivo não era apenas causar um golpe financeiro nos Marchesi, mas também enviar um recado claro: os Castellani eram inquebráveis, e qualquer um que ousasse desafiá-los pagaria o preço.A sala de reuniões estava repleta de mapas, esquemas e relatórios. Albus, meticuloso como sempre, apontava para a tela digital onde um mapa detalhado do armazém mais recente da família Marchesi estava projetado.— Este armazém não é apenas um depósito, — explicou Albus, enquanto ajustava a projeção para mostrar câmeras de segurança e rotas