Capítulo 32: A DescobertaA aurora mal despontava no horizonte quando Agnes, vestida com roupas escuras e um boné que lhe escondia parte do rosto, deslizou para fora do Lótus Supreme. O plano, traçado na calada da noite com a ajuda de Benny e Mariana, era arriscado, mas necessário. Precisava confirmar suas suspeitas, precisava descobrir a extensão da teia de mentiras tecida por César. Precisava, acima de tudo, encontrar Marcos.Seguir César em segredo não foi tarefa fácil. O impostor, aparentemente desconfiado, tomava rotas sinuosas e fazia paradas inesperadas, testando a paciência e a habilidade de Agnes. Ela se manteve à distância, camuflando-se entre os turistas e os moradores locais, o coração pulsando forte no peito a cada esquina.O destino final de César foi um armazém abandonado na zona portuária, um lugar sombrio e decadente, frequentado por figuras obscuras e atividades ilícitas. Agnes observou de longe, escondida atrás de caixas empilhadas, enquanto César se encontrava com u
Capítulo 33: O Confronto A lua cheia pairava no céu, banhando a praia deserta com uma luz prateada que dançava nas ondas. O som suave do mar, outrora um bálsamo para a alma de Agnes, agora soava como uma melodia fúnebre, prenúncio de um confronto inevitável. Agnes havia escolhido aquele lugar a dedo: a mesma faixa de areia onde, meses atrás, trocara seu primeiro beijo com Marcos, um momento de magia e promessas que agora parecia pertencer a uma vida distante. Levou César até ali com a desculpa de um passeio romântico, mas sua intenção era desmascará-lo, confrontá-lo com a verdade e, quem sabe, encontrar um resquício de humanidade sob a máscara do ódio. César, alheio às intenções de Agnes, a seguiu em silêncio, desfrutando da brisa suave e da beleza da noite. Ele a abraçou, beijando-lhe os cabelos com um carinho que, para Agnes, soava falso e repugnante. "Que noite linda, não é?", ele disse, a voz suave e melodiosa. "Me faz lembrar de quando nos conhecemos. Eu sabia, desde o primei
Capítulo 34: O Sequestro O mundo de Agnes se resumiu a quatro paredes sujas, iluminadas por uma única lâmpada fraca que pendia do teto, lançando sombras dançantes que distorciam a realidade. O ar fedia a mofo e umidade, impregnado com o cheiro rançoso da desesperança. Ela não sabia quanto tempo havia se passado desde que César a agarrara na praia, a força bruta calando seus gritos e a escuridão engolindo sua consciência. Acordara naquele lugar, um depósito abandonado em algum canto remoto de Itapimba, amarrada a uma cadeira, com a boca amordaçada e o corpo dolorido. César entrava no cômodo esporadicamente, sempre acompanhado por dois capangas silenciosos e intimidadores. Trazia comida insossa e água, o suficiente para mantê-la viva, mas não para confortá-la. Ele a observava com um olhar perturbador, como se estivesse analisando uma peça de arte defeituosa. "Você ainda não mudou de ideia?", ele perguntava, a voz fria e desprovida de emoção. "Você ainda se recusa a se juntar a mim?"
Capítulo 35: O Cativeiro O grito de Marcos ecoou no depósito, rompendo o silêncio opressor e banindo a escuridão da desesperança. Ver a fúria e a determinação em seus olhos acendeu uma chama em Agnes, uma faísca de esperança em meio ao caos. Mas a alegria do reencontro era efêmera, ofuscada pela realidade brutal do cativeiro. Antes que pudessem sequer trocar uma palavra, César surgiu na porta, acompanhado por seus capangas. A surpresa estampada em seu rosto logo se transformou em uma raiva contida, fria e calculista. "Vejo que você finalmente chegou, Marcos", disse César, a voz gotejando sarcasmo. "Imaginei que não demoraria muito." Marcos ignorou César, concentrando toda a sua atenção em Agnes. "Você está bem?", ele perguntou, a voz embargada pela emoção. "Eles te machucaram?" Agnes assentiu levemente, tentando esboçar um sorriso tranquilizador. "Estou bem", ela respondeu, a voz rouca e fraca. "Mas precisamos sair daqui. Ele está planejando algo terrível." César interrompeu o b
Capítulo 36: A Busca Desesperada A notícia do desaparecimento de Agnes ecoou como um trovão na mente de Marcos, destruindo a frágil paz que haviam reconquistado. A culpa o consumia, a raiva o impulsionava, e o medo o paralisava. Ele havia falhado em protegê-la, permitindo que César a levasse para um destino incerto. A partir daquele momento, Marcos se transformou em uma máquina implacável, movida pela obsessão de encontrar Agnes e trazê-la de volta para casa. Ele sabia que cada segundo contava, que a vida dela estava em suas mãos. Reunindo seus amigos mais leais, Marcos iniciou uma busca frenética por pistas, explorando cada beco, cada rua, cada recanto de Itapimba. Benny, com seu conhecimento do submundo, se encarregou de interrogar informantes e rastrear os movimentos de César. Jorge, com sua força física e sua lealdade inabalável, se tornou o braço direito de Marcos, pronto para enfrentar qualquer perigo. E Mariana, com suas habilidades de lógica e organização, se dedicou a anali
Capítulo 37: O Resgate O depósito abandonado, envolto em sombras e silêncio, era um labirinto de corredores escuros e salas empoeiradas, onde o perigo espreitava a cada esquina. Marcos, liderando Benny e Jorge, avançava com cautela, os sentidos em alerta máximo, buscando por qualquer sinal de Agnes ou de seus captores. O plano era simples: invadir o depósito, resgatar Agnes e escapar antes que César pudesse reagir. No entanto, Marcos sabia que nada seria fácil. César era astuto e implacável, e certamente estaria preparado para recebê-los. De repente, um feixe de luz rasgou a escuridão, revelando um grupo de homens armados, que surgiram das sombras, bloqueando o caminho do trio. O confronto era inevitável. "Preparem-se," disse Marcos, com a voz carregada de determinação. "Não podemos hesitar." A batalha começou de forma explosiva. Tiros ecoavam por todo o depósito, enquanto Marcos, Benny e Jorge se defendiam com bravura e perícia. Marcos, com sua agilidade e força física, liderava
Capítulo 38: A Verdade Vem À Tona O ar no escritório de Érico Nunes estava denso, carregado com o peso das verdades recém-descobertas. A elegante decoração, antes um símbolo de sucesso e poder, agora parecia um lembrete constante da fragilidade daquela fachada. Claudia, sentada em uma poltrona de veludo, olhava fixamente para um ponto no tapete persa, os olhos marejados e a expressão abatida. Érico, de pé na frente da janela, observava o sol nascer sobre o oceano, mas a beleza da cena não o alcançava. Seu mundo, meticulosamente construído ao longo de décadas, desabava diante de seus olhos. Horas antes, a polícia havia invadido a cabana isolada onde Agnes estava sendo mantida cativa. César, o irmão gêmeo de Marcos, a mente por trás do sequestro e da manipulação, estava sob custódia. A verdade, brutal e implacável, havia emergido. César não era apenas um impostor, um sósia malicioso. Ele era parte da família Nunes, uma parte que havia sido renegada, esquecida, abandonada à própria sor
Capítulo 39: A Cura e o Perdão As paredes cinzentas e frias da cela abafavam qualquer vestígio de esperança. A luz fraca, filtrada por uma pequena janela gradeada no alto, mal iluminava o rosto abatido de César, que permanecia encolhido em um canto, o olhar perdido em um ponto qualquer no chão. Aquele era o seu mundo agora: quatro paredes, uma cama de metal e a constante lembrança dos seus crimes. O barulho metálico da porta abrindo o sobressaltou. Levantou os olhos, encontrando Marcos e Agnes parados no corredor, a expressão serena, mas carregada de emoção. Engoliu em seco, sentindo o estômago embrulhar. O que eles queriam? Vingança? Piedade? Ou apenas a confirmação de que ele era o monstro que todos acreditavam que ele fosse? "O que vocês estão fazendo aqui?", perguntou César, a voz rouca e carregada de desconfiança. Marcos deu um passo à frente, aproximando-se da cela. "Viemos te ver, César." "Me ver? Pra quê? Pra me humilhar? Pra me lembrar do quão baixo eu cheguei?", Césa