As aulas se arrastaram até que, finalmente, o intervalo chegou. Aurora mal conseguia esperar para correr até o sanitário, estava apertada desde o início da aula. Entrou no box, fechando a porta com pressa. Quando finalmente relaxou, ouviu vozes familiares entrando no banheiro. A voz enjoada e exagerada de Silvia ecoou, animada, junto à risada cúmplice de Melissa. Aurora congelou, segurando a respiração, ao perceber que falavam de Matteo.
— Então, você e o gostosão finalmente se pegaram? — provocou Melissa, curiosa.
— Cala a boca, Melissa! Isso tem que ficar em segredo — responde
Matteo não estava entendendo o porquê de Aurora simplesmente estar o ignorando. Mais calmo, decidiu procurá-la para tentar entender o que de fato havia acontecido. Logo agora que estava determinado a levar esse relacionamento adiante e assumir de uma vez por todas os seus sentimentos, Aurora o ignorava.O que havia acontecido?Se fez algo que a chateou, precisava saber. Ele se aproximou da sua amiga loira que estava no pátio da escola. Tinha procurado por ela por toda escola e não tinha encontrado. Não sabia se já era a paranoia e o ciúmes na sua cabeça atentando, também não tinha visto o Kaio.— Ei, você?
Matteo não aceitou a derrota e correu até Aurora novamente, segurando seu braço com firmeza, o olhar ardendo de frustração e confusão.— LARGUE O MEU BRAÇO! — gritou Aurora com a voz reverberando pelo corredor.— Quero saber o que aconteceu para você agir assim comigo! Que porra eu te fiz? — Matteo esbravejou, o tom de voz mesclando raiva e desespero.Aurora o encarou com o rosto endurecido. Dentro dela, a raiva queimava, mas era a mágoa que fazia seu peito doer. Não, ela não se renderia. Não daria a ele o prazer de ver
— Onde ele foi Ekaterina? Ele pode se machucar. Da maneira que saiu daqui , parecia transtornado… — Ekaterina sorriu.Mesmo brigando com Matteo, Aurora sempre se preocupava com ele. Giuseppe chegou correndo com Ava ao seu lado e viu a cena de Kaio no chão desmaiado com a cabeça no colo de Ivana, ao lado, Aurora e Ekaterina abraçadas.— O que houve? – perguntou Giuseppe preocupado.Aurora apenas chorava nos braços da amiga. Ekaterina levantou o rosto para o amigo.— Aurora DemetriouTrês dias se passaram e Matteo continua desaparecido.Toda vez que a porta da sala é aberta, meu coração dispara, uma fagulha de esperança me invade e fico cheia de esperanças“Talvez seja ele!”Logo depois, a decepção vem como uma maré fria, apagando qualquer resquício de entusiasmo.“Não é ele, nunca é.”Conversei com meu pai, Vittorio, sobre cancelar o contrato e voltar para a Grécia. Acho que foi a conversa mais difícil que já tive com alguém. Seu silêncio pesou mais do que qualquer resposta. Seu olhar de decepçCapítulo 26 - Saudade
Vittorio estava na sala com Luca e Alonso, conversam trivialidades e degustavam uma boa bebida quando Serena e Aurora chegaram na sala. O Don olhou para a filha e arregalou os olhos em surpresa, em seguida cruzou os braços e fez um bico enorme no rosto. Alonso gargalhou alto e Luca apenas balançou a cabeça em negação.— Serena, isso é roupa para Aurora sair? — Ah, Vittorio, a nossa filha está linda! — Ousada demais, não acha? — Ela tem que mostrar que é maravilhosa. — Mas o Matteo…— O nosso filho tem que se orientar e vir tomar conta do que é dele. Caso contrário a fila anda — falou Serena fechando a cara.— Serena… — Vittorio… — Mama, Papa, por favor não briguem — disse Aurora corada com a atenção que estava sobre si. — Não ligue para o seu pai, minha querida, você está maravilhosa! — disse Luca beijando a testa da garota. — Concordo com Luca, está linda e nada vulgar. O seu pai que é careta demais, coisas da idade, sabe como é, né? — brincou Alonso piscando para a garota.
Matteo MorettiPassei esses últimos três dias focado em meu treinamento. Fui a Palermo resolver umas coisas para o meu pai e me deparei com um monte de merda que acontecia por lá. Posso parecer fisicamente com meu pai, mas segundo meu padrinho, tenho muito do meu avô, a única diferença entre nós é que sou frio e calculista, não costumo me exaltar e isso deixa meu inimigo possesso. Apenas algo que envolva Aurora me deixa fora de mim. Estou com o corpo coberto por hematomas e meus punhos machucados. Quebrei a cara do filho da puta traidor que tentou passar a perna na minha família. Vê-lo implorar para que eu poupasse sua vida me fez sentir vivo. Foi torturado por três horas antes de tirar seus olhos com minhas próprias mãos. Deixei ele sangrar em agonia depois que o esquartejei, no final, um tiro de misericórdia no meio da testa, afinal, também sou piedoso. Estava me sentindo mais calmo, até meu pai me ligar dizendo que Aurora ia para uma maldita festa da escola! Senti todo o meu cor
Chego à festa e estaciono a moto, o ronco do motor morre junto com o peso da minha tensão. Tiro o capacete, jogando o cabelo para trás e avisto Giuseppe e Vincenzo à distância. Eles sorriem de lado, com aquela expressão de quando sabem de algo que não me contaram.Giuseppe se aproxima primeiro com o braço estendido para o cumprimento firme.— Matteo.— Giuseppe.Vincenzo, sempre com o cigarro na mão, me observa com um sorriso de canto, acendendo outro e estendendo para mim.— Matteo… bom que resolveu aparecer.Aceito o cigarro, tragando lentamente enquanto os observo, mas minha atenção não está neles. Meus olhos percorrem o ambiente, escaneando cada canto da festa. Estou procurando Aurora. Apenas ela. Eles percebem. É óbvio.— Ela está perto do bar, com a Ivana — diz Vincenzo, dando de ombros.Minha sobrancelha se eleva no mesmo instante.— No bar? Ela está bebendo? Vocês não impediram isso? Caralho, eu pedi para tomarem conta dela, seus putos! — Minha voz sai mais ríspida do que eu p
Silvia se encolheu apavorada. Nunca tinha visto esse lado de Matteo. Giuseppe se aproximou da garota e a ajudou levantar do chão, ela saiu correndo do local enquanto Matteo procurava Aurora com os olhos. Quando a encontrou, ela estava no bar e parecia beber… tequila? Matteo bufou irritado e saiu a passos firmes até o seu encontro.Aurora já havia tomado cinco doses de tequila e sentia cada uma delas percorrendo suas veias. O calor da bebida a fazia esquecer ou pelo menos tentar esquecer.“Matteo Moretti…” — ela não queria pensar nele, nem em Silvia, nem na dor que queimava em seu peito. Queria apenas curtir, dançar, esquecer o mundo. Cambaleando, chegou até a pista e deixou o som da música tomar conta de si. Fechou os olhos, rendendo-se ao ritmo, enquanto seus movimentos tornavam-se mais intensos, mais sensuais. Suas mãos percorriam o próprio corpo, quadris, cintura, seios, como se estivesse tentando se libertar das correntes invisíveis que a prendiam. Por dentro ela gritava por