Entrámos num dos comodos da casa de Ulisses e Cassandra , um espaço que ela tinha transformado numa mini-clinica , preparada para situaçoes urgentes e complicadas . Logo que colocamos o pé lá dentro vemos um corpo de pelagem farta , deitada em uma cama hospitalar . Mesmo com a agulha de soro espetada numa de suas patas , ela jazia quieta , inerte , com os olhos fechados . Cada gota caia pausadamente ,o alimento minimo que ela poderia receber de momento, ate ter forças para o fazer sozinha. Meu peito dói no momento que vejo Raul avançando na sua direçao, semblante sombrio e frustrado . Rui me abraça por trás ao sentir minhas emoções e eu respiro fundo me aconchegando em seu abraço protetor , aconchegante , e compreensivo.
__ Porque esperas ?- Cassandra rapidamente questiona Liliana já com o bisturi na mão pronta para fazer uma cesariana urgente._Cassandra ...- Eu estava com a seringa pronta para aplicar anestesia local, mas aquele olhar da lobinha me fez congelar de imediato, engolindo em seco minha voz treme quando a emoção me bate profundamente ao encarar minha grande amiga com semblante preocupado. _ Ela está consciente !__ O quê?- Cassandra morde o lábio analisando a loba deitada quieta naquela cama cirúrgica . Seus olhos se conetam e um aperto no peito se dá com a emoção e carinho que aquele animal lhe transmitia. __ Precisamos de anestesia geral então...__ Sim...-Fito Cassandra um pouco apreensiva , ambas sab&iac
Olhando para Rui e Raul meu peito dói, eles ainda tentavam salvar aquele lobinho mas eu já não tinha muita esperança.Levando o ultimo filhote para a incubadora , me preparo para ajudar a salvar agora a mãe. Seu coração estava muito fraco e eu desejava que ela visse seus filhos crescendo . Pegando numa taça de inox e alguma gaze , me coloco do lado de Cassandra de novo, uso um desinfetante medicinal , diretamente na ferida , limpando suavemente o máximo possivel. Cesarianas exigiam maior tempo de cicatrização do que um parto normal, e haviam riscos acrescidos, como problemas respiratórios , tanto na mãe como nos filhotes , e agora se sobrevivesse a esta intervenção, a lobinha teria&nb
Eram já quatro da manhã e Ulisses trazia café acabado de fazer para nos manter bem acordados . Os lobinhos recém nascidos estavam dormindo tranquilamente por agora , mas a nossa vigilância não podia diminuir. De duas em duas horas os alimentávamos , e os limpávamos com um algodão , para os forçar a fazer as necessidades , visto que era o que a mãe fazia na natureza ,com sua própria lingua . O filhote renascido tambem teria que ser bem vigiado, o lobinho não tinha respirado por longos minutos, impedindo do cérebro de receber o oxigénio que tanto necessitava e isso poderia provocar alguns problemas no seu crescimento . O que me deixava apreensiva tambem em relação a Raul . Ele estava muito apegado ao filhote , o que no fundo era natural, o tinha ajudado a voltar &a
Eu me sentia completamente relaxada , tão relaxada que me assusto com meu próprio ronco e acordo de um sono reparador . Me espreguiçando languidamente , de imediato acho estranho me sentir tão restaurada com apenas uma hora de sono, piscando os olhos tento abri-los, mas sem sucesso , a luz solar que entrava pela janela quase me cegava. Ofegando com a noção do que aquilo significava , dou um pulo me incorporando rapidamente no sofá .__ Já amanheceu?- Olhando ao redor procuro os machos que tinham garantido que me chamariam para dar a alimentação dos filhotinhos . Encarando Rui e Raul que me apreciavam com um sorriso nos lábios eu bufo exasperada . __ Porque não me acordaram ?__ Porque estavas exausta !- Rui de imediato se levanta da poltrona onde estava
Já tinham passado duas semanas desde o nascimento dos lobinhos, o canal auditivo já funcionava perfeitamente , e apesar da visão ainda não ser totalmente focada ,já tinham os olhos abertos, pudendo ver o que mais desejavam , a sua progenitora. Depois de 3 dias em que somente tomavam leite do biberao, eles tinham aumentado de peso, estavam mais energéticos e isso nos deixou mais tranquilos pois era hora de começar a deixa-los um pouco com a mãe . A loba se recuperava lentamente , mas com sucesso e isso era o que interessava. Ela aceitara seus filhotes com um carinho estonteante , mesmo não podendo se mover muito ainda , brincavam e se aconchegavam a ela quando o sono abatia sobre eles .Olhando para o jardim de Cassandra eu sorrio amplamente , Rui e Raul estavam em forma lupina e os lobinhos simplesmente os rodeavam, brincando
Depois de Cassandra e Ulisses nos cederem o quarto de hospedes para conversar em privado , de imediato Rui e Raul mudam de forma , me encarando apreensivos e completamente nus .__ Nada do que possam dizer me fará mudar de ideias . - Mordendo o lábio , rapidamente lhes atiro dois pares de jeans , para que aquela conversa não tivesse qualquer distração momentânea. __Eu vou convosco .__ Podemos falar calmamente sobre isso. - Rui suspira , vestindo seus jeans encara sua companheira que de imediato coloca uma postura intransigente naquele assunto.__ Não precisamos falar mais nada . - Eu cruzo os braços no peito os encarando dominante . __ Se não me deixarem vos acompanhar a bem...- Rosnando faço uma careta . __ Vou a ma
O resgate tinha corrido sem qualquer problema naquele caso, para meu alívio. Logo que o humano viu Rui e Raul com postura ameaçadora e dominante, exigindo a entrega do animal cativo , rapidamente ele o entregou sem desejar qualquer tipo de conflito. O lobinho apesar de bem alimentado tinha um ferimento numa das patas que poderia infeccionar e isso me deu a oportunidade de mostrar aos meus machos, finalmente , que a minha presença podia ser uma grande ajuda, pois sem dores, os lobos nos acompanhavam mais tranquilos. Feliz ,sorrio para Rui e Raul , ao chegar á reserva natural . Com cautela eles soltam o animal de pelagem cinzenta, dentro do habitat seguro. De imediato ele é alvo de alguns olhares curiosos dos habitantes, mas ele fica ali deitado , notava se que estava ainda fragilizado por estar contido tantos meses numa gaiola com unicamente o dobro de seu tamanho. Por segundos nenhum do
Eu sorria amplamente ao colocar os pratos de snacks na enorme mesa nas traseiras da nossa casa. Olhando para o pequeno jardim , aprecio meus dois machos cautelosos e atentos colocando um vestido rosa e sapatinhos a condizer nas gêmeas deitadas cuidadosamente numa manta felpuda.Eu queria aquele jantar não só para juntar a família , mas também para ver Cassandra, Simone e Olga,pois minhas filhas gémeas já tinham nascido há quase quatro semanas e apesar das visitas,eu pouco saía de casa. Rui e Raul eram pais babados , era percetível pela forma como cada um as tratava como algo frágil e precioso , assim como me tratavam a mim, depois ter passado um mau bocado para as fazer vir ao mundo , eles quase me amarravam á cama para me obrigarem a descansar. Eu