O sangue jorrou imediatamente, pingando no chão. Scarlett ficou paralisada ao ver o vermelho intenso se espalhando. Ela não esperava que Liam realmente fosse se mutilar! Ela gritou: — Você ficou louco? Jacarias também ficou em pânico. Ele correu para tirar o pedaço de porcelana da mão de Liam e pressionou o pulso dele para estancar o sangue: — Senhor, como pode fazer isso? Não tem a menor consideração pela sua saúde? Liam, no entanto, parecia alheio à dor. Ele olhou fixamente para Scarlett e disse: — Quando eu morrer, a empresa será toda sua. Só peço que, uma vez por ano, você vá ao cemitério me visitar. Scarlett fechou as mãos lentamente, sentindo um aperto no peito. Antes que ela pudesse reagir, Henry deu um passo à frente, ficando entre ela e Liam. Ele bloqueou a visão de Scarlett e falou, com um tom firme: — Não olhe. Scarlett permaneceu imóvel, mas seus olhos abaixaram. Tudo o que ela via era o sangue no chão se acumulando cada vez mais. Jacarias implorou, qu
Ela não podia deixar que a família Miller continuasse interferindo em sua vida. Para Scarlett, eles eram apenas estranhos agora. Scarlett olhou para os dois homens à sua frente e disse: — Vou ao banheiro. Depois de falar, ela deixou o escritório. No chão, o sangue ainda estava visível, mas os funcionários da limpeza já haviam começado a limpá-lo. Assim que Scarlett saiu, Isaac não conseguiu segurar a língua: — Você é mesmo incapaz de demonstrar um pouco de empatia por ela. Esse era o momento perfeito para você acompanhá-la e dar algum apoio emocional. Henry lançou um olhar indiferente para o chão ainda manchado de sangue e respondeu: — Scarlett não é uma flor de estufa. Ela não precisa ser protegida desse jeito. E, pelo visto, a lição que a família Miller levou ainda foi muito leve. Isaac suspirou, mas replicou: — Concordo que eles mereçam punição, mas você sabia que o Grupo Miller, originalmente, era uma filial criada pelos pais da Scarlett? Até o nome da empresa e o
Scarlett olhou para o rosto de Henry, que se aproximava, e sua mente ficou completamente vazia. De repente, vozes vieram de fora. Ambos voltaram à realidade no mesmo instante. Scarlett virou o rosto, afastando-se do abraço dele. Sem olhar para trás, abriu a porta e saiu correndo. Henry ficou parado no mesmo lugar. Seu olhar ficou mais profundo enquanto ele inconscientemente tocava os próprios lábios. Ele teve que admitir: algumas coisas eram impossíveis de controlar, como o desejo de estar perto dela, de abraçá-la, de beijá-la. Encostado na parede, Henry massageou os ombros, tentando relaxar. Por instinto, pegou um cigarro do bolso, acendeu e deu uma tragada. Do lado de fora, Scarlett parou e esfregou o rosto com força. Quando olhou para o espelho acima da pia, viu que seu rosto estava vermelho. Ela se aproximou, lavou o rosto com água fria e ficou ali por um momento, tentando se recompor. Depois disso, saiu do banheiro. Scarlett olhou instintivamente na direção da escada
Scarlett entrou no elevador e suspirou aliviada ao abaixar a cabeça. Mas, assim que as portas começaram a se fechar, elas se abriram novamente. Ela viu um par de pernas longas entrando no elevador e, em seguida, sentiu a presença de alguém ao seu lado. Scarlett sabia que era Henry. Pelo reflexo no painel do elevador, ela viu a sombra dele. Seu rosto começou a esquentar gradualmente, e ela finalmente entendeu o que significava a expressão "um segundo parecer uma eternidade". O elevador demorou uma eternidade para chegar ao térreo, e assim que as portas se abriram, Scarlett praticamente saiu correndo. Porém, Henry foi mais rápido. Ele segurou seu braço e a puxou de volta, encurralando-a no canto do elevador. Ele a olhou de cima, o olhar intenso e penetrante: — Por que está fugindo? Scarlett levou um susto com a proximidade. Ela virou o rosto e murmurou: — Me solta primeiro. — Responda minha pergunta primeiro. — Eu não estou fugindo. Eu ia sair no térreo, como sempre f
Scarlett ficou em silêncio por um momento enquanto ouvia a voz exaltada de Aiden no telefone: — Scarlett, você está proibida de vir ao hospital! Foi você quem deixou o Liam e o Joseph nesse estado. Você não tem o direito de aparecer aqui! Jacarias, aflito, tentou intervir: — Sr. Aiden, como você pode dizer algo assim? — Eu disse alguma mentira? Quem colocou o Liam na sala de emergência? Não foi ela? — Mas o nosso chefe escolheu isso por conta própria. A pessoa que ele mais quer ver agora é a Srta. Scarlett. Esse é o último desejo dele, você não pode impedir! — Jacarias segurava o celular com firmeza, a voz carregada de súplica. — Srta. Scarlett, por favor... Scarlett manteve o tom frio e respondeu: — Eu nunca disse que iria ao hospital. Ele só perdeu sangue demais. Não vai morrer por causa disso. Ela não era burra. Não iria cair em uma encenação tão óbvia e correr para o hospital como se fosse obrigada. Na vida passada, quando ela morreu, estava completamente sozinha.
Scarlett olhou para o chat e respondeu: — Eu não tenho mais nada a ver com a família Miller. O que acontece com eles não é problema meu. Na internet, todos sabiam que Scarlett não levava desaforo para casa. Depois de uma discussão ao vivo com um hater, ela havia ganhado a fama de ser afiada e destemida. Quando a transmissão terminou, Scarlett sentiu o estômago roncar. Ela estava com fome. Assim que desligou o computador, ouviu batidas na porta. Surpresa, ela foi até a entrada e perguntou: — Quem é? — Entrega. Scarlett abriu a porta, ainda confusa: — Eu não pedi nada. — O endereço está certo. Você é a Scarlett, certo? — Sim, sou eu. Depois de confirmar o nome, o entregador entregou o pedido e foi embora sem mais explicações. Scarlett achou aquilo estranho. Apenas três pessoas sabiam onde ela morava: Henry, Isaac e Lara. Logo depois, o celular dela vibrou. Era uma mensagem de Henry: [Não esqueça de comer.] Scarlett olhou para o pedido de comida em suas mão
Violeta realmente não esperava ouvir aquilo. Ela olhou para Henry com um olhar complexo, e demorou um tempo antes de finalmente falar: — Você sabe que isso é impossível, não sabe? Aquela tragédia... Aquele acidente... Afinal, ninguém conseguia esquecer a morte dos próprios pais. Henry abaixou-se, ficando de joelhos diante da avó. Sua postura, normalmente firme e altiva, agora estava dobrada, como se carregasse um peso invisível. Violeta suspirou e disse: — Você sente culpa. Compense isso, Henry. Essa é a melhor coisa que você pode fazer por ela e por si mesmo. Ele manteve a cabeça baixa, respondendo em um tom baixo: — Eu sei. Mas, no fundo, ele sabia que havia perdido o controle. No começo, tudo o que ele sentia por Scarlett era compaixão. Depois, inevitavelmente, aquilo se transformou em algo mais profundo. Violeta suspirou novamente: — Pelo visto, ela deve ser uma boa garota. Só isso explicaria você ter se apaixonado, né? Henry levantou os olhos para a avó e res
— Então por que ela fez aquela pergunta? — Perguntou Daniel. — Não pergunte o que não deve. — Henry respondeu sem paciência. Daniel colocou as mãos na cintura, tentando se impor: — Irmão, agora é você que está me pedindo para proteger a Scarlett. Coloque-se no seu lugar, hein? Cuidado para eu não largar essa responsabilidade! Henry sentiu uma veia pulsar na têmpora. Ele deu um passo à frente, agarrou Daniel e o jogou na cama com força. — Ai, ai, ai! Tá tentando me matar, irmão? Eu vou contar para a vó que você está me espancando! — Daniel gritou, se debatendo. Henry, com a voz baixa e carregada de ironia, perguntou: — Quem foi que mandou eu melhorar o meu tom mesmo? — Você, ué! É você que está me pedindo um favor! — Daniel respondeu, achando que finalmente tinha conseguido uma oportunidade de se impor. Sem perder tempo, Henry agarrou os tornozelos de Daniel e começou a arrastá-lo da cama até a porta. — Vamos para a academia conversar melhor. Daniel, deitado no chã