A pessoa perguntou, sem esquecer de se apresentar: — Sou o professor do Afonso Guedes, as aulas já terminaram e ninguém da família veio buscá-lo ainda. Eu só queria saber se aconteceu algo em casa que possa ter afetado isso?O professor perguntou com educação.Antes do divórcio... Vitória não buscava Afonso todos os dias com entusiasmo?Eu acabei de me divorciar do Wesley...E Vitória simplesmente deixou de cuidar do menino?Estou um pouco surpreso, mas ...... Essa família já não tem mais nada a ver comigo, então, naturalmente, eu não seria tão ociosa para me intrometer.— Sou a mãe da Sarah da sua turma, não tenho relação com o Afonso. — Eu respondi sorrindo: — Então, professor, acho que você se enganou de número.O professor rapidamente pediu desculpas: — Desculpe pelo incômodo.— Não tem problema.— Eu disse, desligando o telefone imediatamente.Assim que entrei no elevador, meu telefone tocou novamente, desta vez era o Wesley.Eu atendi casualmente.Wesley perguntou desconfortavelme
Sarah estava sentada ao lado de Igor e então deu um tapinha no assento ao seu lado: — Mãe, senta aqui!Eu me acomodei ao lado dela, conforme solicitado.Sarah se virou para mim: — Faça um pedido.Olhei para a vela tremulante, fechei os olhos e, lentamente, fiz meu pedido em silêncio.'Espero que a Sarah possa melhorar gradativamente.’'E também espero que nós possamos continuar sendo felizes para sempre.’Abrindo os olhos, soprei a vela com toda a minha força.Sarah veio imediatamente para o meu lado, com seu corpo pequeno, desejando grudar no meu corpo: — Mãe, qual foi o seu desejo?Eu estava prestes a responder. Igor, não querendo me colocar em uma situação difícil, tomou a iniciativa: — Sarah, se contar o desejo, ele não se realiza, viu?Crianças não conseguem esconder seus sentimentos facilmente, Sarah mostrou-se decepcionada: — Tudo bem, então.Olhei para a aparência fofa de beicinho, não consegui parar de rir e cortei um pedaço de bolo para ela: — Come um pouco primeiro.Sarah in
A voz irritada de Wesley veio através do telefone.Lancei um olhar para o visor da chamada, percebendo então que ainda não havia bloqueado Wesley: — E então?Wesley, incitado pelo meu tom sereno, disse entre dentes: — Você tem noção de que, por não ter ido buscá-lo, ele, uma criança pequena, ficou sozinho na porta da escolinha, esperando até as nove da noite para ir para casa?Respondi calmamente: — Sr. Guedes, parece que o senhor está culpando a pessoa errada. Agora, Vitória é a mãe dele. E eu...Levantei-me, fui até a varanda e olhei para longe. Era uma noite escura, e tudo o que se via eram as estrelas no céu e as milhares de luzes ao longe.Respondi calmamente: — Sou apenas uma estranha.Wesley respirou fundo: — Você ainda nos culpa?— Não. — Respondi metodicamente. — Apenas tenho uma nova vida agora. Não há necessidade de me envolver demais com pessoas e eventos do passado. O que você acha?Depois de dizer isso, nem dei tempo para Wesley responder e desliguei o telefone diretamen
— Como se estivesse com a mamãe, pode ser assim?Sarah ficou um pouco envergonhada.Tomei a iniciativa e lancei a isca: — Se você concordar, então, hoje à noite, você pode dormir no meu quarto.Sarah olhou para mim e depois inclinou a cabeça para ver o quarto espaçoso e espaçoso.Ela se decidiu: — Tá bom!Escovou os dentes.Sarah colocou o copo e a escova de dentes no meu banheiro, depois ergueu a cabeça, encheu o peito e caminhou até a porta do quarto, estendendo a mão para Igor: — Papai.Igor congelou, depois se agachou incrédulo, até se perguntou se tinha ouvido errado: — Você acabou de falar comigo?Sarah olhou para mim que estava atrás de Igor e, apesar da dificuldade, continuou: — Sim.Igor imediatamente pegou Sarah no colo.Originalmente, quando descobriram que Sarah era autista, ele a levou para ver médicos e submeter-se a vários tratamentos. Sarah ainda relutava em falar.Naquela época, ele pensava que, contanto que Sarah pudesse viver bem, isso seria suficiente.Então, Sarah
Sarah claramente estava muito triste, falando com voz entrecortada: — Quando acordei e não vi minha mãe, pensei que ela não me queria mais.Eu a peguei pela mão, caminhamos até a sala de estar.Sarah sentou-se comportadamente no sofá, as lágrimas caindo sem que ela pudesse contê-las.Eu limpei suas lágrimas, consolando-a com voz suave: — A culpa foi da mamãe, que acordou cedo e quis preparar o café da manhã para a Sarah, esqueci que ela ficaria triste se não me visse.Sarah ficou com lágrimas nos olhos: — É mesmo?— Claro que é verdade. — Eu a persuadi de forma bem-humorada: — Então, Sarah, não precisa mais chorar, tá bom?Sarah parou de chorar e acenou com a cabeça levemente.Em seguida, ela pulou nos meus braços, dizendo com voz abafada: — Mas mãe, acordar cedo para fazer o café é muito cansativo, eu queria que você dormisse mais um pouco.Como o café da manhã era preparado por outra pessoa, não havia necessidade de eu assumir o trabalho de outra pessoa.Eu afaguei os cabelos de Sara
Os demais da casa, ao verem que ela estava disposta a conversar, aproximaram-se para brincar com ela.Mas ela ainda não falava com ninguém, exceto Igor e eu.Enquanto comia, pensava seriamente.Se apenas por eu ter feito um simples penteado nela, ela ficou tão feliz a ponto de falar com todo mundo...Será que se eu fizesse mais coisas assim, ela conversaria mais com os outros?...Depois do jantar, Sarah segurou minha mão e se despediu de Igor, que estava na sala de estar: — Papai, vou para a escola agora.Igor pretendia ir direto para o trabalho, mas ao ouvi-la, decidiu mudar de plano: — Eu levo vocês.Sarah inclinou a cabeça, sem entender por que Igor mudou de ideia de repente.Igor, no entanto, dirigiu o carro diretamente para o lado dela: — Entre.Sarah ainda era pequena e não podia sentar-se na frente, então eu a acompanhei no banco de trás.Igor dirigia enquanto observava Sarah pelo retrovisor: — Este sábado e domingo, vou reservar meu tempo para ficar com você. Tem algum lugar q
Vitória já havia se tornado sua mãe.Ele parecia ainda não estar satisfeito.Sempre pensava em aprofundar mais sua relação com Vitória.Mas o que isso tinha a ver comigo?Eu o olhava com desdém: — Por que você está me dizendo isso? Nós somos íntimos por acaso?Afonso permanecia parado, olhando para mim, perplexo.Eu franzia a testa, sem esconder meu desgosto: — Como você quer desenvolver seu relacionamento com sua mãe, é problema seu. Isso não tem nada a ver comigo. Peço que não venha repetidas vezes me informar sobre isso. Não tenho tanto tempo assim para desperdiçar, entendeu?Dito isso, passei por ele e, após alguns passos, lembrei-me de algo, virando-me para olhar para a professora do jardim de infância: — Espero também que, daqui para frente, vocês consigam manter seus alunos sob controle. Não permitam sempre que ele aborde estranhos.Deixando essa frase para trás, finalmente me sentei no carro.Igor pisava no acelerador e girava o volante, e o carro entrava na via. Ele me olhava,
Ainda dava tempo. Não havia pressa em chegar a um resultado imediatamente.Assim, durante este período, podia dedicar toda a minha atenção exclusivamente a Sarah.Ser a melhor mãe para Sarah. Fazer todo o possível para ajudá-la a melhorar.Sarah, por sua vez, era uma criança um tanto especial, e eu queria saber como podia ajudá-la a se recuperar...O que deveria fazer era ler mais, tentar encontrar nos livros pistas que pudessem ajudá-la a melhorar.Felizmente, havia uma livraria por perto.Caminhava a passos largos em direção à livraria.A livraria era grande, com três andares: térreo, primeiro e segundo. Os livros mais especializados e de conhecimentos técnicos encontravam-se no último andar.Observava as etiquetas de classificação nas prateleiras; os livros perto da janela eram todos sobre psicologia.Primeiro, procurei livros relacionados à psicologia e, depois, aqueles que tratavam sobre autismo. Depois de pagar, não me apressava em ir para casa, mas sentei na área de descanso no