— Como se estivesse com a mamãe, pode ser assim?Sarah ficou um pouco envergonhada.Tomei a iniciativa e lancei a isca: — Se você concordar, então, hoje à noite, você pode dormir no meu quarto.Sarah olhou para mim e depois inclinou a cabeça para ver o quarto espaçoso e espaçoso.Ela se decidiu: — Tá bom!Escovou os dentes.Sarah colocou o copo e a escova de dentes no meu banheiro, depois ergueu a cabeça, encheu o peito e caminhou até a porta do quarto, estendendo a mão para Igor: — Papai.Igor congelou, depois se agachou incrédulo, até se perguntou se tinha ouvido errado: — Você acabou de falar comigo?Sarah olhou para mim que estava atrás de Igor e, apesar da dificuldade, continuou: — Sim.Igor imediatamente pegou Sarah no colo.Originalmente, quando descobriram que Sarah era autista, ele a levou para ver médicos e submeter-se a vários tratamentos. Sarah ainda relutava em falar.Naquela época, ele pensava que, contanto que Sarah pudesse viver bem, isso seria suficiente.Então, Sarah
Sarah claramente estava muito triste, falando com voz entrecortada: — Quando acordei e não vi minha mãe, pensei que ela não me queria mais.Eu a peguei pela mão, caminhamos até a sala de estar.Sarah sentou-se comportadamente no sofá, as lágrimas caindo sem que ela pudesse contê-las.Eu limpei suas lágrimas, consolando-a com voz suave: — A culpa foi da mamãe, que acordou cedo e quis preparar o café da manhã para a Sarah, esqueci que ela ficaria triste se não me visse.Sarah ficou com lágrimas nos olhos: — É mesmo?— Claro que é verdade. — Eu a persuadi de forma bem-humorada: — Então, Sarah, não precisa mais chorar, tá bom?Sarah parou de chorar e acenou com a cabeça levemente.Em seguida, ela pulou nos meus braços, dizendo com voz abafada: — Mas mãe, acordar cedo para fazer o café é muito cansativo, eu queria que você dormisse mais um pouco.Como o café da manhã era preparado por outra pessoa, não havia necessidade de eu assumir o trabalho de outra pessoa.Eu afaguei os cabelos de Sara
Os demais da casa, ao verem que ela estava disposta a conversar, aproximaram-se para brincar com ela.Mas ela ainda não falava com ninguém, exceto Igor e eu.Enquanto comia, pensava seriamente.Se apenas por eu ter feito um simples penteado nela, ela ficou tão feliz a ponto de falar com todo mundo...Será que se eu fizesse mais coisas assim, ela conversaria mais com os outros?...Depois do jantar, Sarah segurou minha mão e se despediu de Igor, que estava na sala de estar: — Papai, vou para a escola agora.Igor pretendia ir direto para o trabalho, mas ao ouvi-la, decidiu mudar de plano: — Eu levo vocês.Sarah inclinou a cabeça, sem entender por que Igor mudou de ideia de repente.Igor, no entanto, dirigiu o carro diretamente para o lado dela: — Entre.Sarah ainda era pequena e não podia sentar-se na frente, então eu a acompanhei no banco de trás.Igor dirigia enquanto observava Sarah pelo retrovisor: — Este sábado e domingo, vou reservar meu tempo para ficar com você. Tem algum lugar q
Vitória já havia se tornado sua mãe.Ele parecia ainda não estar satisfeito.Sempre pensava em aprofundar mais sua relação com Vitória.Mas o que isso tinha a ver comigo?Eu o olhava com desdém: — Por que você está me dizendo isso? Nós somos íntimos por acaso?Afonso permanecia parado, olhando para mim, perplexo.Eu franzia a testa, sem esconder meu desgosto: — Como você quer desenvolver seu relacionamento com sua mãe, é problema seu. Isso não tem nada a ver comigo. Peço que não venha repetidas vezes me informar sobre isso. Não tenho tanto tempo assim para desperdiçar, entendeu?Dito isso, passei por ele e, após alguns passos, lembrei-me de algo, virando-me para olhar para a professora do jardim de infância: — Espero também que, daqui para frente, vocês consigam manter seus alunos sob controle. Não permitam sempre que ele aborde estranhos.Deixando essa frase para trás, finalmente me sentei no carro.Igor pisava no acelerador e girava o volante, e o carro entrava na via. Ele me olhava,
Ainda dava tempo. Não havia pressa em chegar a um resultado imediatamente.Assim, durante este período, podia dedicar toda a minha atenção exclusivamente a Sarah.Ser a melhor mãe para Sarah. Fazer todo o possível para ajudá-la a melhorar.Sarah, por sua vez, era uma criança um tanto especial, e eu queria saber como podia ajudá-la a se recuperar...O que deveria fazer era ler mais, tentar encontrar nos livros pistas que pudessem ajudá-la a melhorar.Felizmente, havia uma livraria por perto.Caminhava a passos largos em direção à livraria.A livraria era grande, com três andares: térreo, primeiro e segundo. Os livros mais especializados e de conhecimentos técnicos encontravam-se no último andar.Observava as etiquetas de classificação nas prateleiras; os livros perto da janela eram todos sobre psicologia.Primeiro, procurei livros relacionados à psicologia e, depois, aqueles que tratavam sobre autismo. Depois de pagar, não me apressava em ir para casa, mas sentei na área de descanso no
Ela notou que Sarah apresentava sinais de melhora e quis analisar o motivo dessa mudança repentina. Se continuasse interagindo com Sarah nessa direção, seria que ela poderia se recuperar completamente?Igor, que tinha um carinho especial por quem desejava o bem de Sarah, compartilhou suas observações: — A situação descrita nos livros é muito diferente da de Sarah.Ao longo dos anos, ele procurou todos os médicos recomendados para Sarah.Até os livros relacionados ao seu caso foram lidos até se desgastarem. Mas ainda assim, não encontraram uma cura para Sarah.— Exato, — concordei, — mas esta manhã, ela estava claramente mais disposta a conversar com outras pessoas.— Então, pensei em incentivá-la a interagir mais, ao mesmo tempo em que a encorajo a se envolver em atividades que ela goste de mostrar aos outros... Estou pensando que, talvez ao se exibir, ela se sinta mais à vontade para conversar.— Vamos ver qual abordagem ajuda mais na sua recuperação.Claro, isso era apenas o que eu p
Ela estava mais do que disposta a expressar seu amor por mim.Assim, era natural que eu também quisesse que ela sentisse o meu afeto: — Nossa Sarah também é muito querida, eu também amo muito a Sarah.Agora que a Sarah estava disposta a se comunicar com o Igor, ele certamente não queria perder nenhuma oportunidade de conversar com ela.Igor fingiu ciúmes: — Então a Sarah não ama o papai?— Amo, amo, amo! — Sarah estava insatisfeita por sua conversa com a mamãe ter sido interrompida, mas ainda assim respondeu com voz doce: — Eu também amo muito o papai!Como se não tivesse percebido o descontentamento da Sarah, Igor disse: — Que bom.Depois de lidar com o papai e temendo que Igor pudesse perguntar mais, ela colocou as mãos em volta do meu rosto e sussurrou no meu ouvido: — Mas a pessoa que eu mais, mais, mais amo, é a mamãe.Ela usou vários ‘mais’ em sequência. Como se só assim pudesse provar que seu amor por mim era único.Depois disso, ainda ergueu o queixo, lançando a Igor um olhar o
Wesley estava visivelmente incomodado: — Mas a mamãe Vitória está grávida, não é seguro para ela ir te buscar.Mesmo a professora mais paciente se irritaria ao ouvir Wesley dando desculpas repetidamente: — Então, você está dizendo que não pode buscar o Afonso? E sua esposa, por motivos de saúde, também não pode?Wesley, envergonhado, respondeu: — Exatamente.A professora não conseguia entender como um pai podia ser tão irresponsável: — E o que vamos fazer com o menino?Wesley não sabia como responder a sua pergunta e permaneceu em silêncio.Eles ficaram em impasse. Foi então que Afonso falou, sugerindo uma solução: — Pai, que tal se a professora me levasse para casa primeiro?— Claro! — Wesley respondeu ansiosamente: — Seria um incômodo para a professora?A professora quase revirou os olhos, nunca tinha se deparado com pais tão absurdos em todos os anos ensinando.Mas pensando na segurança do aluno, ela tomou a iniciativa de levar o menino para casa e não deixou de ligar para a diretor