BrendaTodos se reúnem no jardim, e eu sigo direto para a escada. A cada degrau que piso, sinto meu corpo inteiro estremecer. Meu coração dispara com a possibilidade de algo ruim estar acontecendo com a minha menina — e que as suspeitas de Maria sejam reais.Alessandro nunca foi uma boa pessoa. Tudo o que faz é por pura maldade. Sempre busca saciar seus próprios desejos e tirar vantagem de qualquer situação. Falando assim, até parece que estou falando de mim mesma. E, de fato, já me deixei contaminar por esse tipo de pensamento. Mas hoje, estou livre disso tudo. Reconheço os meus erros e busco ser alguém melhor — o que não acredito ser possível para um lixo como Alessandro.Justo agora que tudo parecia caminhar para a paz... Acontece isso. Mas, da mesma forma que conseguimos vencer batalhas ainda mais difíceis, vamos superar essa também. E vamos trazer a nossa Raio de Sol de volta.Termino de subir os mais de cinquenta degraus da escada flutuante e chego ao corredor onde fica o quarto

Brenda — No HospitalAcordo com dificuldade e demoro a perceber que estou em um hospital. Mas o que realmente me intriga é entender por que estou aqui. Meus olhos percorrem o ambiente até encontrarem alguém que eu jamais imaginaria ver cuidando de mim. Chamo por ele, e ele se levanta da poltrona, deixando de lado a revista de famosos que folheava. Vem até mim com um semblante preocupado.— João? Você aqui? — pergunto, tentando me erguer, mas meu corpo dói demais para permitir qualquer movimento mais brusco.— Fique tranquila, minha rainha. Estou aqui para cuidar da senhora. Hoje é o dia do julgamento da Carmen Montreal, e todos estão no tribunal neste exato momento — responde João, se aproximando e segurando minha mão. Mas o que ele diz em seguida me deixa ainda mais confusa.— Meu Deus! Julgamento? Quanto tempo estou aqui? — questiono, assustada.— Dois dias, minha rainha — ele responde, tentando me acalmar.— Mas o que aconteceu comigo? Por que fiquei desacordada por tanto tempo? —

BrendaDuas semanas depoisHoje é um dia muito especial — tanto para mim quanto para Gregório e toda a nossa família. Finalmente, inauguramos nossas lojas na Região dos Lagos. Está tudo perfeito. Isabel me ajuda em absolutamente tudo. A cada dia nos aproximamos mais e mais… Enfim, posso dizer que tenho uma amiga de verdade e uma nova irmã em quem confio até de olhos fechados. Para quem nunca teve a sorte de contar com alguém verdadeiro ao lado, sinto-me profundamente grata a Deus por esse privilégio.Apesar de todos os erros e percalços que enfrento na vida, sou grata por, enfim, descobrir a verdadeira felicidade e poder desfrutar do melhor que ela tem a oferecer, ao lado de pessoas sinceras que me amam de verdade, como a minha família.Olga também se torna uma grande amiga. Conversamos bastante, seja por telefone ou pessoalmente, quando ela consegue vir até aqui em casa. Ela e Celso estão cada vez mais felizes. Já estão noivos e marcam a data do casamento para daqui a dois meses — um

BrendaAs horas passam com uma leveza gostosa, e tudo parece caminhar melhor do que sonhamos. Conquistar parcerias com grandes empresas e estar prestes a assinar contratos com multinacionais ainda soa surreal, mas é real. A felicidade brilha no meu peito – por mim, por Isabel, por tudo que estamos construindo.Enquanto atualizo as redes sociais com algumas fotos do evento, sinto mãos firmes envolverem minha cintura, me puxando para um abraço quente e reconfortante.— Está feliz, amor? — Gregório sussurra ao me entregar uma taça de champanhe.Sorrio, aceito a taça e viro-me para ele. Nossos lábios se tocam suavemente.— Muito feliz. Obrigada por tornar tudo isso possível... por tornar meus sonhos tão reais.— Se tem alguém aqui que deve agradecer, sou eu. Você é o meu presente mais valioso — ele diz, brindando comigo e virando a taça.— Eu te amo — murmuro, enlaçando meus braços ao redor do seu pescoço.— Eu também te amo — ele responde, me beijando com carinho e um toque de desejo con

Brenda Um mês depois O tempo passa como um flash e, hoje, enfim, chega o dia do casamento de Durval e Maria. A cerimônia acontece na Fazenda Esperança, onde meus pais moram. Eles fazem questão de que Maria se case aqui no campo, por ser um lugar arejado, cheio de ar puro e muito mais acolhedor do que um salão de festas. Afinal, Maria e Durval apenas renovam seus votos, pois já são casados desde o dia em que se conhecem. E não é um sobrenome que muda isso. Toda a decoração segue o estilo rústico, nas cores branco e amarelo, bem simples, como Maria deseja. Flores do campo por toda parte, repletas de vida e paz – exatamente o que eles merecem. No jardim, há várias mesas redondas de madeira, decoradas com toalhas brancas e cobre-manchas amarelo-claro. As cadeiras exibem capas brancas com laços de fita amarela. No centro das mesas, um lindo arranjo floral divide espaço com mimos delicados como mini sabonetes em formato de flores e corações. Está tudo lindo e perfeito, como eles merece

BrendaQuatro Meses DepoisNossa! O tempo realmente voa. Hoje completo oito meses e meio de gestação. Minha barriga está enorme, mas, graças a Deus, meus filhotes e eu estamos com a saúde perfeita. Em breve, terei os dois nos meus braços, tornando nosso sonho realidade e fazendo nossos dias ainda mais felizes.Enfim, chega o grande dia do chá de fraldas. O tema escolhido é “Chuva de Bênçãos”. Não existe nada mais apropriado do que isso, afinal, tê-los em minha vida é, e sempre será, uma benção de Deus. Só Ele mesmo para transformar completamente a vida de uma pessoa como eu. Hoje sou outra mulher... hoje, sou feliz.O quartinho dos bebês está pronto e decorado, só aguardando a chegada dos nossos anjinhos. João me ajuda em absolutamente tudo e, a cada dia, se torna indispensável em nossas vidas. Greg ainda tem um pé atrás com ele, mas sei que, em breve, meu amor vai deixar isso no passado. Afinal, precisamos perdoar para também sermos perdoados. E João tem demonstrado, com atitudes, qu

BrendaUm mês depoisDurmo profundamente quando sinto os primeiros raios de sol entrarem no quarto. Abro os olhos e, ao virar o rosto, vejo Greg ainda dormindo. Ele está usando apenas uma cueca e respira tranquilo, com o rosto relaxado.“Nossa, como ele consegue ser lindo até dormindo?” — penso, enquanto começo a acariciar seu peitoral. Chamo-o de forma manhosa, com a voz carregada de desejo.— Amor...— Hmm... — resmunga Gregório, ainda sonolento.— Estou com saudades... — sussurro, beijando seu peitoral.— Eu também, minha vida. Mas não acho certo fazermos nada agora. Você está prestes a dar à luz, e muito esforço pode não ser bom para vocês dois. — responde, ainda com os olhos fechados, acariciando meu rosto, que repousa sobre seu peito.— Desde quando fazer amor faz mal à saúde? — pergunto, olhando nos olhos dele.— Desde quando a mulher está com nove meses de gestação e pode ir para a maternidade a qualquer momento. — diz, em tom sério.— Aff... Gregório! Você já foi muito mais l

Brenda— Ai... que dor nas costas — murmuro, tentando me levantar, mas as pontadas só aumentam.— Minha rainha, por favor, não faça esforço. O doutor recomendou repouso absoluto — diz João, aflito, aproximando-se da cama e segurando minhas mãos.— Me ajuda a levantar, João.— Pra quê, minha rainha? A senhora ouviu quando eu disse que o médico pediu repouso.— Claro que ouvi! Mas não consigo ficar aqui parada, sabendo que todo o nosso trabalho — meu e da Isabel — foi pelos ares. Anda logo, me ajuda a levantar. Preciso ir até o centro comercial e ver com meus próprios olhos o que aconteceu por lá — falo, apoiando uma mão no colchão e segurando no braço de João com a outra, até conseguir me colocar de pé.— Minha rainha... O patrão não vai gostar se souber que deixei a senhora sair depois do desmaio — insiste ele, cada vez mais aflito.— Pode deixar que com o seu patrão eu me resolvo depois. E, aliás, espero que você não tenha ligado pra ele avisando o que aconteceu — digo, e vejo João d

Brenda Abro os olhos com dificuldade. A cabeça lateja, o corpo dói. Estou deitada em algo duro, frio e úmido… parece o chão. Pisca, Brenda. Respira. Tento focar a visão, mas o ambiente é escuro, abafado, opressor. Tento me mover. Estou solta. As mãos, as pernas… não há amarras. Mas algo me prende por dentro. Um medo antigo, conhecido. Um arrepio percorre minha espinha.“Se me sequestraram… por que me deixariam assim?” Tento raciocinar, mas a dor nas costas e abaixo do umbigo é insuportável. Aperto os olhos, me forçando a levantar. Cada movimento parece me rasgar por dentro. A angústia cresce no peito. Eu não sei onde estou. Não sei quem me trouxe pra cá. Só sei que algo está errado. Muito errado.Mas se queriam me assustar… falharam. Já conheci o inferno de perto. Já fui pisada, traída, esquecida. Já quase perdi minha alma. E mesmo assim, Deus me resgatou. Hoje, carrego dois corações batendo dentro de mim. E é por eles que eu luto. Por eles, eu resisto. Porque agora eu acredito. Eu s

BrendaUm mês depoisHoje nossos anjinhos completam um mês de vida. Trinta dias de descobertas, sorrisos, lágrimas e noites em claro. Um mês inteiro trocando fraldas, aprendendo a ser mãe, tentando conciliar o caos com o amor imenso que me preenche. Um mês que parece uma vida. Mas eu não trocaria um só segundo. Viver esse amor com meus filhos e com o homem que é o amor da minha vida vale mais do que qualquer tesouro. É melhor do que ganhar na loteria.Graças a Deus, estamos todos com saúde e em paz. Hoje é um dia ainda mais especial: o batizado do Carlo e do Ramon. E adivinha? Estamos todos nervosos. Como sempre. Após a cerimônia na igreja, teremos um almoço em família, com os padrinhos, para celebrar mais essa bênção.E os padrinhos... quem são?Do Carlo, o mais genioso dos dois, a madrinha é Isabel e o padrinho, Rubens. Já o Ramon, calminho e observador, será apadrinhado por minha irmã Alma e seu atual namorado — e ex-chefe — Giancarlo.Sim, é isso mesmo. A minha irmã do meio, sempr