Elena Evans.O chão sob meus pés pulsou. Era uma sensação estranha, como se eu já tivesse estado aqui antes. Assim que a bruxa quebrou a barreira, eu senti uma onda de energia percorrer meu corpo. Eu já estive aqui antes, não fisicamente, mas em sonhos. Desde que cheguei a esta cidade, os lobos, as visões... tudo era real. Desde o princípio, mesmo sem saber, eu já tinha sonhado com esse lugar. Estava tudo predestinado."A barreira foi quebrada. Eu sinto o cheiro deles", Mason vociferou.Eu limpei a garganta, e um soluço seco desceu pela mesma. Recuamos, e os lobos de Magnus se aproximaram. O bando era forte. Os olhos de Atlas se arregalaram, e naquele momento eu soube que tinha muito a perder. Eu não podia perder. O objetivo era chegar ao centro do cemitério, onde havia uma espécie de caverna, o único local onde eu poderia quebrar o Véu."Fiquem em posições estratégicas", Mason ordenou. "Sim, Alfa", todos responderam em coro.Mason me encarou com os olhos quase dourados, sua feição ap

Elena Evans Apoiei a bruxa em meus ombros. Eu precisava dela, e não somente por isso, era por gratidão. Silvia ajudou a minha mãe, quando elanão tinha mais ninguém nessa cidade, e eu não iria deixá-la para morrer.Finalmente chegamos na caverna, e a energia daquele lugar era intensa, chegava a me carregar."Eles virão logo, você precisa correr, me deixe aqui." ela sussurrou.""Vou te levar comigo. Os lobos estão lutando entre si. Magnus tem o ego tão grande, que não perceberá que estamos aqui." A escuridão nos envolveu quando avançamos. O som dos uivos e dos rugidos ainda ecoava lá fora, misturado ao estrondo de corpos se chocando. Eu tinha pouco tempo.Silvia arfava, pressionando o ferimento no braço. O sangue escorria em fios grossos, tingindo sua pele pálida."Você está perdendo muito sangue." Rasguei um pedaço do meu casaco e improvisei uma atadura, apertando sobre a ferida. Ela estremeceu, mas não reclamou.Sei que está mal, mas preciso que me diga como faço isso." Minha voz s

Meus olhos quase cegaram. A luz era forte e visível, eu olhei para o lado, e Silvia estava no chão urrando de dor."Aguenta somente mais um pouco."murmurei."Meu sangue estava sendo drenado, parte dele, para o véu, era como se a minha energia estivesse sendo puxada, algo inexplicavél. Como se eu fosse criada para fazer aquilo.As palavras de meu pai ecoaram em minha mente, e eu me concentrei apenas no que eu devia fazer.Mas então, a figura de duas silhuetas me assustou, me tirando completamente do foco.Eu obviamente reconheceria aquele cheiro até no inferno.Magnus. Acompanhado da bruxa desgraçada, Selene."Ora, o que temos aqui."ele riu."Você não vai ter sucesso no seu plano, hibrida. Quando você e o seu querido Alfa vão entender que eu sempre serei maior que vocês?"Meu coração acelerou, mas eu não me permiti demonstrar medo. Se eu hesitasse, eles teriam vantagem. Respirei fundo e mantive as mãos firmes."Chegamos bem a tempo," Magnus murmurou, seus olhos escuros brilhando com di

Mason foi transferido para o hospital. Sua recuperação estava indo adiante, passo as mãos em seu cabelo e acaricio seu rosto."Evans."sua voz ainda está fraca,""Meu amor, que bom que você acordou."eu sorri.""Me sinto melhor."ele murmura tentando se levantar.""Não." o impeço."Por mais que você esteja bem, tem algo que está te impedindo de curar. "Mason respira fundo."O que importa é que nós conseguimos Elena. Quebramos o véu.""Mas ainda não estamos seguros."A médica entra na sala, sua feição está passiva. Eu me aproximo dela, e ela sussurra."Ele está bem, vocês podem voltar para casa. Mas há alguma espécie de magia,que está impedindo dele se curar."Mason rosna."Eu sou um Alfa, ainda posso ouvir mesmo que vocês sussurrem,"Rangi meus dentes…Selene.Provavelmente ela jogou alguma espécie de magia em Mason. Eu teria que encontrar essa bruxa."Vamos para casa, eu preciso encontrar Selene."A mão quente de Mason segura a minha, e ele me encara."Não vou deixar que você se arrisq

Mason BlakeMinha recuperação estava correndo bem, mas eu me sentia fraco. Precisávamos encontrar aquela vadia da Selene. Eu observei os lobos farejando, cada um com um foco determinado. Eles estavam rastreando as lobas sequestradas, e o silêncio que nos envolvia era pesado. Minha raiva e dor cresciam a cada segundo que passava, enquanto esperava o sinal para partir. Eu precisava encontrá-las, precisava garantir que elas estivessem seguras.Foi então que um dos lobos levantou a cabeça, o sinal que esperávamos. Corri na frente, com Elena logo atrás de mim. A tensão se intensificou à medida que nos aproximávamos do local onde elas estavam.O que encontramos foi pior do que eu poderia imaginar. As lobas estavam amarradas, seus corpos marcados, e o horror em seus olhos era algo que eu nunca mais queria ver. Três delas estavam em um estado terrível, claramente violentadas. Uma dor imensa tomou conta de mim ao ver aquilo. Eu senti que havia falhado com elas, com todos da minha matilha. As

Elena Evans Minhas mãos estão suando.A mensagem que eu havia recebido de Selene era clara, ela iria reverter a magia que fez em Mason, se eu a ajudasse a fugir.Magnus havia se virado contra ela, já que não obteve êxito no véu. Eu não tinha opção há não ser confiar. Então deixei aquele bilhete para Mason. Eu não o deixaria definhar, eu faria qualquer coisa por ele, e estava disposta a mostrar isso.Ele fez muito por mim.Me recordo de quando estava na prisão, e aquela mulher cochichou para que eu não confiasse em Mason, mas hoje eu acho que é o contrário, eu precisava confiar em Mason, ele era mais que meu companheiro, ele era o meu destino.Enquanto eu chegava ao meu destino, o meu celular apitava constantemente. Diversas ligações e mensagens de Mason. Eu não podia desistir, eu não ia deixar ele morrer. Silvia não conseguia reverter a magia, pois era magia negra, somente a desgraçada da Selene poderia.Se um lobisomem não pode se curar, então toda sua existência é um perigo. A

Elena Evans Minha cabeça latejava quando abri os olhos. O cheiro de ferrugem e umidade impregnava o ar, e foi então que senti o peso do ferro contra meus pulsos. Acorrentada. Meu coração acelerou, e puxei os braços instintivamente, mas as correntes resistiram. O frio do metal queimava minha pele, drenando minha força."Finalmente acordou."A voz grave e cruel ecoou pelo espaço escuro. Levantei a cabeça e o vi emergir das sombras. Magnus. Seus olhos brilhavam como brasas, cheios de satisfação ao me ver presa como um animal enjaulado."O que você quer?" minha voz saiu áspera, mas firme.Ele riu, caminhando lentamente ao meu redor como um predador estudando sua presa."Quero ver o sofrimento de Mason. Quero vê-lo sangrar enquanto te assiste morrer. E depois? Vou arrancar o coração dele com minhas próprias mãos."Engoli em seco, mas mantive o olhar firme. Eu não demonstraria medo. Não para ele."Você acha que ele viria sozinho? Você subestima um Alfa."Magnus se inclinou, seu rosto ficand

Mason BlakeO telefone caiu da minha mão antes mesmo que eu pudesse perceber. O rugido que escapou da minha garganta fez todos ao redor se virarem. Meu peito subia e descia com força, e minhas presas estavam à beira de se estenderem.Elena.O filho da puta a tinha."Precisamos ir agora." Minha voz saiu como um rosnado, meus olhos se voltando para Atlas, Silvia e Lorenzo."Precisamos de um plano," a bruxa rebateu, os olhos brilhando em alerta. "Magnus está esperando exatamente por isso. Ele quer que você vá correndo sem pensar, Alfa."Meu lobo rugiu dentro de mim. A paciência não era uma opção."Se fosse alguém que você amasse, no lugar dela, você estaria me dizendo para esperar?"Ela abriu a boca para responder, mas fechou em seguida."Silvia tem razão," Atlas interveio, os braços cruzados. "Se a gente for às cegas, vai ser uma armadilha. Magnus é esperto. E covarde. Ele não enfrentaria você de igual para igual.""Ele quer me enfraquecer primeiro," eu murmurei, a raiva queimando minha

Mason BlakeO som da terra sendo pisoteada pelos meus pés ressoava no silêncio da floresta, abafado pelo rugido da matilha que me seguia. A tensão no ar era palpável, cada passo era uma preparação para o inevitável confronto. Eu podia sentir o cheiro de sangue misturado com a terra úmida, o cheiro de Magnus. Ele estava perto. E eu não ia deixar ele escapar.Eu sabia que os policiais humanos estavam no nosso encalço para saber quem cometeu aquele crime hediondo. Magnus não estava sendo nem um pouco discreto em seus crimes."Precisamos ser rápidos. Isso com certeza é uma emboscada."A matilha se mantinha em silêncio, todos os sentidos aguçados. Eu podia sentir o peso de seus olhares, a mesma determinação que me consumia. Mas o que mais me preocupava não eram os policiais, nem as bruxas de Magnus. Era ele. Magnus. Ele queria me destruir. Ele queria ver o caos, e, de alguma forma, eu sabia que ele estava tentando me atrair para uma armadilha.Então, o ataque veio rápido. Do nada. Um rugid

Elena Evans. "Merda!" esbravejei, puxando com força as cordas ao meu redor, mas elas não cediam.Magnus havia me trancado aqui, nesse porão escuro e sufocante. Não conseguia sair, nem gritar, nem pedir ajuda. Ele queria me manter longe do campo de batalha, isolada como uma prisioneira à mercê de seu destino.Então, passos se aproximaram.Meu coração disparou. Meus músculos tensionaram enquanto eu me encolhia no canto, esperando pelo pior. Será que Magnus havia voltado? Ou seriam seus lobos, prontos para terminar o que ele começou?A porta rangeu, e a pouca luz que entrou me cegou momentaneamente. Meu corpo congelou, mas então... vi aqueles olhos."Mason..."Meus olhos brilharam ao ver a única pessoa que eu desejava naquele momento. Ele estava ferido, cortes profundos manchavam sua pele com sangue seco, seus olhos carregavam um peso que eu nunca tinha visto antes. Mas ele estava ali. Vivo.Ele não disse nada. Apenas avançou até mim, e com suas garras afiadas, arrancou as cordas que me