Ela disse em voz baixa:— Irmã, acho que o irmão pode estar gostando de Dalila...Assim que terminou de falar, Emerson, sentado ao seu lado, e Nina, do outro lado da linha, mudaram de expressão.Nina quase se levantou da cadeira:— O que você disse?! Como isso é possível?Sabrina respondeu: — Também acho improvável, mas é verdade. Além disso, o irmão gostou dela por muito tempo, mas quando foi se declarar, ela rasgou a carta de amor dele. Ela proferiu palavras muito duras.Nina perguntou: — Como você sabe disso? — Antes que Sabrina pudesse responder, Nina de repente teve uma ideia. — Sabrina, não me diga que você pegou o diário do irmão e o levou para casa.A voz de Sabrina ficou cada vez mais baixa: — Peguei...Nina ficou atônita."Que desastre!"Nina disse: — Sabrina, depois que desligarmos hoje, não diga que você falou comigo, ok? Não quero ser morta pelo irmão. Você tem um marido para te proteger, eu não. Boa sorte, então. Vamos fingir que você nunca me ligou, e eu nunca soube

— O que aconteceu com vocês dois hoje, afinal?Bianca estava sentada no sofá, observando os dois que acabavam de reaparecer na sala.Sabrina sorriu para ela de maneira conciliadora, segurando firmemente o diário em seus braços, com uma expressão misteriosa:— Haha, é um segredo. Mãe, se eu conseguir resolver o grande problema da vida do meu irmão, você me recompensaria?Bianca sorriu levemente: — Não. Não pense que eu não sei o que você veio fazer aqui. Sabrina, cuidado para que seu irmão não descubra.Sabrina ignorou completamente suas palavras e subiu correndo para o quarto de Álvaro no segundo andar, colocando o diário de volta em seu lugar.Antes de sair, ela olhou para o quarto do irmão, sentindo de repente um toque de melancolia.Quando descia as escadas, Emerson estava conversando com Bianca. Sabrina originalmente planejava descer, mas ao ouvir que o tópico da conversa era sobre ela, parou para escutar o que diziam.— Emerson, vocês estão casados há quase um ano, já pensaram na

Ainda era cedo e nenhum dos dois estava com fome, então decidiram assistir ao filme antes de jantar. Vila das Imagens. Nina se recostou na cadeira, pensando no que Sabrina tinha dito ao telefone, o que a deixava cada vez mais inquieta. Ela enviou uma mensagem pelo WhatsApp para Álvaro: [Irmão, onde você está? Mamãe disse que você não está atendendo o telefone dela.] Álvaro respondeu: [Estou na Cidade das Estrelas.] Nina tinha suas reservas sobre a Cidade das Estrelas, se recostou na cadeira, franzindo levemente as sobrancelhas, com uma expressão de desconforto: [Tudo bem.] [Qual é o seu problema? Não pode apenas conhecer Dalila e, se não gostar, dizer claramente? Não seria mais fácil? Isso não parece seu estilo.] Álvaro olhou para a mensagem que ela enviou, mas demorou a responder. Por fim, ele apenas disse: [Bom.] "Ele não está normal, ainda não está normal." Nina olhou para o histórico de mensagens entre eles, tentando sondar com uma pergunta: [Irmão, você n

O tempo na Cidade do Sol já estava ficando frio. Sabrina vestia um longo casaco marrom claro por cima de uma blusa fina branca e jeans. Após a retirada da faca, a ferida em seu abdômen sangrou profusamente, manchando de vermelho a blusa branca de maneira chocante. Sabrina segurou seu abdômen com uma mão, enquanto seu corpo se curvava lentamente, e seu rosto ficava instantaneamente pálido. Emerson correu para abraçá-la, seus dedos tremiam intensamente: — Sabrina. — Disse ele, com a voz embargada, sem coragem de olhar para a ferida no abdômen de Sabrina. — Sabrina, aguente firme, vamos para o hospital agora mesmo. Um garçom do restaurante de fondue percebeu que algo estava errado, ajudou Emerson a abrir a porta do passageiro e ainda ligou para a polícia, que levou Mirella embora. Emerson, sem tempo de agradecer, pisou fundo no acelerador, passando por vários semáforos vermelhos, e chegou ao hospital em dez minutos. No caminho para o hospital, ele já havia ligado para o médi

Nina acenou, se desculpando, e se afastou com o celular para atender uma ligação. As pessoas ao redor, que a observavam, notaram que o sorriso em seu rosto se desvanecia gradualmente, sendo substituído por um silêncio imenso e uma expressão sombria. Sua face estava pálida, e seus olhos revelavam um crescente pânico. Não muito longe, Abelardo percebeu algo estranho e se aproximou rapidamente, fazendo algumas perguntas. Ao entender a situação, sua expressão se tornou grave. Ele tirou seu paletó e colocou sobre os ombros dela, segurou seu pulso firmemente e a levou para fora da festa de comemoração. — Nina, tenho certeza de que sua irmã vai ficar bem, confie em mim. Vamos voltar agora para a Cidade do Sol para ver como ela está. Não se assuste ainda. Nina, sentada no banco do passageiro, se esforçava para não deixar as lágrimas caírem. Ela abriu o WhatsApp, procurou por Álvaro e ligou para ele. — Alô? Álvaro, com uma expressão de dor, massageava as têmporas enquanto descansa

Ele sempre se considerou uma pessoa azarada, predestinada a atrair desgraças para aqueles à sua volta. Desde as suas mais remotas lembranças, jamais experimentou o que era um amor familiar completo. A partir do momento em que se deu conta do mundo ao seu redor, sua existência foi marcada apenas por semblantes frios e hostis. Conseguiu fugir daquele ambiente com sua mãe, mas, após cuidar dele por um breve período, ela saltou de um alto edifício. Ele frequentemente pensava que, se sua mãe não tivesse engravidado, nada do que sucedeu teria acontecido. Em todo esse contexto, ele se via como o mais desnecessário.Agora, casado com Sabrina, deveriam estar desfrutando de uma vida aconchegante juntos, mas a interferência de Fabiano parecia complicar tudo. Contudo, ele também sentia que, se não tivesse se casado com Sabrina, talvez ela não estivesse ferida naquele momento Portanto, acreditava ser a razão principal de todas essas adversidades.Emerson permanecia desolado no corredor, obse

Quando percebeu que ele estava distraído, Bianca ergueu o braço e lhe aplicou outro tapa, desta vez no outro lado do rosto.— Fabiano, vou te dizer uma coisa: se algo acontecer à Sabrina desta vez, você e sua família podem sumir! Como seus pais te educaram? Por que continua obcecado por ela e não a deixa em paz? A Sabrina te deve algo? Ela ganhou alguma coisa por estar com você? Você continua a perseguir ela, quer que ela sacrifique a vida por você? Se é assim, então Fabiano, leve minha vida, mas deixe minha filha em paz. Eu não permitirei que você a afaste do Emerson, nem vou te dar mais nenhuma oportunidade de machucá-la.Lágrimas escorreram pelas bochechas pálidas de Bianca, enquanto as palmas de suas mãos, penduradas ao lado do corpo, adormeceram, com os dedos tremendo levemente.— Sra. Bianca, a senhora está enganada. — Neste momento, Fabiano finalmente conseguiu se acalmar. — Não sei quem feriu a Sabrina, mas garanto que não fui eu, eu...— Você só fala absurdos! — Bianca agarrou

Uma resposta rápida chegou do outro lado da linha:[Entendido, Presidente Fabiano.]Fabiano olhou para a tela do celular com uma expressão sombria.Não esperava que as coisas tomassem aquele rumo.Justamente quando seu plano estava prestes a ser posto em prática, não contava com a intromissão inesperada de Mirella.Seus dedos se apertaram gradualmente, a borda do celular pressionando a palma da mão. Ele não sentia a dor física, parecia que só essa pressão poderia aliviar o tormento em seu coração.No elevador, Bianca, de braços cruzados, se virou de lado, demonstrando clara indiferença pelos sentimentos de Rodrigo.Ela lançou um olhar de canto aos olhos abatidos de Rodrigo e uma nova onda de raiva se acumulou em seu coração:— Por que você me impediu? Ele fez algo tão ultrajante! Você acha que eu deveria simplesmente aceitar esse insulto?Rodrigo, com os lábios apertados, mostrava uma expressão ainda mais perturbada:— Bianca, mesmo que você o matasse hoje, isso resolveria alguma coisa

— Emerson.Ela ouviu claramente a voz culpada de Emerson enquanto estava inconsciente. Ela queria dizer que seu ferimento desta vez não tinha nada a ver com Emerson e esperava que ele não se culpasse. Mesmo se algo acontecesse com ela, ele deveria continuar vivendo bem sozinho.Percebendo que alguém o observava, Emerson, que havia adormecido com os olhos semi-fechados, acordou sobressaltado, encontrando os olhos de Sabrina.— Sabrina! — Exclamou Emerson, surpreso. Ele segurou a mão de Sabrina, com a voz ligeiramente trêmula. — Como você está se sentindo agora? Há algo que te incomoda?Sabrina balançou a cabeça:— Não, me sinto bem agora. Não se preocupe comigo.Assim que terminou de falar, Bianca, que tinha adormecido no sofá, também despertou. Ela esfregou os olhos embaçados e se levantou:— Como posso não me preocupar? — Disse, tendo ouvido o que Sabrina falou. — Sabrina, você quase nos matou de susto. Da próxima vez, fique perto de Emerson e deixe que ele te proteja. Não saia do ca

— Não me chame de mãe, agora eu já não tenho mais direito de ser sua mãe. Álvaro, você se acha tão capaz, não é? Se você é tão habilidoso, então não volte! Eu te ligo e você não atende, envio mensagens e você não responde. Não quer mais me ter como sua mãe?Álvaro olhou para ela, constrangido:— Mãe, não é nada disso, não pense bobagem. Nos últimos dias, estive envolvido com compromissos no exterior, por isso não pude checar o celular. Além disso, ele descarregou e desligou. Você não tem meu outro número? Por que não ligou ontem à noite?Bianca ficou um pouco tensa:— Ontem à noite estava tão atarefada que nem me lembrei disso. Se lembre de carregar o celular, e se alguém precisar te encontrar em uma emergência?Isso já havia acontecido uma vez e serviu como uma lição para Álvaro, que acenou com a cabeça, paciente:— Entendo, mãe.Bianca finalmente o deixou em paz.Eles tinham acabado de caminhar alguns passos quando uma voz familiar ecoou:— Mãe! Irmão! — Era Nina.Bianca e Álvaro par